Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tórax e Pulmões Um exame físico detalhado do tórax e pulmões requer uma revisão das funções ventilatórias e respiratórias dos pulmões. →A respiração é responsável pela HEMATOSE, que é a transformação do sangue venoso em sangue arterial nos pulmões. →O2 entra, Co2 sai. ANAMNESE DO SISTEMA RESPIRATÓRIO • Tosse • Dispneia • Cianose • Expectoração • Hemoptise • Dor torácica • Rouquidão • Fraca resistência ao exercício físico • Perda de peso • Alergias • História pregressa de infecções respiratórias • Infecção por HIV • Abuso de substâncias • Tabagismo • Residência em asilos ou presídios • Exposição ambiental (asbestos, arsênico, carvão) • Comportamento de cuidados pessoais • Febre • História familiar de câncer, tuberculose, alergias, DPOC No histórico da doença atual, perguntar a cronologia dos sintomas: 1. Quando começou? 2. Como começou? 3. Como evoluiu? 4. Qual tratamento? 5. Como está atualmente? - Aguda (< 3 semanas) - Subaguda (3 semanas – 3 meses) - Crônica (> 3 meses) - Recorrente (períodos de normalidade) - Súbita - Gradual EXAME FÍSICO Inspeção, palpação, percussão e ausculta. Tórax anterior No tórax anterior, temos: LINHAS a. Linha axilar anterior b. Linha hemiclavicular c. Linha médio esternal REGIÕES a. Supraclavicular b. Infraclavicular c. Mamária d. Inframamária Tórax lateral Tórax posterior No tórax posterior, temos: LINHAS a. Linha escapular D b. Linha vertebral c. Linha escapular E REGIÕES a. Supraescapular b. Escapular c. Infraescapular d. Interescapulovertebral INSPEÇÃO ESTÁTICA Observa-se a pele e suas alterações: • Coloração • Hidratação • Cicatrizes • Lesões • Baqueteamento digital • Pelos e sua distribuição • Circulação colateral • Abaulamentos • Retrações Observa-se ainda a caixa torácica, a forma do tórax pode estar relacionada com o sexo, o biotipo, a idade ou patologia. 1. Tórax chato ou plano > indivíduos longilíneos, portadores de doença pulmonar crônica 2. Tórax em tonel ou globoso > idosos ou pessoas com enfisema pulmonar 3. Tórax em funil > raquitismo, síndrome de marfan 4. Peito de pombo > comunicações interatriais ou interventriculares congênitas, asma, cifoescoliose, síndrome de marfan e raquitismo 5. Tórax em sino ou cônico > hepato- esplenomegalias, ascite volumosa 6. Tórax cifótico > osteoporose secundária ao envelhecimento, tuberculose da coluna, artrite reumatóide e vícios da postura por tempo prolongado 7. Tórax cifoescoliótico > cifose e escoliose, pulmões apresentam-se distorcidos INSPEÇÃO DINÂMICA Observa-se o movimento da parede torácica: frequência respiratória, ritmo respiratório e profundidade. Outro fenômeno observado na dinâmica respiratória é a tiragem intercostal. PALPAÇÃO Necessário palpar a região posterior, lateral e anterior simetricamente anotando as alterações. Palpa-se a expansão torácica, qualquer assimetria pode ser sinal de patologia. Palpa-se também a traqueia. DIMINUIÇÃO UNILATERAL: 1. Doença fibrótica do pulmão ou da pleura subjacente 2. Derrame pleural 3. Pneumotórax 4. Pneumonia lobar 5. Dor pleurítica com defesa associada e obstrução brônquica unilateral DIMINUIÇÃO BILATERAL NOS ÁPICES 1. Processo infeccioso ou cicatricial DIMINUIÇÃO BILATERAL BASAL 1. Gravidez 2. Ascite 3. Obesidade grave 4. Derrame pleural bilateral FRÊMITO TORACOVOCAL →É a transmissão da vibração do movimento do ar através da parede torácica durante a fonação. Pede- se que o paciente pronuncie “trinta e três” ou “um, um, um”. • FTV alto: pode indicar que existe uma condensação pulmonar > pneumonia • FTV baixo: pode indicar derrame pleural ou pneumotórax • FTV brônquico: caracterizado quando desaparecem, diminuem ou mudam de localização, vêm acompanhada de secreções brônquicas. O ideal é que o frêmito seja simétrico. (localização para o frêmito – vista posterior e anterior) PERCUSSÃO Sons que podem ser ouvidos: a. Maciço > costelas, esterno e clavículas b. Submaciço > intercostal na região inferior do tórax c. Claro pulmonar > região supraclavicular e supra escapular, região do pulmão. AUSCULTA Avalia o fluxo aéreo pela árvore traqueobrônquica. Consiste em ouvir ruídos torácicos durante o ciclo respiratório. • SONS RESPIRATÓRIOS NORMAIS SOM TRAQUEAL: intensos, agudos e tem qualidade pouco sonora. ➔ fenda glótica e região supraesternal. SOM BRÔNQUICO: timbre agudo, intenso e oco > se auscultado na periferia do pulmão pode ser condensação pulmonar (pneumonia ou atelectasia) ➔ região de projeção dos brônquios próximo ao esterno. MURMÚRIO VESICULAR: timbre grave e suave. Fatores extrapulmonares como obesidade e hipertrofia muscular podem tornar o som débil. Patologias que podem diminuir o murmúrio vesicular: pneumotórax, derrame pleural, enfisema pulmonar, dor torácica, obstrução traqueal e edema de glote. ➔ toda extensão do tórax, mais intenso na base pulmonar, mais audível na região ântero posterior, nas axilas e nas regiões infra escapulares. SOM BRONCOVESICULAR: características do som brônquico e do murmúrio vesicular. ➔ 1° e 2° espaço intercostal no tórax anterior e entre as escápulas no nível da 3° e 4° vértebra dorsal. ➔ Se auscultado em outro local pode indicar condensação pulmonar, atelectasia. • RUÍDOS ADVENTÍCIOS Sons respiratórios anormais que se superpõem aos sons respiratórios normais. CREPITAÇÕES OU ESTERTORES FINOS: agudo, de curta duração, não se modifica com a tosse, muda de acordo com a posição. Som semelhante a uma mecha de cabelo esfregando. ➔ pode advir de uma abertura inspiratória súbita nas pequenas vias aéreas mantidas fechadas por pressão decorrente da presença de pequena quantidade de líquido exsudato no parênquima pulmonar durante a expiração anterior. CREPITAÇÕES OU ESTERTORES GROSSOS: sons graves de maior duração, modificam com a tosse, e não são modificados com mudança de posição. O som é semelhante ao rompimento de pequenas bolhas. ➔ podem ser audíveis na doença pulmonar obstrutiva crônica e em bronquiectasias. RONCOS: sons graves de maior duração, se modificam com a tosse. Ocorre em decorrência da passagem de ar por estreitos canais repletos de líquidos/secreções. ➔ pneumonia, bronquite, bronquiectasia. SIBILOS: ruídos musicais ou sussurrantes, agudos de maior duração, não se modificam com a tosse. Decorrentes da passagem de ar por região estreita. ➔ asma, broncoconstrição e objetos estranhos, se intenso pode ser audível sem estetoscópio. ATRITO PLEURAL: semelhante a um estalo. ➔ Decorre de uma inflamação pleural: pleurite, pneumonia ou infarto pleural. CORNAGEM OU ESTRIDOR: respiração ruidosa devido à obstrução no nível da laringe ou traqueia. ➔ laringite, edema de glote, corpos estranhos, câncer da laringe e estenose da traquéia.
Compartilhar