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O PAPEL LÚDICO DO ATLETISMO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

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O PAPEL LÚDICO DO ATLETISMO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
RESUMO
O atletismo tem grande importância nas práticas da educação física escolar, o seu conteúdo serve como preparação para a prática de outros esportes. O ensino desta modalidade permite o trabalho diferenciado em diferentes subgrupos de classe, dependendo do desempenho motor e do nível de desenvolvimento das competências técnicas dos alunos nas aulas de educação física, durante o ensino do atletismo no qual se deve ter em conta um período determinado na realização das atividades físicas sistemáticas, e baseia-se nos princípios biológicos e físicos, no entanto, na prática, isto não é conseguido. Assim, o problema de pesquisa baseia-se na foma de como é aplicado o conteúdo do atletismo por parte dos professores de educação física. O objeto da pesquisa é o de analisar, por meio das teorias existentes, a importância em se trabalhar o lúdico no atletismo escolar como conteúdo nas aulas de educação física. Ao final pode-se perceber que falta de conhecimento por parte de alguns professores pode deixar de abordar o atletismo como modalidade em educação física escolar. 
Palavras-chave: Atletismo. Alunos. Educação Física. 
1 INTRODUÇÃO 
	A Educação Física Escolar em geral baseia-se nos diferentes tipos de atividades básicas apresentadas ao aluno. É certo afirmar que a maioria dos professores desta disciplina, Educação Física, se prende em jogos com bolas, porém ministrar aulas de educação física vai muito mais além do que isso, por isso a importância em se trabalhar outras atividades nas aulas é considerável. E o atletismo é uma delas.
	Segundo Oliveira (2006) desporto em geral, baseia-se nos diferentes exercícios básicos de ginástica através dos quais o professor contribui para a melhoria das capacidades condicionais e coordenativas dos alunos. Em contrapartida o atletismo reflete as atividades diárias do homem e fornece uma gama de esportes específicos para desenvolver nele o padrão técnico e para esta atividade é necessário o conhecimento do professor em todas as atividades que abarcam o atletismo.
	O professor deve ter disponibilidade em ensinar esta modalidade em suas aulas, ele deve ser capaz de desenvolver, com um alto nível de conhecimento científico, os conteúdos intrínsecos ao atletismo em diferentes graus e níveis de ensino. Para conseguir isso, o professor deve ter um domínio completo de conhecimento em biologia, ergonometria, condicionamento físico, entre outros. 
	O uso destes conhecimentos é vital em cada uma das atividades realizadas dentro da classe, eles permitem que o professor tenha em conta as características dos alunos em cada subgrupo, e estabeleça a carga física adequada para cada um deles, porém, segundo Matthiesen (2005) o acadêmico, futuro educador físico, não recebe aulas práticas sobre atletismo ao longo de seu curso, assim, o ensino de Atletismo exige uma preparação adequada dos futuros professores de educação física, cujos conhecimentos além do corpo humano são necessários para o domínio dos princípios de outras ciências, bem como determinar a dosagem e intensidade da implementação de atividades durante a aula.
	Atletismo como tema também permite a preparação para a prática de outros esportes, contribui para o aumento das capacidades físicas e cria uma base para a aquisição de habilidades especiais nos alunos, mas sempre tendo em conta o cumprimento das necessidades biológicas e psicológicas do aluno e os princípios metodológicos que aportam estas ciências.
	Assim tem-se como pergunta geradora da pesquisa a seguinte questão: como é aplicado o conteúdo do atletismo por parte dos professores de educação física? 
	A responsabilidade do professor é ensinar educação física com um alto nível científico, o que permitirá dar a base para qualquer atividade, uma motivação pela solidez na atividade física dos membros da sociedade, como um papel preventivo na manutenção da saúde ou para criar bases na busca de talentos para o esporte de alto rendimento.
	O presente trabalho se justifica pela necessidade em se analisar as bibliografias existentes sobre a importância de se trabalhar, de forma lúdica, o atletismo na escola já que nos conteúdos previstos ele não é abordado de forma específica. Várias são as modalidades deste conteúdo, porém a pesquisa bibliográfica se ateve em buscar subsídios que justifiquem tal importância. 
        	O objeto da pesquisa é o de analisar, por meio das teorias existentes, a importância em se trabalhar o lúdico no atletismo escolar como conteúdo nas aulas de educação física. 
	Estruturou-se a pesquisa em três capítulos, sendo que o primeiro capítulo inclui a introdução, a formulação do problema e o objetivo de estudo. No segundo faz-se a revisão da literatura sobre o atletismo e como trabalhá-lo, de maneira lúdica, sob a visão de alguns autores como Matthiesen (2005); Lli Júnior (2001); Darido e Rangel (2005); Coiceiro (2005).
	O terceiro capítulo, reservado à metodologia foi também subdividido em dois pontos; no primeiro inserimos o contexto da pesquisa e no segundo os procedimentos metodológicos. Nas conclusões expõem-se os resultados da revisão da literatura para aprimorar os conhecimentos sobre a temática propriamente dita.
2 REVISÃO DA LITERATURA
	O tema “Atletismo em Educação Física Escolar” analisa o tratamento que esta modalidade tem diante da disciplina educação física e aponta as razões pelas quais sua presença foi reduzida ou diminuída nas aulas. Pórém a pergunta é: Por que ensinar atletismo nas de educação física? A partir da análise sob o enfoque do ensino tradicional, analisa-se a proposta de uma nova metodologia abrangente e estruturalista, mais de acordo com os tempos, onde o jogo tem um papel mais relevante no processo de ensino-aprendizagem.
2.1 ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL
	Desde algum tempo o atletismo tem reduzido sua presença nas aulas de educação física. Segundo Zabala (2002) há a crença que parte de alguns professores de que o atletismo: 
a) associa-se a uma concepção de educação física relacionada apenas ao desempenho físico, embora tal visão não seja compartilhada por muitos professores;
b) associa-se a modelos de reprodução metodológicos repetitivos analíticos e pouco atrativos;
c) por ser considerado um esporte onde se prima a marca, o desempenho e só atende apenas aos mais dotados fisicamente, excluindo uma grande maioria de alunos que não tem o perfil para ser considerado um atleta;
d) por ser considerado uma soma de disciplinas diferentes e sem relações entre si, como se se trata-se de vários esportes diferentes, sem qualquer ligação;
e) por sua complexidade técnica que exige que os professores tenham uma formação prévia nas disciplinas específicas, o que dificulta o seu ensino;
f) tem pouco componente lúdico em relação a outros jogos e desportos, de modo que pode ser considerado, por alguns alunos como uma atividade cansativa e desestimulante.
	Além disso, como indicado por Gomes (2016), os alunos consideram o atletismo pouco atrativo dentre as modalidades praticadas em educação física. Ist deve fazer com que o professor reflita sobre suas metodologias utilizadas para ensinar este esporte.
	Com as “falas” dos autores acima descritos acredita-se, portanto, que é necessário que o professor de educação física desconstrua sua forma de ensinar para que possa inserir nos alunos o prazer em partilhar as aulas de atletismo e assim, propor uma nova abordagem para o atletismo com vistas das atuais abordagens de Educação Física. Uma abordagem que atenda às necessidades e interesses dos nossos e aumente a sua presença na escola.
	
2.2 POR QUE ENSINAR ATLETISMO EM EDUCAÇÃO FÍSICA?
	O atletismo deve ter mais presença nos horários da educação física tanto no ensino fundamental quanto médio, Darido e Rangel (2005) sinalizam os motivos: o atletismo tem valor educativo em si mesmo: por sua riqueza motriz, pela grande variedade de habilidades e pelas competências básicas que o compreendem, possui um valor antropológico e cultural implícitos;
	Por último, porque uma boa formaçãoatlética serve de base para o desenvolvimento de outros esportes como os de equipe. E também pode ser um meio para desenvolver os conteúdos de melhorar a condição física.
	De acordo com Kunz (1991) no ensino do atletismo escolar, entende-se que a aprendizagem na metodologia tradicional centra-se na obtenção de resultados. Utilizam-se provas similares às dos atletas adultos dando muito importância na finalização de marcas.
	Lli Júnior (2001, p. 72): 
O ensino tradicional da educação física concentra toda a sua atenção na melhoria técnica, por meio de exercícios de assimilação e progressões metodológicas. Estes se repetem uma vez ou outra de forma analítica e, por vezes global, para que o aluno imite de forma estereotipada um modelo técnico biomecanicamente contrastado. Entendemos que o aluno aprende o setido de “que” e não o de “porque”. 
	Conforme se pode inferir a reprodução de modelos é a principal ferramenta de ensino do professor tradicional. Este formato de ensino pensa-se que não atende a diversidade dos alunos, mas destina-se aos melhores dotados ou aos mais desenvolvidos biologicamente. Finalmente, o modelo tradicional do ensino de atletismo é considerado maçante para a maioria dos estudantes (Zabala, 2002), uma vez que a metodologia é baseada na repetição de gestos e sequências de movimentos.
	O ensino tradicional e o construtivista são abordados de maneira a alcançarem o entendimento maior sobre as mudanças ocorridas na educação ao longo dos anos, ressalta-se aqui o ensino do atletismo na disciplina de Educação Física.
	Segundo Kunz (2006) o modelo estruturalista para a iniciação esportiva apareceu no Reino Unido no início dos anos oitenta, na Universidade de Loughborough, um dos principais núcleos de desenvolvimento. Os professores e Len Almond Rod Thorpe, entre outros, propuseram uma nova maneira de entender a iniciação esportiva em esportes de equipe. O meio principal foi o jogo, exagerando os aspectos táticos e reduzindo os requisitos técnicos para que o aluno pudesse compreender as táticas. 
	Anos mais tarde, na Espanha esta abordagem comprensivista é transmitida com os jogos modificados para iniciação aos esportes de equipe onde as táticas e lógicas internas do adquirem os papéis principais frente a técnica de execução. 	Coiceiro (2005) propõe metodologias de iniciação esportiva diferente da abordagem tradicional, em que toda a atenção é a aprendizagem focada sobre a aprendizagem da criança. Propõe situações pedagógicas, onde partindo do jogo o aluno se volte a ele sempre que sentir necessidade em aprimorá-lo.
	Infere-se que as metodologias apresentadas acima são baseadas no Construtivismo, onde o aluno aprende por experiência e por sempre voltar a uma situação de aprendizagem. 
	Oliveira (2006) chama a atenção para o foco principal das metodologias aplicadas ao atletismo:
· o atletismo não deve ser dominado por um estereótipo do evento adulto, mas deve introduzir ao jovem sobre as possibilidades de ação sujeitas mediante os princípios de corrida, saltos e arremessos;
· a abordagem de ensino deve ser a compreensão e desenvolvimento de atletas e não apenas técnicos;
· deve-se encontrar maneiras de ajudar os jovens a como reconhecer e melhorar seus progressos;
· a competição no atletismo é importante, mas não está organizado concentrando-se em eventos que imitam o adulto. 
	A este respeito incluem a contribuição de Valero e Conde (2003), em que eles denominaram de foco na aprendizagem ludotécnica das disciplinas atléticas. Eles representam uma nova metodologia para lidar com a iniciação ao atletismo no campo escolar. Com base em alguns postulados do paradigma abrangente, propondo uma série de jogos para aprender as técnicas de desenvolvimento global.
	Por outro lado há a abordagem estruturalista das teorias da aprendizagem de Piaget (1896 – 1980); Vygotsky (1896 – 1934) e Ausubel (1918–2008). Eles acreditam que o conhecimento não deve ser elaborado, mas deve ser construído pelos alunos. 
	De acordo com Kunz (2004), o Construtivismo destina-se a partir de princípios básicos em que os alunos constroem seu próprio conhecimento. Para isso, o professor deve levar os alunos à diferentes situações de condução física onde eles têm de se adaptar às atividades previstas.
	Só haverá sentido na prática desportiva dos jovens, se professo e aluno estiverem na mesma direção, trabalhando de forma adaptativa e articulada. Percebe-se que não haverá na escola um esporte pedagógico, puro e educativo se o professor se mantiver no tradicionalismo.
	O atletismo tem uma importância significativa para a educação física, pois a interação do corpo com a mente é essencial para treinar as várias possibilidades que a massa corporal tem para se movimentar. 
	O desenvolvimento no conhecimento e interação com o mundo físico, através da percepção do corpo, em repouso ou em movimento, melhora as possibilidades de movimentos através do atletismo como atividade física, elemento essencial para a saúde, a prática do atletismo é uma tentativa para melhorar as características físicas, tais como resistência cardiovascular, força e flexibilidade (REVISTA PROJETO ESCOLAR, 2007).
	Conforme o que diz a revista isso pode contribuir tanto para crianças quanto para os jovens, em idade escolar, para a aquisição de hábitos saudáveis, melhoria e manutenção da condição física de forma que possam manter durante toda a sua vida. Isso evitará riscos de contribuir para um estilo de vida sedentário ou com tempo de lazer alternativo.
	Vendo o atletismo como um método de promoção da saúde,  através dos inúmeros benefícios da marcha e da corrida  e tendo presente a luta de resistência contra a fadiga física e psíquica,  o meio poluído, as doenças e o envelhecimento a  que estamos sujeitos  diariamente não podemos esquecer que quanto mais fortalecermos uma das faces da resistência, a física, certamente haverá  melhoria em todas as outras. 
	Com a abordagem educacional apropriada pode-se contribuir para o desenvolvimento das competências social e cívica conduzindo atividades individuais e coletivas com o objetivo de facilitar o relacionamento, a integração e o respeito. A promoção das habilidades sociais na educação contribui para o desenvolvimento da solidariedade e da cooperação e o cumprimento das regras que regem o atletismo ajuda o aluno a aceitar os códigos de conduta para a coexistência e preparação para a vida em sociedade.
	
2.3 ENFOQUE LÚDICO DO ATLETISMO
	O lúdico apresenta possibilidades educacionais infinitas que contribuem para a melhoria da criança como um ser humano. Este instrumento de auxílio ao professor evolui à medida que a idade da criança aumenta, ou seja, cada fase da criança exige mudanças do tipo de brincadeira lúdica.
	Segundo Kishimoto (2008, p. 37) “Lúdico é uma forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, através de jogos, música e dança. O intuito é educar, ensinar, se divertindo e interagindo com os outros.” Ou seja, todas as brincadeiras ou jogos que envolvem o ensino aprendizagem podem ser considerados lúdicos.
	Para entender como é necessário utilizar o lúdico como instrumento de aprendizagem é preciso compreender sua gênese como uma experiência cultural, em que o conceito de objeto transicional é fundamental. É preciso lembrar que o bebê usa determinados objetos (cobertores, objetos macios, brinquedos), para liberar todas as tensões e conflitos que permeiam as ausências curtas das mães antes do período de desmame (BORBA, 2009). 
	O que se pode observar é que o lúdico é um fenômeno cultural, uma atividade livre e desinteressada que deve deixar que flua o espírito criativo da criança que precisa aprender a lidar constantemente com a linguagem material para o pensamento e deste para o concreto. 
	Para Huizinga (1996) a cultura é o que faz diferente um círculo social do outro já que se baseia em diferentes formas de pensar, agir, vestir, brincar, na prática de seus costumes e religião. Cada cultura é conduzida de geração a geração tomando diversas formas de como desenvolver-se de acordo com a épocaem que se encontra já que continuamente em cada cultura variam os costumes e as vivencias, mas sem deixar perder suas raízes culturais que são as que que evidenciam sua prática e desenvolvimento do lúdico como tal.
	O referido autor ressalta ainda que a manifestação e o desenvolvimento do lúdico transcendem através de diversas épocas; na Idade Média, no jogo não se utilizavam regras, tudo era muito simples já que se utilizavam poucos objetos, seus jogos eram mais básicos e lentos; na Idade Renascentista a mentalidade mudou em relação ao valor lúdico do jogo já que o jogo torna-se mais coletivo, os jogos populares e tradicionais adquirem força. 
	Na Idade Contemporânea o jogo resgata o tradicional das épocas antigas complementando o desenvolvimento, regras, baseando-se mais no comportamento, atitudes, disposição e desempenho que tem a pessoa frente ao que é o jogo.
	O que fica evidenciado pelo autor é que o jogo, através dos tempos e das culturas, faz parte do processo de integração das pessoas na sociedade e se caracteriza por identificar o tipo de cultura a que pertence.
	De acordo com Huizinga (1996, p. 70):
A riqueza da abordagem lúdica nos jogos reside na sua funcionalidade e na bateria extensa de atividades a serviço do ensino da educação física que permite ao professor da disciplina conhecê-las, modificá-las e aplicá-las em suas aulas introdutórias ao atletismo.
	Às vezes o professor se pergunta como ensinar determinada matéria utilizando o lúdico. O ensino do lúdico é didático e pode ser divertido se o docente souber como utilizá-lo. A atividade de lazer é atraente e motivadora, capta a atenção dos alunos e os incentiva ao raciocínio, ao desenvolvimento da linguagem e na busca por estratégias de jogo.
	Segundo Macedo et al. (2005, p.65):
O jogo é social por natureza já que seus participantes se relacionam e obedecem às mesmas regras que seus oponentes, o lado afetivo se revela na mobilização de emoçoes e de energia. No campo cognitivo são ressaltadas algumas habilidades como: raciocínio, antecipação de jogadas e previsão das consequências das ações.
	O autor revela a importância do jogo na interatividade emocional e cognitiva, porém o professor deve saber utilizá-lo em diversos momentos, é como se fosse o plano B, ou seja, quando a sala se mostra apática, sonolenta diante da explicação de alguma matéria o professor entra com um jogo, com uma brincadeira de roda, de adivinhas, enfim, o lúdico oferece diversas abordagens. 
	De acordo com Macedo (2005), no ensino do atletismo o professor tem mil caminhos a seguir, dentre as estratégias de ensino o autor coloca que para as crianças aprenderem a praticar qualquer modalidade do atletismo, inicialmente precisam ter contato com ela. Citam-se aqui a corrida, o salto e o lançamento de disco e argola. Eles oferecem a aprendizagem da noção de espaço e o uso da força muscular já que a essência desses jogos é o acerto no alvo ajustando a força à distância. Se a opção for outros jogos em grupo, como os de esconder, de corrida, de perseguição, de descoberta, de cartas ou de tabuleiro, o professor deve apresentar possibilidades cognitivas. Quando a criança percebe as diversas maneiras de aproveitar os jogos ela, por si só, presta mais atenção em como eles funcionam e aprendem com maior rapidez.
2.4 AS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO MODELO LÚDICO
	Às vezes o professor se pergunta como ensinar determinada matéria utilizando o lúdico. O ensino do lúdico é didático e pode ser divertido se o docente souber como utilizá-lo. A atividade de lazer é atraente emotivadora, capta a atenção dos alunos e os incentiva ao raciocínio, ao desenvolvimento da linguagem e na busca por estratégias de jogo.
	De acordo com Macedo et al. (2005) a formação contínua dos professores de educação física é um processo que requer o domínio de conteúdos e métodos de ensino, por isso que se tem de confiar em estratégias para alcançar os interesses da criança e auxiliá-las no desenvolvimento do conteúdo.
	Percebe-se a importância da necessidade de formação do professor em relação às estratégias de ensino. Os jogos que exigem raciocínio são muito bem recebidos pelas crianças, pois elas os veem como desafios, gostam de ser desafiadas em suas limitações, a exemplo dos jogos matemáticos.
	Os professores de educação física devem reconhecer a importância de se trabalhar as atividades lúdicas e terem a visão de que elas são mais um instrumento que pode facilitar o ensino e a aprendizagem. Os atos de brincar e jogar, mesmo que não conduzidos intencionalmente para isso, promovem o desenvolvimento do indivíduo.
	Estratégias de ensino devem ser dirigidas especificamente à organização mental e esquemas intelectuais dos alunos. Por esta razão, Oliveira (2006), enfatiza que: (a) o estudante deve ser encorajado a realizar a sua própria aprendizagem (b) a adquirir experiência; (c) as práticas do lúdico devem ser ministradas com metodologias voltadas para a aquisição da aprendizagem.
	Outro ponto que se deseja abordar é a aprendizagem através nas novas tecnologias. Talvez esse fosse um assunto para uma subseção, mas sente-se a necessidade de inserir aqui, pois para a criança que está na educação infantil o computador é, sim, um objeto lúdico.
	Para Castells (2006, p. 219) “O uso dos computadores na educação teve início em 1969 na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA)”. Para o autor a difusão do uso dos computadores pelas universidades trouxe um olhar diferenciado para a educação. 
	O atletismo lúdico com o uso dos computadores proporciona à criança o acesso às novas tecnologias ao mesmo tempo em que as insere em um contexto maior, o da globalização virtual. Com o avanço das tecnologias as maneiras de se ensinar tornaram-se interativas e as crianças, talvez, sejam as que mais dominem a ferramenta computador/internet. As simulações virtuais que envolvem o atletismo a aproxima de um mundo fantástico onde ela poderá ter seu avatar[footnoteRef:1]. [1: Em informática, são figuras criadas semelhantes ao atleta real.] 
	Para Castells (2006) as crianças quando estão realizando alguma atividade no laboratório de informática se sentem muito mais a vontade do que na própria sala de aula. É a linguagem que elas usam atualmente.
	Portanto, percebe-se a importância que há em manter o laboratório de informática de uma instituição de ensino em condições favoráveis ao seu uso. Sabe-se que esses problemas são pontuais, e que, talvez, não sejam difíceis de resolver, os projetos de intervenção escolar que tem foco na utilização do laboratório de informática podem mensurar a necessidade da escola sempre manter esse espaço funcionando adequadamente. Agora, se a escola tem a ausência desse espaço o ideal seria que ela elaborasse um projeto cujo objetivo maior seria conseguir, através de doações de órgãos públicos, pelo menos dez computadores para uso dos alunos.
	Sobre o aprofundamento dos recursos essenciais a considerar no processo de ensino e aprendizagem, se verifica que a técnica de ensino não é o resultado de um elemento concreto, mas uma seleção de conteúdos, gerenciamento de sala de aula, planejamento da tarefa, interações no ensino, ritmo e andamento das atividades.
	Assim Oliveira (2006) explicita que na seleção de conteúdo o professor mantém um controle completo na decisão sobre o que se vai ensinar uma vez que oferece aos estudantes a oportunidade de escolher uma atividade dentro do que se pretende desenvolver (correr, saltar e jogar), e entre as alternativas oferecidas pelas instalações escolares. O professor finalmente decide o conteúdo que está incluído, a ordem das tarefas de aprendizagem, as questões e desafios e os critérios de desempenho ou de desenvolvimento que deve ser dominado por estudantes. 
	Observa-se que neste tipo de atividade os alunos recebem informações do professor de educação física e sabem o conteúdo a ser trabalhado. O controle de da classe envolve vários fatores, inclusive o tempo de cada atividade para que a turma não fique ociosa.
	De acordo com Oliveira (2000) no controle daclasse o professor determina o plano geral, as regras, normas e rotinas da sala de aula. Mantém o controle total da classe, determina a quantidade de tempo gasto em cada tarefa e decidi como se organiza os grupos.
	Infere-se que este modelo de formação pode necessitar de maior quantidade de tempo na organização da classe para preparar a atividade de aprendizagem e obter dos alunos envolvidos na prática os resultados esperados.
	Outro ponto que o professor deve observar está no planejamento das tarefas, esse tipo de ação é o que dá suporte ao professor para que possa conduzir com otimização as atividades de atletismo.
	Para Oliveira (2000) o planejamento é o controle do professor, no entanto, isso não significa que o professor sempre deve segui-lo à risca, ou seja, deve permitir que os alunos tenham curiosidade em aprender coisas diferentes, experimentar novas possibilidades e testar seu potencial físico e psíquico.
	Quanto aos padrões de compromisso Oliveira (2005) sinaliza que este conceito é definido pelo grau de interação do aluno com o conteúdo e através do agrupamento de estratégias utilizadas na estrutura das atividades. Destina-se a conhecer a estrutura que envolve espaço e grupos de alunos. 
	Dentro do lúdico no atletismo há uma variedade de grupos o que permite a avaliação individual, de grupos pequenos e grandes, porém o professor é quem decide quais serão os componentes dos grupos participantes, pois cada membro tem uma especificidade diferenciada.
	Normalmente, as propostas que envolvem o lúdico no atletismo tendem a começar com atividades individuais envolvendo todos os alunos na classe, ao mesmo tempo em que se trabalha em pares e pequenos grupos, para depois trabalhar com grupos maiores de 6-8 alunos. 
	Em relação às interações do ensino do atletismo o professor de educação física deve dar o feedback ao aluno ao direcionar as perguntas e respostas para a classe. Isso não significa que os alunos não podem fazer perguntas, o professor deve determinar os desafios a serem enfrentados pelos alunos e deixar que eles questionem e busquem as respostas.
	A isso Oliveira (2005) reitera que as interações entre alunos e professores ocorrem em todas as fases, e o professor deve fornecer as regras e normas técnicas de segurança necessárias para que os alunos possam praticar as atividades de atletismo como correr mais rápido, saltar ou lançar, com uma natureza interrogativa, onde o professor incentiva os alunos a pensar e explorar diferentes padrões de movimento. 
	Conforme o autor os alunos podem investigar possíveis soluções, variantes de padrão de movimento, alterar a posição de alguns movimentos, trabalhar e compartilhar o seu conhecimento com outros colegas e, assim, colocar sua atividade de atletismo no domínio cognitivo.
	Segundo Oliveira (2005) o professor é a pessoa que determina quando começar a tarefa e quando se tem que parar. Ele define o ritmo global da atividade proposta, bem como cada uma das sessões e tarefas. O professor precisa de tempo para transmitir aos seus alunos a tarefa que foi programada, o tempo varia dependendo da complexidade da mesma, do nível de compreensão exigido pelos participantes e pela organização do material para desenvolver a atividade. 
	Cada aluno tem suas especificidades, seu tempo de realizar as atarefas de acordo com os comandos do professor, alguns apresentam dificuldades e outros não, isso vai depender da facilidade em se locomover para cumprir as atividades a contento.
	Há um tempo esperado para a conclusão de cada tarefa, o que é indicativo para que o professor elabore seu planejamento voltado para as habilidades e competências de cada aluno. O professor deve deixar claro o início e o final de cada atividade além de citar as dificuldades que nela existe. Os critérios para o progresso de uma tarefa para outra, é a grau de motivação, e não o domínio da tarefa (OLIVEIRA, 2005). 
	Destaca-se que o professor deve trabalhar com as crianças atividades que favoreçam a troca, a interação e a socialização valorizando e enriquecendo o desenvolvimento do processo de aprendizagem. Essa socialização é compreendida como base para as percepções, ações e sentimentos dos indivíduos, ou seja, o professor de educação física pode planejar e melhorar as suas mediações, objetivando aprendizagens mais significativas, avaliando e refletindo com mais coerência, a fim de "adequar" constantemente o seu planejamento, buscando uma sintonia com o todo.
2.5 A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA MODALIDADE ATLETISMO
	O conceito inclusão  vem como um entendimento de que  incluir é uma forma de superar a exclusão.  No que diz respeito ao aluno com   deficiência no ensino regular que  a inclusão aparece com o objetivo de garantia  da área de educação especial. De  acordo com Felgueiras (1994, p. 116): 
A inclusão baseia-se fundamentalmente no modelo social da deficiência   [...], para incluir todas as pessoas a sociedade deve ser modificada, a partir do entendimento de que é ela que precisa ser capaz de atender às necessidades de seus membros. Assim, para se analisar o conceito de inclusão se deve analisar também o termo contrário que é a exclusão, onde esses dois termos são partes constituídas de um mesmo  processo. 
	As escolas está ainda no mesmo  sistema tradicional de educação,  aquele processo  de transmissão e memorização de  conhecimento, não estão preocupados  com as diferenças pessoais e culturais  e sim com a reprodução de valores, estes que por sua vez retratam as práticas de exclusão que se tem na sociedade. 
	Nesse sentido, incluir  não significa superação ou ruptura com uma condição de exclusão, visto que todos  nós somos incluídos nas relações sociais. 
Pelo fato das políticas de educação para todos e de escola inclusiva  se apresentarem de forma reduzida  e ambígua fica claro o entendimento  que se tem em relação à educação   das pessoas com deficiência e a  concretude das relações  institucionais.
	Segundo Bueno (1993) o modelo lúdico é listado como inclusivo porque todos os alunos têm acesso simultâneo na apresentação da tarefa e nas abordagens aos desafios e à solução das questões levantadas, com uma sinergia no início e no final de cada atividade.
	Cada aluno tem um lugar nas propostas lúdicas e globais que são feitas com um elevado tempo de envolvimento no tarefa, e um grande número de feedbacks voltadas para os alunos. 
	Dominar habilidades não é um fato comum à todos os alunos, há a possibilidade de os alunos com capacidade motora inferior, terem outros domínios e serem capaz de se sentirem realizados (cognitivo e domínio afetivo) ou alunos que têm excelentes habilidades motoras e encontrem dificuldades na aprendizagem (BUENO, 1993). 
	De acordo com a teoria de Gardner, todos os seres humanos possuem nove inteligências em maior ou menor grau, tal como acontece com os estilos de aprendizagem. Gardner enfatiza que todas as inteligências são igualmente importantes e, portanto, o problema consiste no fato de o sistema não tratá-las da mesma forma. No entanto, a maioria das instituições de ensino incentiva aos professores a conduzirem o processo de ensino e aprendizagem por meio de atividades que promovam a diversidade das inteligências, assumindo que os alunos têm diferentes níveis de desenvolvimento e, portanto, é necessário que as coloquem em prática.
	O tema em questão é assunto para vários debates e pesquisas podendo citar aí algumas teorias. Rousseau, segundo Armstrong (2001), opina que a criança deve aprender através da experiência, assim, se colocam em jogo as relações inter e intra pessoal e as inclinações naturais.
Pestalozzi aposta em um currículo de integração intelectual baseado também nas experiências já Freobel[footnoteRef:2] (fundador dos Jardins de Infâncias) fala da aprendizagem através de experiências com objetos para manipular, jogos, canções, trabalhos (ARMSTRONG, 2001). [2: Nasceu em Oberweißbach em 21 de abril de 1782 e morreu em Schweina, em 21 de junho de 1852, foi um pedagogo alemão com raízes na escolaPestalozzi. Foi o fundador do primeiro jardim de infância.] 
John Dewey enxerga a sala de aula como um micro célula da sociedade onde a aprendizagem se dá através das relações e experiências de seus integrantes (ARMSTRONG, 2001).
A linguagem usa a linguística como centro, mas usa outras: inteligências para alcançar seus objetivos como a música, as atividades manuais, a introspecção. As experiências pessoais colocam em jogo todas ou algumas inteligências dos indivíduos e donde logrará, através delas, a inclinação natural.
Ao definir a inteligência como a capacidade de se tornar uma habilidade que pode ser desenvolvida Gardner não negava o componente genético, mas argumentava que essas potencialidades se desenvolveriam de uma forma ou outra, dependendo do ambiente, experiências de vida ou da educação recebida.
Segundo Miller (1983) nenhum atleta de elite chega ao topo sem treinamento, no entanto eles são bons e suas qualidades são naturais. O mesmo acontece com os matemáticos, poetas, ou pessoas emocionalmente inteligentes. Por isso, de acordo com o modelo proposto por Howard Gardner, todos os seres humanos são capazes de amplo desenvolvimento de sua inteligência, apoiado em suas habilidades e motivação.
	De acordo com Gardner (1995) a teoria básica das inteligências múltiplas podem ser resumidas nas seguintes palavras: todo mundo tem pelo menos nove inteligências ou habilidades cognitivas. Estas inteligências trabalham em conjunto, embora como entidades semi-autônomas. Cada pessoa desenvolve mais do que outras.
	A diversificação do desenvolvimento cognitivo que defende a teoria das inteligências múltiplas veio para indicar linhas de atividades pedagógicas adaptadas às características do indivíduo, veio para indicar modos mais eficazes de comunicação e de aplicações tecnológicas.
	
2.5 PROPOSTAS LÚDICAS: UMA FERRAMENTA NA AQUISIÇÃO DA TÉCNICA ATLÉTICA
	Os recursos metodológicos na educação física na modalidade atletismo existem para otimizar a psicomotricidade das crianças e para que elas se socializem, nota-se que a socialização e as interações são essenciais para o bom desempenho do aluno em todos os níveis de escolaridade, pois a criança vai se tornando capaz de fazer atividades físicas mais variadas, os seus conhecimentos aumentam, ela se familiariza com maior quantidade de objetos, entra em contato com muitas pessoas, ideias e com diversos tipos de sentimentos e expressões. 
Na Educação Infantil, o desenvolvimento da criança acontece através da interação. Ela precisa aprender brincando, precisa de uma atividade física como forma de equilíbrio entre ela e o mundo, e o atletismo escolar deverá ser uma forma de diversão e aprendizado, fazendo com que a criança tenha um desenvolvimento psicomotor completo. Brasil (1998, p. 27):
Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando. Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca.
 Assim, pode-se inferir que cabe ao professor buscar maneiras diferenciadas de apresentar os conteúdos aos alunos, mas nem sempre foi assim, porém com o movimento escolanovista os professores, com raras exceções, deixaram os métodos tradicionais de ensino para adequarem suas aulas ao modelo de ensino contemporâneo. 
	 De acordo com Cunha (1999) a Escola Nova foi um movimento pedagógico e social que teve início no século XIX e se consolidou no século XX. Alguns pensadores, pedagogos e psicólogos de diferentes tendências, mas que têm algo em comum, como acreditam que a criança é um ser capaz e cheio de possibilidades e que, por isso, o professor deve buscar estratégias de organização escolar e de didática, assim como investigar constantemente para chegar a um conhecimento mais profundo acerca da aprendizagem na educação infantil e descobrir novas técnicas de intervenção educativa.
	Compreender o processo de ensino e aprendizagem considerando a abordagem histórico-cultural significa compreender dialeticamente a criança e sua relação com o mundo e com a natureza, inserido num campo de significados. Neste sentido, entende-se o desenvolvimento da complexidade humana num processo interativo que envolve experiências históricas e culturais. A perspectiva de que o homem é resultado das interações sociais que estabelece e ressalta a importância do trabalho coletivo nos processos de formação/capacitação. 
	Destaca-se que o professor deve trabalhar com as crianças atividades que favoreça a troca, a interação e a socialização valorizando e enriquecendo o desenvolvimento do processo de aprendizagem. Essa socialização é compreendida como base para as percepções, ações e sentimentos dos indivíduos, ou seja, o profissional da educação infantil pode planejar e melhorar as suas mediações, objetivando aprendizagens mais significativas, avaliando e refletindo com mais coerência, a fim de "adequar" constantemente o seu planejamento, buscando uma sintonia com o todo.
Pode-se dizer que as metodologias aplicadas na educação infantil não são meras atividades com o fim apenas cognitivo, mas, também, de socialização, conforme o método do pedagogo da Escola Nova, Célestin Freinet. 
	Segundo Ferrari (2015) o método Freinet é um método ativo que promove a socialização através de uma atmosfera adequada, não artificial, e desenvolve técnicas específicas. As atividades realizadas pelas crianças baseiam-se em realização de projetos e serve para fortalecer os vínculos entre eles, habituando-os à cooperação. 	Este autor rompeu com a estrutura das aulas tradicionais fornecendo uma sala comum, com várias oficinas específicas tais como jardinagem e biblioteca que eram acessíveis à todos os alunos. 
	A aplicação de um método próprio para a socialização da criança dentro do ambiente escolar tem sido, um tema pertinente amplamente estudado e discutido e debatido no campo da pedagogia devido à sua importancia e complexidade , e têm diferentes abordagens apresentadas, o objeto de atenção do sistema escolar e, principalmente, dos educadores, por isso é considerado um campo interdisciplinar de estudo em que muito se tem teorizado dependendo do tempo e correntes dominantes.
	
3 METODOLOGIA 
	A pesquisa utilizada neste projeto o será a pesquisa de forma explicativa, tem o objetivo de identificar fatores que contribuem para a ocorrência de um fato. Segundo Vergara (2005) a investigação explicativa tem como principal objetivo tornar algo inteligível justificar-lhe os motivos. Visando, esclarecer os fatores contribuintes de alguma maneira, para o acontecimento de um determinado fato. Quanto aos métodos a pesquisa terá caráter bibliográfico, por fazer-se de livros, artigos e materiais publicados e encontrados na internet.
	Após a realização da coleta dos dados, transformados em conhecimento será realizada a apuração das informações de forma a ser refinada e tratada para uma obtenção de maior qualidade para trazer ao leitor, sendo as informações obtidas dos referenciais teóricos analisados.
 	E os resultados esperados são uma tentativa em mostrar como o lúdico pode ser trabalhado em educação física escolar especialmente nas aulas de atletismo, pois os alunos têm necessidades de ire mais além das aulas de educação física na modalidade do jogo com bola. 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
	As habilidades que deve ter um professor de educação física que atua em todos os níveis escolares perpassam por todos os métodos de ensino, e para usar o lúdico nas aulas de atletismo esse professor necessita ter um profundo conhecimento sobre as características de cada aluno, suas habilidades motoras. Seu nível cognitivo e emocional, com destaque para a criança, pois é o período de ouro da aprendizagem psicomotora, é a fase adequada para a introdução de técnicas de de movimentos que envolvem o atletismo. 
	É uma fase de grande estabilidade emocional, onde a criança é capaz de usar a lógica e gerar processos cognitivos mais complexos, com a capacidade de prestar atenção e ligar várias unidades deinformação ao mesmo tempo.
	Esse trabalho tenta mostrar como as atividades lúdicas no atletismo podem conduzir a criança ao desenvolvimento e como tais tornam-se atrativas para a criança. Este  processo de crescimento começa na escola, com a ajuda do professor e com as relações afetivas que acompanham esta ajuda.  	
	As atividades recreativas envolvendo o atletismo são um instrumento útil para a aquisição de competências, pois funciona como um importante  aprendizado e não como um jogo insignificante. Além disso, atividades recreativas favorecem a expansão das necessidades e dos desejos reprimidos das crianças dentro de seu ambiente familiar.
	Os professores de educação física são encorajados a respeitar os movimentos corporais dos alunos em atividades lúdicas  individuais e em grupo espontâneos e devem usar como instrumento que viabiliza várias situações. 
	Assim, acreditamos  na relevância do trabalho por considerar  que o atletismo é de suma importância nas aulas de educação física escolar, e ao trabalhá-lo de forma lúdica o professor estará incentivando o aluno a aproveitar-se dos movimentos que seu corpo pode fazer.
	Espera-se que este trabalho venha  a ser um suporte a mais nas aulas de educação física que envolve o atletismo e de quem dele se valer, é uma porta que se abrirá para a mudança do fazer pedagógico dos professores da referida disciplina e do próprio autor deste artigo.	
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