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Descriminalização e legalização do aborto no Brasil

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Disciplina:
Descriminalização e legalização do aborto no Brasil – conceitos pros e conceitos contrários.
	Consoante lição do professor Cleber Masson: “Aborto é a interrupção da gravidez, da qual resulta a morte do produto da concepção”.[footnoteRef:1] O processo de determinação do que se considera vida é um dos grandes embates do mundo jurídico, dividido em correntes, que defendem a existência de vida imediatamente a concepção, quanto há aqueles que se afiliam a ideia de que só se considera vida após o 1º trimestre de gestação. [1: MASSON, Cleber. Direito Penal: parte especial: arts. 121 a 212. – 11. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2018. P.104.] 
	Essa discussão sobre o marco inicial da vida é tão importante que ela chega a ser suscitada pelo de jurista e Desembargado Guilherme de Souza Nucci, em sua obra sobre o Código Penal comentado:
A vida é igualmente protegida pelo ordenamento jurídico desde o instante da concepção. Enquanto está em fase intrauterina, trata-se de aborto matar o ser humano em gestação. Quando a vida fora do útero materno principia, é natural tratar-se de homicídio – ou infanticídio, conforme a situação. Entretanto, há polêmica acerca do início da vida extrauterina para efeito de diferenciar o homicídio (ou infanticídio) do aborto.[footnoteRef:2] [2: Nucci, Guilherme de Souza. Código penal comentado. – 17. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.P.443.] 
	
No Código Penal há previsto quatro tipos penais que abrangem formas diferentes de interrupção da vida intrauterina, entre os artigos 124 até 127, sendo que o legislador não ignorou situações em que a vida da gestante encontra-se em risco de morte, ou que a gestação decorra de um crime tão cruel para a mulher como o estupro.
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.[footnoteRef:3] [3: BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848 de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível em Acesso em 17 set. 2021.] 
Ultrapassada todas essas ponderações é possível avançar a análise da temática central do trabalho, que seja a apresentação dos fundamentos prós e contras para descriminalização do aborto. Os pontos apresentados a seguir são fundados nas motivações expostas na Audiência Pública realizada no Supremo Tribunal Federal em agosto de 2018, em razão da ADPF 442, ajuizada pelo partido político (PSOL), que questiona os artigos 142 e 126, do CP e postula a descriminalização do aborto realizado nas primeiras semanas de gestação.[footnoteRef:4] [4: IBDFAM: STF encerra audiência pública sobre a descriminalização do aborto. Ibdfam.org.br. Disponível em:<https://ibdfam.org.br/noticias/6715/STF+encerra+audi%C3%AAncia+p%C3%BAblica+sobre+a+descriminaliza%C3%A7%C3%A3o+do+aborto>. Acesso em: 17 Set. 2021.] 
Pontos favoráveis a descriminalização: um dos primeiros pontos levantados é acerca da autonomia da mulher sobre seu corpo, fundamento este que sustenta que o feto é uma parte do corpo da gestante e não um novo ser ou um novo corpo dentro ventre da mulher.
Há um segundo argumento que está relacionado a critérios socioeconômicos, arguindo que famílias de baixa renda devem passar por controle de natalidade, devendo ser ofertado também a possibilidade do aborto, em ocorrendo a gestação indesejada para mães de muitos filhos ou de hipossuficiência financeira acentuada.
Outro argumento está relacionado a questões emocionais, em que a gestante ou foi abandonada ou não goza das condições necessárias para o prosseguimento da gestação, sem que isso leve a um comprometimento de suas faculdades físicas, psíquicas e emocionais.[footnoteRef:5] [5: LINS, Renata Souza Macedo. Criminalização e descriminalização do aborto na audiência pública do Supremo Tribunal Federal. 2020. Dissertação de Mestrado. Disponível em Acesso em 17 set. 2021] 
Pontos desfavoráveis a descriminalização: o primeiro argumento é alinhado para muitos com a tônica central do ordenamento jurídico, que seja a defesa da vida desde o momento da concepção, assim o aborto seria um ato contra a dignidade da pessoa humana, atentando contra a inviolabilidade do corpo humano. Tudo isso em razão, do argumento de que são dois corpos, e não apenas o corpo da gestante.
São suscitados argumentos relacionados a ética, a moralidade e a religião, aduzindo que a maldade inserida no ato de colocar fim a vida de um filho pode assombrar e causar sofrimentos e remorso as mulheres. As alegações relacionadas ao sentimentalismo e a critérios culturais, sempre tentam reforçar que é contra a natureza e os instintos humanos o cometimento de tal pratica.
Não há qualquer dúvida de que esse assunto é cercado por uma intensa e acirrada discussão, que está distante de um consenso e que não terá uma decisão que terá o condão de harmonizar as vontades e manifestações dos contrários e favoráveis.
 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848 de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível em Acesso em 17 set. 2021.
IBDFAM: STF encerra audiência pública sobre a descriminalização do aborto. Ibdfam.org.br. Disponível em:<https://ibdfam.org.br/noticias/6715/STF+encerra+audi%C3%AAncia+p%C3%BAblica+sobre+a+descriminaliza%C3%A7%C3%A3o+do+aborto>. Acesso em: 17 Set. 2021.
LINS, Renata Souza Macedo. Criminalização e descriminalização do aborto na audiência pública do Supremo Tribunal Federal. 2020. Dissertação de Mestrado. Disponível em http://www.repositorio-bc.unirio.br:8080/xmlui/bitstream/handle/unirio/13239/Lins,%20Renata.Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado.pdf?sequence=1Acesso em 17 de set. 2021.
MASSON, Cleber. Direito Penal: parte especial: arts. 121 a 212. – 11. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2018. P.104.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. – 17. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.P.443.

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