Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisioterapia na Saúde do Neonato Afecções Cardiorespiratórias, Neurológicas e Ortopédicas em Neonatologia 1 SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO NÃO ESTRUTURAÇÃO ALVEOLAR, IMPEDINDO ASSIM A TROCA GASOSA ADEQUADA. Alvéolos em formação e, dependendo do estágio em que se encontra o interstício não permite adequada composição capilar e acinar, alterando a relação V/Q. O ar oxigenado entra nas vias de condução, mas não consegue chegar ao capilares para serem levados aos tecidos. Provoca hipoventilação com cianose e insuficiência respiratória; Pode haver colabamento (sem estruturação alveolar para que haja troca gasosa); Aumento da frequência respiratória; Ativação da musculatura acessória da respiração; Ativação de medidores inflamatórios pulmonares; Recrutamento de células mesenquimais (possuem facilidade em se dividir e proliferar – células tronco); Ativação do sistema de coagulação. Forma-se uma membrana clara e gelatinosa dentro dos alvéolos decorrente desses agentes, restos celulares e muco – DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA. A deficiência de surfactante, que, na verdade, é um fator para manter a tensão superficial, resulta em colapso alveolar (o alvéolo murcha, simplesmente) A gravidade da doença, sua mortalidade e seu tratamento são determinados pelas condições da gestação e parto prematuro, sinais de insuficiência respiratório e o diagnóstico radiológico, com imagens com infiltrados reticulogranulomatosos e broncogramas aéreos, indicativos de áreas com pouca aeração e lesões inflamatórias. TRATAMENTO SUPORTE VENTILATÓRIO ADMINISTRAÇÃO SURFACTANTE EXÓGENO HIDRATAÇÃO AQUECIMENTO CONTROLE DOS SINAIS VITAIS TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RECÉM-NASCIDO Desconforto respiratório neonatal nas 6 primeiras horas de vida acompanhado de cianose, taquipneia e alterações radiológicas como hiperinsuflação pulmonar e aumento da trama vasobrônquica que regride em até 5 dias após o nascimento. Crianças a termo (entre 38 e 42 SIG); Afecção benigna; Crianças nascidas de parto tipo cesárea. CARACTERÍSTICAS DESCONFORTO RESPIRATÓRIO; BATIMENTO DA ASA DO NARIZ; RETRAÇÃO INTERCOSTAL; GEMIDO EXPIRATÓRIO GASOMETRIA ARTERIAL demonstra ligeira baixa na PaO2 com leve hipercapnia e equilíbrio ácido-básico normal. CIANOSE (corrigida com suplementação de oxigênio). TRATAMENTO PRESSÃO POSITIVA (Auxilia na reabsorção desse líquido pelos capilares pulmonares) FISIOTERAPIA (manobras de expansão pulmonar SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO DE MECÔNIO IMPREGNAÇÃO DE MECÔNIO NAS VIAS ÁEREAS NO RN DEVIDO AO SEU ACÚMULO NO LÍQUIDO AMNIÓTICO CRIANÇAS ACIMA DE 40 SIG (37-40 SIG) Algumas crianças eliminam o mecônio ainda intraútero, podendo sinalizar um sofrimento fetal (bolsa rompida mais de 24 hr, espaço intraútero pequeno). FATORES DE RISCO DESLOCAMENTO PRÉVIO DE PLACENTA E TOXEMIA GRAVÍDICA Forçam o amadurecimento dos órgãos, principalmente o intestino que, com seus movimentos peristálticos e liberação esfincteriana, causa da eliminação do mecônio. COMPRESSÃO DO CORDÃO UMBILICAL NO ÚLTIMO TRIMESTRE GESTACIONAL OU CIRCULAR DE CORDÃO. Diminuição do aporte sanguíneo. 2 Aumento do peristaltismo fetal e relaxamento do esfíncter anal, com a eliminação do mecônio. O QUE PODE ACONTECER ? OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS; PNEUMONIA; ATELECTASIA; COLAPSO ALVEOLAR; ENFISEMA INTERSTICIAL; PNEUMOTÓRAX; PNEUMOMEDIASTINO. RAIO X: áreas de hiperinsuflação e áreas de atelectasia, além de infiltrados intersticiais. CARACTERÍSTICAS Impregnação de mecônio na face, unhas e corpo; Desconforto respiratório com piora do BSA; Cianose; Hipoxemia; Gasometria arterial com acidose respiratória e hipoxemia. TRATAMENTO MONITORAR O PRÉ-NATAL Verificando alterações no líquido amniótico e vitalidade fetal No momento do parto, realiza-se aspiração traqueal e de vias aéreas para a retirada do excesso de mecônio, sendo necessário encaminhamento para cuidados intensivos e talvez ventilação articia NA UTI TRATAR A GRAVIDADE DOS SINAIS (impregnação de mecônio em vias aéreas e cianose, bradicardia ou parada cardiorrespiratória). MANTER O EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO E HIDROELETROLÍTICO; AQUECIMENTO; ANTIBIOTICOTERAPIA; SURFACTANTE EXÓGENO (se necessário); CORTICÓIDES; FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA. HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE NEONATAL PODE OCORRER EM RNPT OU RNT Síndrome respiratória no momento do parto ou no pós-parto imediato, com aumento da resistência vascular pulmonar, desconforto respiratório, edema agudo de pulmão e alterações na ventilação e perfusão. Ausência da diminuição fisiológica da pressão da artéria pulmonar ao nascimento, com consequente manutenção de um Shunt D-E pelo canal arterial e pelo foram oval. FATORES DE RISCO Persistência do forame oval; Síndrome de aspiração de Mecônio; Hérnia diafragmática; Pneumonia neonatal; Sepse. Pode ocorrer insuficiência respiratória nas 6 primeiras horas de vida e hipoxemia, com agravamento do quadro ao longo das primeiras 24 horas. TRATAMENTO – MEDIDAS GERAIS PARA PACIENTES GRAVES VENTILAÇÃO MECÂNICA; OXIGENAÇÃO POR MEBRANA EXTRACORPÓREA – circuito que fornece oxigenação adequada e retirada de CO2 que é instalada via cateter central; ÓXIDO NÍTRICO INALATÓRIO – ventilação com gás que é acoplado ao VM par auxiliar na entrada de O2 pela membrana alvéolo-capilar. PROGNÓSTICO RESERVADO – 40% EVOLUEM PARA ÓBITO. A morbidade está relacionada às lesões cerebrais (motoras e cognitivas) e pulmonares. PREVENÇÃO – Evitar cesáreas eletivas e melhorar a monitorização dos recém�nascidos no pós-par PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL E COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR Decorrentes de prematuridade ou da inabilidade do coração em manter a circulação neonatal. PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL ocorre por não haver fechamento do canal que liga as artérias aorta e pulmonar, que antes do nascimento se interligavam para manter os fluxos e pressões constantes entre os pulmões e o organismo. No RNPT a PCA pode ficar por mais tempo que o esperado (até 72 horas). Neste caso medicamentos vasoconstritores vão forçar seu fechamento. A comunicação interventricular pode ocorrer por má- formação fetal, principalmente decorrente de doenças maternas como rubéola. Pode haver vários orifícios ou comunicações no septo interventricular, então o sangue passa do lado esquerdo para o direito, também ocasionando hiperfluxo pulmonar As crianças apresentam: Cansaço às mamadas, taquipneia, edema agudo de pulmão, sinais de insuficiência respiratória. TRATAMENTO CIRURGIA – Decorrente do grau de hipertensão pulmonar. 3 FISIOTERAPIA – Responsável por diminuir os efeitos da insuficiência respiratória, trazendo maior conforto ao recém-nascido. HEMORRAGIA PERI- INTRAVENTRICULAR OCORRE EM APROXIMADAMENTE 45% DOS RECÉM NASCIDOS DE EXTREMO BAIXO PESO Destes 45% a 85% terão um déficit cognitivo ou motor OCORRE NAS PRIMEIRAS 24 HORAS DE VIDA. Seus sinais são, de acordo com a gravidade do sangramento AUTORREGULAÇÃO CEREBRAL Para manter o fluxo sanguíneo cerebral constante pode haver vasoconstrição com isquemia ou vasodilatação com hiperperfusão, principalmente se este RN tem menos de 30 SIG DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRAFIA (Primeiros 7 dias em recém- nascidos antes de 30 semanas e depois por volta de 36 semanas para verificar a ocorrência de leucomalácia e/ou ventriculomegalia). CONSEQUÊNCIAS AUMENTO DA PRESSÃO INTRACRANIANA (PIC) ENCEFALOPATIA CRÔNICA APNEIA DA PREMATURIDADE IMATURIDADE DO SISTEMA NERVOSO DEVIDO À IRREGULARIDADE DE ESTÍMULOS RESPIRATÓRIOS. PTM não possui comando neural amadurecido e a criança cessa os movimentos respiratórios. Alta incidência em RN menoresque 29 SIG ou de baixo peso. CENTRAL - O sistema nervoso central não reconhece a necessidade de ventilação e cessa o fluxo de ar não havendo movimentos respiratórios. OBSTRUTIVA – Há movimentos respiratórios, mas o fluxo de ar não existe. MISTA – Pode haver episódios de apneia central e obstrutivos. HIPER OU HIPOTERMIA, DÉFICIT DE OXIGENAÇÃO, DISTÚRBIOS METABÓLICOS, INFECÇÃO, REFLUXO GASTROESOFÁGICO E DROGAS A causa deve ser amenizada ou dizimada para ter uma melhora no manejo da apneia. FISIOTERAPIA: Auxilia nos movimentos respiratórios desse bebê com posicionamento na posição PRONA - melhorando o acoplamento toracoabdominal e estimular o diafragma. PREVENÇÃO Monitorização adequada da gestação, evitando partos de risco ate a prevenção da apneia no neonato. PÉ TORTO CONGÊNITO E LUXAÇÃO CONGÊNITA DO QUADRIL DECORRENTES DE ALTERAÇÕES INTRAÚTERO Causam deformidades após o nascimento com acometimento motor e atraso em algumas aquisições motoras. Deformidade decorrente de mau posicionamento ou má formação do pé envolvendo partes ósseas e moles, podendo acometer ambos os pés (aproximadamente 50%). ETIOLOGIA DESCONHECIDA! Relacionada ao mau alinhamento ou postura intraútero, compressão mecânica, más formações osteomusculares e defeitos genéticos. ALTERAÇÕES NO TÁLUS E CALCÂNEO COM EQUINO ACENTUADO Angulação do calcâneo em varo e o navicular em posicionamento medial Encurtamento de ligamentos e musculatura de membros inferiores PÉ EQUINO-CAVO VARO Posição de inversão forçada, também chamado de “taco de golfe” PÉ METATARSO-VARO Desvio do antepé para a linha mediana e a sola do pé tem na sua borda lateral o formato da letra C PÉ EQUINO CALCÂNEO VALGO Apresenta-se flácido e em dorsiflexão exagerada, na qual a face dorsal do pé toca a face anterior do terço inferior da tíbia PÉ TALO VERTICAL – “pé em mata-borrão” por talo vertical Inversão do arco plantar por uma face plantar convexa, com rigidez à manipulação. 4 TRATAMENTO INÍCIO NOS PRIMEIROS DIAS DE VIDA. GRAU LEVE: Regride espontaneamente por volta de quatro semanas. GRAU ACENTUADO: Tala gessada com troca semanal, bom prognóstico e correção em aproximadamente seis semanas. CASOS GRAVES: Cirurgia de correção e melhor posicionamento do pé. LUXAÇÃO CONGÊNITA DO QUADRIL – LCQ Decorrente de mau posicionamento intrauterino. Definido pelo deslocamento da cabeça femoral para fora da cavidade acetabular. Maior incidência no sexo feminino e lado esquerdo, podendo também ser bilateral. FATORES DE RISCO Macrossomia fetal (Neonato acima de 4000g – 4500g); Idade Gestacional acima de 40 semanas; Idade materna acima de 35 anos; Primigesta; História familiar; Posição fetal pélvica; Alterações morfológicas de membros inferiore DIAGNÓSTICO Manobras realizadas ao nascimento ou nas primeiras horas de vida (Manobra de Barlow e de Ortolani e Silnal de Galeazzi); Imagens radiológicas; Ultrassom. TRATAMENTO Instalação do suspensório de Pavlick (órtese flexível que mantém o quadril a 90º em flexão e entre 30 e 60º em posição de flexão de membros inferiores.. Aparelhos gessados ou o aparelho de Milgran (órtese que matém os membros inferiores abduzidos) até o início da marcha. CIRURGIA Apenas se não houver ajuste da luxação. Fisioterapia de acompanhamento para evitar ou minimizar as sequelas que podem ser encurtamento de um membro inferior ou artrose de quadril. PARALISIA BRAQUIAL OBSTÉTRICA É uma afecção decorrente de um tocotraumatismo. Paralisia Flácida Parcial ou Total que acomete o Membro Superior decorrente da lesão do plexo braquial causada pelas manobras do parto. Lesão ou ruptura das raízes nervosas de C5 a T1 FATORES DE RISCO Macrossomia fetal (Neonato acima de 4000g – 4500g); Obesidade e diabetes materna; Apresentação pélvica. ETIOLOGIA Origem traumática, causada por tração do plexo braquial e consequentemente lesão das fibras nervosas e graus diversos de estiramento, ruptura ou avulsão das raízes nervosas do plexo braquial. MEMBRO SUPERIOR ACOMETIDO APRENSENTA-SE FLÁCIDO E DOLOROSO Á PALPAÇÃO ERB-DUCHENNE - 75% dos casos e acomete as raízes de C5 e C6. O membro superior apresenta-se em rotação interna e pronação do antebraço, com impossibilidade de abdução ativa do ombro e mãos fletidas ligeiramente PARALISIA DE KLUMPKE - Lesão de C8 a T1. Ombros preservados, e outras partes do membro superior apresentam-se flácidas com déficit sensitivo PARALISIA BRAQUIAL COMPLETA - Lesão de C5 a T1. Todo o membro é flácido sem resposta sensitiva DIAGNÓSTICO EXAME CLÍNICO - O neonato apresentará dificuldade nas respostas reflexivas e padrão motor ELETRONEUROMIOGRAFIA – Determinará a extensão da lesão e comprometimento neuromuscular. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA – Há alterações como deformidade em ossos ou articulações TRATAMENTO CONSERVADOR - Imobilização por duas a três semanas. CIRÚRGICO – Casos de não recuperação da atividade do músculo bíceps braquial até o 3º mês de vida, sendo necessário um enxerto nervoso.
Compartilhar