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Aula 3 - Neuropsicologia das motivações PPB II

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O cérebro motivado
https://www.youtube.com/watch?v=bQvYZ0TkHjk
O cérebro motivacional
Relação entre cérebro e motivação
O cérebro não é apenas o centro racional;
Estimula ânsias, necessidades, desejo e diversas emoções;
Todos os estados motivacionais envolvem a participação cerebral;
Órgãos corporais
Cérebro
Estímulos elétricos
Estímulos químicos
Três princípios do cérebro motivado
Estruturas cerebrais específicas geram estados motivacionais específicos
Agentes bioquímicos estimulam essas estruturas cerebrais
Os agentes do dia-a-dia fazem os agentes bioquímicos entrarem em ação
Exemplo 1: Fome
Privação de alimento
Evento ambiental
Produção de grelina
Agente bioquímico
Estímulo ao hipotálamo
Estrutura cerebral ativada
Experiência de fome
Estado motivacional
Exemplo 2: Medo
Presença de agente perigoso
Evento ambiental
Produção de serotonina e noradrenalina
Agente bioquímico
Estímulo à amígdala
Estrutura cerebral ativada
Experiência de medo
Estado motivacional
MOTIVAÇÃO: APROXIMAÇÃO X EVITAÇÃO
Como você compreende o termo “motivação”?
O que é uma pessoa motivada?
A não ação ou a ação de evitação podem ser considerados estados motivacionais?
O cérebro motivacional é composto de estruturas que promovem:
Respostas de Excitação
Aproximação (Sim, quero isso); Evitação (Não quero isso); Respostas de Excitação
Principais estruturas motivacionais do cérebro
Hipotálamo
Regula atos de: comer, beber e copular;
Atua na regulação do processo de sono/vigília;
Controle da glândula pituitária;
A glândula pituitária regula o sistema endócrino; suprarrenais (hormônios) resposta de luta e fuga.
Controle do SNA: simpático (excitação) e parassimpático (relaxamento);
Disfunções e lesões
Lesão no núcleo ventromedial: aumento da agressividade;
Retirada do hipotálamo: extinção quase total da agressividade;
Lesões bilaterais: descontrole alimentar e da sede;
Feixe prosencefálico medial
Constitui a principal via de ligação do sistema límbico com a formação reticular;
Estimulação: cria a sensação de prazer (tal qual no reforço positivo)
Em seres humanos, gera sensações positivas;
Amígdala
Detecta e responde a eventos ameaçadores;
Agressividade ou evitação;
Relação com a experiência de medo;
Responsividade emocional;
Envolvida na percepção das emoções e das expressões de outras pessoas;
Relação com a ação que será tomada após contato com alguém que manifesta uma emoção (ameaça? Acolhimento? Fúria?...)
Por que algumas situações de medo não possuem origem explícita?
Amígdala envia projeções para outras partes do cérebro, ativando estados emocionais;
Há poucas vias de retorno das informações enviadas;
Experiência prioritariamente pré-cortical
Emoções provenientes da ação da amígdala (ex: emoções “negativas”, como medo e raiva) podem superar a cognição;
Retorno como mensagens de calma são relativamente poucas em comparação aos sinais de alerta;
Lesões e estimulação na amígdala
Lesões ou estimulações desta área em animais resultam em alterações do comportamento alimentar ou da atividade das vísceras;
Em animais as lesões da amígdala resultam cm uma domesticação do animal com um quadro hiper-sexual;
Lesões bilaterais do corpo amigdaloide resultam em considerável diminuição da excitabilidade emocional dos indivíduos portadores de distúrbios de comportamento, manifestados pela agressividade;
Lesões em macacos: ausência de medo;
Estimulação: animais desencadeia comportamentos de fuga ou de defesa, associados à agressividade.
(MACHADO, 2002)
Circuito septo-hipocampal
Ação integrada de diversas estruturas límbicas: área septal, hipocampo, giro cingulado, tálamo, hipotálamo...
Interconexão com o córtex;
Relacionado à memória e aprendizagem;
Prevê a emoção associada a eventos futuros;
Antevê a experiência de prazer ou ansiedade;
Hipocampo: modo OK/modo não-OK
Você hoje saiu de casa ou do trabalho e veio para a faculdade. Chegando aqui, encontrou a sala aberta, alguns alunos nas cadeiras, as luzes acesas e o computador ligado;
O que aconteceria se você chegasse e as luzes estivessem apagadas, não encontrasse nenhum colega ou professor e a sala estivesse fechada?
Estado motivacional específico;
Drogas ansiolíticas comprometem essa função;
Formação reticular
Excitação e despertar de preocupações motivacionais e motivacionais;
Excita o córtex para a realização de tomadas de decisões;
Relaciona-se com a regulação do sono;
Controle eferente da sensibilidade;
Controle da motricidade somática;
Controle do sistema nervoso autônomo;
Controle neuroendócrino;
Integração de reflexos;
Córtex Pré-frontal e Afeto
Estimulações sensoriais (visões, cheiros, gostos) chegam ao sistema límbico e ativam reações automáticas;
Aspectos corticais podem agir promovendo tais estimulações no sistema límbico;
Córtex pré-frontal
Metas e objetivos
Pensamentos estimulam o córtex
Lado direito: sentimentos negativos;
Lado esquerdo: sentimentos positivos;
NEUROTRANSMISSORES
Mensageiros químicos que estimulam sinais entre neurônios e provocam estados neurais, mentais e motores específicos;
(MACHADO, 2002)
MOTIVAÇÃO:
quatro vias neurotransmissoras relevantes
DOPAMINA — que gera sensações agradáveis associadas à recompensa (Montague, Dayan & Sejnowski, 1996); 
SEROTONINA — que influencia o humor e a emoção (Schildkraut, 1965); 
NOREPINEFRINA — que regula a excitação e o estado de alerta (Heimer, 1995; Robbins & Everitt, 1996); 
ENDORFINA — que inibe a dor, a ansiedade e o medo, gerando sensações agradáveis para contrabalançar essas sensações negativas (Wise, 1989).
Ações neuroquímicas: a dopamina e o sistema de recompensas
Dopamina gera sensações agradáveis;
Uma das funções da dopamina é controlar os movimentos voluntários;
Deficiência relacionada ao Parkinson;
A dopamina é liberada em antecipação a uma recompensa;
A pessoa se antecipa para abordar eventos ambientais;
Ex: cheiro de comida; visão do mar; expectativa com o dia do salário;
Gera motivação a fazer mais, após a conclusão do ato recompensador;
Não é o ato de comer os biscoitos que faz o cérebro liberar a dopamina mas, em vez disso, é a antecipação da recompensa da refeição que provoca a liberação de dopamina.
Importância das visualizações criativas, viagem de fantasia, imaginação ativa, meditações.
Entretanto, se as coisas se saem melhor do que o esperado durante o sexo ou a 
refeição, a liberação de dopamina continua, da mesma maneira que a boa sensação correspondente.
DOPAMINA
Liberação de dopamina desencadeia uma positividade emocional, e o afeto positivo resultante produz um funcionamento melhorado, tal como aumento da criatividade e insights para a resolução de problemas (Ashby, Isen & Turken, 1999).
Curso de ação 
regulada pelas informações fornecidas pela produção de dopamina da área tegmental ventral (ATV).
o padrão de liberação é previsível em proporção à recompensa que a pessoa espera receber e à que de fato recebe.
Aumento na liberação de dopamina
Informa que um determinado curso de ação está produzindo mais recompensa do que havia sido antecipado.
Decréscimo na liberação de dopamina
Informa quando os eventos se sucedem de maneira pior que o esperado.
BIOLOGIA DA RECOMPENSA
A liberação de dopamina não só assinala a perspectiva de uma recompensa iminente, mas também nos ensina quais eventos no ambiente são compensadores.
APRENDIZAGEM
a geração de sensações agradáveis ocorre não só em decorrência de eventos recompensadores, mas também devido a recompensas imprevistas e inesperadas. 
A liberação de dopamina após o recebimento de uma recompensa inesperada é algo que permite às pessoas aprenderem a significância motivacional desse evento.
Portanto, a ativação da via da dopamina desempenha papel significativo na biologia da recompensa.
Experimentos:
A liberação de dopamina é prazerosa e compensadora.
Tanto em um caso como no outro, as cobaias são colocadas em uma gaiola na qual podem pressionar uma barra com as patas dianteiras. Quando a barra é pressionada,ativa-se um interruptor que aplica no animal uma pequena estimulação elétrica ou uma pequena dosagem da droga. 
Uma vez que a cobaia controla quando o cérebro é estimulado (porque depende da sua escolha pressionar ou não a barra), o animal pode então produzir sua própria estimulação intracraniana e/ou a auto-aplicação da droga.
As pesquisas sobre a estimulação intracraniana revelam que os animais pressionam a barra que estimula as estruturas cerebrais associadas à liberação de dopamina. 
E as pesquisas com a auto-aplicação de drogas mostram que os animais pressionam a barra que os faz receber drogas psicoestimulantes, como a anfetamina e a cocaína (Roberts, Corcoran & Fibiger, 1977).
DOPAMINA E AÇÃO MOTIVADA
A liberação de dopamina também ativa as respostas voluntárias de aproximação direcionadas para a meta.
A estimulação da via da dopamina aumenta a probabilidade de ocorrência do comportamento de aproximação (Morgenson, Jones & Yim, 1980) — em parte porque as sensações agradáveis criam uma motivação para a aproximação e, em parte, porque a ativação do sistema motor libera o comportamento de aproximação direcionado para a meta.
Exemplo: cheiro dos biscoitos de chocolate, a liberação de dopamina gera não só sensações positivas, mas também o comportamento de busca motivada necessário para a pessoa encontrar e consumir o alimento desejado.
A liberação de dopamina é, portanto, um mecanismo neural pelo qual a motivação se traduz em ação (Morgenson, Jones & Yim, 1980).
A Motivação Não Pode Ser Separada do Contexto Social em que Está Inserida
As pessoas têm necessidades, tais como as de sobrevivência, crescimento e bem-estar. E o mundo social oferece um ambiente repleto de eventos que atendem e ameaçam essas necessidades.
Uma relação entre duas pessoas pode ser calorosa e proveitosa, mas também pode ser fria e cruel.
Dessa maneira, para respondermos a perguntas do tipo “Como posso motivar a mim mesmo?” e “Como posso motivar aos outros?”, 
Podemos utilizar o conhecimento que temos do cérebro para criar ambientes sociais que atuem como estimulantes naturais da motivação e da emoção no cérebro.
PREPARAÇÃO DOS ESPAÇOS DE CUIDADO
Os pesquisadores que atuam nas escolas, nos locais de trabalho, em clínicas e estádios sabem que o estado motivacional de um indivíduo não pode ser dissociado do contexto social em que ele está inserido.
Nem Sempre Temos Consciência da Base Motivacional do Nosso Comportamento
A despeito do fato de que as pessoas podem frequentemente fornecer motivos imediatos e satisfatórios que expliquem seu comportamento, alguns atos motivados são impulsivos, e as razões pelas quais os fazemos não são claras, mesmo para nós que os praticamos. 
Alguns motivos têm suas origens em estruturas não-lingüísticas, e estão, portanto, muito menos disponíveis à nossa atenção consciente e ao relato verbal. 
Esses são os motivos originados nas estruturas emocionais límbicas, e não nas estruturas do córtex cerebral, sede da linguagem. 
Tais motivos manifestam-se em nossa atenção somente em forma de impulsos e apetites
Considere o fato de que as pessoas que se sentem bem após terem recebido um presente inesperado têm maior probabilidade de ajudar um estranho em apuros do que as pessoas que estão com um humor neutro (Isen, 1987).
E as pessoas cometem mais atos de violência nos meses de verão do que em outras épocas do ano (Anderson, 1989).
Em cada um desses exemplos, a pessoa não está consciente do motivo pelo qual cometeu o ato social ou antissocial.
Os motivos que regulam o comportamento humano nem sempre são imediatamente óbvios.
Referências
MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 2ª ed. Atheneu: Rio de Janeiro, 2002.
REEVE, J. Motivação e emoção. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
http://revistasimplesmente.com.br/duas-visoes-opostas-nas-neurociencias/

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