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Hipotireoidismo 1 🦋 Hipotireoidismo 20/09/21 - Mariana M. de Almeida HIPOTIREOIDISMO Síndrome clínica resultante da deficiente produção ou ação dos hormônios tireoidianos; Paciente apresenta um "alentecimento" generalizado dos processos metabólicos; → Hipotireoidismo primário = problema na tireoide → Hipotireoidismo secundário = causa hipofisária; → Hipotireoidismo terciário = causa hipotalâmica; → Causa rara = resistência periférica à ação dos hormônios TIREOIDE → T3 e T4 HIPÓFISE → TSH (hormônio tireoestimulante) HIPOTÁLAMO → TRH (hormônio liberador de tireotrofina) BÓCIO → aumento do volume da glândula tireoide CRETINISMO → deficiência mental causada pelo hipotireoidismo congênito, durante o desenvolvimento do recém-nascido. HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO Mais comum - 95% dos casos Prevalência mundial: cerca de 5% Pode ser endêmico em áreas com deficiência de iodo Mais comum em mulheres Aumento de prevalência com a idade (pico entre 40-60 anos) Hipotireoidismo central - raro Hipotireoidismo 2 Hipotireoidismo congênito - 1/4-5 mil nascidos vivos (no Brasil é possível rastrear pelo teste do pezinho) FATORES DE RISCO Idade acima de 60 anos Sexo feminino Ocorrência de bócio, sobretudo bócio endêmico Nódulos na tireoide História familiar de doença tireoidena Radioterapia em cabeça e pescoço (radiação externa e iodoterapia) Doença auto-imune tireoideana ou extra-tireoide Drogas: lítio, amiodarona (antiarritmíco rico em iodo - verificar a relação desse fármaco rico em iodo com o hipotireoidismo) Tabagismo CAUSAS → Atreladas à redução do tecido tireoideano funcionante Tireoidite de Hashimoto (causa mais comum - anitcorpo antiperoxidase ANTI-TPO) Tireoidite subaguda (geralmente pós-viral) Tratamento de doença de Graves Doenças infiltrativas Agenesia de tireoide → Atrelados à defeitos na biossíntese e liberação dos hormônios Disormonogênese congênita (deficiência nos receptores ou glândulas) Deficiência grave de iodo Drogas HIPOTIREOIDISMO CENTRAL Hipotireoidismo 3 Muitas vezes é impossível separar entre secundário e terciário mas exame de imagem pode ajudar As causas são mais raras e estão atreladas ao comprometimento da capacidade secretória da hipófise ou do hipotálamo. HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO Congênito SEM BÓCIO - Defeitos no desenvolvimento da glândula - Administração indevida de iodo 131 à gestante (totalmente proscrito em gestantes) - Hiporresponsividade ao TSH (raro) Congênito COM BÓCIO - Defeitos herdados na biossíntese dos hormônios Crianças - A causa mais comum de hipotireoidismo adquirido é a doença de Hashimoto - Podem apresentar retardo de crescimento e dificuldade de aprendizagem - Puberdade precoce com baixa estatura Recém-nascido (a partir do 1º,2º,3º mês de vida) - Observamos várias alterações que nos levam a pensar em doenças tireoidianas: fácies cretinica, alterações no padrão respiratório principalmente dispneia, icterícia sem causa aparente, cianose, choro rouco, dificuldade de coordenar a própria mamada MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS → Desaceleração generalizada dos processos metabólicos (sintomas sistêmicos) → Algumas das manifestações como por exemplo, macroglossia, edema periorbital, alguns padrões de dermopatia, são resultantes do acúmulo de glicosaminoglicanos no espaço intersticial que geram um volume Comprometimento geral do organismo (lentificação) Vai haver uma perda gradual da função >>> clínica insidiosa Pode ser assintomático ou oligossintomático Hipotireoidismo 4 Astenia, sonolência, intolerância ao frio, xerodermia (pele seca), voz arrastada, hiporreflexia profunda, edema de face, anemia, bradicardia, ganho de peso inexplicável pelo padrão alimentar do paciente, hipermenorreia, queda de cabelo. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (PELE E ANEXOS) Pele fria e pálida devido ao baixo fluxo sanguíneo, atrofia da camada celular, hiperceratose com aspecto de pele áspera Baixa de sudorese por queda da calorigênese e produção de suor Descoloração da pele (pele pálida, cianótica) Unhas frágeis, cabelo quebradiço, alopecia Edema sem cacifo (mixedema) - normalmente atrelado ao mecanismo de infiltração por glicosaminoglicanos e retenção hídrica MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (CARDIOVASCULAR) Bradicardia Diminuição do débito cardíaco Bulhas hipofonéticas Derrame pericárdico MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (FUNÇÃO PULMONAR) Diminuição da resposta ventilatória à hipóxia e hipercapnia = respirações superficiais e lentas MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (FUNÇÃO RENAL) Retenção hídrica pela incapacidade de excretar sobrecarga de líquidos = edemas MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (APARELHO REPRODUTOR) Hipermenorreia Infertilidade Galactorreia Diminuição de libido Disfunção erétil Hipotireoidismo 5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (OLHOS) Edema periorbitário MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (SISTEMA DIGESTÓRIO) Redução da motilidade Constipação Anemia perniciosa Doença celíaca Anorexia Distenção abdominal até mesmo pela redução da motilidade MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (MUSCULAR) Cãibras Fraqueza Mialgia MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (METABÓLICO) Aumento do LDL e triglicérides Aumento de transaminases LDH MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (NEUROLÓGICO) Cefaleia Tontura Zumbido Hiporreflexia Alterações vestibulares Déficits cognitivos Distúrbios visuais e auditivos Parestesias Hipotireoidismo 6 Nistagmo = movimento involuntário dos olhos que pode fazer o olho mover-se rapidamente de um lado para outro, para cima e para baixo ou em um círculo, podendo borrar ligeiramente a visão. Tremores MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (ANEMIA) Diminuição da síntese de hemoglobina Deficiência de ferro por hipermenorreia e menor absorção Deficiência de folato (< absorção de ácido fólico) Deficiência de vit B12 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (RN) Persistência da icterícia fisiológica Choro rouco Constipação Sonolência Maior ocorrência de hérnia umbilical Atraso da maturação óssea Se não for identificado e tratado precocemente esse processo torna-se irreversível (cretinismo) As manifestações maiores do hipotireoidismo aparecerão após os 2 anos (retardo do desenvolvimento neuromotor, rendimento escolar ruim, atraso do desenvolvimento puberal) DIAGNÓSTICO Primário: TSH elevado, T4L e T3 baixos A alteração mais precoce é a alteração do TSH (hipotireoidismo subclínico) com T3 e T4L normais Central: T4L baixo, TSH pode estar normal, baixo ou alto. Normalmente apresenta- se abaixo se a disfunção for hipofisária ou hipotalâmica. TRATAMENTO Hipotireoidismo 7 1. Levotiroxina - DOSE ÚNICA EM JEJUM (a dose inicial é de acordo com o peso e a idade) É importante avaliar a resposta de acordo com TSH e T4L (dosar a cada 6-8 semanas até atingir o nível ideal) A dose precisa ser ajustada até atingir a meta de TSH (TSH entre 0,5-2,5 mU/L para adultos e até 10 em idosos COMA MIXEDEMATOSO - quadro grave de hipometabolismo Geralmente atrelado a um caso de hipotireoidismo não tratado + fator estressor que normalmente é processo metabólico ou infeccioso Alta mortalidade Fatores precipitantes (infecções, medicamentos, AVC, ICC, frio) Geralmente o paciente evolui com hiponatremia, rebaixamento do nível de consciência, hipoglicemia grave, hipoventilação, hipotensão, bradicardia. TRATAMENTO - COMA MIXEDEMATOSO Interna o paciente geralmente na UTI, monitoriza e vai em busca da causa desse agravamento do hipotireoidismo Exames laboratoriais (não aguardar os resultados para início do tratamento) RX de tórax, ECG Suporte hemodinâmico e ventilatório Correção hidroeletrolítica (distúrbio de sódio - hiponatremia) e de volume Diante da hipofunção tireoidiana, dispomos da LEVOTIROXINA EV (200 a 500 microgramas) + CORTICOIDES EV (sobretudo nos pacientes com insuficiência adrenal) EFEITO WOLFF-CHAIKOFF E AMIODARONA A amiodarona é um antiarritmíco rico em iodo O Efeito Wolff-Chaikoff ocorre a partir da disponibilização de grandes quantidades de iodo no corpo, o que resulta na diminuição da síntese dos hormônios tireoidianose da organificação do iodo, em decorrência do aumento intratireoidiano de iodeto inorgânico. Hipotireoidismo 8
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