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Impresso por Vitoria Ohana, CPF 081.789.983-94 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 02/10/2021 11:42:01 Impresso por Vitoria Ohana, CPF 081.789.983-94 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 02/10/2021 11:42:01 Basicamente temos que refletir sobre conceitos básicos, para entender todo o processo da necessidade de um cuidado aos indivíduos. Resta, portanto, questionamentos, do que vamos cuidar? Afinal, o que é saúde? e o que é doença? Parece bobeira perguntar, porém, esses conceitos mudaram com o tempo até chegar no que sabemos hoje, e neste tópico, irei abordar isso. Na Antiguidade, os povos entendiam a doença como um castigo divino, ou até mesmo espíritos sobrenaturais. As relações com o mundo natural se baseavam em uma cosmologia que envolvia deuses e espíritos bons e maus, e a religião, nesse caso, era o ponto de partida para a compreensão do mundo e de como organizar o cuidado. Alguns autores consideram esse modelo incluso no anterior já citado. Mas de forma distinta ele aborda a medicina hindu e chinesa, também na Antiguidade, traziam uma nova forma de compreensão da doença. E basicamente a noção de que a saúde é um equilíbrio, foi o que deu origem a esta divisão, associando a ideia de “proporção justa ou adequada” com a saúde e a doença. A medicina holística teve grandes contribuições de Alcmeon (século V a.C.), para quem o equilíbrio implicava duas forças ou fatores na etiologia da doença. Esse filósofo partilhava as ideias de Heráclito, para quem os opostos podiam existir em equilíbrio dinâmico ou sucedendo-se uns aos outros (Herzlich, 2004). A causa do desequilíbrio estava relacionada ao ambiente físico, tais como: os astros, o clima, os insetos etc. Hipócrates postulou a existência dos humores (bile amarela, bile negra, fleuma e sangue) para explicar o desequilíbrio a que o homem estava sujeito. Porém, a explicação empírico-racional tem seus primórdios no Egito (3000 a.C.). A tentativa dos primeiros Étic n prátic médic Conceit d saúd Model mágic-religi o xamanístic Curiosidade adicional Asclépio, ou Esculápio, era tido como o deus da Saúde e tinha como filhas Panaceia e Higeia. A primeira era considerada a deusa da cura e a ela se atribui o modo individual da medicina clínica. A segunda era considerada a deusa da harmonia dos homens com o ambiente, e de seu nome deriva-se o conceito de higiene. À deusa Higeia é atribuído o caráter de prevenção das doenças e a ideia de saúde coletiva. Entre os mais famosos higeus, ou seguidores de Higeia, destaca-se Hipócrates com seu tratado sobre os ares, as águas e os lugares (CASTRO; ANDRADE; MULLER, 2006). Platão, Aristóteles e Demócrito acreditavam que o homem era formado pelo corpo e pela alma e que, desse modo, a relação com o meio afetava o seu estado de saúde. Model holístic Model empíric-raciona (hipocrátic) Impresso por Vitoria Ohana, CPF 081.789.983-94 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 02/10/2021 11:42:01 filósofos (século VI a.C.) era encontrar explicações não sobrenaturais para as origens do universo e da vida, bem como para a saúde e a doença. O saber clínico, racionalizado e experimental, trouxe uma nova forma de compreender a saúde. Assim, o modelo biomédico tem como abordagem a patogenia e a terapêutica, classificando as doenças segundo forma e agente patogênico, sendo predominante na atualidade, e tem suas raízes vinculadas ao contexto do Renascimento e de toda a Revolução Artístico-Cultural, que ocorreram a partir do século XVI. - Descartes propôs que o corpo e a mente deveriam ser estudados de forma separada , sendo o corpo analisado pela medicina e a mente estudada pela religião e pela filosofia. E aqui os indivíduos começam a finalmente entender que a doença seria um desajuste nos mecanismo de funcionamento do corpo. O modelo biomédico focou-se, cada vez mais, na explicação da doença e passou a tratar o corpo em partes cada vez menores, reduzindo a saúde a um funcionamento mecânico. Assim, surgindo a influências dos famosos Pasteur e Virchow em seus trabalhos com microorganismos. O homem é visto como corpo-máquina; o médico, como mecânico; e a doença, o defeito da máquina. A percepção do homem como máquina é datada historicamente com o advento do capitalismo. Foi também no Renascimento que a explicação para as doenças Model d medicin científic ocidenta (biomédic) Curiosidade adicional O Método de Descartes definiu as regras que constituem os fundamentos do seu enfoque sobre o conhecimento: - não se deve aceitar como verdade nada que não possa ser identificado como tal; - separar cada dificuldade a ser examinada em tantas partes quanto sejam possíveis e que sejam requeridas para solucioná-las; - condução do pensamento de forma ordenada, partindo do simples ao mais complexo; - necessidade de efetuar uma revisão exaustiva dos diversos componentes de um argumento. Impresso por Vitoria Ohana, CPF 081.789.983-94 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 02/10/2021 11:42:01 começou a ser relacionada às situações ambientais; a causa das doenças passava a estar num fator externo ao organismo, e o homem era o receptor da doença. Outra teoria que surgiu foi a teoria dos miasmas , que foi a primeira proposta de explicação, dentro dos parâmetros da ciência , da associação entre o surgimento de epidemias e as condições do ambiente. Em suma, os miasmas seriam gases decorrentes da putrefação da matéria orgânica que produziam doenças quando absorvidos pelos seres vivos. E desta ideia, que parece simplória, surge a teoria microbiana que dizia que cada doença teria por agente causal um organismo específico, que poderia ser identificado, isolado e ter suas características estudadas. O cuidado, na concepção biomédica, está focado, segundo Foucault (1979), no controledo espaço social, no controle dos corpos. Na década de 1970 começou a ganhar força a concepção de saúde como um processo sistêmico que parte do conceito de sistema , que é entendido como “um conjunto de elementos, de tal forma relacionados, que uma mudança no estado de qualquer elemento provoca mudança no estado dos demais elementos” Sendo assim, a ideia era incorporar o conceito com um todo, de contribuição de diferentes elementos do ecossistema no processo saúde-doença, sendo contrária à visão unidimensional e fragmentária do modelo biomédico. Segundo essa concepção, a estrutura geral de um problema de saúde é entendida como uma função sistêmica, na qual um sistema epidemiológico se constitui num equilíbrio dinâmico . É importante enfatizar que por sistema epidemiológico entende-se o conjunto formado por agente suscetível e pelo ambiente, dotado de uma organização interna que regula as interações determinantes da produção da doença, juntamente com os fatores vinculados a cada um dos elementos do sistema. A imagem abaixo vai relacionar muito isso na cabeça, pois nela há uma consideração SISTÊMICA do que seria a causa da doença. Model sistêmic Impresso por Vitoria Ohana, CPF 081.789.983-94 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 02/10/2021 11:42:01 A busca por explicações causais do processo saúde-doença resultou na configuração da História Natural das Doenças (HND) , conhecido como modelo processual dos fenômenos patológicos. Os principais sistematizadores desse modelo foram Leavell e Clark, no ano de 1976, quando definiram história natural da doença como o conjunto de processos interativos que cria o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar, passando da resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. Objetivo: - modelo da HND visa ao acompanhamento do processo saúde-doença em sua regularidade - compreendendo as inter-relações do agente causador da doença, do hospedeiro da doença e do meio ambiente e o processo de desenvolvimento de uma doença. O sistema de história natural das doenças apresenta uma dimensão basicamente qualitativa de todo o ciclo, dividindo em dois momentos sequenciais o desenvolvimento do processo saúde-doença: ● pré-patogênico : também considerado período epidemiológico, diz respeito à interação entre os fatores do agente, do hospedeiro e do meio ambiente ● patogênico . corresponde ao momento quando o homem interage com um estímulo externo, apresenta sinais e sintomas e submete-se a um tratamento. Iniciando desde os primórdios do desenvolvimento do país, antes da chegada de europeus em território brasileiro, os povos indígenas já habitavam há centenas de anos. Model d Históri Natura da Doença (model processua) Históri da política d saúd Antecedente Impresso por Vitoria Ohana, CPF 081.789.983-94 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 02/10/2021 11:42:01 Assim, dentro do meio em que eles viviam, existiam suas enfermidades e seus rituais de cura, mas com a colonização portuguesa tudo piorou, principalmente pelas “doenças de branco” , ocorrendo um proliferação em massa destas doenças nas quais os povo brasileiro não tinha proteção imunitária suficiente. E durante todo o período em que o Brasil esteve como colônia e império, não havia políticas públicas estruturadas . Além disso, o acesso a tratamentos e cuidados médicos dependia da classe social, ou seja, pessoas pobres e escravos viviam em condições duras e poucos sobreviviam às doenças que tinham. Outrossim, com a chegada da família real ao Brasil, em 1808, e a sua vontade em desenvolver o Brasil para que se aproximasse da realidade vivida em Portugal, mudou muita coisa no país, sendo uma das primeiras medidas a fundação de cursos universitários . Assim, aos poucos, os médicos estrangeiros foram substituídos por médicos brasileiros, ou formados no Brasil. No período ainda havia a ligação entre entidades religiosas e tratamentos de saúde era bastante forte. As Santas Casas de Misericórdia são uma dessas entidades que se destinaram a prestar assistência médica às pessoas. Após o processo de emancipação do Brasil em relação a Portugal, ocorreram poucas mudanças, D. Pedro II criou órgãos para vistoriar a higiene pública principalmente na nova capital brasileira, o Rio de Janeiro. A cidade, além de sofrer diversas mudanças urbanas, como calçamento de ruas e iluminação pública, também visava a higienizar o centro urbano. A higienização sanitária deveria ocorrer por conta das recorrentes endemias de febre amarela, peste bubônica, malária e varíola, doenças associadas à falta de saneamento básico e de higiene. Os esgotos, na época, corriam a céu aberto e o lixo era depositado em valas. Assim, o alvo da campanha pela saúde pública nesse princípio de século XIX foi estruturar o saneamento básico. O século XX no Brasil começou com uma perspectiva futurista de desenvolvimento nacional, a ideia de estar passando para uma nova “fase” trazia ar de esperança por parte da população e dos governantes. Em suma, entre 1900 e 1920, o Brasil ainda era refém dos problemas sanitários e das epidemias. Portanto, para a recepção dos imigrantes europeus, houve diversas reformas urbanas e sanitárias nas grandes cidades, como o Rio de Janeiro, em que houve atenção especial às suas áreas portuárias. Para o governo, o crescimento do país dependia de uma população saudável e com capacidade produtiva, portanto era de seu interesse que sua saúde estivesse em bom estado. Os sanitaristas comandaram esse período com campanhas de saúde, sendo um dos destaques o médico Oswaldo Cruz , que enfrentou revoltas populares na defesa da vacina obrigatória contra a varíola em 1904 – na época, a população revoltou-se com a medida, pois não foram explicados os objetivos da campanha e do que se tratavam as vacinas. Em 1920, Carlos Chagas assumiu o cargo de Cruz, reestruturando ainda mais o DepartamentoNacional de Saúde. Especificamente em 1923, a Lei Elói Chaves regulamentou as CAPS: Caixas de Aposentadoria e Pensão . Os trabalhadores as criaram para garantir proteção na velhice e na doença, um modelo restrito ao âmbito de grandes empresas e que possuíam administração própria para seus fundos. Primeir moment d sécul XX Décad d 20 30 Impresso por Vitoria Ohana, CPF 081.789.983-94 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 02/10/2021 11:42:01 Posteriormente e devido à pressão popular, Getúlio Vargas ampliou as CAPS para outras categorias profissionais, surgindo então a previdência social, o IAPS: Instituto de Aposentadorias e Pensões , separadas por categorias profissionais. Ademais, em 1934, a nova constituição foi formulada pelo governo de Vargas, esta trouxe um marco de conceder novos direitos aos trabalhadores, como assistência médica e “licença-gestante”. Na Era Vargas as ações de saúde coletiva chegaram ao auge da política de saúde baseada no sanitarismo de campanha, que basicamente é orientar a população quanto à higiene, saneamento e derivados. Ocorreram, a Consolidação das Leis Trabalhistas de 1943, a CLT , determinando aos trabalhadores de carteira assinada, além do salário mínimo, também benefícios à saúde. E dez anos depois, frente à necessidade da grande maioria da criação de uma instituição que regulamente a saúde da população, foi criado o Ministério da Saúde, pelo presidente da República, Carlos Luz, Lei n. 1.920, de 25 de julho, cujo foco era principalmente no atendimento em zonas rurais, já que nas cidades a saúde era privilégio de quem tinha carteira assinada. A partir do final dos anos 1950, inicia–se no Brasil um novo processo de transformações caracterizado por um movimento de “modernização” do setor de saúde . Esse movimento insere–se no processo de modernização de toda a sociedade brasileira, que pode ser entendido como aprofundamento do desenvolvimento capitalista , tendo como objetivo fundamental a plena realização da lógica de eficiência da produção de bens e serviços. ‘ Agora neste período ocorreram alguns fatos muito relevantes: - Promulgada a Lei Orgânica da Previdência Social em 1960 Padronizou a lista de serviços de saúde a que todos na teoria teriam direito, independente do IAPS que fossem filiados. Buscou também abranger o máximo de trabalhadores possíveis, menos os trabalhadores rurais e domésticos, sendo necessário a criação do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL) em 1963, sendo assim, incorporados ao sistema. - 3ª Conferência Nacional de Saúde ocorreu no final de 1963 CAPS IAPS - Organizada por trabalhadores da empresa. - As contribuições eram bipartite, envolvendo patrão e funcionários. - Gestão 100% privada - Organizada por categoria profissional. - As contribuições eram tripartite, envolvendo agora o governo. - Gestão semipública Décad d 40 50 Décad d 60 80 Impresso por Vitoria Ohana, CPF 081.789.983-94 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 02/10/2021 11:42:01 Apresentou diversos estudos sobre a criação de um sistema de saúde. Houve duas bandeiras principais nessa conferência: ● A criação de um sistema de saúde para todos, o direito à saúde deveria ser universal; ● A organização de um sistema descentralizado, visando ao protagonismo do município. Além disso, afirma que a ditadura militar, iniciada em março de 1964, sepultou a proposta poucos meses depois. Passou-se a enxergar a atenção primária de pacientes cada vez mais como responsabilidade dos municípios; os casos mais complexos eram responsabilidade dos governos estadual e federal. - Unificação dos IAPs em 1967 Em seu lugar foi criado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) gerando um mercado para as ações que serão produzidas pelas empresas vendedoras de serviços médicos e fortalece o movimento de privatização do setor. Porém, de um lado existia a baixa capacidade de controle sobre os prestadores de serviços Diante disso, nos anos 1970, consolidou-se a posição hegemônica da Previdência Social. A aceleração do crescimento da atenção médica da Previdência e o esvaziamento da “saúde pública” levam ao esgotamento do modelo e à busca de alternativas racionalizadoras de extensão de cobertura a um custo suportável pelo sistema, aparecendo, então, várias experiências, principalmente em áreas que interessavam menos à iniciativa privada. - Medicina comunitária Surgiram os primeiros projetos–piloto de medicina comunitária , realizados por instituições acadêmicas e Secretarias de Saúde, e as primeiras experiências de municipalização da saúde . Nesses espaços de construção da medicina comunitária, foi gestado e difundido o movimento sanitário. Esse movimento, coordenado por grupos de intelectuais localizados em espaços acadêmicos e institucionais, articulados com partidos políticos de esquerda, constituiu–se na base político–ideológica da reforma sanitária brasileira. Em 1972, são iniciados, na saúde de Montes Claros, região Norte do estado de Minas Gerais, estudos e um projeto experimental com objetivo de encontrar modelos de extensão de cobertura, acompanhado pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social. - Criação do Ministério da Previdência Social, em 1974 E frente às dificuldades encontradas nas grandes reformas administrativas na administração pública federal marcaram a criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) . - Em 1975, Lei n. 6.229, sobre a organização do Sistema Nacional de Saúde (SNS) Foi uma tentativa de institucionalização e racionalização do modelo vigente, sem, entretanto, enfrentar as contradições fundamentais do sistema. No mesmo ano, foi criado o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (Piass) , que foi Impresso por Vitoria Ohana, CPF 081.789.983-94 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 02/10/2021 11:42:01 implementado a partir de 1977, abrangendo a região Nordeste do país. A concepção do Piassimplicou a necessidade de integração sistêmica de quatro Ministérios (Saúde, Previdência, Interior e Planejamento) e de várias instituições prestadoras de serviços. Já emergiram críticas ao sistema de saúde e sinalizava-se a crise do financiamento com o fim do “milagre econômico” brasileiro. - Em 1977, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (Sinpas) e Inamps (Instituto de Assistência Médica e Previdência Social) . Estes buscavam modernizar, racionalizar a formação e instituição de políticas públicas, pretendendo articular as ações de saúde entre si. Este período foi marcado pela grave crise financeira, essas crises e o processo de redemocratização do país determinaram novos rumos nas políticas públicas e fizeram surgir, na arena sanitária, sujeitos sociais que propugnavam um modelo alternativo de atenção à saúde. - Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, em Alma–Ata (Cazaquistão, antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS) Datando de 1978, a conferência buscou, “expressando a necessidade de ação urgente de todos os governos, de todos os que trabalham nos campos da saúde, do desenvolvimento e da comunidade mundial para promover a saúde de todos os povos do mundo”, formulou a Declaração de Alma–Ata. - E para por fim nestas duas décadas conturbadas, em 1979, o Piass expandiu–se para todo o território nacional, adaptando–se o modelo do Nordeste às peculiaridades de cada região do país. O Piass talvez tenha sido a primeira grande experiência brasileira de extensão de cobertura , a baixo custo e com integração interinstitucional. Logo em 1980 foi criado o Prevsaúde , que incorpora o ideário do Piass como componente rural e avança, principalmente, no tocante a uma nova política de financiamento. Representa ainda um reconhecimento oficial da necessidade de reformulação de prioridades e alteração de uma política de saúde que mantenha em funcionamento um sistema caótico, elitista e corruptor. Ademais, os secretários estaduais de saúde criaram, em fevereiro de 1982, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) , elegeram–se, em pleitos diretos, vários governadores de oposição ao regime militar e, com eles, passaram a ocupar espaços políticos e técnicos importantes nas Secretarias Estaduais de Saúde, participantes do movimento sanitário. Ainda em 1982, o Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no Âmbito da Previdência Social retoma as ideias de eficiência gerencial, já consolidadas, restabelecendo–se estratégias ainda mais interessantes à iniciativa privada. A crise aguda da Previdência Social fez surgir, em 1983, no plano político–institucional, o Conselho Consultivo da Administração de Saúde Previdenciária (Conasp) , que teve nas Ações Integradas de Saúde (AIS) um de seus pilares. As Ações Integradas de Saúde foram Décad d 80 90 Impresso por Vitoria Ohana, CPF 081.789.983-94 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 02/10/2021 11:42:01 implantadas em 1983 como um programa de atenção médica para áreas urbanas, em uma cogestão entre o Inamps e as Secretarias Estaduais de Saúde. Entretanto, superando as características que poderiam torná–las mais um programa especial, converte–se em uma estratégia de reorganização do sistema de saúde. Em março de 1986, ocorreu o evento político–sanitário mais importante da segunda metade do século, a VIII Conferência Nacional de Saúde . Nessa Conferência foram lançadas as bases doutrinárias de um novo sistema público de saúde, e tinha como temas oficiais: 1) Saúde como Dever do Estado e Direito do Cidadão; 2) Reformulação do Sistema Nacional de Saúde; 3) Financiamento Setorial (presidente José Sarney, 1985–1990). Essa Conferência teve desdobramentos imediatos em um conjunto de trabalhos técnicos desenvolvidos pela Comissão Nacional de Reforma Sanitária que serviriam de base à elaboração da Seção da Saúde da Constituição Federal de 1988. Em 1987, com a assistência médica ainda no Inamps, foi implantado, no Executivo Federal, um arranjo institucional denominado de Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (Suds) , que tentou incorporar, em seu desenho, alguns dos elementos centrais da proposta da reforma sanitária: a universalização, a descentralização pela via da estadualização e a democratização das instâncias gestoras. O Suds foi, portanto, contemporâneo da Constituinte. E por fim, em 1988, foi criado o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) – uma entidade que teve expressiva participação e igual importância do CONASS e do Ministério da Saúde na criação e na consolidação do SUS. A Constituição Federal de 1988 foi o primeiro documento a colocar o direito à saúde definitivamente no ordenamento jurídico brasileiro. Esta determina que o sistema de saúde pública deve ser gratuito, de qualidade e universal, isto é, acessível a todos os brasileiros e/ou residentes no Brasil. O Sistema Único de Saúde foi regulado posteriormente pela lei 8.080 de 1990, em que estão distribuídas todas as suas atribuições e funções como um sistema público e pela lei 8.142, também de 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade, gestão e financiamento do SUS. Você poderá ler sobre o SUS em diversos outros textos na nossa trilha sobre saúde pública.
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