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Aula 25 - Técnicas de Necropsia (Apostila)

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JOHN HYBRID 
 
CURSO PROFISSIONALIZANTE 
AUXILIAR DE NECROPSIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 25 – TÉCNICAS DE NECROPSIA 
JOHN HYBRID 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 03 
2. TÉCNICAS DE NECROPSIA ................................................................................ 03 
3. TÉCNICAS DE ABERTURAS DO CADÁVER ........................................................ 06 
4. ROTEIRO PARA REALIZAÇÃO DA NECROPSIA ................................................. 12 
5. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ................................................................................. 13 
 
JOHN HYBRID 
 
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
A necropsia é considerada como um ato que deve ser atribuído somente ao 
anatomopatologista ou legista. Em grandes cidades a necropsia geralmente é realizada 
pelo técnico legal do Instituto Médico Legal (IML) e o médico responsável somente 
acompanha passo a passo o desenvolvimento, verificando e confirmando por fim a 
causa da morte. 
Para iniciar a necropsia o médico-legal deverá obrigatoriamente permanecer do 
lado direito do cadáver e o auxiliar do lado esquerdo, para assegurar a facilitação das 
manobras de evisceração e enxugar o sangue e líquidos. Esta função é fundamental 
durante uma necropsia tanto para evitar que os mesmos caiam no chão, quanto para 
permitir visualização do campo. 
 
2. TÉCNICAS DE NECROPSIA 
Todas as técnicas de necropsia devem ser divididas e seguir exatamente três 
tempos, sendo eles o exame externo do cadáver, seguida da abertura das cavidades e 
por fim a evisceração. Após realizado estes três tempos, a técnica poderá ser 
complementada com a dissecção do pescoço e membros inferiores se necessário. 
No exame externo é fundamental que a medicina médico-legal atue de forma 
integra possibilitando assim a investigação de casos de suicídio ou homicídio, 
principalmente se estes forem realizados por arma de fogo. Neste exame 
principalmente na mulher será realizado o exame geral da pele, especialmente nas 
partes intimas. 
Durante a necropsia uma das grandes preocupações é em relação a proteção do 
patologista, que está sujeito a se contaminar com materiais corporais. Portanto, o 
mesmo deverá obrigatoriamente se proteger com a paramentação adequada utilizando 
avental, máscara e botas impermeáveis, luvas de borracha e luvas de panos. 
JOHN HYBRID 
 
 
4 
 
O material utilizado durante a necropsia, são os mesmos materiais utilizados em 
cirurgias, entretanto com pouca variação, tendo em vista que o procedimento é e 
sempre será um procedimento padrão, ou seja, a técnica não varia e consecutivamente 
o material também não necessita ser variado. 
Os únicos instrumentos necessários para a realização da necropsia são o bisturi, 
facas com lâmina curtas e longas, tesouras retas e curvas, enterótomo, pinças 
anatômicas, pinça dente de rato, pinça Kocher, costótomo, rugina, serra, régua metálica, 
balança, bandeja para colocação dos órgãos, agulha manual e fios de sutura ou 
barbante. 
 
Materiais utilizados na necropsia 
 
Além disso é importante ressaltar que o mobiliário da sala de necropsia deve 
conter uma mesa de autopsia em aço inoxidável contendo canaletas para que o sangue 
possa ser escoado até uma pia funda. Além disso é fundamental que haja uma mesa 
http://2.bp.blogspot.com/-HYhMQf-FQUg/Vc4jq5fsThI/AAAAAAAAEew/I9000buuMCk/s1600/caixa+necropsia.jpg
JOHN HYBRID 
 
 
5 
 
para o instrumental do necroscopista, uma mesa para seccionar as peças e outra com 
uma balança. A câmara frigorifica deverá ser regulada entre -5º C a +5º, permitindo 
assim a conservação de cadáveres e peças frescas. 
A técnica básica para necropsia é chamada de necropsia de Virchow, Ghon, M. 
Letulle e de Rokitansky. Os necroscopista podem até adaptar tais técnicas, entretanto 
todas as adaptações irão variar destas técnicas em específico. De acordo com Virchow 
os órgãos são retirados um a um e examinados posteriormente. Para Ghon, a 
evisceração se dá através de monoblocos de órgãos anatomicamente/ou 
funcionalmente relacionados. Já em seu ponto de vista M. Letulle afirma que o conteúdo 
das cavidades torácica e abdominal é retirado em um só monobloco. E para Rokitansky 
os órgãos são retirados isoladamente após terem sido abertos e examinados "in situ". 
Portanto, é importante ressaltar que os conhecimentos de todas estas técnicas 
irão fornecer ao patologista ou ao técnico, outras variáveis opções de manipulações do 
corpo. Podendo o mesmo, desenvolver técnicas especiais para situações especiais. 
É importante ressaltar que existe um termo chamado de premoriência que 
representa a ordem cronológica em que os óbitos ocorreram, quando há diversas 
vítimas no mesmo evento. A determinação da sequência dos óbitos é fundamental, pois 
se isto não ocorrer podem ser desencadeados problemas patrimoniais e de herança. 
Para que o legista consiga resolver este problema de forma adequada é 
fundamental que este seja grande observador e do quadro em geral para poder em 
seguida determinar obrigatoriamente qual a natureza da lesão, o local especifico de 
todos os ferimentos, a intensidade das lesões, condições físicas das vítimas e por último 
a idade. Para se chegar em uma conclusão diagnostica, deverá ser considerada a 
diferença entre a gravidade dos ferimentos onde os mais fortes prevalecem através da 
logica natural, sobre os mais fracos, mais jovens e mais idosos. 
As lesões traumáticas só podem ser comprovadas perante o exame externo 
chamado de ectoscopia. Portanto durante o exame deve ser avaliado rigorosamente o 
desenvolvimento do esqueleto, fazendo referência a deformidades existentes. O estado 
de nutrição do cadáver que é avaliada pela quantidade de tecido adiposo subcutâneo e 
JOHN HYBRID 
 
 
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desenvolvimento muscular. Na pele observa-se a presença de lesões cutâneas, 
cicatrizes, incisões, tatuagens ou alterações da cor (que podem ser patológicas ou não). 
A hipostasia (livor cadavérico) dá uma cor vinhosa ou violácea às porções mais 
inferiores do corpo (dorso, no caso de pacientes deitados); se dá pelo acúmulo 
gravitacional de sangue dentro dos vasos e desaparece com a compressão. 
 É importante ressaltar que os hematomas e sufusões hemorrágicas não 
desaparecem com a compressão, e são causados pela saída de sangue dos vasos para os 
tecidos circundantes, podendo ser traumáticos ou por decomposição pós-morte (após 
8 a 12 hs.). Áreas esverdeadas (putrefação), principalmente no abdome, indicam um 
acentuado grau de decomposição. 
 
3. TÉCNICAS DE ABERTURAS DO CADÁVER 
 
 
Técnicas de abertura do cadáver 
 
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7 
 
A abertura do tempo cefalorraquidiano, deve ocorrer após a abertura do crânio, 
entretanto para a realização deste procedimento o cadáver deverá ser posicionado em 
decúbito ventral, tendo em vista que o acesso a medula só pode ser realizado na 
superfície dorsal do corpo. Para este procedimento é necessário que seja realizada uma 
incisão occípto-sacro-coccígea mediana, seguida do rebatimento da pele e musculatura 
que recobre as vértebras. 
Já para a abertura do crânio o cadáver deverá ser colocado novamente em 
decúbito dorsal onde a cabeça ficará levantada, para facilitar a secção horizontal da 
calota através da serra elétrica circular tomando-se como preferência os arcos 
supraciliares do frontal e a protuberância externa occipital. Para a retirada da calota se 
deve realizar a secção da dura-máter para retirar todo o encéfalo. 
 
Abertura das cavidades 
 
No tempo tóraco-abdominal será realizada uma incisão horizontal de um 
acrômio ao outro e posteriormente deverá ser realizada uma incisão horizontal desde a 
fúrcula esternal até a sínfise púbica, entretanto a cicatriz umbilical deverá ser 
contornada. Posteriormente deverá ocorrer o deslocamento da pele e dos músculos em 
direção alinha hemi-axilar. 
Posteriormente transforma-se o retalho músculo-cutâneo numa bolsa contendo 
água e perfura-se o espaço intercostal para pesquisa de bolhas de ar quando houver 
http://1.bp.blogspot.com/-kLUxO6tvNeY/Vc4j99gt2cI/AAAAAAAAEe4/FDFsYK8e9QA/s1600/download+(2).jpg
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8 
 
pneumotórax. Depois deve-se haver seccionamento das cartilagens ao nível da junção 
condro-costal e exposição dos pulmões e coração. Abertura do tronco da artéria 
pulmonar para pesquisa de eventual embolia trombótica venosa. 
 
Abertura do tempo tóraco-abdominal 
 
No terceiro tempo encontramos o tempo cervical ocorre a secção da pele do 
pescoço até a face interna da mandíbula para que seja realizada a penetração da 
cavidade oral. Liberação do segmento cervical ao nível do palato duro e coluna cervical. 
A evisceração implica também na abertura ou secção das vísceras bem como na retirada 
de fragmentos de tecido para o exame microscópico. 
 
Tempo cervical 
http://1.bp.blogspot.com/-__8Z5o5IKuc/Vc4kMODR3_I/AAAAAAAAEfA/CYPdvo0adwM/s1600/images+(2).jpg
JOHN HYBRID 
 
 
9 
 
Os órgãos do pescoço e do tórax poderão ser extraídos iniciando pelo timo e 
posteriormente a veia cava inferior, esôfago e aorta permitindo assim a liberação em 
bloco das vísceras torácicas. Em seguida abertura da faringe e esôfago, laringe traqueia 
e brônquios principais. Posteriormente ocorrerá a abertura do coração em direção a 
correte sanguínea iniciando sempre das veias para as aortas. 
 
Evisceração em bloco do tórax 
 
Em relação aos órgãos abdominais deve inicialmente ser realizada a secção do 
epiplon gastro-cólico, pois com este procedimento ocorrerá a separação do estômago e 
do intestino. Secção da junção duodeno-jejunal e liberação do intestino delgado e do 
grosso até o limite do cólon sigmoide com o reto. A abertura do estomago ocorre pela 
curvatura do duodeno. 
Após a separação de tais órgãos, deverá ser realizada a separação da vesícula e 
do fígado. E em seguida liberando o estômago, duodeno, fígado e pâncreas e depois o 
baço. Ocorre liberação das adrenais, secção lateral dos rins, abertura da pelve e ureteres 
até a bexiga. Dissecção do reto para expor as vesículas seminais e a próstata. 
A dissecção dos membros inferiores deve ser iniciada a partir da veia femoral 
desde a arcada crural, seguindo assim o caminho do músculo sartório e do fêmur, 
permitindo assim a pesquisa de trombos nos membros inferiores. 
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10 
 
Para a abertura da cavidade torácica se faz necessário o uso de uma faca longa 
para a retirada em bloco das vísceras. Na retirada do coração se faz necessário uma 
abertura do arco da aorta e artéria pulmonar. Abertura dos átrios com visão das válvulas 
cardíacas. Introdução de faca longa pelo átrio direito, passando pelas valvas tricúspides 
até o ápice interno. Abre-se a parede do ventrículo direito com a faca. Introdução da 
faca no átrio esquerdo, passando pelas valvas mitral até o ápice interno do ventrículo. 
Abre-se a parede do ventrículo esquerdo com a faca. 
O mesmo sentido de corte será feito entrando na aorta e artéria pulmonar. 
Sendo assim haverá a exposição total dos ventrículos e das papilas e valvas. Cortes no 
músculo miocárdio esquerdo e direito, representados como cortes de “bife” para 
identificar infartos. 
Ao lado da saída da artéria Aorta, existe o óstio da aorta onde ocorre a entrada 
de sangue arterial para o miocárdio. Cortes neste sentido podem localizar obstruções 
coronarianas. 
Na cavidade abdominal para a retirada em bloco das vísceras, deverá ocorrer 
inicialmente a observação de aderências e a existência de cirurgias recentes ou antigas. 
Posteriormente se deve observar a presença de ascite ou hemorragias, verificando 
especialmente a quantidade ou a coloração. Consecutivamente os órgãos deverão ser 
separados iniciando pelo baço, fígado, pâncreas, rins e próstatas. 
Após a abertura e retirada de todos os órgãos deverá ser realizada a sutura e o 
estancamento do sangue e dos orifícios para que haja a recomposição do cadáver. Para 
isso, os órgãos podem ser realojados em suas respectivas cavidades, entretanto os 
órgãos lesionados deverão ficar guardados em bandejas na câmara frigorifica. A pele, 
tela subcutânea e músculos da parede seccionados para incisão, são suturados em 
chuleio com fio grosso ou barbante por meio de agulha manual ou montada em porta 
agulha. 
Após serem examinadas todas as vísceras devem ser colocadas no local e em 
seguida realizar a aplicação de serragem misturando a mesma com as vísceras para 
assegurar o estancamento. Em seguida deverá suturar e lavar o cadáver. A sutura é feita 
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quando o corpo estiver preenchido. A serragem não pode ficar entre os pontos. O 
esterno é colocado de forma a não mostrar altas saliências. 
Na realização da sutura a agulha deverá entrar na epiderme e levar a linha para 
transfixar a derme. Neste caso com uma das mãos deverá ser manipulada a agulha e 
com a outra a linha deverá ser segurada. Para assegurar uma sutura adequada é 
necessário que seja observada também a estética do procedimento. Em relação a sua 
estética é importante ressaltar que não pode haver vísceras e nem serragem entre os 
pontos da sutura. 
 
Sutura do cadáver 
 
 
Técnica de sutura 
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4. ROTEIRO PARA REALIZAÇÃO DA NECROPSIA 
Para realização da necropsia é necessário seguir um roteiro, sendo: 
1. Identificação do cadáver: Identificar sexo, nome, cor, etnia e idade do cadáver; 
2. Exame externo do cadáver; 
3. Abertura do cadáver em decúbito dorsal; 
4. Incisão da pele na linha média; 
5. Abertura da cavidade torácica; 
6. Abertura da cavidade abdominal; 
7. Verificar pressão negativa no tórax; 
8. Exame das cavidades abdominal e torácica; 
9. Remoção e exame das vísceras abdominais, inclusive aparelho gênito-urinário 
e adrenais; 
10. Apresentação ao médico. 
 
 
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5. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1) Todas as técnicas de necropsia devem ser divididas e seguir três tempos. Quais 
são eles? 
2) Quais são os instrumentos necessários para a realização da necropsia? 
3) O que significa o termo de premoriência? 
4) Quais são as principais modalidades de abertura do cadáver? 
5) Qual o roteiro utilizado para realização da necropsia?

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