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Tumores de Esôfago: · Funções e Anatomia: · O esôfago só tem função de condução do alimento, não fazendo absorção de nenhuma substância · Possui uma complexidade anatômica, posto que está presente em região cervical, torácica e abdominal · Por essa grande extensão, possui uma ampla região de drenagem linfática, drenando para diferentes cadeias ao longo de seu trajeto (conforme a posição cervical, torácica e abdominal). Isso faz com que a disseminação linfática seja importante, além de não ser muito previsível o local onde pode parar a metástase · · É um órgão sem serosa -> favorece a disseminação de tumores · Tumores de esôfago · Benignos (<1% dos tumores de esôfago) -> são raros, sendo o mioma o mais comum · Malignos: · 6ª causa mais comum de neoplasia · 3ª causa no aparelho digestivo · Acomete mais o sexo masculino (3:1) · Incide distintamente conforme região geográfica · Porto Alegre – 27/100.000 habitantes · São Paulo – 21/100.000 habitantes · Países asiáticos tem maior incidência · 2 tipos histológicos · CEC – Carcinoma Espinocelular: derivado do epitélio estratificado não queratinizado (mucosa normal) · Adenocarcinoma: derivado do epitélio de Barret (metaplasia colunar) · Localização · Epidermoide -> todo o esôfago, terço médio (local de maior acometimento) · Adenocarcinoma -> terço distal · Outros tipos histológicos · Leiomiossarcoma · Melanoma · Linfoma · Plasmocitoma · Rabdomiossarcoma · Carcinoma epidermoide · Fatores de risco · Histórico de tumores em vias aéreas superior · Hábitos de vida (etilismo e tabagismo) · Dietéticos (compostos nitrogenados, defumados, toxinas fúngicas) · Doenças (acalasia, estenose cáustica, síndrome de Plummer-Vilson, deficiência de vitamina A) · Genéticos (tilose palmar e plantar) · Outros – HPV, radiação, divertículo · Adenocarcinoma · Fatores de risco · Epitélio de Barret – secundário à esofagite de refluxo · Processo de displasia progressiva (aneuploidia, mutações no gene p53) · Manifestações clínicas · Disfagia (que é sinal de tumor avançado, já tendo afecção da musculatura do esôfago) · Dor retroesternal mal definida -> costuma ter relação da altura do esôfago acometido com a altura da dor em região retroesternal · Perda ponderal, rouquidão, halitose, hematêmese, icterícia (quando houver metástase hepática), dispneia · São manifestações pouco específicas · Diagnóstico: · Clínico -> anamnese e exame físico, fatores de risco · EDA (endoscopia digestiva alta) + biópsia e/ou citologia · · Esofagografia baritada -> permite visualizar melhor o tamanho da lesão, o que a endoscopia não consegue · · Sinal de mordida da maçã -> é um sinal que pode aparecer em diferentes locais, indicando que há dificuldade de passagem do contraste, fazendo uma imagem negativa do tumor, parecendo como se fosse uma maçã mordida · · Estadiamento · É feito com sistema TNM · T = profundidade do tumor · T1m – invasão da mucosa · T1sm – invasão da submucosa · T2 – invade camada muscular · T3 – invasão de tecido conjuntivo periesofageano · T4 – invasão de tecido conjuntivo periesofageano com proximidade a aorta · N = linfonodos acometidos · N0 = sem linfonodos acometidos · N1 = com linfonodos acometidos · M = metástase · · Atenção: epitélio-submucosa-muscular-linfonodos · Relações anatômicas: · Terço superior/médio: traqueia/brônquios, aorta, nervo laríngeo recorrente · Terço inferior -> diafragma, pericárdio, estômago · Exames que auxiliam no estadiamento: · Rx contrastado, · EDA, · Broncoscopia (feito em tumores de terço superior ou médio), · TC (pedido em todos os casos, por permitir delimitar o tamanho do tumor, se há invasão de estruturas adjacentes, se há metástases) · · A angulação do tumor em relação ao órgão (ângulo de Picus) determina a chance de ressecabilidade do tumor -> um ângulo menor do que 45º costuma significar ressecabilidade, enquanto um ângulo maior do que 90º costuma significar irressecabilidade · RNM, PET scan -> são exames que podem ter uma melhor visualização, mas são de difícil acesso e o benefício não é tão maior do que da TC · Ecoendoscopia é um exame relativamente novo, mas é um exame difícil de ser feito, demandando uma grande curva de aprendizagem. É útil em casos de tumores precoces, o que muitas vezes não é útil no câncer de esôfago por geralmente os tumores serem mais avançados. · Estágios: · · Prognóstico · Sobrevida em 5 anos · Estágio 0 – 100% · Estágio 1 – 60% · Estágio 2 – 30% · Estágio 3 – 20% · Estágio 4 – 4% · Tratamento: · Paliativo · Indicado nos casos irresecáveis ou paciente inoperável · Clínicos: radioterapia, radio e quimioterapia, quimioterapia ou medidas de suporte · Cirúrgico: gastrostomias, ressecção esofágica (é pouco feito atualmente, posto que tem alta mortalidade, e por as terapias quimio/radioterápicas terem eficácia semelhante), transposição de alças, colocação de próteses · Curativo · Recomendados nos casos ressecáveis, dependendo do grau de nutrição do paciente e de suas comorbidades, além do estágio TNM · 40-50% dos casos são ressecáveis, sendo que a cura só é obtida em 10-35% dos casos · O tratamento curativo SEMPRE é cirúrgico (ressecção esofágica) · Cirurgia · Esofagectomia + linfadenectomia regional (podendo ser feita por via aberta, vídeo ou robótica) · Transtorácica (no caso da cirurgia aberta) ou Trans-hiatal · Esofagectomia transtorácica · Toracotomia lateral posterior, observa-se presença de metástases, resseca-se esôfago+linfáticos · Estômago é dissecado e suspenso à cavidade torácica (grampeado) + piloroplastia · Risco de deiscência de anastomose (óbito em 50% por sepse) · Tratamento estádio 0 (Tis/N0/M0) · 100% curativo (por ser um tumor in situ) · Endoscópicos · Necessita ótimo estadiamento, endoscopia, RNM, injeção de submucosa tem que elevar a lesão · Fulguração · Laser, argônio, térmico, crioterapia, radioablação · Baixa mortalidade · Ponto negativa é que NÃO oferece análise histológica · Necessita de acompanhamento endoscópica para monitorar recidivas · Mucosectomia · Oferece biópsia · Margens são imprecisas · Lesões maiores podem acabar sendo lesadas pela pinça, o que pode romper a peça e prejudicar a análise da biópsia · ESD (des-dissecção endoscópica de submucosa) · Oferece boa análise da peça e um bom estadiamento da lesão · Esofagectomia -> feito mais em pacientes jovens, que toleram essa retirada · Paciente com impossibilidade de estadiamento · Paciente com impossibilidade de tratamento endoscópico · Ressecção conforme o local, NÃO necessita linfadectomia · 1/3 inferior: · Ressecção distal com anastomose em Y-de-Roux · Esofagectomia distal com reconstrução a partir do estômago · 1/3 médio e superior: · Esofagectomia total com reconstrução neoesofágica com estômago (ou cólon) · Radioterapia ou radio e quimioterapia -> não são muito recomendadas, mas podem ser feitas no caso de pacientes sem estadiamento ou com impossibilidade de fazer esofagectomia · Tratamento para estadio 1 (T1/N0/M0) · No estadio 1, a profundidade de penetração pode ser dividida em · Tm (só mucosa afetada) · Mucosa e membrana basal (0% de ter linfonodo afetado) – ESD é o melhor tratamento · Invasão da lâmina própria (0% de chance de ter linfonodo afetado) – ESD é o melhor tratamento · Invasão da muscular da mucosa (9% de chance de ter linfonodo afetado) – esofagectomia oncológica é a melhor cirurgia · Tsm (submucosa está afetada também): esofagectomia oncológica é a melhor cirurgia · 1/3 superficial (200 micra) – 19% de chance de ter linfonodo afetado · 1/3 médio (200-400 micra) – mais de 40% de chance de ter linfonodo afetado · Profundo (> 400 micra) · Necessita de ótimo estadiamento, ecoendoscopia, RNM, endoscopia a injeção de submucosa tem que elevar a lesão · Fulguração e mucosectomia NÃO são adequados nesse estadio · EDS pode ser feita nos casos superficiais (T1M1 e T1M2), sendo que a partir T1M3 se faz esofagectomia com linfadenectomia · Radioterapia ou radio+quimioterapia não são necessários pós-esofagectomia, só sendo feito no caso de: · Impossibilidade de estadiamento adequado · Ressecção não adequada (ex: mucosectomiaendoscópica ou ESD e T1 a partir de M3) com paciente sem critérios clínicos para esofagectomia · Tratamento para estadio 2a (T2 ou 3/N0/M0) · Esofagectomia clássica com linfadectomia em 3 campos · Esofagectomia trans-hiatal · Incisão cervical + abdominal · Esôfago é dissecado até o cárdia, transpondo o estômago pelo mediastino posterior, anastomosando com o esôfago cervical · Vantagens -> evita toracotomia, reduz a chance de refluxo, mediastinite, mortalidade de 4% · Não faz linfadenectomia adequada e necessita adjuvância · Tratamento estadio 2b e 3 (T2 ou 3/N1/M0 ou T3/N1/M0 ou T4/Nqq/M0) · Esofagectomia padrão se incerteza do N1 e completada com quimioterapia + radioterapia adjuvante (estadio cirúrgico) · Sanduíche · Quimioterapia + radioterapia neoadjuvante · Esofagectomia com linfadenectomia · Repete-se a quimioterapia + radioterapia · É o estadio de diagnóstico +COMUM · Tratamento para estadio 4 (Tqq/Nqq/M1) · Paliativo · Quimioterapia ou radioterapia + quimioterapia · Cirurgia (gastrostomia para alimentar, esofagectomia, interposições de alças, esofagectomia) · Próteses (endoscopia, cirurgia) · Radioterapia + Quimioterapia · Tentativa de controle do local do tumor · Controle da disseminação linfática · Carcinoma de células escamosas responde melhor · “Não cura”
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