prova psicopatologia infantil

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1. Leia o recorte de caso abaixo:
Clara, 31 anos, descreve a gravidez de sua filha Bruna como um momento de absoluta felicidade. Mas, logo após o nascimento, essa felicidade se transformou em algo que ela não conhecia: Clara falava sem parar, não conseguia dormir e tinha uma energia incessante, que não era natural. “Eu achava que tinha dado à luz ao anticristo e acreditava que meu filho tinha pequenos demônios em seu estômago que saíam à noite e dançavam pelo chão da cozinha", contou Clara. Era necessária a presença constante de um familiar, pois Clara lançava um olhar assustador sobre a filha e, às vezes, parecia que deseja matá-la. O tratamento foi prolongado e só após 1 ano se recuperou e pôde reestabelecer o vínculo com Bruna.
Considerando os sintomas apresentados no período do puerpério, qual seria o diagnóstico dessa mãe? Quais os elementos que apontam para esse diagnóstico?
1. O documentário “O renascimento do parto” revelou com profundidade e delicadeza as implicações da cultura da cesárea, fazendo uma crítica à alta prevalência desse modelo de parto na sociedade contemporaneidade brasileira. Tal crítica se refere a quais aspectos?
1. A cena do filme “precisamos falar sobre Kevin” (Corte 1) mostra uma mãe, após o parto, indiferente ao choro do seu bebê. Ela demonstra estar no estado de “preocupação materna primária”, conceito descrito por Winnicott? Justifique sua resposta. 
	
1. Sofia, uma garota de 9 anos, foi encaminhada ao psicólogo após ter experienciado a morte de seu animal de estimação, um coelho de quem cuidou por 3 anos. A mãe relatou, com muita preocupação, que Sofia apresentava perda de apetite, falta de interesse nas coisas que costumavam motivá-la, irritabilidade e diminuição do desempenho escolar. Esse quadro pode ser definido como “normalmente patológico” ou “patologicamente normal”? Explique.
1. É muito comum observarmos reações de ciúmes que muitas vezes vem acompanhada de comportamentos regressivos nas crianças pequenas que experenciam o nascimento de um irmão. Contudo, observamos algo bem diferente em Duda. Ela é uma linda criança que demonstra grande alegria ao ver seu irmãozinho pela primeira vez após seu nascimento (ver a cena da Duda). Como você compreende a reação de Duda? Quais hipóteses você levanta para essa reação, ou seja, o que pode ter contribuído para que Duda lidasse tão bem com esse momento?
1. Um garoto de 10 anos foi encaminhado pela escola a uma clínica de psicologia devido a incidentes agressivos e violentos com seus colegas. O relatório da escola registra que há cerca de um ano o garoto apresenta perturbações graves. Como exemplo é citado uma ocasião na qual a criança empurrou a mesa contra um colega e, alguns dias depois ameaçou outra criança armado de uma faca. O relatório faz menção também a um baixo aproveitamento escolar de mais de dois anos. A avaliação psicológica baseada em informações fornecidas pela criança, pela família e pela professora, mostra que há vários anos, o menino urina de 2 a 3 vezes por semana durante a noite, e de 1 a 2 vezes durante o dia, geralmente na escola. A família, mãe, avó e bisavó, relatam na entrevista que todas tiveram o mesmo problema por um tempo mais ou menos longo e que, portanto, não havia razão para se preocuparem, pois “isso irá passar” quando o garoto crescer. Percebe-se uma família pouco implicada com o problema. A criança diz lidar bem com a enurese noturna, mas diz ficar extremamente embaraçado com os “incidentes” na escola. Ele deseja ficar limpo de dia.
 
- “A noite, tanto faz, mas, na escola não gosto porque meus colegas zombam de mim” (criança)
- “O que você faz quando seus colegas zombam de você”? (psicóloga)
- “Eu bato neles” (criança)
- “Isso funciona?” (psicóloga)
- “Às vezes. Outro dia, esse menino não parava de me provocar, de dizer que eu era um bebê mijão, que eu tinha de usar fraldas e coisas desse tipo [...]. No recreio eu lhe acertei um soco no estômago! Ele não me enche mais (criança sorri)”.
Tendo em vista o caso supracitado, os problemas emocionais/comportamentais parecem ser causa ou a consequência da enurese? Justifique sua resposta. 
1. A cena extraída do filme “Temple Grandin” mostra o momento em que o diagnóstico de autismo foi dado a uma mãe, em uma época (1951) que a patologia ainda não tinha tratamento e era classificada como um tipo de psicose. Na sequência a cena mostra Temple já adulta e algumas de suas dificuldades. Observe os sintomas manifestados por ela, desde a infância até a idade adulta, e aponte quais deles corroboram com o diagnóstico de autismo e quais se diferenciam da psicose? 
1. A cena do documentário denominado “A menina que nasceu esquizofrênica” é de uma menina que foi diagnosticada com esquizofrenia aos 6 anos de idade. Quais os elementos mostrados na cena permitem o diagnóstico de psicose infantil? 
RESPOSTAS
1. O diagnóstico para essa mãe seria o de psicose puerperal, por conta de apresentar uma taquilalia (falar sem parar); Insônia; agitação (energia incessante), delírio (ter dado à luz ao anticristo e acreditava que meu filho tinha pequenos demônios em seu estômago que saíam à noite e dançavam pelo chão da cozinha) e parecer que queria matar a filha.
1. Tal crítica faz referência aos seguintes aspectos: ao número excessivo de cesarianas feitas com intervenções traumáticas e desnecessárias, especialmente em nome de interesses econômicos, famoso "tempo é dinheiro". Também é abordado o protagonismo cada vez menor das mulheres, "o médico homem, tornou-se o ator principal do parto, para o surgimento desse modelo obstétrico, foi necessário que se criasse a ideia de que as mulheres são incompetentes e incapazes de dar conta do processo de nascimento por si mesmas".
1. Ela não parece estar na preocupação materna primária, pois refere-se ao estado de sensibilidade na qual se encontra a mãe frente ao desejo de cuidar de maneira satisfatória de seu bebê.
Envolve uma vontade e uma habilidade por parte da mãe para drenar o investimento de si mesma para o bebê. Nesse estado, as mães desenvolvem uma capacidade surpreendente de identificação com o filho, o que lhes permite ir ao encontro das necessidades básicas do recém-nascido de uma forma que não pode ser ensinada.
1. Normalmente patológico, pois é um comportamento normal para o momento de enlatamento dessa criança, mas parece ser patológico ao meio no qual ela está inserida.
1. Houve uma conversa logo após a descoberta da gestação e os pais devem ter mostrado que o irmão irá precisar de mais cuidados e por vezes mais atenção, mas isso não significa que ela não irá receber atenção e nem que deixou de ser amada por ninguém da família. Possivelmente a incluíram no processo gestacional como a escolha do nome, a organização do quarto ou o exame de ultrassom, por exemplo.
No nascimento do irmão ela foi levada ao encontro dos pais e do irmão no hospital e esse irmão ainda trouxe um presente para demonstrar o quanto ela é querida e que tem seu lugar seguro.
1. Os problemas emocionais/comportamentais parecem ser consequência da enurese, pois os atos agressivos e violentos do garoto se dão a partir do momento que seus colegas de classes zombam dele por estar fazendo xixi na calça, a partir também desses episódios de enurese no colégio ele apresenta baixo rendimento escolar por estar se sentindo envergonhado e até mesmo julgado. E a família acaba sendo tolerante com essa situação por não procurar ajuda para o garoto. 
1. Os sintomas apresentados por elas desde a infância que colaboram para o diagnóstico do autismo seriam recusar a mãe, olhar fixo, sensibilidade apurada a estímulos externos, não gostar de toque, agressividade na interação social e retração em si mesmo. 
Sintomas que diferenciam o quadro autista do psicótico: preocupação em objetos reais, obsessão com organização, delimitação do espaço, atenção focalizada, tique repetitivos e impossibilidade de mudança dos objetos e rotina.
1. Os elementos mostrados na cena que permitem o diagnóstico de psicose infantil são: alucinações,delírios, crenças que afetam a realidade, comportamentos irracionais e exagerados, movimentos repetitivos, agitação, perda de interesse e agressividade.