Buscar

Word Semana 2 A Pessoa Natural

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Estácio de Sá
Curso de Direito
2012.2
Professora Lucy Figueiredo
Semana 2 – A PESSOA NATURAL 
1 A PESSOA NATURAL
1.1  Pessoas reconhecidas pela ordem jurídica: naturais e jurídicas.
1.2 A personalidade jurídica: modos de aquisição e perda.
1.2.1 Docimasia hidrostática de Galeno
1.3 Natureza jurídica do nascituro.
1.3.1 Teorias sobre a natureza jurídica do embrião. 
2. CAPACIDADE CIVIL
2.1 Conceito  e distinções.
2.2 Capacidade de direito ou gozo e capacidade de fato ou de exercício da pessoa física. 
2.3 A incapacidade e o impedimento. 
2.4 Hipóteses legais de incapacidade civil: absoluta e relativa.
2.5 Suprimento e cessação da incapacidade civil.
2.5.1 Tutela e curatela
2.6 Capacidade negocial e Capacidade especial
2.7 Assistência e representação
2.8 Estado civil 
1. A PESSOA NATURAL
Pessoa = do latim persona = máscara teatral. 
Pessoa é o ente capaz de exercer direitos e submeter-se a deveres na órbita jurídica; é aquele que poderá compor o polo ativo ou passivo na relação jurídica. 
Pessoa é o sujeito de direito
1.1  Pessoas reconhecidas pela ordem jurídica
A ordem jurídica reconhece dois entes como pessoa, ou seja, como sujeito de direitos e deveres na ordem civil: pessoa natural, e pessoa jurídica jurídica. 
Pessoa Natural 
Pessoa Natural é o ser humano, também chamado pessoa física considerado como sujeito de direitos e obrigações. 
Para qualquer pessoa ser assim designada, basta nascer com vida e, desse modo, adquirir personalidade. 
Pessoa Jurídica
Agrupamento de pessoas naturais, visando alcançar um interesse comum, também denominadas, em outros países, pessoa moral e pessoa coletiva
PERSONALIDADE
A personalidade não é um atributo natural, isto é, não está necessariamente vinculado ao ser humano, se assim fosse, a pessoa jurídica não teria personalidade. Segundo Maria Helena Diniz, personalidade é a soma de caracteres de uma pessoa: aquilo que a pessoa é para si e para a sociedade. 
Para o Direito: personalidade é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações e deveres na ordem civil. 
1.2 A personalidade jurídica: modos de aquisição e perda 
Personalidade é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações e deveres na ordem civil.
Personalidade Jurídica é o atributo reconhecido a uma pessoa para que possa atuar no plano jurídico, titularizando relações diversas, e reclamar a proteção jurídica dedicada a pessoa pelos direitos da personalidade. 
1.2 A personalidade jurídica: modos de aquisição e perda 
Aquisição da personalidade civil dá-se com o nascimento com vida. É necessário que haja respirado, ainda que tenha perecido em seguida, lavrando-se nesse caso, dois assentos, o de nascimento e o de óbito (LRP, art 3°,§ 2°). A comprovação de que tenha ou não respirado é feita através de exame médico pericial denominado Docimasia Hidrostática de Galeno. 
Obs.:Ocorre o nascimento com vida quando a criança é separada do ventre materno, não importando tenha sido o parto natural, mesmo que não tenha sido cortado o cordão umbilical. (Para Washington de Barros Monteiro, somente após cortado o cordão umbilical). 
1.2.1 Docimasia hidrostática de Galeno
A palavra docimasia tem origem no grego dokimasia e no francês docimasie (experiência, prova).
Trata-se de medida pericial, de caráter médico-legal, aplicada com a finalidade de verificar se uma criança nasce viva ou morta e, portanto, se chega a respirar.
 Após a respiração o feto tem os pulmões cheios de ar e quando colocados numa vasilhame com água, flutuam; não acontecendo o mesmo com os pulmões que não respiram. Se afundarem, é porque não houve respiração; se não afundarem é porque houve respiração e, consequentemente, vida. Daí, a denominação docimasia pulmonar hidrostática de Galeno.
Relevância jurídica: a comprovação do nascimento com vida possui grande relevância no campo do direito sucessório (transmissão do patrimônio por morte). 
Por exemplo: e se o bebê morrer pouco após o nascimento? Neste caso, a criança fará jus a sucessão e, logo em seguida, também será autora de herança. Situação diferente da que ocorreria se a morte fosse intra-uterina. 
Uma implicação importante: se o pai da criança falecer enquanto sua esposa está grávida? Se a criança nascer com vida, esta terá direito à sucessão. Caso contrário (se não nascer com vida), opera-se a sucessão normalmente. 
1.3 Natureza jurídica do nascituro
Nascituro é aquele "que há de nascer,(...) o ser humano já concebido, cujo nascimento se espera como fato futuro certo", ou seja, nascituro é aquele que já está concebido, mas ainda não nasceu, é aquele que ainda está no corpo da genitora. É aquele que foi concebido mas ainda não nasceu. 
Segundo o Código Civil O NASCITURO não é pessoa natural, tem apenas uma proteção jurídica.
O objetivo do Código é o de resguardar preventivamente os eventuais direitos que possam ser adquiridos, caso o nascituro nasça com vida.
Entretanto, se não ocorrer o nascimento com vida, torna-se inoperante a ressalva contida no Código Civil. 
1.3. Teorias sobre a natureza jurídica do nascituro. 
Atualmente, há duas teorias que buscam estabelecer qual o momento em que se inicia a personalidade jurídica:
Teoria Natalista, o nascituro não é pessoa porque a personalidade começa com o nascimento com vida; afirma que o nascituro possui mera expectativa de direito, só fazendo jus à personalidade após o nascimento com vida (art.2º, 1ª parte do CC/02), ou seja, possui uma personalidade condicional.
Teoria Concepcionista: assegura ao nascituro personalidade, desde a concepção, possuindo, assim, direito à personalidade antes mesmo de nascer. Para esta teoria a personalidade jurídica se iniciaria no momento da concepção, ou seja, quando o espermatozóide se funde ao óvulo (há quem defenda que a aquisição da personalidade ocorra algum tempo depois).
A maior parte dos civilistas, especialmente a doutrina clássica, entende ser a teoria natalista a adotada pelo Código Civil que preconiza na primeira parte do art. 2º “a personalidade civil da pessoa começa do seu nascimento com vida”. 
Alguns autores como Maria Helena Diniz, Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona entende que o Código Civil adotou a teoria concepcionista, porque a parte final deste artigo diz que: "mas a lei põe a salvo, desde concepção, os direitos do nascituro“.
 A doutrina majoritária entende que esta disposição não se refere ao início da personalidade jurídica. Esta só ocorre com o nascimento o com vida. Neste caso, a Lei busca proteger um ser que pode vir a se tornar pessoa (se nascer com vida).
Observação:
É reconhecido ao nascituro o direito ao reconhecimento de sua filiação garantindo-lhe a perfilhação, como expressão da sua própria personalidade.
Também é reconhecida, ao nascituro a capacidade de ser parte ativa em uma relação jurídico-processual (ser autor de um processo) para propor ação de alimentos (alimentos gravídicos) contra o seu genitor reclamando o seu próprio direito à vida. 
É por isso que Maria Helena Diniz reconhece ao nascituro uma verdadeira “personalidade jurídica formal”, de modo a viabilizar o exercício e proteção dos direitos da personalidade. 
Embora o Código Civil adote, segundo a doutrina clássica, a Teoria Natalista, o Judiciários vem se manifestando no sentido da Teoria Cocepcionita conforme se vê nos REsp 399028 – SP/2002 e REsp 931556 RS /2007, concedendo dano moral ao nascituro. 
1.3.1 Teorias sobre a natureza jurídica do embrião. 
Embrião é o feto até nove semanas de gestação, estando no útero materno é considerado nascituro. 
O embrião excedentário é aquele que não foi utilizado no processo de fertilização assistida.
A necessidade de definir a partir de que momento um embrião passa a ser considerado ser humano influencia na legalidade do próprio processo de procriação artificial e das pesquisas com células-tronco embrionárias, vez que a vida e a dignidade da pessoa humana são bem jurídicos de relevância singular. 
Não há consenso na doutrina nacionale internacional no que tange à natureza jurídica do embrião humano excedentário. Apesar de todo o dissenso, em uma coisa se afinam as diversas opiniões: há necessidade de uma tutela jurídica para esta entidade. Entretanto, o tipo de tutela é variável, ora mais, ora menos abrangente, dependendo de quando se constata a presença do ente personificado. Segundo os concepcionistas não há distinção entre embrião intra-uterino ou extra uterino, todos são embriões e merece proteção legal. 
Considerações: Se ao embrião fosse imputado o status de pessoa, legítima não seria a permissão da prática da fertilização in vitro pois esta, encerra a possibilidade de destruir embriões, seja porque é um risco do próprio procedimento, ou porque, quando constatada a inviabilidade, haverá impossibilidade de implantá-los. Logo, se a opção legislativa primasse por tratar o embrião como pessoa natural, deveria proibir a prática da fertilização in vitro, em prol de não sujeitar o embrião (enquanto pessoa) a nenhum risco de destruição, inviabilidade ou congelamento
2. CAPACIDADE CIVIL
Capacidade significa a aptidão que a pessoa tem de adquirir e exercer direitos. 
A capacidade jurídica,  é uma medida limitadora ou delineadora da possibilidade de adquirir direitos e de contrair obrigações. 
2.1 Conceito  e distinções 
Personalidade é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações e deveres na ordem civil 
A capacidade jurídica,  é uma medida limitadora ou delineadora da possibilidade de adquirir direitos e de contrair obrigações.
Capacidade significa a aptidão que a pessoa tem de adquirir e exercer direitos. 
A capacidade é a regra, ou seja, pelo código Civil toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil; a incapacidade é a exceção, ou seja, são incapazes somente aqueles discriminados pela legislação. (arts. 3º e 4º do Código Civil) 
2.2 Capacidade de direito ou gozo e Capacidade de fato ou de exercício da pessoa natural. 
Capacidade de direito ou de gozo 
Capacidade de direito ou de gozo consiste na capacidade de contrair direitos; todos os indivíduos possuem tal capacidade visto que de acordo com o. Art. 1º C.C. “ Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.” 
É a própria aptidão genérica reconhecida universalmente, para alguém ser titular de direitos e obrigações. 
Confunde-se com a personalidade. Toda pessoa natural a tem, pela simples condição de pessoa. Deflui do próprio nascimento com vida. É aptidão para aquisição de direitos e deveres. Essa capacidade do art. 1º é a capacidade de direito (ou gozo) que toda pessoa adquire ao nascer com vida.
Capacidade de fato ou de exercício: a capacidade de fato ou de exercício é a tão conhecida capacidade civil plena, qualidade que confere às pessoas naturais que a possuem a plena condição de exercício livre, pleno e pessoal de seus direitos, bem como do cumprimento de seus deveres.
Possui a capacidade de fato aqueles que se dirigem com autonomia no mundo civil, agindo pessoal e diretamente, sem intervenção de uma outra pessoa que os represente ou os assiste. Diz-se que essa pessoa se acha em pleno exercício de seus direitos. 
Toda pessoa tem capacidade de direito; mas nem toda a de fato, ou seja, toda pessoa tem faculdade de adquirir direitos, mas nem toda pessoa tem o poder de usá-los pessoalmente e transmiti-los a outrem por ato de vontade
A capacidade de fato ou de exercício admite gradações:
 plenamente capaz = cap. de direito + cap. De fato
 relativamente incapaz
 absolutamente incapaz.
INCAPACIDADE 
Incapacidade é a restrição legal ao exercício de atos da vida civil, imposta pela lei somente aos que, excepcionalmente necessitam de proteção, tendo em vista as suas naturais deficiências decorrentes em geral, da idade, da saúde e do desenvolvimento mental e intelectual. Deve ser analisada de forma restrita, porque como ensina a doutrina deve ser aplicado o princípio de que “a capacidade é a regra e a incapacidade é a exceção”. Portanto, só haverá incapacidade nos casos estabelecidos em lei. 
A lei não institui o regime das incapacidades para prejudicar aquelas pessoas determinadas, mas, ao contrário, para proteger-lhes: a incapacidade foi construída para proteção dos que são por motivo de idade, ou doença não podem exercer por sí, seus direitos. 
incapacidade absoluta e Incapacidade relativa 
INCAPACIDADE ABSOLUTA: será absoluta a incapacidade quando a lei considera um indivíduo totalmente inapto ao exercício da atividade da vida civil. 
ATENÇÂO: Os absolutamente incapazes podem adquirir direitos, pois possuem a capacidade de direito, mas não são habilitados a exercê-los, pois falta a capacidade de exercício. 
INCAPACIDADE RELATIVA: permite que o relativamente incapaz pratique atos da vida civil desde que assistido por seu representante legal, sob pena de anulabilidade (CC.art.171,I). 
A incapacidade absoluta acarreta a proibição TOTAL do exercício, por si só , do direito. O ato somente poderá ser praticado pelo representante legal do absolutamente incapaz. A inobservância dessa regra provoca a NULIDADE do ato nos termos do art. 166, I, do Código Civil. 
A incapacidade relativa permite que o relativamente incapaz pratique atos da vida civil desde que assistido por seu representante legal, sob pena de anulabilidade (CC.art.171,I).
O relativamente incapaz, pode praticar certos atos sem a assistência de seu representante legal, como ser testemunha (art. 229,I), aceitar mandato (art.666), fazer testamento (art. 1.860, parágrafo único), exercer empregos públicos para os quais não for exigida a maioridade (art.5º, parágrafo único, III), casar (art.1517), ser eleitor, celebrar contrato de trabalho etc. 
2.3 A incapacidade e o impedimento 
A incapacidade não se confunde com o impedimento. Neste ocorre a vedação à realização de certos negócios jurídicos, como por exemplo, fazer contratos, adquirir bens etc. 
Não constitui incapacidade a proibição que a lei estabelece a que certas pessoas realizem certos negócios jurídicos, p.e., proíbe que o tutor adquira bens do pupilo (art. 1.749 CC); que os ascendentes vendam bens imóveis aos descendentes, sem o expresso consentimento dos demais descendentes (art. 496 CC) , a proibição que o leiloeiro e seus prepostos adquiram, ainda que em hasta pública, os bens de cuja venda estejam encarregados. 
2.4 Hipóteses legais de incapacidade civil: absoluta e relativa. 
INCAPACIDADE ABSOLUTA
Art. 3o, II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
Compreende-se aqui todos os casos de insanidade mental permanente e duradoura, caracterizada por graves alterações psíquicas, provocada por doença ou enfermidade mental congênita ou adquirida como a oligofrenia (debilidade, imbecilidade e idiotia) e a esquizofrenia, bem como por deficiência mental decorrente de distúrbios psíquicos (doença do pânico p.ex., desde que em grau suficiente para acarretar a privação do necessário discernimento para a prática de atos da vida civil.
O objetivo do Código Civil foi compreender nesta expressão, todos os casos de insanidade mental, permanente e duradoura, adquirida ou hereditária. 
Para que os atos praticados pelas pessoas elencadas no Art. 3º, II, C.C. sejam considerados nulos, é necessário que seja interditada judicialmente, ou seja, o juiz declara por sentença que tal pessoa é absolutamente incapaz e que os atos por ela praticados serão nulos e não surtirão nenhum efeito no mundo civil. 
A sentença de interdição é meramente declaratória e não constitutiva, uma vez que não cria a incapacidade, pois esta advém da alienação mental. 
Se o ato foi praticado após a sentença de interdição, será nulo de pleno direito; se porém, foi praticado antes, a decretação da nulidade dependerá da produção de prova inequívoca da insanidade.
Atos anteriores à interdição poderão ser anulados, se a causa da interdição existia notoriamente à época em que tais fatos foram praticados. 
Art. 3o,III - os que, mesmopor causa transitória, não puderem exprimir sua vontade 
Aqui compreende-se as pessoas que não puderem exprimir totalmente sua vontade por causa transitória, ou em virtude de alguma patologia (arteriosclerose, excessiva pressão arterial, paralisia, embriaguez não habitual, uso eventual e excessivo de entorpecentes ou substâncias alucinógenas, hipnose ou outras causas semelhantes, mesmo não permanentes). Não se compreende aqui as pessoas portadoras de doença ou deficiência mental.
INCAPACIDADE RELATIVA
Art. 4o I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
São os menores púberes do CC de 1916, podem praticar apenas determinados atos sem a assistência de seus representantes: aceitar mandato, ser testemunha, fazer testamento, etc. Não se tratando desses casos especiais, necessitam da referida assistência, sob pena de ANULABILIDADE do ato, se o lesado tomar providências nesse sentido e o vício não houver sido sanado.
Se, entretanto, propositadamente, ocultarem sua idade ou espontaneamente declararem-se maiores, no ato de se obrigar, perderão a proteção que a Lei confere aos incapazes e não poderão, assim, anular a obrigação por eles contraída ou eximir-se de cumpri-la (art. 180, CC/2002). Exige-se, no entanto, que o erro da outra parte seja escusável. 
Se não houve malícia por parte do menor, anula-se o ato, para protegê-lo. Como ninguém pode locupletar-se (= enriquecer-se, levar vantagem) à custa alheia, determina-se a restituição da importância paga ao menor se ficar provado que o pagamento nulo reverteu em proveito dele (art. 181 do CC/2002 
Se a vítima não conseguir receber a indenização da pessoa encarregada de sua guarda, que continua responsável em primeiro plano (art. 932, I), poderá o juiz, mas somente se o incapaz for abastado, condená-lo ao pagamento de uma indenização equitativa. Adotou-se o princípio da responsabilidade subsidiária e mitigada dos incapazes.
Art. 4o II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
Somente os alcoólatras, ou dipsômanos (os que têm impulsão irresistível para beber) e os toxicômanos, isto é, os viciados no uso e dependentes de substâncias alcoólicas ou entorpecentes, bem como os fracos da mente são assim considerados. 
Os usuários eventuais que, por efeito transitório dessas substâncias, ficarem impedidos de exprimir plenamente sua vontade estão incluídos no rol dos absolutamente incapazes (art. 3º, inciso III do NCC).
Os deficientes mentais de discernimento reduzido são os fracos da mente. Estabeleceu-se, assim, uma gradação para a debilidade mental: 
quando privar totalmente o amental do necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil, acarretará a incapacidade absoluta (oligofrenia etc.) (art. 3º, inciso II do NCC); 
 quando, porém, causar apenas a sua redução, acarretará a incapacidade relativa. 
Art. 4o III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo 
O Código considera relativamente incapaz não apenas os portadores de Síndrome de Down, mas todos os excepcionais sem completo desenvolvimento mental, por exemplo, os surdos-mudos que, por não terem recebido educação adequada, permaneceram isolados, ficaram privados de um desenvolvimento mental completo. 
Se a tiverem recebido, e puderem exprimir plenamente sua vontade, serão capazes. 
Poderão, ainda, enquadrar-se como absolutamente incapazes, se a deficiência privá-los totalmente do necessário discernimento. Assim, também ocorre com todos os excepcionais sem desenvolvimento mental completo. 
Art. 4o IV - os pródigos.
Pródigo é o indivíduo que dissipa o seu patrimônio desvairadamente. Trata-se de um desvio da personalidade e não, propriamente, de um estado de alienação mental. Pode ser submetido à curatela (art. 1.767, inciso V do NCC), promovida pelos pais ou curadores, pelo cônjuge ou companheiro, ou por qualquer parente. 
O pródigo só ficará privado, no entanto, de praticar, sem curador, atos que extravasam a mera administração (esta ele poderá exercer) e implicam no comprometimento do patrimônio, como emprestar, dar quitação, alienar, hipotecar (art. 1.782 da Lei n.º10.406/2.002). Pode praticar, validamente e por si só, os atos da vida civil que não envolvam o seu patrimônio e não se enquadrem nas restrições mencionadas. Pode, assim, casar, dar autorização para casamento dos filhos menores, etc. 
Art. 4º, Parágrafo único A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
Os Índios ou silvícolas são os habitantes das selvas, não integrados à civilização.O diploma legal (= Lei) que atualmente regulamenta a situação jurídica dos índios no País é a Lei n.º 6.001, datada de19/12/1.973, que dispõe sobre o Estatuto do Índio, proclamando que ficarão sujeitos à tutela da União, até se adaptarem à civilização.
A referida Lei considera nulos os negócios celebrados entre um índio e pessoa estranha à comunidade indígena, sem a participação da Fundação Nacional do Índio (Funai), enquadrando-o, pois, como absolutamente incapaz. Entretanto, declara que se considerará válido tal ato se o índio revelar consciência e conhecimento do ato praticado e, ao mesmo tempo, tal ato não o prejudicar 
O falido não é incapaz, apenas lhe são impostas restrições à atividade mercantil. 
 ATENÇÃO: A condenação criminal não implica capacidade civil. Como pena acessória, pode sofrer o condenado a perda de função pública ou do direito à investidura em função pública; a perda do poder familiar, da tutela ou da curatela. 
2.5 Suprimento e cessação da incapacidade civil
Cessa a incapacidade, em primeiro lugar, quando cessar a sua causa (enfermidade mental, menoridade, etc.) e, em segundo lugar, pela emancipação. 
A menoridade cessa aos dezoito anos completos (art. 5º do novo Código Civil), isto é, no primeiro momento do dia em que o indivíduo perfaz os dezoito anos. Se é nascido no dia 29 de fevereiro de ano bissexto,completa a maioridade no dia 1º de março. 
No parágrafo único do artigo 5º, elenca-se outras possibilidades, para os menores, alcançarem a capacidade completa. 
Art. 5º , I - A emancipação 
EMANCIPAÇÃO: É a antecipação da capacidade civil .
OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO DA EMANCIPAÇÃO: Quando a emancipação é concedida pelos pais ou por um deles na falta do outro ou judicialmente, só produz efeito depois de registrada.
PERÍODO EM QUE A EMANCIPAÇÃO PODE SER CONCEDIDA: A emancipação pode ser concedida entre 16 e 18 anos. 
CARTÓRIO ONDE DEVE SER REGISTRADA A EMANCIPAÇÃO: No Cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais do 1º Subdistrito da Sede da Comarca do domicilio do (a) emancipado (a).
TIPOS DE EMANCIPAÇÃO: voluntária, legal e judicial. 
Hipóteses legais de emancipação: voluntária, judicial e legal 
A EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA - é concedida pelos pais,se o menor tiver dezesseis anos completos (art. 5º, parágrafo único,inciso I do C. C.). 
Deve ser concedida por ambos os pais, ou por um deles na falta de outro. A impossibilidade de qualquer deles participar do ato, por se encontrar em local ignorado ou por outro motivo relevante, deve ser devidamente justificada em juízo. 
Se os pais divergirem entre si, a divergência deverá ser dirimida pelo juiz. 
Forma: quanto à forma, é expressamente exigido o instrumento público, independentemente de homologação judicial (art. 5º, parágrafo único,inciso I do NCC). 
O registro da emancipação concedida pelo juiz é feito em cumprimento a mandado judicial.
A EMANCIPAÇÃO JUDICIAL é concedida por sentença, ouvido o tutor, em favor do tutelado que já completou dezesseis anos. Se o menor estiver sob tutela, deverá requerer sua emancipação ao juiz, que a concederá por sentença, depois de verificar a conveniência do deferimento para o bem do menor. O tutor não pode emancipá-lo. Quando concedida por sentença, deve o juiz comunicar, de ofício, a concessão ao escrivão do Registro Civil (= ao Cartório onde fora assentado o registro de nascimento do menor). 
A EMANCIPAÇÃO LEGAL é a que decorre de determinados fatos previstosna lei, como o casamento, o exercício de emprego público efetivo, a colação de grau em curso de ensino superior e o estabelecimento com economia própria. Independe de registro e produzirá efeitos desde logo, isto é, a partir do ato ou do fato que a provocou. 
Observações: As emancipações voluntária e judicial devem ser registradas em livro próprio do 1º Ofício do Registro Civil da comarca do domicílio do menor, anotando-se também em seu registro de nascimento
A emancipação é irrevogável. Não podem os pais, que voluntariamente emanciparam o filho, voltar atrás. 
A colação de grau em curso de ensino superior, e o estabelecimento civil ou comercial, ou a existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria, justificam a emancipação, por demonstrar maturidade própria do menor. 
2.5.1 Tutela e curatela
A incapacidade dos incapazes pode ser suprida pelos institutos da assistência e da representação.
ASSISTÊNCIA é o instituto ligados aos relativamente incapazes.
Os assistentes dos incapazes serão:
a) os pais ou tutor – assistem os maiores de 16 e menores de 18 anos.
b) o curador – assiste os pródigos e os que possuem o discernimento reduzido, se maiores de 18 anos.
REPRESENTAÇÃO: a representação é instituto ligado ao absolutamente incapaz. 
Os representantes não gozam de poderes ilimitados, sendo imprescindível a autorização do juiz e do Ministério Público para a realização de qualquer ato que importe perda patrimonial, pelo que fica vedada a prática dos seguintes atos sem autorização: venda, doação ou troca de bens, renúncia de direitos etc. 
Os representantes dos absolutamente incapazes serão: os pais, o tutor, o curador.
a) Os pais – no caso dos menores de 16 anos. A representação nesse caso dá-se automaticamente, o representante do incapaz não necessita de qualquer ato de investidura ou designação. 
b) O tutor – no caso dos menores de 16 anos, se os pais não forem vivos ou forem ou tornarem-se incapazes, ou perderem o poder familiar (poder parental). O tutor é nomeado pelo juiz ou pelos próprios pais. Poderá ser um parente ou qualquer pessoa que goze da confiança do juiz ou dos pais. Tanto nesse caso do tutor quanto do curador a representação não se dá de forma automática, ocorrendo por designação judiciária. O representante adquire esta qualidade em razão de um ato judicial, e só em função dele é que se legitima a representação. 
c) O curador – no caso em que o incapaz possui uma enfermidade ou deficiência mental e for maior de 18 anos. 
Efeitos jurídicos:
Tais diferenciações acarretam diversos efeitos jurídicos, os atos praticados pelos absolutamente incapazes são nulos (art.166 CC), e os praticados pelos relativamente incapazes são anuláveis (art. 171 CC).
Assim, os atos praticados pelo absolutamente incapaz é nulo de pleno direito, é ato inválido, não surte qualquer efeito, não sendo reconhecida pelo direito a transação. Os atos praticados por pessoa relativamente incapaz o ato será válido podendo ser anulado.
ATO NULO – É INVÁLIDO E NÃO SURTE EFEITO.
ATO ANULÁVEL – O ATO É VÁLIDO SURTE EFEITO ATÉ A SUA ANULAÇÃO.
2.6 Capacidade negocial e Capacidade especial
Além das capacidades de direito e de fato há ainda as capacidades negocial e especial.
Capacidade negocial: é aquela exigida como plus, além da genérica, para a realização de atos jurídicos específicos. Exemplo: exige-se que o outorgante da procuração particular a advogado seja alfabetizado.
Capacidade especial: é a exigida para a realização de determinados atos, normalmente fora da esfera do Direito Provado. Exemplo para votar exige-se que a pessoa tenha 16 anos. 
Avaliação – casos Concretos
Caso Concreto 1: As irmãs ROSA, VIOLETA e MARGARIDA, respectivamente, com 18, 16 e 14 anos de idade, moram na encantadora cidade de Aracaju, capital do estado de Sergipe e estudam bem pertinho de casa, no COLEGIO ESTADUAL PROF HAMILTON ALVES ROCHA, que fica na Av. Marginal  Alves Rocha, no Centro. Vendo aproximar-se o mês de maio e  pretendendo recursos para o presente de sua mãe,  dona DÁLIA,  aceitam a sugestão da irmã mais velha e todas vendem para a OFICINA DO ALCICLEI sua bicicletas. Como podem ser classificados os negócios jurídicos por cada uma das irmãs, tendo por base a capacidade jurídica de cada uma delas ? Justifique. 
Caso Concreto 2: José e Maria, durante sua relação, afetiva tiveram um filho, Davi, hoje com seis anos de idade. Com o recente fim do relacionamento, Maria procura um advogado para que este ajuíze ação de alimentos em face de José com o escopo de obter pensão alimentícia somente para seu filho David, já que ela possui meios próprios de subsistência. O advogado, então, inicia sua petição da seguinte forma: 
“Davi da Silva, relativamente incapaz, assistido por sua mãe Maria da Silva, domiciliado na Rua da Paz, s/n°, vem, por seu advogado ao final subscrito, propor a presente ação de alimentos em face de José da Silva, domiciliado na Rua da Paz, s/n° pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe (...)”. 
Após a distribuição (ato de dar entrada) da referida petição inicial, para começar o processo judicial, determina o juiz da vara de família que seja emendada (corrigida) essa petição inicial. 
Responda às questões seguintes, JUSTIFICANDO suas respostas.
a) Davi da Silva é incapaz? Em caso positivo, qual a espécie de incapacidade o atinge? 
b) O juiz determinou que a petição inicial do advogado fosse emendada, ou seja, corrigida. Que erro cometeu o advogado? Faça a correção necessária. 
c) O instituto da incapacidade tem por finalidade punir o incapaz por sua falta de discernimento e pelos prejuízos que pode causar à sociedade em razão dela?
 Em caso negativo, qual seria então o escopo do instituto? 
d) O instituto da incapacidade tem por finalidade punir o incapaz por sua falta de discernimento e pelos prejuízos que pode causar à sociedade em razão dela? Em caso negativo, qual seria então o escopo do instituto
QUESTÃO OBJETIVA
Esta questão contém duas afirmações. Assinale o item CORRETO e justifique. 
I - Ao nascer com vida, adquire-se capacidade de fato 
PORQUE 
II - A capacidade de direito somente se adquire com a ocorrência das hipóteses do art. 5º CC, ou seja, quando se pode exercer plenamente o direito. 
                                                              
(A) se as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
(B) se as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
(C) se a primeira é falsa e a segunda é verdadeira. 
(D) se a primeira é verdadeira e a segunda é falsa 
(E) se as duas são falsas. 
CAPACIDADE CIVIL
CAPACIDADE DE DIREITO
ou de gozo ou capacidade de aquisição (art. 1 , C.C.).
CAPACIDADE DE FATO
ou de exercício ou capacidade de ação
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade . 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
 I - por incapacidade relativa do agente 
Art. 5º, A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:  
I - pela concessão dos pais,ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; � II - pelo casamento; � III - pelo exercício de emprego público efetivo; � IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; � V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
� PAGE \* MERGEFORMAT �1�

Outros materiais