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Lúpus Eritematoso Sistêmico

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Lúpus Eritematoso Sistêmico 
 
Definição 
↣ O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença 
inflamatória crônica, multissistêmica, de causa 
desconhecida e natureza autoimune, caracterizada pela 
presença de diversos autoanticorpos. 
↣ Evolui com as mais variadas manifestações clínicas, e 
com períodos de exacerbação e remissão. 
 
Epidemiologia 
↣ Prevalência global do LES é estimada em 1 por 2.500 
pessoas. 
↣ Ocorre com uma frequência 10x maior nas mulheres 
do que nos homens e é aproximadamente 3x mais 
frequente em afrodescendentes do que em brancos. 
 
Fisiopatologia 
↣ É resultado de um distúrbio da regulação imune, que 
determina uma produção exagerada de autoanticorpos. 
↣ Esse distúrbio imunorregulador é produzido por 
alguma combinação de fatores genéticos, fatores 
hormonais (conforme evidenciado pelo início habitual 
durante os anos reprodutivos) e fatores ambientais (luz 
solar, queimaduras térmicas). 
↣ Caracteriza-se por formação de imunocomplexos 
constituídos por autoanticorpos e auto ou 
heteroantígenos que se depositam na parede de vasos de 
pequeno e médio calibres, em território da 
microcirculação. 
↣ Estes, após a ativação do sistema de complemento, 
ativam os mediadores da inflamação, produzindo ao final 
um processo de vasculite leucocitoclástica, com 
frequente necrose da parede vascular e dos tecidos por 
ela nutridos, gerando alterações estruturais e funcionais 
em vários órgãos ou sistemas, como o osteoarticular e o 
renal. 
↣ O sistema nervoso central (SNC) é frequentemente 
atingido, gerando sintomas neurológicos e/ou 
psiquiátricos, tais como: convulsões, cefaléia, síndrome 
orgânica cerebral e psicose. 
 
 
 
↣ Especula-se ainda que a ativação do sistema 
imunológico, como ocorre em doenças autoimunes, possa 
resultar em alterações em neurotransmissores e, 
consequentemente, em comportamentos. 
↣ LES induzido por substâncias químicas ou fármacos: 
medicamentos como a hidralazina, procainamida, 
isoniazida, clorpromazina e alguns medicamentos 
anticonvulsivantes. 
↣ Fator hormonal: o estrogênio é responsável pela 
diminuição da apoptose do linfócito B e pela sua 
atividade. Assim, sem essa regulação, passam a produzir 
continuamente os autoanticorpos. Isso comprova risco 
aumentado para as mulheres que fazem o uso de 
anticoncepcionais orais combinados e suplementação de 
TSH. 
↣ Fatores ambientais: relacionados a exposição solar, 
pela apoptose dos queratinócitos causador de uma 
resposta macrofitica gerando um processo inflamatório, 
↑ liberação de IL e TNF-alfa, favorecendo assim a 
produção de anticorpos por linfócitos B autorreativos. 
 
↣ Desta forma, essa relação de fatores vão ocasionar a 
perda da auto tolerância, ou seja, o não reconhecimento 
dos próprios anticorpos. Assim, com a não apoptose dos 
linfócitos B e a continua produção de auto anticorpos, vai 
ocorrer um aumento de BAFF/Blys, relacionados a 
sobrevida dos Linfócitos B, e a diminuição dos linfócitos 
T reguladores que são responsáveis pela apoptose do 
linfócito B. 
↣ Os autoanticorpos produzidos em excesso, ativam o 
imunocomplexo que estimula a resposta imune inata, 
pelas IL1 /TNF gerando um processo inflamatório. 
↣ O imunocomplexo ativa o sistema complemento, 
levando a maior consumo dos complementos, dando início 
a um processo de quimiotaxia e inflamação tecidual, 
causando uma diminuição no Clarence do imunocomplexo 
e dos restos apoptóticos. 
 
 
 
 
Nathalia de Tarso 
Manifestações Clínicas 
O início da doença pode ser insidioso ou agudo. 
↣ Manifestação musculoesquelética: artralgias e artrite 
(sinovite), edema articular, a hipersensibilidade e a dor 
movimento-dependente da articulação, rigidez matinal. 
↣ Manifestação cutânea: lúpus eritematoso cutâneo 
subagudo com lesões policíclicas papuloescamosas ou 
anulares; lúpus eritematoso discoide, que é um exantema 
crônico com pápulas ou placas eritematosas e 
descamação, podendo provocar cicatrização e 
alterações pigmentares. 
↣ Manifestação + comum: (>50% dos pacientes) lesão 
cutânea aguda, constituída por um exantema em forma de 
borboleta estendendo-se pelo nariz e pelas bochechas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Pode haver somente comprometimento cutâneo 
ou este pode ser precursor de um acometimento mais 
sistêmico 
o Período de exacerbação: as lesões agravam-se 
e podem ser provocadas por luz solar ou luz UV. 
Úlceras orais podem acompanhar as lesões cutâneas, 
podem acometer a mucosa bucal ou o palato duro. 
↣ Manifestação cardíaca: pericardite é a mais comum e 
para mulheres há risco de aterosclerose precoce. 
↣ Manifestação renal: níveis séricos de creatinina e 
exame de urina são usados na triagem para o 
comprometimento renal; a partir da detecção precoce 
inicia-se o tratamento imediato para evitar a lesão renal 
e o consequente acometimento por HAS. 
↣ Manifestação do SNC: comprometimento 
disseminado, abrangendo toda a gama de doença 
neurológica. Em geral, são demonstradas por alterações 
sutis nos padrões de comportamento ou na capacidade 
cognitiva. 
 
 
Histórico e Achados Diagnósticos 
↣ História clínica: incluindo febre, fadiga, perda de peso 
e, possivelmente, artrite, pleurite e pericardite. 
↣ Exame físico; 
↣ Exames de sangue. 
↣ Interações com o paciente e a família podem 
proporcionar uma evidência adicional de 
comprometimento sistêmico. 
↣ Avaliação tegumentar: inspeção à procura de 
exantema eritematoso, placas eritematosas cutâneas 
com escama aderente no couro cabeludo, face ou 
pescoço; áreas de hiperpigmentação ou de 
despigmentação, dependendo da fase e do tipo da doença. 
o Questionar sobre alterações cutâneas, 
permanentes ou transitórias, quanto à sensibilidade à 
luz solar ou luz UV artificial. 
o Couro cabeludo: inspecionado quanto à alopecia; 
o Boca e garganta: exame à procura de ulcerações 
consequentes do comprometimento gastrintestinal. 
 
↣ Avaliação cardiovascular: ausculta para a detecção de 
atrito pericárdico relativo a miocardite acompanhada por 
derrames pleurais. 
o Derrames pleurais e infiltrações: refletem a 
presença de insuficiência respiratória, demonstrados 
por sons pulmonares anormais. 
o Lesões papulares, eritematosas e purpúricas: 
surgem nas pontas dos dedos das mãos, cotovelos, 
dedos dos pés e superfícies extensoras dos 
antebraços ou laterais da mão, podem sofrer necrose, 
sugerindo comprometimento vascular. 
o Ao exame físico: pode haver edema, 
hipersensibilidade, calor, dor ao movimento, rigidez e 
edema articulares, com comprometimento articular 
simétrico e semelhante àquele observado na AR. 
↣ Avaliação neurológica: direcionado à identificação 
alterações no SNC; questionar paciente e familiares são 
acerca de qualquer alteração comportamental, incluindo 
manifestações de neurose ou psicose, sinais de 
depressão, relatos de convulsões, coreia ou outras 
manifestações do SNC. 
↣ Exame laboratorial: isoladamente não confirma o LES; 
revela a presença de anemia moderada a grave, 
trombocitopenia, leucocitose ou leucopenia e ANA 
Nathalia de Tarso 
positivos. Outros exames imunológicos diagnósticos 
sustentam o diagnóstico, mas não o confirmam. 
 
Tratamento Clínico 
Inclui o tratamento da doença aguda e crônica. 
↣ Doença aguda: exige prescrições direcionadas ao 
controle da atividade aumentada da doença ou 
exacerbações que podem acometer qualquer sistema 
orgânico. 
A atividade da doença é constituída por um conjunto de 
manifestações clínicas e laboratoriais que refletem a 
inflamação aguda secundária ao LES. 
↣ Doença crônica: envolve monitoramento periódico e o 
reconhecimento das alterações clínicas significativas que 
exigem ajustes na terapia. 
 
Metas do tratamento: 
↣ Evitar a perda progressiva da função orgânica; 
↣ ↓ ocorrência de doença aguda; 
↣ ↓ incapacidades relacionadas com a doença e 
↣ Evitar complicações decorrentes da terapia. 
 
Terapia Farmacológica 
Baseia-se no conceito de que a inflamação tecidual local 
é mediada por respostas imunes exageradas/ 
aumentadas, cuja intensidadepode variar e exigem 
terapias diferentes em momentos específicos. 
↣ Corticosteroides: medicamento mais importante 
disponível para o tratamento. São utilizados topicamente 
para manifestações cutâneas, em doses orais baixas para 
a < atividade da doença e em altas doses para a > 
atividade da doença. 
o ADM IV: é uma alternativa para o uso oral em 
doses altas. 
↣ Medicamentos antimaláricos: são efetivos no 
tratamento das manifestações cutâneas, 
musculoesqueléticas e sistêmicas leves do LES. 
↣ AINE: utilizados para as manifestações clínicas 
menores, administrados em conjunto com os 
corticosteroides, em um esforço para reduzir as 
necessidades de corticosteroides. 
↣ Agentes Imunossupressores (agentes alquilantes e 
análogos da purina): possuem efeitos sobre a função 
imune; são reservados para formas graves de LES, que 
não responderam às terapias conservadoras. 
↣ Terapias de depleção das células B: o tratamento mais 
recente para o LES. Os anticorpos monoclonais, o 
rituximabe e o epratuzumabe (anticorpo anti-CD22 
humanizado) demonstraram resultados terapêuticos 
satisfatórios em estudos clínicos. 
Cuidado de Enfermagem 
Baseia-se no plano fundamental apresentado ao final do 
resumo. 
Os diagnósticos de enfermagem incluem: 
↣ Fadiga; 
↣ Integridade da pele prejudicada; 
↣ Distúrbio da imagem corporal e 
↣ Déficit de conhecimento sobre as decisões de 
autotratamento. 
 
↣ A doença ou o seu tratamento podem produzir 
alterações na aparência e sofrimento considerável para 
o paciente. 
↣ As alterações e a evolução imprevisível do LES 
exigem habilidades de avaliação e cuidado de 
enfermagem, com sensibilidade para as reações 
psicológicas do paciente. 
 
Processo de educação para o autocuidado: 
↣ Estimular a participação em grupos de apoio: os quais 
podem fornecer informações sobre a doença, dicas sobre 
o tratamento diário e apoio social. 
↣ Orientar sobre exposição ou proteção com filtro solar 
e roupas: a exposição ao sol e à luz ultravioleta pode ↑ 
atividade da doença ou provocar uma exacerbação; 
↣ Orientar sobre a necessidade de triagens periódicas 
de rotina e atividades de promoção da saúde: devido ao ↑ 
risco de comprometimento dos sistemas orgânicos; 
↣ Orientar acompanhamento nutricional: para 
assegurar que o paciente esteja instruído quanto às 
recomendações nutricionais, tendo em vista o ↑ risco de 
DCV (HAS e aterosclerose). 
↣ Orientar sobre a continuidades dos medicamentos 
prescritos e abordar alterações e efeitos colaterais 
potenciais; 
↣ Orientar sobre a necessidade de monitoramento, 
devido ao risco aumentado de comprometimento 
sistêmico, incluindo efeitos renais e cardiovasculares. 
 
Nathalia de Tarso 
Plano de Cuidado de Enfermagem 
 
 
 
 
Nathalia de Tarso 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
SMELTZER, S.C; BARE, B.G. Brunner & Suddarth: Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2009. 
Ayache, Danusa Céspedes Guizzo e Costa, Izaías Pereira daAlterações da personalidade no lúpus eritematoso sistêmico. Revista Brasileira de 
Reumatologia [online]. 2005, v. 45, n. 5 [Acessado 24 Setembro 2021] , pp. 313-318. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0482-
50042005000500006>. Epub 23 Fev 2006. ISSN 1809-4570. 
Resumo: lúpus eritematoso sistêmico | Ligas. Sanar. Disponível em: https://www.sanarmed.com/resumos-lupus-eritematoso-sistemico-ligas. 
Acesso em: 24 set 2021. 
 
Nathalia de Tarso 
https://www.sanarmed.com/resumos-lupus-eritematoso-sistemico-ligas

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