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Gabriella R Oliveira - SIA III - Dermatologia - 7ºP CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA: CARCINOMA BASOCELULAR: Tumor maligno mais frequente Histologicamente, pode se originar da epiderme e dos folículos pilosos Radiação ultravioleta é o fator mais importante na patogênese QUADRO CLÍNICO: · Aspecto perláceo, telangiectasias · Crescimento lento · Raramente sofrem metástase · Lesão papulosa ou em placa, infiltrativo, normocrômico ou pigmentado CLASSIFICAÇÃO: Nodular ou noduloulcerativo: · Forma mais comum de CBC · Mais frequente em face Diagnóstico diferencial: hiperplasia sebácea, tricoepitelioma, pápula fibrosa, carcinoma espinocelular, nevo intradérmico Há uma variante pigmentada (diagnóstico diferencial: queratose seborreica, melanoma, CEC Superficial ou Pagetóide: · Segundo tipo mais frequente · Lesão eritemato escamosa, podendo apresentar pápulas perláceas na periferia · Inicialmente o crescimento é radiar e superficial, posteriormente em profundidade · Mais frequente em tronco Diagnóstico diferencial: queratose actínica. Doença de Bowen, LES, CEC, eczema Esclerodermiforme ou morfeaforme: · Subtipo mais agressivo · Mal delimitado, podendo se apresentar como uma placa infiltrada, às vezes de tonalidade amarelo marfínico · Mais frequente em face HISTOPATOLOGIA: · Lóbulos, colunas e cordões de células basalóides, citoplasma escasso · Paliçada periférica · Retração entre o tumor e o estroma SUBTIPOS HISTOLÓGICOS: · Superficial · Nodular (sólido) · Micronodular · Infiltrativo · Esclerodermiforme · Basoescamoso (Metatípico) · Fibroepitelial (pinkus) TRATAMENTO: Sempre que possível fazer biópsia prévia (confirmação diagnóstica, tipo histológico e padrão de invasão) Considerar: · Tumor primário ou recidivado · Padrão histológico · Localização anatômica · Limites do tumor · Tamanho do tumor · Infiltração perineural · Número de lesões · Condições clínicas do paciente Objetivos: · Destruição ou remoção total do tumor · Preservação máxima do tecido normal · Preservação da função · Melhor resultado estético possível Lesões numerosas: Considerar 5- fluorouracil, criocirurgia, curetagem e eletrocoagulação, imiquimod Tamanho do tumor: Tumores primários, com menos que 1 cm apresentam invasão subclínica mínima Mais que 1 cm na zona H da face ou mais de 2 cm em outra localização: cirurgia com controle de margens ou Cirurgia Micrográfica de Mohs Limites do tumor: Lesões mal delimitadas, infiltrativas: optar por cirurgia excisional com controle de margens congelamento ou CMM se possível CBC recidivado: Ideal cirurgia excisional com controle de margens com congelamento ou CMM Margens comprometidas: Na face é mais prudente reoperar, em tronco e membros se margens laterais comprometidas, pode- se fazer seguimento* Tipo histológico e infiltração perineural: · Padrão histológico agressivo: micronodular, infiltrativo, basoescamoso, esclerodermiforme, superficial* · Infiltração perineural confere agressividade e maior recidiva · Cirurgia excisional com controle de margens por congelamento ou CMM MODALIDADES TERAPÊUTICAS: Curetagem e eletrocoagulação: Indicação seria lesões pequenas (até 1 cm), fora de áreas de risco Contraindicações: CBC recidivado, padrão histológico agressivo, invasão profunda (ex: perineural, derme profunda, subcutâneo, periósteo), áreas não firmes (lábios, pálpebras) Vantagens: execução Desvantagens: discromias, cicatriz hipertrófica, risco de recidiva e ausência de controle de margens Cirurgia Excisional: Controle histológico: CBC com margem bem definida, menos de 2 cm de diâmetro: margem de 4 mm Padrão histológico agressivo, mais de 2 cm de diâmetro, infiltração perineural, recidivados: margem de 0,5 a 1,5 cm (se disponível controle de margens por congelação ou CMM) Cirurgia Micrográfica de Mohs · Seria padrão ouro, porém pouco disponível · Permite preservação de tecido são e controle histológico preciso, durante o procedimento Indicações: Tumores grandes, invasivos, padrão histológico agressivo, áreas de risco, recidivados, invasão perineural, margens indefinidas, margens comprometidas Fluorouracil (5- FU): · Lesões múltiplas, ausência de condições cirúrgicas · Uso em média por 8 a 12 semanas (diariamente) Efeitos colaterais: ulceração, dermatite de contato por sensibilização, discromias Radioterapia: · CBC inoperável · Lesões muito grandes, deformantes · Mais usada no passado, evitar em jovens Terapia Fotodinâmica: Aplicação de substÂncias como ácido.5-aminolevulínico (ALA) ou o metilaminolevulinato (MAL) e subsequente exposição à luz com determinado comprimento de onda, induzindo a morte celular Criocirurgia: · Congelamento do tumor por nitrogênio líquido (-196 C) · Indicações seriam: lesões múltiplas, tumores com menos de 1 cm não localizados em área de risco, limites bem definidos, não recidivados · Paciente sem condições operatórias Imiquimod: · Imunomodulador tópico capaz de mediar a resposta imune inata e celular · Múltiplas lesões, ausência de condições cirúrgicas · Usado 5x por semana, por 6 semanas Vismodegib: · Nova opção terapêutica em CBC localmente avançados · Via HEDGEHOG, 150 mg ao dia · Queda de cabelo, câimbras, alterações gustatórias e perda de peso CARCINOMA ESPINOCELULAR: · Segundo tumor de pele mais frequente · Pode originar metástases (21,7%) · Proliferação atípica de células da camada espinhosa da epiderme · Mais frequente em pessoas com mais de 50 anos, pele exposta ao sol · Indivíduos de pele e olhos claros ETIOPATOGENIA: · Radiação ultravioleta – induz mutações em genes supressores de tumores (p53) · Lesão prévia mais frequente: queratose actínica · Queratose actínica – CEC situ- CEC metastático · Também pode evoluir de outras lesões pré- malignas: doença de Bowen, leucoplasia, radiodermite crônica, úlceras crônicas (úlcera de Marjolin), cicatrizes de queimaduras · Imunossupressão por medicamentos QUERATOSE ACTÍNICA: · Pré- cancerígena · Atipia demonstrada histologicamente, confinada às camadas basais da epiderme · Potencial de transformação em CEC- 0,025 a 16% ao ano · Exposição prolongada a RUV · Pápulas eritematosas, achatadas, ásperas ou descamativas · Pele fotodanificada · Diagnóstico clínico, se dúvida em relação a CEC, biópsia · Histologia: atipia confinada a epiderme, confinada em camadas mais inferiores · Suspeita de CEC: lesões maiores, sangramento, dor, infiltração, recorrência após o tratamento Tratamento: criocirurgia, curetagem, shaving, tópicos (5- fluorouracil, imiquimode), peeling químicos médios a profundos, laser (co2, erbium) DOENÇA DE BOWEN: (carcinoma espinocelular in situ) · Mais comum após 60 anos · Predileção por mulheres · Geralmente únicas · Associação com arsenicais (uso em agricultura), RUV · Tem sido discutido o papel do HPV · Pequena placa, com lento aumento no diâmetro, coloração rósea a eritematosa, bordas irregulares porém bem definidas, com descamação ou crosta a superfície Histologia: atipias de estendem por toda epiderme Risco de uma DB não tratada evoluir para CEC invasivo é aproximadamente 5% Tratamento: cirúrgico, curetagem, cauterização química (ATA) Não existe recomendação padrão- ouro para tratamento de todos os casos ERITROPLASIA DE QUEYRAT: · Placa aveludada, eritematosa, brilhante, localizada no pênis · Representa um CEC in situ (doença de Bowen) · Ocorre em homens, não circuncidados, entre 20 a 80 anos Fatores de risco: pouca higiene, calor, fricção, trauma, herpes vírus · Associação com HPV (16, 18, 39 e 51) · Exame histológico igual à DB · A progressão da EQ para CEC invasivo é aproximadamente 10%, É UM CEC in situ Prevenção: bons hábitos higiênicos e circuncisão precoce Tratamento: exérese cirúrgica, CMM, 5- FU, imiquimode, ablação com laser de CO2 PLACA ERITEMATOSA AVELUDADA EM GLANDE DIAG DIFERENCIAL: SÍFILIS - PRIMÁRIA: CANCRO DURO CONFIRMACOM BIÓPSIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - CA ESPINOCELULAR: · Pápula, nódulo, ulceração, placa vegetante ou placa verrucosa (VERRUGA) · Em áreas expostas, geralmente se origina de lesão precursora de queratose actínica · Pode ter crescimento rápido em pacientes imunossuprimidos HISTOPATOLOGIA: · Ninhos, cordões ou blocos de células epiteliais escamosas que se originam da epiderme, invadindo a derme ou estruturas mais profundas · Células apresentam citoplasma eosinofílico - se coram de rosa, abundante e núcleo vesiculoso · Pérolas córneas, ficam rodeadas da ceratose · Grau de anaplasia tumoral incluir plano gorduroso, faz incisional, tirar a pior parte para já realizar estadiamento - amostra demonstrativa, ulcerada, nodular COMPORTAMENTO BIOLÓGICO: Quanto mais indiferenciado, maior o risco de recidiva e metástase Espessura (análogo ao Breslow): até 2 mm baixo risco, 2 a 6 mm risco médio, maior que 6 mm alto risco de recidiva e metástase, pior prognóstico, da epiderme até onde tem lesão Crescimento perineural: pior prognóstico ESTADIAMENTO: Estadiamento segundo a AJCC: T: TUMOR PRIMÁRIO: TX: tumor primário não pode ser avaliado T0: sem evidência de tumor primário (metástade linfonodal à distância sem, sme primário conhecido) Tis: tumor in situ T1: menor ou igual a 2 cm e sem critérios de alto risco T2: maior que 2 cm, ou qualquer tamanho com 2 ou mais critérios de alto risco T3: tumor com invasão de maxila, mandíbula, órbita ou osso temporal T4: tumor com invasão de base do crânio N: Linfonodos: NX: metástases linfonodais não avaliadas N0: sem metástases linfonodais N1: metástase em único LN ipsilateral menor que 3 cm N2: metástase em único LN ipsilateral entre 3 e 6 cm, ou múltiplos LN ipsilaterais (menores que 6 cm), ou bilaterais e/ou contralaterais (menores que 6 cm) N2a: metástases em um único LN ipsilateral entre 3 e 6 cm N2b: metástases em múltiplos LN ipsilaterais (menores que 6 cm) N2c: metástases em LN bilaterais e/ou contralaterais 9 menores que 6 cm) N3: metástase em linfonodo maior que 6 cm M: metástases M0: sem metástases à distância M1: metástase à distância Estadiamento: Estádio 0: Tis N0 M0 Estádio I: T1 N0 M0 Estádio III: T3 N0 M0 Estádio IV: T1- T3 N2 MO Qualquer T N3 M0 T4 Qualquer N M0 Qualquer T Qualquer N M1 CRITÉRIOS DE RISCO PARA RECIDIVA E METÁSTASE: · Tamanho em diâmetro (mais de 2 cm) · Grau de diferenciação celular · Profundidade de invasão (mais que 2 mm) · Localização do tumor: lábio, região temporal, dorso de mãos, fronte, e orelhas · Envolvimento perineural: célula tumoral invadindo o nervo · Se invasão de vaso linfático deve- se realizar o esvaziamento ganglionar, seguido de radioterapia · CEC recidivado, CEC de cicatriz de queimadura, ex: úlcera venosa crônica, úlcera de marchi - pode virar um cec TRATAMENTO: Cirurgia: margens de 0,5 a 1 cm, incluindo o plano gorduroso, preservando a maior quantidade possível de parte saudável. CMM: tumores mal delimitados, de alto risco, recidivados Curetagem e eletrocoagulação: somente se baixo risco. Pode ser uma opção em pacientes com múltiplas lesões Criocirurgia: lesões de baixo risco Radioterapia: como tratamento isolado (pacientes sem condições clínicas), adjuvante, ou neo- adjuvante CASO CLÍNICO 1: Paciente feminina, 68 anos, trabalhadora rural. Queixa- se de feridas ásperas na pele. HAS, DM 2. Em uso de enalapril, glifage e glibenclamida. 1- Descreva as lesões = MÁCULA ERITEMATOSA DESCAMATIVA EM REGIÃO DE FACE 2- Hipóteses diagnósticas = QUERATOSE ACTÍNICA, BOWEN E CBC SUPERFICIAL 3- Qual (is) opção (oes) de tratamento? = BIÓPSIA DA ÁREA SUSPEITA -> REGIÃO MAIS ELEVADA, PALPAVEL - PLACA, SANGRAMENTO, SE VIER BOWEN -> EXÉRESE, E DEVE TRATAR CERATOSE PODE USAR 5-FLUORACIL, IMIQUIMOD -> VAI FERIR, ULCERAR, CAUSAR DERMATITE ATÓPICA CASO CLÍNICO 2: Paciente masculino, 68 anos, aposentado. Queixa- se de pinta no nariz, que eventualmente sangra. Apareceu há cerca de 4 meses, com crescimento progressivo. Hipertenso em uso de losartana. 1- Descreva a lesão = NÓDULO ERITEMATOSO COM TELANGIECTASIAS EM ASA NASAL 2- Hipóteses diagnósticas = CARCINOMA BASOCELULAR, NEVO INTRADÉRMICO 3- Tratamento = FAZ BIÓPSIA, SE FOR CBC, FAZ EXÉRESE COM MARGEM DE SEGURANÇA CASO CLÍNICO 3: Paciente 47 anos, médica. Lesão recente em face, assintomática. Sem comorbidades. Uso de ACO. 1- Descreva a lesão = PLACA AMARELADA/TOM MARFIM COM PÁPULAS PERLÁCEAS ERITEMATOSAS EM REGIÃO INFERIOR, LESÃO MAL DELIMITADA, PALPÁVEL E INFILTRADA 2- Quais suas hipóteses diagnósticas = CBC, ESCLERODERMIFORME, CEC 3- Qual a conduta? = BIÓPSIA Quais das lesões abaixo, você suspeitaria de câncer de pele? 1 E 4 - BOWEN, CERATOSE ACTINICA, ECZEMA, CBC SUPERFICIAL, E 4 - CARCINOMA BASOCELULAR NODULAR ULCERADO 2 E 3 - NEVOS INTRADÉRMICOS Quais lesões abaixo você faria biópsia? 1 E 3-> DEBAIXO DO CORNO CUTÂNEO VERRUGA VIRAL, CERATOSE ACTÍNICA E CBC, E A 3 É CBC 2 - NEVO RUBI 4 - NEVO MELANOCÍTICO
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