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DIREITO TRABALHISTA E DIREITO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIOPREVIDENCIÁRIO Me. Tat iana Richett i IN IC IAR introdução Introdução Estudante, nesta unidade, abordarei noções do direito do trabalho, tratando dos principais princípios aplicáveis à seara trabalhista. Falarei a respeito das relações de trabalho como gênero e das relações de emprego, como espécie da anterior. Apresentarei uma série de trabalhadores, com suas particularidades e, a partir do estudo dos requisitos caracterizadores da relação de emprego, poderemos identi�car a existência ou não de um vínculo empregatício. Para �nalizar, tratarei dos contratos de trabalho subordinado relativos à relação de emprego, em suas modalidades de prazo determinado, indeterminado e intermitente. Os temas são de suma importância para os pro�ssionais que irão atuar com recursos humanos. Importante dizer que não se objetiva esgotar o tema, mas apresentar os principais pontos que darão ao leitor o conhecimento necessário e instigá-lo a buscar mais. Bons estudos! Para iniciarmos nosso estudo sobre os princípios do direito do trabalho, vamos começar abordando o signi�cado da palavra “princípio”. Segundo o dicionário online de português, princípio é considerado aquilo que: “... fundamenta ou pode ser usado para embasar algo” (PRINCÍPIO, 2018). Juridicamente, os princípios são valores norteadores de uma ordem jurídica, ou seja, as normas jurídicas (constituição federal, leis, decretos, entre outras) estão todas fundamentadas nos princípios gerais do direito. Carla Teresa Martins Romar diz que, Os princípios são os preceitos fundamentais de uma determinada disciplina e, como tal, servem de fundamento para seus institutos e para sua evolução. Constituem o núcleo inicial do próprio Direito, em torno dos quais vai tomando forma toda a estrutura cientí�ca da disciplina em questão (ROMAR, 2018, p. 49). Agora que entendemos o conceito de princípios, podemos a�rmar que os princípios gerais do direito possuem três funções: a primeira delas é a função Princípios do Direito do TrabalhoPrincípios do Direito do Trabalho de instruir o legislador no momento da elaboração das leis, mas também possui a função de colaborar no momento da aplicação da norma, ou seja, quando o Poder Judiciário está julgando um determinado caso e se depara com “lacunas” que são omissões da lei. E por �m, tem uma terceira função, quando o juiz se utiliza dos princípios do direito para interpretar uma norma jurídica. A própria Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT, em seu art. 8º, dispõe sobre a utilização dos princípios como fonte do direito, quando não houver legislação, ou quando essa for omissa: Art. 8º. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. (BRASIL, 1943) Assim, temos que os princípios são fonte para toda e qualquer área do direito, seja o direito do trabalho, o direito tributário, o direito civil, entre outras. Todavia, em cada uma destas áreas, além dos princípios gerais, iremos nos deparar com princípios que são mais especí�cos a determinada disciplina. Em relação aos princípios gerais, devemos observar que a Constituição Federal de 1988 estabeleceu a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho, assim como a livre iniciativa, como elementos fundamentais da República, logo, qualquer norma, inclusive as ligadas ao direito do trabalho, deverão ter por base o respeito a tais princípios (ROMAR, 2018). O direito do trabalho, além dos princípios gerais, possui diversos princípios bem peculiares, sendo que os mais importantes deles, serão estudados a seguir (ROMAR, 2018, p. 53): princípio protetivo ou da proteção; princípio da irrenunciabilidade; princípio da continuidade da relação de emprego; princípio da primazia da realidade. Princípio protetivo ou da proteção Para o direito do trabalho, o princípio protetivo tem a �nalidade de conferir ao empregado uma superioridade jurídica em decorrência de sua inferioridade econômica (hipossu�ciência) em relação ao seu empregador. Tem o objetivo de proteger o obreiro, pois sabe-se que o poderio econômico de uma empresa é muito superior à condição econômica dos seus trabalhadores, por isso, o empregador sempre teria melhores condições de negociação. A ideia deste princípio é superar essa desigualdade. Em razão dessa proteção que confere ao trabalhador, o princípio protetivo é considerado o mais importante, sendo, na realidade, a própria essência de todo o direito do trabalho (ROMAR, 2018). Trata-se de uma noção de que as normas jurídicas trabalhistas, advindas da Constituição da República Federativa do Brasil, da Consolidação das Leis do Trabalho, de diversas outras Leis esparsas, como por exemplo, a Lei do empregado doméstico, a Lei do Trabalhador Rural, entre outras, procuram equilibrar a relação entre empregado e empregador, concedendo àquele um tratamento mais protetivo e favorável. Todavia, com a reforma trabalhista originada pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, vários direitos dos trabalhadores foram �exibilizados, permitindo-se às empresas, juntamente com os sindicatos, amplas negociações. Foi também �exibilizada a negociação realizada diretamente entre empregador e empregado, quando este for considerado hipersu�ciente, ou seja, possua diploma de nível superior e receba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (Art. 444, parágrafo único, CLT) (BRASIL, 1943). Por �m, é necessário dizer que o princípio protetivo desdobra-se em outros três subprincípios, que são: princípio do in dubio pro operario; princípio da aplicação da norma mais favorável; e o princípio da manutenção da condição mais bené�ca. Princípio do in dubio pro operario Quando o Poder Judiciário estiver diante de um caso concreto, ou seja, julgando um litígio trabalhista, e a norma disponível e aplicável ao caso permitir mais de uma interpretação, o juiz deverá optar pela interpretação mais adequada para defender o empregado. Por exemplo: imagine que uma norma coletiva possua uma cláusula que conceda aos trabalhadores um “vale alimentação” em um valor x por mês, por meio de ticket. Porém, outra cláusula informa que se o trabalhador faltar injusti�cadamente ao trabalho, perderá o vale alimentação. A dúvida será a seguinte: a ausência injusti�cada em “um dia” levará à perda do vale alimentação referente àquele dia apenas, ou, referente ao mês todo? Essa interpretação deverá ser realizada pelo Poder Judiciário, que levará em consideração o princípio do in dubio pro operario, ou seja, na dúvida, decida- se favoravelmente ao obreiro. Princípio da aplicação da norma mais favorável Aqui estamos diante de duas ou mais normas. Note que, no princípio anterior, há uma “única” norma que possui mais de uma interpretação. Porém, agora estamos diante de duas ou mais normas aplicáveis ao mesmo trabalhador, e precisamos saber qual deverá prevalecer. Segundo o princípio em comento, deverá ser aplicada a norma que for mais favorável ao obreiro. Logo, ao perceber a existência de duas normas, apenas aquela que for mais favorável ao trabalhador será aplicável em sua totalidade. Isto quer dizer que não se poderá fracionar as normas e adotar apenas as partes mais favoráveis de cada uma delas. Salienta-se que este princípio sofreu �exibilização com a reforma trabalhista. Isto porque a reforma trabalhista trouxe expressa previsão de aplicação dos acordos coletivos de trabalho, em detrimento às convenções coletivas de trabalho, ainda que estas últimas sejam mais favoráveis. Assim, pelo art. 620 da CLT, um acordocoletivo “sempre” prevalecerá sobre a convenção coletiva (BRASIL, 1943), quando, para uma mesma categoria pro�ssional, existir ambas as normas coletivas. Mas não é só isso. A reforma trabalhista também incluiu na CLT o art. 611-A, que trata da prevalência das normas coletivas (convenção ou acordo) em relação à legislação, quando dispuserem sobre: jornada de trabalho (observados os limites constitucionais); banco de horas; intervalo intrajornada (respeitado o limite mínimo de trinta minutos em caso de jornadas superiores à 6 horas); enquadramento do grau de insalubridade; entre outros temas previstos nos quinze incisos do referido artigo. Princípio da manutenção da condição mais bené�ica Também conhecido como princípio da “cláusula mais vantajosa”, sempre que o empregador conceder determinada condição vantajosa para o empregado não poderá suprimi-la, na medida em que, “situações pessoais mais reflitaRe�ita O acordo coletivo de trabalho é decorrente da negociação coletiva realizada entre o sindicato pro�ssional de determinada categoria de um lado, e duas ou mais empresas de outro lado. O âmbito de aplicação da norma está limitado aos empregados das empresas participantes da negociação. Já a convenção coletiva de trabalho é fruto da negociação realizada entre os sindicatos das categorias pro�ssionais (dos empregados) de um lado, e de outro lado, pelos sindicatos das categorias econômicas (dos empregadores), por isso tem maior abrangência, pois atinge toda a categoria. Fonte: Brasil (1943). vantajosas incorporam -se ao patrimônio do em pregado” (ROMAR, 2018, p. 57). Tal condição ou vantagem poderá estar prevista no contrato de trabalho, ou ainda, no regulamento interno da empresa, ou seja, decorrem da voluntariedade do empregador, mas devem estar expressas. Isto ocorre porque as cláusulas contratuais que são mais vantajosas se revestem do direito adquirido e não podem ser retiradas (ROMAR, 2018). Todavia, segundo o Tribunal Superior do Trabalho, por meio da Súmula 51, o regulamento da empresa até poderá ser modi�cado, mas, somente atingirá os novos empregados (BRASIL, 2016). Por outro lado, quando não estiverem previstas expressamente, somente serão incorporadas ao patrimônio do empregado as vantagens que forem habituais, ou seja, acontecerem por um “determinado” tempo. A título de exemplo, podemos citar um empregado que, por um longo período de tempo, trabalhou apenas 40 horas semanais, muito embora seu contrato de trabalho previsse uma jornada de 44 horas. Neste caso, não poderá o empregador exigir que o empregado volte a fazer uma jornada de 44 horas, em razão de ferir uma condição mais bené�ca concedida. Entretanto, é importante saber que a regra da condição mais bené�ca também admite exceções. Todas as vantagens que estiverem previstas em instrumentos coletivos (convenções coletivas de trabalho ou acordo coletivo de trabalho, por exemplo) poderão ser suprimidas em instrumentos coletivos futuros, não aderindo ao contrato de trabalho. Além disso, extinguindo-se a norma coletiva pelo decurso do prazo, que poderá ser de no máximo dois anos, a vantagem estará automaticamente excluída, na medida em que o art. 614, § 3º da CLT não permite mais a ultratividade da norma coletiva (BRASIL, 1943). Outro exemplo ocorre com o exercício de um cargo de con�ança (gerência), podendo o empregador determinar que o empregado retorne às suas atividades simples, deixando a função de con�ança, conforme expressamente previsto no art. 468, § 1º e 2º da CLT. Neste caso, a redução da condição é possível por expressa previsão legal. Princípio da irrenunciabilidade As verbas trabalhistas possuem caráter alimentar e, por isso são consideradas como indisponíveis, não podendo ser renunciadas pelo empregado. Sem dúvida que o referido princípio decorre da inferioridade do empregado em relação ao empregador. Para que o empregado não se sujeite a qualquer imposição do empregador, como por exemplo, abrir mão do seu direito ao FGTS, ou ainda, ao seu direito às férias, ou ao intervalo, o legislador preferiu tornar indisponíveis os direitos trabalhistas. Assim, segundo o art. 9º da CLT, “serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação” (BRASIL, 1943). Por exemplo, um empregado não poderá negociar com o empregador a supressão total do intervalo para refeição e descanso e em contrapartida sair mais cedo do trabalho ao �nal do dia. O intervalo é negociável, mas não é renunciável. Sem dúvidas que o referido princípio admite exceções. A título de exemplo, a Consolidação das Leis do Trabalho, em seu art. 500 dispõe que o empregado que detenha estabilidade provisória por qualquer motivo, somente poderá pedir demissão e consequentemente abrir mão da estabilidade, caso estiver assistido pelo seu sindicato de classe. Princípio da continuidade da relação de emprego Os contratos de trabalho poderão ser realizados com a previsão de prazo para o seu término (contrato por prazo determinado) ou sem a previsão de prazo para o seu �m (contrato por prazo indeterminado). A regra no direito do trabalho é a realização do contrato por prazo indeterminado, ou seja, sem previsão de término. Isto porque é sabido que a garantia de emprego para um trabalhador move toda a economia de um país. Ademais, o objetivo de se realizar um contrato sem previsão de �m é o de permitir ao empregado uma melhoria na sua condição social. Segundo Carla Teresa Martins Romar, “a continuidade da relação de emprego como princípio do Direito do Trabalho fundamenta -se no fato de que nela está a fonte de subsistência e de sus tento do empregado e de sua família, tendo nítida natureza alimentar” (2018, p. 59). Desta forma, havendo um contrato de trabalho, presume-se que ele tenha sido realizado por prazo indeterminado. Com isso, a rescisão contratual acaba por se tornar mais onerosa ao empregador, na medida em que terá que comunicar ao empregado com antecedência, sob pena de pagar-lhe a indenização pelo aviso prévio, sendo que deverá ainda arcar com a multa rescisória do fundo de garantia. Princípio da primazia da realidade Pela própria nomenclatura do princípio já podemos saber que a realidade dos fatos em todo e qualquer contrato de trabalho irá prevalecer sobre as cláusulas contratuais, ou ainda sobre os registros documentais da empresa. Por exemplo, se na prática um empregador contratar um trabalhador e entre eles é assinado um contrato de representação comercial, porém, em juízo restar comprovado que o trabalhador era um verdadeiro empregado subordinado, restará reconhecido o vínculo empregatício, de nada valendo os documentos. Assim, quando o Poder Judiciário estiver apreciando um caso concreto, o juiz irá investigar se a verdade real, ou seja, aquilo que realmente acontecia na prática, está em confronto com a verdade formal, retratada apenas nos documentos, que serão rechaçados quando provados que desvirtuam da realidade. praticar Vamos Praticar “Cada sistema normativo é caracterizado por um conjunto próprio de regras e de princípios. No direito do trabalho, até mesmo em função de sua construção histórica, os princípios ocupam espaço central, informando uma lógica protecionista”. MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. p. 118. A respeito dos princípios do direito do trabalho, baseado no texto acima, e partindo da ideia de que os princípios protegem o trabalhador de suas próprias fraquezas, assinale a alternativa correta: a) O princípio do in dubio pro operario do direito do trabalho também pode ser aplicado ao direito processual, quando o juiz poderá julgar favoravelmente ao trabalhador, em razão da sua inferioridade em relação ao empregador, no momento de analisar uma prova. b) Pelo princípio da norma mais favorável, o julgador irá avaliar as normas aplicáveis e, em cada uma delas, buscará apenas as previsõesque são mais favoráveis ao empregado. c) A vedação à possibilidade de alterações ao contrato de trabalho, sejam elas lesivas ou bené�cas ao trabalhador, está estampada no princípio da inalterabilidade contratual. d) O contrato de trabalho tem, inerente a si, a restrição da autonomia da vontade, com o que se contrapõe ao Direito Civil, no qual prevalece a vontade das partes. Tal instrumento visa assegurar os direitos fundamentais do trabalhador, sendo expressão do princípio da imperatividade das normas trabalhistas. e) Pelo princípio da primazia da realidade, a verdade formal irá prevalecer sobre a verdade real no direito do trabalho. Blandit turpis cursus in hac habitasse platea dictumst. Posuere urna nec tincidunt praesent semper feugiat nibh sed. In hendrerit gravToda e qualquer prestação de serviço é considerada uma relação de trabalho, porém, somente aquelas que forem realizadas por pessoas físicas e com subordinação é que serão consideradas como relações de emprego. Assim, as relações de emprego são uma das espécies das relações de trabalho, que por sua vez é considerada como gênero. A �gura abaixo ilustra e ajuda a memorizar a máxima de que toda relação de emprego é uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego. Pressuposto de caracterização daPressuposto de caracterização da Relação de EmpregoRelação de Emprego Para Carlos Henrique Bezerra Leite, …a relação de emprego ocupa-se de um tipo especí�co da atividade humana: o trabalho subordinado, prestado por um tipo especial de trabalhador, que é o empregado. Aqui, o que importa é a relação jurídica existente entre o empregado e o empregador (mesmo quando este seja pessoa de direito público interno ou externo), para efeito de aplicação do direito do trabalho (LEITE, 2018, p. 170). A importância do tema surge quando tomamos ciência de que apenas a relação de emprego é objeto de estudo do direito do trabalho, e também protegida pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, que não será aplicável a nenhuma outra relação de trabalho. Para sabermos se uma prestação de serviço con�gura-se em relação de emprego, devemos �car atentos aos requisitos que irão caracterizá-la. Tais requisitos são obtidos por meio da combinação entre os artigos 2º e 3º da CLT, que tratam dos conceitos de empregador e empregado. Empregador é a empresa que, assumindo os riscos da atividade, irá admitir, assalariar e dirigir a prestação pessoal de um serviço (art. 2º), enquanto empregado é a pessoa física que presta serviços de maneira não eventual, sob a dependência do empregador e mediante o pagamento de uma remuneração (art. 3º) (BRASIL, 1943). Desta forma, concluímos que os requisitos são: subordinação, pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e alteridade. Passamos então à análise de cada um deles. Subordinação hierárquica ou jurídica Pode-se dizer que a subordinação é o requisito mais importante da relação empregatícia, e quer dizer que a atividade do obreiro �ca sujeita ao poder de direção, organização e disciplinar do empregador (LEITE, 2018). Pessoalidade Pelo requisito da pessoalidade, tem-se que a prestação dos serviços deve ser realizada pela pessoa do empregado, não se admitindo, em regra, a substituição por outra pessoa, salvo casos excepcionais, e desde que haja o consentimento do empregador. Aliás, importante observar que a pessoalidade refere-se apenas ao empregado e não ao empregador (LEITE, 2018). Onerosidade A onerosidade é a contraprestação pelos serviços prestados. É o pagamento de salário, que pode ser �xo, variável, em utilidades, estabelecido por hora, dia ou mês. Este requisito diferencia a relação de emprego do trabalho voluntário, prestado a título gratuito, e que não está protegido pelo direito do trabalho (LEITE, 2018). Não eventualidade A prestação de serviço deve ser realizada pelo empregado de forma habitual, constante e regular, devendo ser levado em conta uma tarefa a ser executada ou um espaço de tempo (LEITE, 2018). Segundo Romar (2018, p. 117), “o que caracteriza a habitualidade não é a prestação diária de trabalho, mas, sim, o sentido de permanência e de prolongamento no tempo que a prestação dos serviços tem”. Alteridade A alteridade na relação de emprego decorre do fato de que os serviços não são prestados por conta própria, mas sim por conta alheia, sendo que quem assume os riscos da atividade econômica é o empregador. Porém, embora conste do art. 2º da CLT, nem todos os doutrinadores consideram a alteridade como um requisito da relação de emprego (ROMAR, 2018). praticar Vamos Praticar “A relação de emprego é uma espécie de relação de trabalho, que se baseia no nexo entre empregador e empregado, caracterizado pela prestação pessoal de serviços, de forma não eventual e subordinada, mediante o pagamento de salário. É a relação jurídica que tem como fato social original o trabalho subordinado, prestado com pessoalidade, mediante remuneração, e que tem como disciplina jurídica o conjunto humano não eventual e de normas que compõem o Direito do Trabalho”. ROMAR, Carla Teresa Martins. Direito do Trabalho Esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. p. 116. A respeito das relações de emprego, enquanto espécie das relações de trabalho, baseado no texto acima, assinale a alternativa correta: a) Não será considerada como relação de emprego a prestação de serviços que ocorrer no domicílio do empregado, pois é necessário que os serviços nesse tipo de relação ocorram na empresa. b) Não será considerada como relação de emprego quando restar previsto que a contraprestação pelos serviços prestados ocorra somente por meio de utilidades, como o fornecimento de moradia, alimentação e vestimentas. c) Admite-se na relação de emprego a contratação de microempreendedor individual - MEI, desde que o empregador seja uma pessoa jurídica, ainda que sem �nalidade lucrativa. d) Para caracterizar uma relação de emprego, não basta que estejam presentes alguns dos requisitos, sendo necessário que todos eles coexistam. e) Não será considerada como relação de emprego a prestação de serviços para entidade de bene�cência ou entidade sem �ns lucrativos. Já sabemos que relação de trabalho não é sinônimo de relação de emprego, e que a relação de emprego exige a presença cumulativa de certos requisitos para restar caracterizada. Lembrando disso, iremos analisar agora diversos tipos de trabalhadores, veri�cando se podemos considerá-los como efetivos empregados pela presença dos requisitos caracterizadores da relação de emprego, ou não. Relação de EmpregoRelação de Emprego Tipo de Trabalhador Legislação Peculiaridades Vínculo de Emprego Aprendiz 424 a 433 da CLT, art. 7º, XXXIII, da CF e Decreto 5.598/05 Aprendiz é o estudante maior de 14 anos e menor de 24 anos (essa limitação de idade, não se aplicará quando o aprendiz se tratar de pessoa com de�ciência), que esteja passando por processo de formação técnico- pro�ssional metódica, compatível com seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, inscrito em programa de aprendizagem, capaz de executar as tarefas necessárias à sua formação. Em SIM que pese o caráter educacional, há que se anotar a CTPS. Estagiário Lei nº 11.788/08 A �nalidade é educativa, visando à preparação para o trabalho. Exige termo de compromisso, entre o educando, parte concedente do estágio e a instituição de ensino, entre outros requisitos. Pode ser obrigatório ou opcional. No estágio obrigatório, poderá ser estabelecida contraprestação. Nos estágios não obrigatórios, necessariamente haverá a contraprestação e o auxílio- transporte. NÃO, muito embora preencha todos os requisitos! Empregado doméstico Lei Complementar 150/2015. Os serviços são realizados no âmbito da residência do empregador e não poderá ter �nalidade lucrativa. O empregador será sempre uma pessoa física. Exemplos: babá, copeira, cozinheira, lavadeira, mordomo, governanta, jardineiro, vigia,motorista, caseiro e zeladores de imóveis de veraneio ou mesmo chácaras e sítios (quando neles não for explorada atividade lucrativa). SIM, exceto quando não ultrapassar 2 vezes na semana, quando será considerada como diarista Empregado Rural Lei 5.889/73 e Decreto 73.626/74 CLT A prestação de serviço se dá para empregador rural, em SIM propriedade rural ou prédio rústico, de natureza não eventual, sob dependência e mediante salário. Tem algumas particularidades em relação aos trabalhadores urbanos. Empregado Público CF, Art. 37, II; CLT A aprovação se dá por meio de concurso público, porém, o regime de contratação é regido pela CLT, e não tem estabilidade como os estatutários. SIM Empregado em domicílio CLT, art. 6º Presta serviços em sua própria residência ou escritório, mas recebe ordens ou incumbências do empregador. Não tem autonomia na prestação dos serviços e não assume o risco do negócio. SIM Teletrabalhador CLT, art. 75-A a 75-E As atividades também são realizadas à distância, na residência do trabalhador, porém, mediante uso da tecnologia de comunicação. A condição de teletrabalhador deverá constar expressamente em contrato individual do trabalho, que especi�cará todas as atividades que serão realizadas pelo empregado, sendo que, nesta modalidade, o teletrabalhador não está sujeito ao controle de jornada de trabalho (CLT, art. 62, III), logo, não fará jus a jornada extraordinária. SIM Mãe Social Lei 7.644/1987 Permite às instituições sem SIM �nalidades lucrativas, ou de utilidade pública de assistência ao menor abandonado (o qual se encontra em situação irregular, seja pela morte, abandono ou incapacidade dos pais) a contratação de mães sociais, para que seja possível o funcionamento de casas-lares. Trata-se de empregada, ou seja, com vínculo empregatício e com proteção da legislação trabalhista. Altos empregados ou empregados de con�ança CLT, artigos 62, II; 224, § 2º; 444, 468; 469 e 499 Súmula 269 do TST. Empregado de con�ança é aquele que detém poderes delegados pelo empregador para agir em seu nome, em menor SIM ou maior grau. Quanto maior é a con�ança depositada, maiores são os poderes do empregado e menores os benefícios legais. A reforma trabalhista acrescentou o parágrafo único ao art. 444, que autoriza que o empregado portador de diploma de curso superior e que recebe salário igual ou superior a duas vezes o limite dos benefícios da previdência possa estipular livremente as cláusulas contratuais que versarem sobre os direitos contidos no art. 611-A da CLT. Trabalhador Lei 6.019/74 e Trabalho SIM, mas temporário 13.429/2017 temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário, que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviço, para atender a necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. com a empresa de trabalho temporários e não com o tomador Terceirizados Lei 6.019/74, artigos 4º-A, 4º-B, 4º-C 5º- A, 5º-B, 5º-C, 5º-D, inseridos pela lei 13.429/2017 e 13.467/2017. Na terceirização de serviços, os empregados das empresas prestadoras realizam serviços determinados e especí�cos, que, em rigor, estão no âmbito da atividade-meio ou �m da empresa. SIM, mas com a empresa prestadora de serviços especi�cados e não com o tomador Autônomo Código Civil, art. 593 a 609. CLT, art. 442-B Explora seu ofício ou pro�ssão por sua conta e risco. Não se subordina a ordens do tomador, embora possa seguir um cronograma. NÃO Eventual Código Civil, art. 602 Presta serviços de curta duração, esporadicamente, de forma descontínua e fortuita. Várias teorias tentam diferenciar o trabalhador eventual do empregado: a prestigiada pela jurisprudência brasileira é a teoria dos �ns da empresa, ou seja, será eventual o trabalhador cujo serviço não estiver inserido na atividade normal da empresa, porque não necessita dele de forma permanente. NÃO Trabalhador Avulso Leis 12.023/2009 (não portuário); 9.719/98 e 12.815/13 (portuários) Trabalhador que presta serviços esporádicos, de curta duração e a diversos tomadores, sem se �xar com qualquer um deles. Difere do eventual em razão da existência de intermediação de entidade especí�ca, pelo Sindicato (avulso não portuário) ou pelo Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO (avulso portuário, porque ocorre tipicamente nos portos). Nesta modalidade, inexiste vínculo de emprego entre o trabalhador e o tomador dos serviços, bem como, inexiste vínculo de emprego entre o trabalhador e o órgão intermediador. NÃO Representante Lei 4.886/65 Pode ser pessoa Em regra, comercial física ou jurídica, exercendo trabalho individual ou em equipe; atua na mediação de negócios; assume os riscos do negócio. Não há subordinação. NÃO Cooperados Lei 5.764/1970 Art. 442, CLT Cooperativa é uma sociedade de pessoas que reciprocamente se obrigam, com a união de esforços, a alcançar um objetivo comum. Entre cooperados, não há qualquer subordinação. Dessa forma, não há direitos trabalhistas. NÃO Voluntário Lei 9.608/1998 O prestador de serviços não tem a intenção em receber qualquer contraprestação pelo trabalho prestado, pois trata- se de um serviço voluntário e altruísta. Exemplo: NÃO Quadro 3.1: Relação de alguns tipos de trabalhadores Fonte: Adaptado de Cassar (2017) e Romar (2018). praticar Vamos Praticar “A relação de emprego é caracterizada pela necessária cumulação de alguns elementos. São, portanto, con�guradores dessa especial relação a conjunção dos seguintes elementos: pessoalidade; onerosidade; não assunção (pelo prestador) dos riscos da atividade do tomador dos serviços; duração contínua ou não eventual e subordinação”. pessoa que presta serviços num lar de idosos, ou ainda, a distribuição de remédios e alimentos para pessoas carentes. Não descon�gurará a natureza voluntária se o trabalhador for ressarcido de eventual despesa. A prestação de serviço se dá por meio de termo de adesão. MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. p. 172. Considerando os requisitos caracterizadores da relação de emprego, assinale a alternativa correta: a) Um policial militar que, em seus horários de folga, prestar serviço para empresa privada, de maneira contínua, recebendo ordens e contraprestação pelos serviços, não poderá ter o reconhecimento do vínculo de emprego, por ser um servidor público. b) Paulo presta serviços para a empresa XYZ Ltda. no estabelecimento do empregador de forma não eventual, recebendo ordens e salário mensal. Joana trabalha na mesma empresa, porém, presta seus serviços de sua própria residência, também de forma contínua e recebendo ordens e salário mensal. Nesse caso, Paulo é empregado, mas Joana é autônoma, pois presta seus serviços em domicílio. c) Maria, manicure de um salão de beleza, repassa 50% dos valores cobrados pelos serviços para Flávia, dona do salão. Porém, trabalha de forma autônoma, pois controla a agenda conforme sua conveniência, utiliza seus próprios equipamentos, recebendo somente pelos serviços realizados, não sendo considerada empregada. d) Pedro, psicólogo, está prestando serviços de acompanhamento emocional aos pacientes enfermos que estão utilizando a Instituição de bene�cência “Rede de Combate ao Câncer Infantil”, cujo programa é fornecido gratuitamente aos usuários cadastrados. Neste caso, obrigatoriamente, o trabalho é voluntário, na medida em que a manutenção da instituição se dá por meio de doações. e) José é garçom, está prestando serviços para um restaurante, com subordinação, porém, não são todos os dias, havendo alternância de períodos de inatividade e de prestação de serviços, trabalhando, em regra, às sextas, sábados e domingos, sendo considerado um trabalhador eventual. O contrato de trabalho é o meio pelo qual se instrumentaliza a relação de emprego. É importante observar que a Consolidaçãodas Leis do Trabalho - CLT consagrou a expressão “contrato de trabalho” como sinônimo de relação de emprego. Assim, para a CLT, o contrato individual de trabalho é o acordo, tácito ou expresso, celebrado entre o empregador (artigo 2º) e o empregado (artigo 3º), correspondente à relação de emprego (art. 442) (BRASIL, 1943). Diante disso, podemos veri�car que, em relação ao tipo de ajuste, pode ser tácito ou expresso. No ajuste tácito, não existiu uma manifestação inequívoca, na forma escrita ou verbal, mas existiram uma série de comportamentos (conduta das partes) que revelam elementos indicativos de vínculo empregatício. No ajuste expresso, as partes manifestaram explicitamente suas vontades, estipulando os direitos e as obrigações, ainda que de forma escrita ou verbal. O contrato de trabalho também pode ser classi�cado em relação ao número de sujeitos envolvidos, pois, além do contrato individual de trabalho, realizado Contrato Individual de TrabalhoContrato Individual de Trabalho por uma pessoa física como empregado, tem-se a possibilidade da realização do contrato de trabalho plúrimo, ou por equipe, quando celebrado por diversos empregados ao mesmo tempo. Em relação ao tempo de duração do contrato de trabalho, temos que os contratos de trabalho poderão ser realizados por prazo determinado, indeterminado ou para prestação de trabalho intermitente (CLT, art. 443) (BRASIL, 1943). Contrato por prazo indeterminado O contrato de trabalho realizado por prazo indeterminado é a regra nas relações empregatícias, decorrendo do princípio da continuidade das relações de emprego, isto porque, “imagina-se que, quando o empregado aceita um emprego, pretenda neste permanecer por tempo inde�nido. Esta é a noção de engajamento do empregado na empresa” (CASSAR, 2017, p. 192). Assim, no momento de sua elaboração, não se irá determinar qualquer termo ou prazo para o seu término. Somente os contratos por prazo determinado é que deverão ser provados (conforme Súmula 212, do TST), logo, nos contratos de trabalho por prazo indeterminado, admitir-se-á a forma verbal. Contrato por prazo determinado O contrato por prazo determinado, que deverá ser necessariamente escrito, é aquele cujo término está previsto desde sua celebração. Este término poderá ser certo – quando se �xar uma data especí�ca (contrato de experiência, por exemplo) -, ou poderá ser incerto, quando se pactuar o �m do contrato, sem �xar uma data especí�ca, seja porque depende da execução de um serviço especi�cado, ou ainda porque depende da realização de certo acontecimento (art. 443, § 1º) (BRASIL, 1943). Desta forma, o contrato terá seu �m quando o serviço nele especi�cado for concluído (por exemplo, com o �m da temporada de verão), ou seja, o evento (termo) é certo de ocorrer, só não se sabe a data (incerto). Por outro lado, no caso do término depender da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada, o próprio evento é incerto, tratando-se de verdadeira condição resolutiva. Imaginem a contratação de um empregado, cuja duração do contrato está limitada ao empregado vencer uma competição. Ele pode vencer ou não. Outros exemplos de termo incerto são: o contrato de safra (Lei 5.889/73 e Decreto 73.626/79); o contrato de obra certa (Lei 2.959/56); a substituição de empregado afastado por invalidez, entre outros. Importante observar que a contratação por prazo determinado será possível e válida nas seguintes situações (art. 443, § 2º, CLT): 1. Serviço cuja natureza ou transitoriedade justi�que a predeterminação do prazo: por exemplo, a contratação de um empregado pelo período em que ocorrerá um aumento da demanda de trabalho, ou para substituir empregado permanente que esteja afastado, ou, ainda, quando o trabalho a ser realizado for certo e delimitado no tempo, como no caso de obra especí�ca (ROMAR, 2018). 2. Atividades empresariais de caráter provisório: aqui a atividade é passageira, não se justi�cando a contratação por prazo indeterminado. Por exemplo, atividades empresariais em feiras ou eventos; atividades sazonais (ovos de páscoa, enfeites de natal etc.) (ROMAR, 2018). 3. Contrato de experiência: muito utilizado e tem o objetivo do conhecimento recíproco das partes, como forma de se veri�car a conveniência e o interesse das partes na manutenção do vínculo empregatício (ROMAR, 2018). O contrato por prazo determinado terá duração máxima de dois anos (art. 445, CLT), enquanto o contrato de experiência não poderá exceder 90 (noventa) dias. Ambos admitem uma única prorrogação, porém, a soma de duração dos dois períodos não poderá ultrapassar o prazo máximo de duração prevista para o contrato (art. 451, CLT). O contrato de aprendizagem, espécie de contrato por prazo determinado, poderá exceder dois anos em caso de pessoa com de�ciência (art. 428, § 3º da CLT). O contrato do atleta pro�ssional, por sua vez, poderá ser estipulado pelo prazo de até cinco anos (Lei nº 9.615/98, art. 29). Contrato para a prestação de trabalho intermitente Será intermitente o contrato de trabalho cuja prestação de serviços, com subordinação, não seja contínua, ocorrendo alternância de períodos de prestação de serviços (determinados em horas, dias ou meses) e de inatividade (CLT, art. 443, § 3º) (BRASIL, 1943). A descontinuidade ocorre para atender determinados setores, como é o caso de bares e restaurantes. Necessariamente, o contrato precisa ser celebrado por escrito e devidamente anotado na Carteira de Trabalho do empregado, devendo conter o valor da hora de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor da hora do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento na mesma função (CLT, art. 452-A) (BRASIL, 1943). Nesta modalidade, o empregador poderá convocar o empregado com antecedência de, pelo menos, três dias, por qualquer meio de comunicação e�caz. Tais regras poderão, inclusive, ser pactuadas no contrato (CLT, art. 452- A, § 1º) (BRASIL, 1943). O empregado, por sua vez, deverá responder ao chamado no prazo de um dia útil, e, se silenciar, será presumido sua recusa. Também poderá recusar expressamente ao chamado, o que não descaracteriza a sua subordinação para com o empregador (CLT, art. 452-A, §§ 2º e 3º) (BRASIL, 1943). Ao �nal de cada prestação de serviço, além da remuneração pactuada, o empregado receberá férias, acrescidas do terço constitucional e décimo terceiro, ambos proporcionais, além do repouso semanal remunerado e demais adicionais legais, sendo que o recibo deverá discriminar os valores pagos relativos a cada parcela (CLT, art. 452-A, § 6º) (BRASIL, 1943). O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador e não será remunerado. Assim, o empregado poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviço (CLT, art. 452-A, § 5º) (BRASIL, 1943). Esta modalidade de prestação de serviços tem recebido críticas pela doutrina por transferir os riscos da atividade econômica ao trabalhador, além da previsão de multa excessiva a este, caso descumpra os seus termos. saiba mais Saiba mais As relações trabalhistas são regidas especialmente pela Constituição Federal de 1988, pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT de 1943, por diversas leis esparsas, e ainda pela jurisprudência formada por inúmeras decisões do Tribunal Superior do Trabalho. Além disso, também são consideradas como fontes do direito do trabalho, as normas coletivas, o regulamento de empresas, e ainda o próprio contrato de trabalho. Então, para que você possa entender sobre as diferentes fontes do direito do trabalho, indico a leitura do texto As fontes do Direito do Trabalho e a hierarquia das normas jurídicas trabalhistas, de Patrícia Tuma Martins Bertolin. ACESSAR https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-52/as-fontes-do-direito-do-trabalho-e-a-hierarquia-das-normas-juridicas-trabalhistas/ praticar Vamos Praticar 4) “Podemos de�nir o contrato de trabalho como sendo o acordo de vontades, manifestadode forma expressa (verbalmente ou por escrito) ou de forma tácita, por meio do qual uma pessoa física (empregado) se compromete a prestar pessoalmente e de forma subordinada serviços contínuos a uma outra pessoa física, a uma pessoa jurídica ou a um ente sem personalidade jurídica (empregador), mediante remuneração”. ROMAR, Carla Teresa Martins. Direito do Trabalho Esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. p. 264. Sobre o Contrato de Trabalho, no nosso ordenamento jurídico, assinale a alternativa correta: a) Em regra, os contratos de emprego vigoram por prazo determinado. b) É admitida a contratação, por tempo determinado, para �ns de experiência, em período de 90 dias, sem prorrogação. c) Se um funcionário continuar trabalhando após o término do contrato de experiência, este estará, desde que realizado um aditamento, convolado em contrato por tempo indeterminado. d) Os contratos por prazo determinado terão duração máxima, em regra, de 3 anos, não podendo ser renovados. e) A CLT admite a contratação de prestação de serviço na forma intermitente. indicações Material Complementar LIVRO Rotinas Trabalhistas - Legislação e Práticas para Gestão de Pessoas Mardele Teixeira Rezende e Marilene da Silva Editora: Érica ISBN: 9788536517001 Comentário: A obra externa as relações de trabalho, bem como os princípios aplicáveis ao direito do trabalho. Também expõe o papel dos órgãos de �scalização e as atribuições de cada um destes órgãos. Igualmente, a obra trata da gestão de pessoas, explorando os seguintes assuntos: recrutamento e seleção de pessoas, cargos e salários, indicadores de Recursos Humanos e avaliação de desempenho. Da mesma forma, apresenta os conceitos dos tipos de trabalhadores existentes e os elementos caracterizadores do vínculo empregatício. Por �m, aborda as diversas formas de contrato de trabalho e sua duração, tratando dos elementos jurídicos que os norteiam, entre outros. FILME Germinal Ano: 1981 (edição brasileira) Comentário: O �lme retrata o período anterior à revolução francesa, em que o modelo capitalista de produção era desumano e os trabalhadores sofriam com as precárias condições de trabalho, extensas jornadas de trabalho, baixos salários, discriminação social. Os trabalhadores eram explorados constantemente, inclusive, mulheres, crianças e idosos, na medida em que não havia idade mínima para exercer atividades trabalhistas e não havia aposentadoria ou afastamento médico, entre outros problemas. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer disponível. TRA ILER conclusão Conclusão Estudante, chegamos ao �nal desta etapa em que observamos que o direito do trabalho é um conjunto de normas que regula as relações de emprego, e que toda a formação das normas está baseada em princípios. Aprendemos ainda a importante distinção entre relações de trabalho e as relações de emprego, sendo esta última protegida pela CLT. Por �m, estudamos ainda o contrato de trabalho e suas diversas espécies, inclusive, a nova modalidade de contratação intermitente. Espero que este estudo tenha contribuído para uma compreensão dos temas abordados. Importante dizer que o pro�ssional que atua na área trabalhista deve ser conhecedor da lei, estar atendo às mudanças, à decisão dos Tribunais e, sempre que possível, agir com cautela e bom senso. referências Referências Bibliográ�cas BERTOLIN, P. T. M.. As fontes do Direito do Trabalho e a hierarquia das normas jurídicas trabalhistas. Âmbito Jurídico, [S.l.], 30 abr. 2008. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-52/as-fontes-do-direito- do-trabalho-e-a-hierarquia-das-normas-juridicas-trabalhistas/>. Acesso em: jul. 2019. https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-52/as-fontes-do-direito-do-trabalho-e-a-hierarquia-das-normas-juridicas-trabalhistas/ BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário O�cial [dos] Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, DF, 09 ago. 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 08 jul. 2019. BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Súmulas: orientações jurisprudenciais (Tribunal Pleno / Órgão Especial, SBDI-I, SBDI-I Transitória, SBDI-II e SDC), Precedentes Normativos [recurso eletrônico]. Brasília: Coordenação de Serviços Grá�cos, 2016. Disponível em: <http://www.tst.jus.br/documents/10157/63003/Livro-Internet.pdf>. Acesso em: 08 jul. 2019. CASSAR, V. B.. Direito do Trabalho. 14. ed. rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017. LEITE, C. H. B. Curso de direito do trabalho. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. MARTINEZ, L. Curso de Direito do Trabalho. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. PRINCÍPIO. Dicio: dicionário online de português. Porto: 7Graus, out. 2018. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/principio/>. Acesso em: 08 jul. 2019. RENZETTI, R. Direito do Trabalho: teoria e questões práticas. 5. ed. rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018. (Série: Provas & Concursos) ROMAR, C. T. M. Direito do Trabalho Esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018, IMPRIMIR http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm http://www.tst.jus.br/documents/10157/63003/Livro-Internet.pdf https://www.dicio.com.br/principio/
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