Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
IMUNOLOGIA CLÍNICA TESTES SOROLÓGICOS OU IMUNOENSAIOS Imunoensaios: técnicas de detecção ou quantificação de anticorpos, podendo ser marcado ou não. Quando ele não é marcado, possui uma sensibilidade menor, pois uma maior quantidade de imunocomplexos formados são necessários para a visualização da reação. Reações de precipitação ➔ Essas técnicas usam um anticorpo solúvel e um antígeno solúvel para produzir um complexo insolúvel visível (precipitado). ➔ Essa reação é reversível e obedece a uma constante de associação (Ka), sendo a concentração do antígeno e do anticorpo os principais fatores que interferem nessa reação. ➔ Quando a concentração do anticorpo e do antígeno são equivalentes (zona de equivalência), a quantidade de precipitado é máxima, decrescendo quando um dos reagentes está em excesso. ➔ Crioglobulinas (Ig que precipitam a baixas temperaturas) podem ser detectadas por reações de precipitação em tubos de ensaio Imunodifusão Radial Dupla (Difusão de Ouchterlony) ➔ É uma técnica qualitativa ou semiquantitativa (máxima diluição que apresente reatividade) ➔ Coloca-se um antígeno desconhecido e um anticorpo poliespecífico para reagir em um meio suporte e se analisa a formação de uma linha ou banda de precipitação quando a reação acontece. A distância da banda e sua largura podem dar uma ideia da concentração do anticorpo. ➔ São específicas, principalmente para fungos e para pesquisa de alguns autoanticorpos. Imunodifusão Radial Simples ➔ Variação quantitativa da imunodifusão radial dupla ➔ O anticorpo é uniformemente distribuído no gel e o antígeno (amostra) é colocado em um orifício. A amostra se difunde radialmente, formando um halo de precipitação circular em torno do orifício. ➔ A difusão depende do tamanho do orifício, da temperatura, da concentração do anticorpo, do tempo de difusão, da consistência do gel e de outros fatores. ➔ O diâmetro do halo formado é diretamente proporcional à concentração de antígeno na amostra. O cálculo é realizado pela comparação com a curva padrão, de concentração conhecida. ➔ Pode ser utilizado para quantificação de proteínas como imunoglobulinas, proteínas de fase aguda, complemento, cadeias leves e proteínas de transporte. TÉCNICAS DE SEPARAÇÃO ELETROFORÉTICA Imunoeletroforese ➔ Acontece em duas etapas: a primeira é a separação eletroforética das proteínas e a segunda é a imunodifusão de cada um dos componentes. Ela é feita a partir do centro de difusão da proteína contra o anti-soro específico, formando um arco ou linha de precipitação na região de equivalência. ➔ Os padrões de difusão podem ser interpretados como na técnica de imunodifusão dupla, pois são semelhantes. ➔ Pode ser usada para pesquisa de proteína monoclonal (proteína M). Ela é mais fácil e mais barata em relação a imunofixação, mas também tem menor sensibilidade. Imunofixação ➔ Deve ser realizada quando um pico é encontrado na eletroforese de proteínas ou quando há suspeita de gamopatia monoclonal. ➔ Também acontece em duas etapas: na primeira, a amostra é aplicada em seis posições diferentes do gel de agarose e as proteínas são separadas por eletroforese. Na segunda, os soros monoespecíficos para IgG, IgM, cadeia kappa e cadeia lambda são impregnados em acetato de celulose ou em fita de papel, colocados individualmente em cada posição e é adicionada a solução fixadora de proteínas. Se o antígeno complementar estiver presente na amostra, em quantidade suficiente, haverá precipitação e fixação no gel, sendo possível identificar com adição de um corante. ➔ É utilizado na detecção precoce de gamopatias monoclonais, na intervenção terapêutica de novos casos e na recorrência de mieloma. TÉCNICAS ENVOLVENDO A DISPERSÃO DA LUZ Nefelometria ➔ As soluções coloidais (como o soro ou plasma) são capazes de dispersar a luz que as atravessa sem modificar seu comprimento de onda. ➔ Assim, o nefelômetro utiliza uma fonte de luz de alta intensidade que incide sobre a cubeta contendo os imunorreagentes ➔ A quantidade e a natureza da dispersão dependem de inúmeros fatores: forma e tamanho das partículas, concentração, comprimento de onda da luz emitida e do índice de refração do meio. ➔ O processo é totalmente automatizado, existindo inclusive nefelômetros que retiram ruídos (como aqueles causados por lipemia e hemólise). ➔ A leitura deve ser realizada na região de excesso de anticorpo, pois é o único local que possui uma relação linear entre a concentração do reagente e a dispersão óptica. ➔ Principais aplicações: fração alfa-1 (AGA e AAT), alfa-2-antiplasmina, IgG, IgA, IgM, C3, C4, apolipoproteínas, BMG, PCR e FR. Turbidimetria ➔ Tem o mesmo princípio da nefelometria, mas a medida vai ser da absorbância (quantidade de luz que não irá atravessar as partículas) e não da dispersão da luz. ➔ Pode ser realizada em espectrofotômetros REAÇÕES DE AGLUTINAÇÃO ➔ As reações cruzadas acontecem quando há a interação entre o anticorpo e o antígeno presente na partícula (insolúvel) ➔ A partícula insolúvel pode ser um antígeno solúvel nativo, um antígeno expresso em células ou partículas cobertas com antígenos. Aglutinação direta ➔ Utiliza-se partículas antigênicas insolúveis (inteiras ou fragmentadas). Hemácias, bactérias, fungos e protozoários podem ser diretamente aglutinados pelo anticorpo. ➔ É realizada uma diluição em série do anticorpo, enquanto o antígeno permanece em quantidade constante. ➔ Geralmente, o resultado é expresso como a máxima diluição em que ocorre a aglutinação. ➔ Exemplos: tipagem sanguínea, teste de aglutinação para toxoplasmose e tripanossomíase. Aglutinação indireta (passiva) ➔ As hemácias ou partículas inertes podem ser sensibilizadas por adsorção passiva. Os processos de adsorção são: ◆ Contato direto com antígenos solúveis ◆ Via reagentes químicos solúveis ◆ Conjugação através de ligações covalentes Reação de inibição da aglutinação ➔ São baseadas na competição entre antígenos particulados e solúveis pelo sítio específico no anticorpo alvo. ➔ Exemplo: Testagem para presença de hCG no teste de gravidez Teste de aglutinação do látex ➔ As esferas de poliestireno são usadas como suporte na adsorção entre a proteína solúvel e o antígeno polissacarídeos, funcionando como um indicador dessa reação entre anticorpo e antígeno. ➔ Exemplo: Fator Reumatóide IgM, dirigido contra os isotipos de IgG, IgA1, IgM ou IgE. Teste de aglutinação de cristais de colesterol ➔ O teste do VDRL utiliza cristais de colesterol que são sensibilizados com lecitina e cardiolipina para detecção de anticorpos cardiolipídicos na síflis ou auto anticorpos na síndrome antifosfolípide (associada ao LES). Coaglutinação ➔ Os testes de coagutinação estafilocócica, cepas de Staphylococcus aureus mortos e intactos são usados para visualização. ➔ A parede celular desses microrganismos contém proteína A, que se liga à porção Fc do anticorpo IgG, deixando a porção Fab livre para reagir com o antígeno específico. ➔ As reações de coaglutinação são mais susceptíveis à aglutinação inespecífica. A aglutinação visível das partículas de Staphylococcus aureus indica a reação antígeno-anticorpo.
Compartilhar