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Currículos de Geografia – Pós Graduação Uniasselvi 1)- A aprendizagem escolar, pensando nos escopos teórico e metodológico da Geografia, deve primar pela alfabetização geográfica, o raciocínio espaço-temporal, a correlação entre os diferentes olhares que permeiam o pensamento geográfico – em especial suas dualidades, o urbano e o rural, o humano e o natural etc. –, confecção, uso e interpretação das projeções cartográficas e uma compreensão tanto holística quanto relacional das camadas de fatos e fenômenos que compõem a textura física, humana, econômica, social, cultural e histórica do ser humano com o espaço (ARAÚJO, 2018). ARAÚJO, G. C. C. de. As regionalizações do Brasil nos 7º anos do ensino fundamental no Distrito Federal. GEOSABERES: Revista de Estudos Geoeducacionais, v. 9, n. 18, p. 1-12, 2018. Em face desses aspectos sinalizados, qual alternativa se distancia da proposta geográfica elucidada? A) Pensar as diferenciações de um território significa colocá-lo na esteira de uma compreensão sobre sua contiguidade, unindo suas diversidades, social e natural, econômica e política, histórica e geográfica. B) Os professores de geografia precisam assumir uma postura didática para tratar temas como regionalização, buscando as convergências de entendimento e de pensamento uníssomos, problematizando questões que ainda se encontram em discussão na academia, dado que o foco deve ser em uma busca de escala única para cada fenômeno. C) Independentemente da proposta utilizada pelo professor com seus alunos, o importante é buscar a dialogia entre as diferentes regionalizações, de modo a favorecer um olhar agregador diante das diferenciações, singularidades e particularidades de cada uma das propostas. A diversidade do olhar deve ser o fim pretendido a se chegar pelos professores de Geografia. D) Os professores precisam pensar sua prática docente, metodologias de ensino, a chegada e tradução dos embasamentos teóricos e as possibilidades de instrumentação didática para aplicação na sala de aula. 2)- As políticas que permeiam as reformas educacionais do país nas últimas décadas têm sido alvo de tensas e constantes discussões entre a sociedade em geral. Mais recentemente, com a aprovação do Plano Nacional de Educação - PNE, tornou-se emergente a implantação da base nacional comum dos currículos, pautada em estabelecer os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos (as) alunos (as) para cada ano/série do ensino e cada área do conhecimento para a Educação Básica (SILVA, 2017). SILVA, A. de S. Questões que perpassam o ensino de Geografia com as proposições da Base Nacional Comum Curricular. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 7, n. 13, p. 417-437, 2017. Qual alternativa se distancia de uma reflexão crítica que envolve o plano de fundo da BNCC? A) O processo de construção da BNCC, elencado como prioridade nas metas de governo, provocou um movimento de análise e debate bastante consolidado na academia e demais instâncias simpatizantes com o assunto. B) Estabelece-se uma conexão entre as intencionalidades que permeiam a definição do currículo comum e os pontos de tensão acarretados por tal política, que são incomuns em discussões no campo curricular. C) A mola motriz das discussões se centra na questão em que, mesmo diante de uma sociedade contemporânea, fluida, plural e com forte teor de desigualdades, o currículo ainda é uma ação exclusiva e de controle do Estado, bem como da necessidade da definição de um currículo comum em meio às diferenças, em que as relações hegemônicas de poder conduzem todo esse processo. D) A BNCC é um mecanismo permeado por um campo de forças conflituosas em que as relações de poder são evidenciadas, sendo caracterizado como instrumento de alienação ou mesmo de emancipação social, a depender da forma de sua implementação. 3)- A categoria diz respeito à agregação de sentidos múltiplos que um objeto ou fenômeno pode receber em sua concretude ou abstração. Uma categoria, dessa forma, reverte em si a complexidade de diversas possibilidades de desdobramento e aplicações de pensamento e método. Os conceitos são desmembramentos categoriais, assim como os princípios lógicos. Toda ciência possui tanto categorias primárias como miríades de princípios e conceitos, compondo o seu escopo epistemológico. Tanto a categoria como os conceitos e princípios possuem diferentes modulações espaciais e temporais, pois representam os contextos de suas concepções e usos, refletindo a sociedade e os discursos científicos. Podemos organizar a epistemologia do pensamento geográfico com base em uma categoria primária e fundamental, que é o espaço, e seus conceitos- chave, desmembrados dessa referência categorial, que são o território, o lugar, a paisagem e a região. Assim, qual das alternativas expressa as principais características do referencial epistemológico e metodológico do pensamento geográfico denominado “lugar”? A) O conceito está ligado a dois pontos ora distintos ora complementares. De um lado, há as relações de poder que podem ser encontradas e estudadas no espaço geográfico. O controle, domínio, disputas, encontros e choques dos interesses e poderes na espacialidade definem o território em estabelecimento de fronteiras, expansão ou retração de limites espaciais, estabelecimento de referenciais de apoderamento etc. B) O conceito-chave mais ligado à questão da identidade, sendo muito explorado na corrente geográfica de pensamento conhecida como Geografia Cultural ou Humanista. Além dessa relação com a significação do espaço, esse conceito obteve importante protagonismo conceitual na vertente mais crítica do pensamento geográfico contemporâneo, pelo fato de poder ser utilizado como pêndulo escalar entre o movimento de globalização e os fluxos produtivos do mercado mundial. O local e o global, dessa forma, receberam, e ainda recebem, atenção em tais linhas de estudos geográficos, assim como a questão das proximidades afetiva e simbólica com o espaço, também com grande perenidade científica em discursos, teorias e metodologias geográficas. C) O conceito-chave de Geografia possui sua importância para a ciência desde o seu surgimento. Sua ideação aproxima-se de um recorte imagético do meio, compondo-o em seus diferentes elementos, em sobreposição, justaposição ou mesclagem, originando as diversas feições que conhecemos. Antes de se configurar como um campo científico estabelecido, era esse conceito que congregava os estudos geográficos, normalmente aproximando intensamente de uma abordagem mais descritiva e não analítica, elencando os elementos tanto naturais como sociais do espaço. Durante a passagem das décadas, a partir do início do século XX, houve maior protagonismo, inicialmente no possibilismo francês e, posteriormente, ganhando notoriedade na Geografia Cultural, em novas interpretações e aplicações desse conceito em diferentes morfologias. D) O conceito, assim como os demais conceitos-chave da Geografia, perpassou por diferentes correntes geográficas de pensamento. De modo geral, com esse conceito podemos estabelecer limites epistemológicos mais claros, já que sua complexidade se dá pela diferenciação de áreas. Dessa forma, esse conceito já se trata do recorte espacial estabelecido, de acordo com algum critério específico, elegido como tal a partir do interesse econômico, político, científico, cultural. Ainda, é, sempre, um processo, um movimento contínuo de busca pela melhor divisão do espaço para se chegar a uma integração mais aprimorada da sua diversidade, como ocorre, por exemplo, nas diferentes propostas de regionalização de países, estados e cidades, que precisam passar constantemente por atualizações. 4)- Buscar a geografia do custo zero (gcz) e pensar sobre o que se vê (qsv) deixam de implicar em seconformar com a pobreza de nossas escolas. Podemos incluir nossos alunos no próprio planejamento de nossas aulas e conteúdos porque a geografia deve falar dos espaços e pessoas e com quem convivemos (KAERCHER, 2011). KAERCHER, N. A. A geografia escolar não serve para quase nada, mas... Revista Geográfica de América Central, v. 2, p. 1-12, 2011. Qual das alternativas encontra-se fora de sintonia com as estratégias que se alinham com essa postura de valorização do estudante? A) O professor pode até amar seus alunos, mas deve ter a clareza que é sozinho que constrói a verdadeira geografia. B) Fazer perguntas é uma estratégia de sedução e curiosidade com o aluno. C) É conveniente que o professor se proponha a ouvir o aluno com atenção, a inseri- lo na geografia do cotidiano da sala de aula. D) Imaginação, busca do belo e “perguntação” são a busca do sentido da boa docência. 5)- No Brasil, as políticas de Estado começam a direcionar legislações sobre os manuais escolares a partir de 1929, com a criação do Instituto Nacional do Livro, estabelecendo legitimidade, controle e circulação desses manuais. Dessa data até o atual momento, foram vários decretos instituídos, comissões, legislações e acordos, todos confluem para intenção de regular o que está sendo veiculado, ou seja, o que pode ser ensinado para os alunos. O mais pontual é o Decreto nº 91.542, de 1985, que implanta o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que traz diversas alterações em relação a outras legislações, entre elas: escolha do manual escolar pelos professores; manual reutilizável por 3 anos; o aperfeiçoamento das especificações técnicas para sua produção; e centralização financeira para o Estado. O programa busca contemplar as normativas das legislações educacionais em vigor de cada época, mais pontuais, as Leis de Diretrizes e Bases de 1971 e de 1996 (TONINI; CLAUDINO; SOUTO GONZÁLEZ, 2016). TONINI, I. M.; CLAUDINO, S.; SOUTO GONZÁLEZ, X. M. Manuais escolares de Geografia do Brasil, Espanha e Portugal: quais as inovações didáticas para o ensino de Geografia. 2016. O programa foi passando por mudanças e, em 1993, são definidos critérios para avaliação dos manuais escolares. Em 1996, de forma gradativa, volta a universalização da distribuição do manual escolar, sendo contemplada a Geografia em 1997, na última etapa. No mesmo ano, começa o processo de avaliação pedagógica dos manuais inscritos para o PNLD, sendo publicado o primeiro “Guia de Livros Didáticos”, que servirá de subsídio para os professores. Por tudo isso, assinale qual alternativa que apresenta uma informação que mais se afasta da realidade educacional dos manuais escolares em nosso país. A) Diante da grandeza dos números, as editoras visualizam o programa como um semieldorado. Todas desejam estar com seus manuais aprovados. B) Os manuais escolares são elaborados pensando, sobretudo, no aprender dos alunos e menos na adequação aos critérios avaliativos do MEC. C) As editoras têm se adequado aos critérios avaliativos estabelecidos pelo Ministério de Educação, através de editais públicos. D) O Brasil tem um dos maiores programas de universalização e distribuição gratuita de manuais escolares do mundo. 6)- Trabalho coletivo dos professores. Trabalho coletivo dos alunos. Para Pistrak, a organização da nova escola pressupõe reconhecer o potencial dos alunos na construção de sua autonomia e formação como sujeitos sociais. Por isso, é preciso discutir a necessidade de que toda prática educativa na nova escola se dê a partir da auto- organização dos alunos, elemento também encontrado em Freinet. A auto-organização pressupõe que os alunos precisam, cotidianamente, exercitar as capacidades de tomarem decisões, de agirem, levando em consideração o bem comum, a ajuda mútua, a solidariedade. Tais decisões estão relacionadas tanto à organização física da escola (inclusive sua limpeza) quanto ao planejamento do trabalho educativo (o que, por que e como estudar) (GIROTTO, 2017). GIROTTO, E. D. Dos PCNs a BNCC: o ensino de Geografia sob o domínio neoliberal. GeoUERJ, n. 30, v. 1, p. 419-439, 2017. Diante do exposto sobre o trabalho coletivo e a auto-organização dos estudantes, qual alternativa contraria essa posição manifestada? A) Autonomia não é um dom, mas uma construção do sujeito social que precisa ser estimulada a todo o momento no processo educativo imerso na vida e que exige a ação direta na organização das diferentes dimensões da escola. B) O medo de que as crianças dificultem o trabalho e ignorem os problemas que estão sendo tratados tem fundamento e é uma realidade objetiva em si, sobretudo se os estudantes que participam no trabalho orgânico se tornarem cada vez mais conscientes da responsabilidade ligada ao seu trabalho. C) A importância do reconhecimento da relação intrínseca que existe entre a organização espaço-tempo, os objetivos e práticas no processo educativo. D) As crianças devem participar no Conselho Escolar para tomar parte no trabalho orgânico da administração da escola, para intervir em todas as questões pedagógicas (e não somente econômicas). 7)- Percebe-se que é preciso ter em vista a ideia do todo, buscando explicações dos fenômenos sem perder de vista uma abordagem que promova a junção, bem como o confronto de conhecimentos especializados oriundos de diversas ciências, mas articulados pela categoria espaço. Em essência, a geografia é interdisciplinar, diante disso, pensar de forma geográfica não pode se resumir à descrição, embora se reconheça que ela seja um passo importante para produzir explicações (KUNZ; CASTIONI, 2017). KUNZ, S. A. da S.; CASTIONI, R. Espaço geográfico e interdisciplinaridade: natureza do conhecimento geográfico no saber escolar. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 6, n. 12, p. 53-73, 2017. Assim, qual alternativa é inconsistente com a perspectiva pedagógica que se alinha a uma visão holística e interdisciplinar? A) A dimensão privilegiada é a espacial, cujo esforço em compreendê-la exige a construção de conceitos e modos de apreensão, integrando tal dimensão à complexidade da realidade. B) O conhecimento do espaço geográfico contribui para a instrumentalização científica com foco em uma qualificação das intervenções em práticas espaciais e na condução educativa. C) O domínio do espaço geográfico numa conduta interdisciplinar possibilita ofertar maiores insumos para a consolidação de pensamento crítico. D) Mesmo com todas as querelas teóricas, nota-se que há um significativo e harmônico entendimento da geografia escolar no sentido de que, para ensinar geografia, os debates sobre conceitos e categorias tornam-se irrelevantes. 8)- A Base Nacional Comum Curricular possui, como um dos seus principais objetivos, propor uma remodelação das diretrizes e orientações de construção do currículo para a Educação Básica brasileira por meio de uma estruturação que prima pelo processo de ensino e aprendizagem por meio de habilidades e competências. Tanto essas habilidades como competências possuem referenciais teóricos e metodológicos específicos e estabelecidos, são organizadas e os avanços dos processos cognitivos fazem com que os estudantes alcancem cada vez maior desenvolvimento em seu percurso escolar. Qual alternativa apresenta uma compreensão coerente e sustentável acerca das competências? A) As competências podem ser compreendidas como processos de negação das habilidades mais específicas, com processos cognitivos de complexidade não tão elevada, para que, quando colocados em relação mútua uns com os outros, possam estabelecer novos patamares de cognição e compreensão de uma atividade, seja prática, teórica, reflexiva, criativa, propositiva e comparativa. B) As competências podem ser interpretadas como habilidades mais específicas, com processosempíricos de complexidade elevada, para que, quando colocados em relação mútua uns com os outros, possam estabelecer antigos patamares de cognição e compreensão de uma atividade, seja prática, teórica, reflexiva, criativa, propositiva, comparativa etc. C) As competências podem ser vistas como verossimilhanças de habilidades mais específicas, com processos cognitivos de complexidade apenas um pouco elevada, para que, quando colocados em relação mútua individualizante, possam estabelecer novos patamares de cognição e compreensão de uma atividade, seja prática, teórica, reflexiva, criativa, propositiva, comparativa etc. D) As competências podem ser compreendidas como habilidades mais específicas, com processos cognitivos de complexidade não tão elevada, para que, quando colocados em relação mútua uns com os outros, possam estabelecer novos patamares de cognição e compreensão de uma atividade, seja prática, teórica, reflexiva, criativa, propositiva, comparativa etc. 9)- A renovação do pensamento geográfico teve sua origem logo após a II Guerra Mundial, mas não prosperou em um país mergulhado no obscurantismo da Ditadura Empresarial Militar brasileira que durou 21 anos e condenou o Brasil a um colosso de retrocessos. Superado esse momento que maculou a nossa história e que ainda deixa marcas de uma prisão cognitiva na sociedade, foi viável a sedimentação de um pensamento reconhecido como geografia crítica, buscando recolocar o debate espacial no centro das discussões das ciências humanas, dado que a geografia ficou relegada ao esquecimento no corpo das teorias críticas. O materialismo histórico e dialético é o método utilizado por essa corrente na construção de suas reflexões e no desenvolvimento de suas pesquisas, bem como na construção de suas propostas de atuação em face dos conteúdos e das abordagens de ensino. De toda forma, a geografia continua sendo produzida, em função disso, qual alternativa é incoerente em relação às formas de atuação nesse campo de conhecimento? A) É resgatar o que existe de mais tradicional, de mais básico e, com isso, retomarmos o debate com os professores, com as escolas, com sua desigual distribuição tanto no que se refere aos números, quanto às singulares identidades e às especificidades geográficas. B) É, a princípio, no interior da prática política carregada de ambiguidades e de um sistema escolar estruturalmente desigual, que a geograficidade das escolas vai realizando as efetivas práticas de construir e difundir um discurso geográfico. C) É preciso reconhecer que a Geografia é uma entre tantas disciplinas escolares e que ela desempenha seu papel na relação com as demais. Portanto, pensar o ensino da Geografia sem pensar a escola é pensar o objeto sem identificar seus objetivos. D) Trata-se de um embate que se restringe ao significado de pedagogia, e que aponta para o reconhecimento das diferentes epistemologias que compõem a totalidade dos saberes humanos. Tal reconhecimento, antes de tudo, é uma postura política. 10)- Parto do pressuposto da nossa enorme dificuldade – tão comum na área da educação e da formação de professores - em mudar, para melhor, claro, a administração da escola e das nossas aulas. A dificuldade que temos de superarmos o diagnóstico do que funciona mal para a efetiva resolução dos problemas enfrentados. Falar mal do que não funciona ou dizer o que e como os outros – sempre nos excluindo desses outros – devem proceder é a regra na docência quando sempre partimos do pressuposto que os outros estão em débito e nós somos o (bom) modelo (KAERCHER, 2011). KAERCHER, N. A. A geografia escolar não serve para quase nada, mas... Revista Geográfica de América Central, v. 2, p. 1-12, 2011. Diante dessas dificuldades que interferem na docência, qual alternativa se distancia das possibilidades de ações que contribuem para avançarmos na construção de uma Geografia escolar capaz de colaborar com a transformação da realidade socioespacial? A) Estimular a capacidade de reflexão acerca do mundo que nos envolve. B) Ajudar o aluno a ler e dizer sua palavra. C) Estimular uma leitura mais plural e dinâmica do mundo. D) Considerar que nem todos que estão na escola podem nos ouvir. 11)- O Conselho Nacional de Educação já estabeleceu, na década de 2000, Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Portanto, já há uma base nacional curricular, não apenas a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais, mas também da tradição e das propostas curriculares das unidades da federação (COUTO, 2016). COUTO, M. A. C. Base Nacional Comum Curricular-BNCC componente curricular: geografia parecer crítico. Revista da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (Anpege), v. 12, n. 19, p. 183-203, 2016. Considerando essa afirmação, qual alternativa é incoerente no sentido da criação da BNCC? A) A BNCC exige conhecer o Brasil considerando as relações do país com o mundo e vice-versa. B) A BNCC deve servir aos propósitos, sobretudo, de analisar e conhecer o Brasil de hoje e projetá-lo para o futuro. C) A BNCC deve desconsiderar tudo que foi produzido antes e constituir uma articulação centrada na natureza do sistema. D) A BNCC não pode ter uma perspectiva que revele posição contrária ao conhecimento de mundo. 12)- As Geografias contemporâneas expressam algumas das tendências da ciência geográfica atual. É importante lembrarmos, sempre, que o protagonismo temático ou de análise varia de acordo com o contexto e ambiente que analisamos, sendo que essas tendências sofrem constantes mudanças e atualizações por parte do meio científico geográfico e da ciência como um todo. O mundo contemporâneo está em transformação, e assim sempre foi e continuará sendo com a realidade objetiva. Qual das alternativas apresenta divergência no que se refere às características das novas tendências das geografias contemporâneas? A) Geografia Ecológica - Agenda 2030: Em continuidade aos acordos e tratados ambientais assinados nas últimas décadas e, em especial, na esteira do Rio-ECO/92 e Rio +20, a UNESCO estabeleceu novas metas ambientais e ecológicas para 2030, e a Geografia, tanto acadêmica como a escolar, deve estar atenta aos rumos dessa nova fase da agenda ambiental global. B) Geografia Pós-Crítica - A Geografia radical sofreu alguns recuos teóricos e metodológicos nas últimas décadas. Como resposta a essa inflexão, houve um movimento de incremento epistemológico e resgate histórico dos caminhos que poderiam ser trilhados para sua atualização aos novos tempos, especialmente no que se refere ao estudo da diversidade escalar da cultura, em micro ou macro análise, um dos campos de maior desenvolvimento das atuais geografias de análise histórico- dialética. C) Geografia Geotecnológica - A política é tanto um desafio como uma porta aberta para os estudos geográficos. Acompanhar os desdobramentos das relações de poder locais, regionais e globais sempre será fonte de grandes possibilidades didáticas e pedagógicas para a Geografia escolar. D) Geografia Existencial - Como um passo adiante no desenvolvimento da corrente de pensamento humanista e cultural, como desmembramentos também da liquidez pós-moderna, atualmente, o existencialismo e o método fenomenológico estão encontrando novos nichos acadêmicos, pautando seus estudos na escala do sujeito, em aspectos psicoemocionais e na interação pessoal. Traduzir e levar essas novas direções epistemológicas para a sala de aula são desafios, ofertando novas estratégias pedagógicas aos professores de Geografia. 13)- A história mostra que as propostas de modificação curricular, para terem efeitos reais sobre aquilo que acontece na educação, precisam reformular as diferentes dimensões da prática educativa. Os conteúdos e objetivos representam apenas uma dasdimensões e, quando agimos unidimensionalmente frente a uma problemática que é, precipuamente, multidimensional, contribuímos na ocultação dessa multidimensionalidade e, portanto, na distorção da realidade (GIROTTO, 2017). GIROTTO, E. D. Dos PCNs a BNCC: o ensino de Geografia sob o domínio neoliberal. GeoUERJ, n. 30, v. 1, p. 419-439, 2017. Qual das alternativas se distancia da perspectiva da prática educativa no ensino de geografia? A) É preciso conceber outras formas de organizar a escola e a prática educativa, rompendo com uma das condições centrais da escola burguesa surgida entre os séculos XVI e XIX em diferentes partes do mundo, que é a sua separação em relação à vida, ao contexto de vivência e experiência de alunos e professores. B) A reorganização espaço-temporal da escola surge como uma das condições necessárias para a efetivação de mudanças curriculares. Não é possível dissociar essas diferentes dimensões da prática educativa, como se esta acontecesse independentemente do contexto. C) A necessidade de pensar a multidimensionalidade do processo educativo é evidenciada por todas as mudanças necessárias que incluem até mesmo a organização dos espaços da escola, da mobília de cada sala, da relação entre esses espaços, dos usos feitos pelos sujeitos. D) A compreensão do currículo como determinador do processo educativo e dos elementos materiais e imateriais que envolvem o mesmo vem sendo pensada em diferentes contextos na história da educação formal e não formal no mundo. 14)- O controle sobre as diferentes etapas e processos que envolvem a ação educativa passa a ser o objetivo central de uma forma-currículo que separa execução e planejamento. A forma, por sua vez, é difundida como elemento neutro, dotado de certa cientificidade e apresentado como o único modelo de organização curricular capaz de produzir um ensino “eficiente”, conceito amplamente difundido pelos defensores da lógica tecnicista de educação. No entanto, currículo é muito mais do que isso (GIROTTO, 2017). GIROTTO, E. D. Dos PCNs a BNCC: o ensino de Geografia sob o domínio neoliberal. GeoUerj, n. 30, v. 1, p. 419-439, 2017. Qual alternativa é insubsistente considerando a importância de se pensar o currículo para além desses marcos? A) A compreensão do currículo como um diálogo contínuo entre educação e sociedade em diferentes escalas de realização. B) O currículo não pode ser compreendido como um mero instrumento racional de planejamento e organização. C) O currículo é, antes, campo de lutas e disputas que envolvem concepções (políticas, filosóficas, éticas, estéticas etc.). D) O currículo dispensa uma discussão sobre os fundamentos e os objetivos de uma determinada formação. 15)- Pensar pedagogicamente os saberes geográficos numa perspectiva metodológica e significativa para os alunos implica desenvolver ações que reestruturem os conteúdos, inovem os procedimentos e estabeleçam com clareza os objetivos (CASTELLAR, 2005). CASTELLAR, S. M. V. Educação geográfica: a psicogenética e o conhecimento escolar. Cad. Cedes, Campinas, v. 25, n. 66, p. 209-225, 2005. Desse modo, qual das alternativas externa o que deve ser considerado para que a prática educativa seja verdadeiramente voltada para a construção de conceitos, atitudes e procedimentos, socialmente, no grupo familiar ou na escola? A) O conhecimento prévio do aluno. B) A alfabetização cartográfica do estudante. C) O entendimento do sujeito psicológico. D) A leitura dos objetos geográficos. 16)- O manual escolar é uma ferramenta que vem sendo utilizada como eixo da programação didática de uma classe escolar, pois como demonstram certos trabalhos empíricos (Martínez, Valls y Pineda: 2009, Claudino: 2001, Ramiro: 1998), a grande maioria dos professores (mais de dois terços) utiliza os manuais escolares como ferramenta fundamental em sua programação didática e na sequência do uso das atividades diárias. Recentemente, a Comissão de Educação Geográfica da União Geográfica Internacional (International Geographical Union Commission on Geographical Education, 2015) valorizou os autores e editores de manuais escolares como “policymakers” da educação geográfica (TONINI; CLAUDINO; SOUTO GONZÁLEZ, 2016). TONINI, I. M.; CLAUDINO, S.; SOUTO GONZÁLEZ, X. M. Manuais escolares de Geografia do Brasil, Espanha e Portugal: quais as inovações didáticas para o ensino de Geografia. 2016. Qual das alternativas está em descompasso com o papel dos livros didáticos ou manuais escolares utilizados no ensino de geografia no Brasil? A) Constituem um dos instrumentos básicos de socialização do meio escolar. B) Sistematizam os eixos culturais que devem ser aprendidos, formalizando o que podemos denominar de cultura distinguida. C) Desregulamentam o que se deve ensinar e o que se quer aprender. D) Estruturam elemento de referência para a programação do professorado e, por isso, são utilizados como recurso para elaborar os exames ou qualquer outra prova de avaliação. 17)- Um paradigma é formado por um conjunto de postulados, teorias, conceitos, princípios e fundamentos que, juntos, compõem uma corrente de pensamento determinada de ciência. Nas ciências exatas e biológicas, há a presença do método científico de maneira mais contundente, estabelecendo a prova e contraprova entre a vigência e importância dos seus paradigmas. Nas humanidades, o discurso, as interpretações e remodelações reflexivas são determinadas pelo movimento de fatos e fenômenos contemporâneos, estabelecendo o alcance de suas teorias e remodelação de seus escopos teóricos e metodológicos. Os modelos paradigmáticos são postos e dispostos de maneira que possam representar uma grande quantidade de características de uso de conceitos, hipóteses, metodologias e teorias que justifiquem a sua identificação como uma fase ou período de uma determinada ciência. Nesse sentido, qual alternativa apresenta uma distorção entre a matriz paradigmática e as correntes de pensamento relacionadas? A) Geografia Moderna - Estudo das áreas/Geografia dos sistemas/Geografia Ativa/ Geossistemas/Geografia Teorética. B) Geografia Contemporânea - Geografia Crítica/Geografia Humanista- Cultural/Geografia Ambiental. C) Geografia Tradicional ou Clássica - Geografia Geral e Regional/Antropogeografia/Determinismo/Zoogeografia/Possibilismo/Monografias Regionais. D) Geografia Contemporânea - Geografia Crítica/Antropogeografia/Geografia Ambiental/ Geografia Ativa. 18)- É vero, a escola não pode mudar o mundo, mas pode, pensando nele, ser ponto de partida para a busca de novos caminhos e horizontes, não só para a escola, mas também para nossa convivência fora dos muros da escola. Buscando sempre a utopia de discutir valores com nossos alunos, sem a pretensão de impor os nossos ideais como sendo os corretos. Continuo crendo no poder iconoclasta e iluminista, grande contradição, de nossa ação docente (KAERCHER, 2011). KAERCHER, N. A. A geografia escolar não serve para quase nada, mas... Revista Geográfica de América Central, v. 2, p. 1-12, 2011. Qual das alternativas é inconsistente com a perspectiva de construção de novas práticas que possam manter viva a chama da renovação e da reflexão em nossa docência em Geografia? A) Mobilização em nome da valorização do belo e do inalcançável. B) Mobilização em prol do uso de recursos da literatura, das imagens e das charges. C) Estimulação para o desenvolvimento da imaginação e criação. D) Estimulação para a elaboração de perguntas e questionamentos. 19)- A geografia no Brasil tem uma maneira própria de se apresentar nos currículos que envolvem as suas características, desafios e perspectivas. Para se discutir o Estado e a sua relação com o ensino, tendo em vista o caso desta disciplina, faz-se relevante perceber como os documentos oficiaistratam o ensino nesse campo e como a realidade dos atos pedagógicos nas escolas brasileiras tem acontecido, verificando as aproximações e os distanciamentos das normas proclamadas/publicadas. Qual das alternativas expressa equívoco em termos de história do ensino de geografia no Brasil? A) O ensino de geografia, no século XXI, apresenta uma nítida inclinação para contemplar os interesses das forças do nacionalismo do Estado brasileiro com fortes marcas no fator econômico. B) As ideias geográficas foram inseridas no currículo brasileiro no século XIX. C) Em 1930, a institucionalização dessa ciência se deu de modo substancial, em razão dos avanços no conhecimento geográfico do país (sob o ponto de vista físico- nacional). D) O caráter enciclopédico era um símbolo do ensino de geografia em nossas escolas, como recurso para a consolidação do Estado Nacional brasileiro que se erguia na descrição dos lugares e na divulgação de um nacionalismo artificial. 20)- A Geografia Escolar exerce uma função basilar no contexto em que o Estado define o currículo como a política central ao alcance da qualidade da Educação Básica, pois a área conduz às formações humana e cidadã. Instigando os estudantes a compreenderem as espacialidades e as relações complexas e contraditórias, as práticas escolares permitem que o sujeito decifre os variados limites decorrentes das alienações através de práticas reflexivas e críticas sobre a realidade. Porém, para que tais expectativas sejam alcançadas, é necessário que o currículo não se paute no básico, mas que extrapole as referências minimizadoras, considerando os reais elementos para o desenvolvimento integral do educando (SILVA, 2017). SILVA, A. de S. Questões que perpassam o ensino de Geografia com as proposições da Base Nacional Comum Curricular. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 7, n. 13, p. 417-437, 2017. Qual alternativa expõe leitura incoerente com essa compreensão apresentada acerca da leitura da BNCC? A) A BNCC é um importante instrumento de elaboração do pensamento espacial com mediação de suas abstrações. É marcada pela sua fortuna crítica. B) A BNCC não se configura como uma ferramenta de instrumentalização do fazer pedagógico do professor de Geografia. C) A BNCC não explicita os objetivos de aprendizagem ligados às noções conceituais e às categorias básicas da ciência (saberes ocultos no texto do documento). D) A BNCC apresenta os referenciais para a educação geográfica, sem a clareza necessária quanto às práticas voltadas para a elaboração do pensamento espacial.
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