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Marcelo Laudisio | RA 1120100222 Maria Clara Zanin | RA 1820100203 Maria Izabella Giroldo | RA 1120100117 Ramon Pina | RA 1120100006 Raphael Almeida | RA 1320100044 Gabriel Almeida | RA 1320100038 Natalia Eugenia Cazarotto RA 1120100056 Homem de 48 anos foi encaminhado ao ambulatório de cardiologia devido a episódio de fibrilação atrial. As características específicas da pele bronzeada e olhos amarelos, juntamente com uma combinação de síndromes- cardiomiopatia, cirrose com ascite, diabetes mellitus e doença renal crônica, estimularam o teste de marcadores do metabolismo do ferro, que estavam muito acima da faixa normal. A hemocromatose hereditária (HH) foi confirmada por um teste genético. Após 6 meses de tratamento padrão para IC e flebotomias mostraram redução dos volumes ventricular e atrial, melhora da função sistólica cardíaca e diminuição do acúmulo de ferro. PERGUNTAS: A) Explique os mecanismos que resultam no acúmulo de Ferro nos tecidos em portadores de HH. R: O fígado é o principal sítio de armazenamento de ferro, e o seu acúmulo nos hepatócitos resulta do excesso de absorção de ferro por via intestinal, enquanto o acúmulo no sistema mononuclear fagocitário decorre do aumento da atividade macrofágica com retenção de hemácias (autólogas, nos casos de hemólise crônica, ou heterólogas, nos casos de transfusão de hemácias). Na ausência de tratamento adequado, o ferro em excesso deposita-se gradativamente em vários órgãos ou tecidos, principalmente fígado, baço, miocárdio, glândulas endócrinas e medula óssea, ocasionando lesão celular e tecidual, fibrose e insuficiência funcional. O principal mecanismo de toxicidade do ferro está relacionado com o ferro livre, ou seja, não ligado à transferrina (NTBI, non-transferrin-bound iron). A partir do momento no qual a quantidade de ferro absorvido ultrapassa a capacidade ferroquelante do organismo, ou seja, de armazená-lo e "neutralizá-lo", ocorre saída de ferro dos macrófagos para a circulação e, uma vez ultrapassada a capacidade de saturação da transferrina plasmática, o ferro livre em excesso deposita-se nos hepatócitos e em outras células parenquimatosas. A liberação do íon ferroso das moléculas de ferritina no citoplasma celular leva à conversão citosólica deste em íon férrico. O ferro livre atua como catalisador de reações oxidativas e consequente síntese de radicais superóxidos e radicais hidroxilas. A conversão do superóxido em H2O2 pela superóxido dismutase causa peroxidação de lipídeos da membrana de diversas organelas citoplasmáticas, como mitocôndrias e microssomos, com consequente dano celular, fibrose reativa e esclerose. O diagnóstico de HH baseia-se na detecção de sobrecarga de ferro associada à mutação do gene HFE ou de outros genes relacionados à homeostase do ferro. Esse acúmulo de ferro é causado por aumento da absorção dietética de ferro, por mutação e deficiência de produção de hepcidina nos hepatócitos principalmente por mutação do gene HFE. A hepcidina é liberada normalmente pelos hepatócitos na corrente sanguínea para atuar nos enterócitos, controlando negativamente a absorção de ferro B) Justifique a fisiopatologia da cirrose e da diabetes mellitus que o paciente apresenta. R: Acúmulo de ferro interfere no funcionamento de enzimas hepáticas, levando a liberação de EROS que causam peroxidação lipídica levando a morte dos hepatócitos. Células estreladas são ativadas, se tornam miofibroblastos e começam a depositar colágeno por sinalização do TGF-beta, levando a cirrose micronodular que se desenvolve ao longo da vida e se manifesta por volta dos 50 anos. O ferro também se acumula em outros tecidos do corpo, como o pâncreas, levando a fibrose difusa com destruição das ilhotas pancreáticas e consequentemente a diabetes mellitus
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