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AULA PRÁTICA III: CÁLCULO DE RISCO E MONTAGEM DE HEREDOGRAMA; HERANÇA MITOCONRIAL E HERANÇAS ATÍPICAS Conteúdo abordado: - Montagem e interpretação do heredograma -Cálculo de risco em heranças monogênicas -Herança mitocondrial -Imprinting genômico -Expansões repetidas instáveis 1) Na genealogia representada abaixo, considere que os indivíduos pintados em negro apresentam uma anomalia. Qual a probabilidade de o casal consangüíneo (III:1 X III:2) vir a ter um descendente (de qualquer sexo) normal para tal anomalia? RESPOSTA: 50% de probabilidade. herança autossômica recessiva - genitor não afetado é heterozigoto - III:1 afetado aa III:2 não afetado Aa Aa X aa: Aa, Aa, aa, aa 2) Sabe-se que o albinismo é determinado pela ação de um gene recessivo autossômico. Considere um casal normal que teve 6 crianças todas normais. Sabendo-se que o avô paterno e a avó materna das crianças eram albinos. a) Represente a família no heredograma e os possíveis genótipos RESPOSTA: I:1 aa/ I:2 A_ / I:3 A_ / I:4 aa II:1 Aa/ II:2 Aa III:1 A_ / III:2 A_ / III:3 A_ / III:4 A_ / III:5 A_ / III:6 A_ b)Qual a probabilidade de um novo filho vir a ser albino (sem considerar o sexo)? RESPOSTA: Ambos os genitores são heterozigotos - Aa Aa X Aa - AA, Aa, Aa, as ¼ ou 25% de probabilidade c)Qual a probabilidade de um novo filho albino e do sexo masculino? RESPOSTA: Probabilidade de um novo filho albino - ¼ / 25% Probabilidade de ser do sexo masculino - ½ / 50% ¼ x ½ = ⅛ 3) No heredograma abaixo, uma mulher grávida (III.3) consultou seu médico sobre a probabilidade de dar à luz outro filho afetado com osteogênese imperfeita (doença em que os ossos são muito frágeis e sofrem fraturas muito facilmente). O médico afirmou-lhe que o padrão que seguiam seus filhos vivos era que um filho afetado era seguido de outro normal, e como seu último filho era afetado, o próximo seria com toda certeza normal. Neste sentido: a) Qual o tipo de herança envolvida? RESPOSTA: A herança envolvida é autossômica recessiva. b) Você concorda com a opinião do médico? Porquê? RESPOSTA: Não, pois são eventos aleatórios e independentes, sem um padrão. c) Qual o grau de parentesco de II.2 e II.3? E de III.2 e III.3? RESPOSTA: II.2 e II.3 são cunhados e III.2 E III.3 são cunhados e primos. d) Suponhamos que os indivíduos IV.1 e IV.6 se casem, e recorram a você para se informarem sobre a probabilidade de terem um filho com osteogênese imperfeita. Qual seria a sua resposta? RESPOSTA: Para que o filho seja afetado, é necessário que ambos os genitores sejam heterozigotos. Probabilidade de IV.1 ser Aa - ⅔ Probabilidade de IV.6 ser Aa - ⅔ (Aa x Aa - AA, Aa, Aa, aa) Probabilidade do filho ser afetado caso os pais sejam heterozigotos - ¼ (Aa X Aa - AA, Aa, Aa, aa) ⅔ x ⅔ x ¼ = 4/36 = 1 4) A doença de Tay-Sachs caracteriza-se pelo estabelecimento de grave retardo no desenvolvimento progredindo para cegueira, demência, paralisia e morte entre os dois e três anos de idade. O heterozigoto pode ser detectado por ensaio enzimático da hexoaminase no soro ou nos fibroblastos, que revela 40 a 60% da atividade abaixo daquela dos indivíduos normais. A taxa de prevalência dessa anomalia entre judeus é muito alta (1:5.000) em relação a populações não judias (1:400.000). Após diagnóstico dessa doença em dois membros da família representado no heredograma abaixo, foi pedido pelo casal III.4 x III.5 um aconselhamento genético. Qual a probabilidade de nascimento de criança afetada para o casal em questão? RESPOSTA: Doença de Tay-Sachs - doença autossômica recessiva (aa) Genitores III.4 e III.5 não afetados precisam ser heterozigotos: ⅔ probabilidade (Aa x Aa - AA,Aa, Aa, aa) Probabilidade do filho ser afetado - ¼ (Aa x Aa - AA,Aa, Aa, aa) ⅔ x ⅔ x ¼ = 4/36 = 1/9 5) O padrão de herança de uma doença, que se suspeita ser autossômica recessiva ou ligada ao sexo, foi analisada em três famílias diferentes (I, II e III), como representado nos heredogramas a seguir. Suponha que a mulher 3 da família I case-se com o homem 4 da família III. Qual a probabilidade de nascer uma criança doente? RESPOSTA: O padrão de herança é autossômico recessivo, sendo assim: Mulher 3 da família I - não afetada: Aa Homem 4 da família III - afetado: aa Aa X aa - Aa, Aa, aa, aa probabilidade de 50% ou ½ . 6) João, 28 anos, apresenta retardo mental característico da síndrome do X-frágil. Seus pais são normais. Seus avós também. Segundo a mãe do garoto, ninguém mais na família apresentava a doença. Como você explica o fato de João ter desenvolvido uma forma de retardo mental caracterizado por um distúrbio dominante? Isso é possível? Para explicar, esquematize o heredograma da família de João. RESPOSTA: João herdou a síndrome de sua mãe, que não expressa a doença pois possui menos de 200 repetições de mitocôndrias afetadas. Os indivíduos normais não expressam a doença no período de pré-mutação. 7) Quando criança, Maria foi diagnosticada com epilepsia mioclônica, um distúrbio multisistêmico caracterizado por mioclonia, epilepsia surdez neurosensorial e baixa estatura. Seu esposo é normal. Seus dois filhos também possuem a doença, no entanto, com diferentes graus de manifestação (um dos filhos apresentam os sintomas completos da doença enquanto o outro apresenta apenas a mioclonia. Seu irmão também é afetado mas nenhum de seus filhos possuem epilepsia mioclônica. A mutação mais comum está associada a transição A-G no nucleotídeo do gene tRNALys do DNA mitocondrial. Explique qual o mecanismo responsável pela heretogenidade clínica apresentada pelos filhos de Maria. RESPOSTA: A doença de Maria é um padrão de heteroplasia mitocondrial, no qual a mãe é responsável por transmitir a doença aos filhos. A heteroplasia mitocondrial leva os descendentes a herdarem diferentes números de cópias de mitocôndrias afetadas, dando assim uma expressividade variável da doença. Quando maior o número de cópias de mitocôndrias afetadas, maior a severidade da doença.
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