Buscar

Aula 7 - RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIoO

Prévia do material em texto

RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO
Especial – STJ
Extraordinário – STF
São limitados quanto às matérias que são discutidas.
Extraordinário:
Ordinários: Buscam uma discussão ampla 
Extraordinário: A discussão é limitada a reta aplicação do direito. Muito mais estreito. Limitação quanto às matérias que são discutidas.
------
Só a CF é que trata das hipóteses de cabimento do Recurso especial e recurso extraordinário.
CPC fala somente sobre o processamento desses recursos.
O objetivo principal dessas duas modalidades
- Interpretar a aplicação da lei e da CF. 
- Dar uma uniformização interpretativa ao texto legal e ao texto constitucional.
- Garantir a correta aplicação do texto legal e constitucional.
- Preservação do ordenamento jurídico.
(Não busca satisfazer o interesse das partes)
Mas é claro que no final, quem recorreu pode acabar tendo a sua pretensão satisfeita. Mas esse não é o objetivo principal dessas modalidades recursais. Somente indiretamente, determinada parte que recorreu que obteve êxito com o recurso vai acabar satisfazendo interesse próprio, mas a função principal é a preservação do ordenamento jurídico.
SM 279 STF e SM 7 STJ > Nessas modalidades não é admitido reexame de prova. 
Quando o STF e o STJ realiza em julgamento de recurso especial ou de recurso extraordinário, eles analisam tudo que foi apurado nas instâncias ordinárias (1° e 2° grau de jurisdição) e verificam se, com base naquilo que se constatou em termos de produção de provas, foi ou não foi aplicada corretamente lei. Não analisam as provas em si. Apenas o que se constatou.
Ex. A pessoa avançou o sinal e houve um acidente.
A 1°instância julga como sentença, improcedente o pedido de indenização da vítima na petição inicial, porque na visão do juiz não ficou comprovado que o réu teve culpa.
A vítima interpõe recurso de Apelação para a 2° instância > Diz na Apelação que o juiz errou e que há evidentemente provas de que houve culpa do réu. Porém o tribunal mantém a decisão da 1° instância dizendo que não há prova de que o réu foi culpado.
A vítima então interpõe recurso Especial para o STJ > Diz no recurso Especial que o 1° e 2° grau erraram porquê de fato, está comprovado nos autos que o réu realmente avançou o sinal e eles não condenaram o réu a indenizar os danos.
Se analisando as provas e considerando a culpa, as instâncias ordinárias ainda assim julgam o pedido da vítima improcedente, aí sim há violação da lei civil.
HIPÓTESE DE CABIMENTO
EXTRAORDINÁRIO: art.102, III CF.
- STF > causas decididas em única ou última instância.
- Causas decididas {tbm no Especial} = Pré-questionamento (aquela matéria que é objeto do meu recurso tem que ter sido expressamente enfrentada na decisão recorrida). 
Pré-questionamento = Eu, nas instâncias ordinárias ter abordado expressamente aquela suposta violação da CF e aquela questão ter sido decidida pelos tribunais inferiores (1° e 2° instância).
Se os tribunais inferiores não falarem nada > Entrar com os Embargos de Declaração, cujo objetivo é pré-questionar a questão. (1025 CPC)
	
OBS: ESPECIAL # EXTRAORDINÁRIO 
Especial > A decisão TEM QUE ser proferida por tribunal. (105, III, CF)
Extraordinário > A decisão não precisa ser proferida por tribunal. (102, III, CF)
Ex.
Nos juizados Especiais > Quando se entra com um processo no juizado, ele tramita no 1° grau e caso a pessoa não se contente com aquela decisão, ela ingressa com recurso para a turma recursal. O recurso cabível no juizado é o recurso inominado (parecido com a apelação).
A turma recursal é um órgão composto por juízes de 1° instância reunidos em um órgão colegiado. Não representa órgãos componentes do tribunal de justiça de 2° instância.
Já que no 102, III não faz ressalva que essas decisões tem que ter sido proferidas por tribunal > No juizado especial, após ser proferida uma decisão da turma recursal, será cabível recurso Extraordinário. 
Por outro lado, quando sai uma decisão proferida perante uma turma recursal do juizado especial, não é cabível recurso especial pro STJ porquê o 105,III exige que a decisão tenha sido proferida por tribunal e turma recursal não é tribunal de 2° instância propriamente dito.
 Única ou última instância = o processo tem que ter caminhado até se atingir o esgotamento dos recursos admissíveis nas instâncias ordinárias. (tem que esgotar todos os recursos possíveis em outras instâncias até chegas ao STF ou STJ).
Única > começa em uma instância e não cabe recurso pra outra instância.
No Recurso Extraordinário:
- A decisão não precisa ser proferida por tribunal. É por isso que cabe recurso extraordinário no Juizado Especial.
- É necessário o esgotamento dos recursos nas instâncias ordinárias.
- As causas de vem ser decididas (precisam ter sido pré-questionadas). Caso o tribunal tenha se recusado a decidir a questão > 1025 CPC - pré questionamento ficto.
- Alíneas: a, b, c, d > 4 hipóteses de cabimento
a) Decisão que contrarie a CF. 
b) 
c) 
d) Lei local que é contraria a Lei Federal. (Repartição constitucional de competência)
Repercusão geral (parg. 3°) = o interesse do julgamento do recurso ultrapassa os limites dos interesses das partes que estão litigando. Aquela questão constitucional que está sendo discutida tem relevância social e ela atingirá um número grande de litigantes ou atingirá um número grande de membros da sociedade.
1035 CPC. 
ESPECIAL: 105, III CF, Sm. 203 STJ.
- Decisão proferida por tribunal.
- Causas decididas em única ou última instância.
- Causas decididas (pré-questionamento). = Extraordinário.
- Alíneas a, b, c,
a) Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; Ex. honorários de sucumbência recursal > 85, XI CPC.
b) Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal.
c) Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
(Divergência jurisprudencial)
Dois casos com a mesma questão de direito teve decisões diferentes. Tribunal x fala uma coisa e o tribunal y fala outra. O STJ deve dar a correta interpretação de lei federal para esse caso.
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DOS RECURSOS EXCEPCIONAIS (1029 CPC)
Interpor perante presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido. 
O Recurso especial e extraordinário não podem ser interpostos em petição única.
Princípio da unicidade recursal = para cada decisão somente será cabível 1 único recurso.
Sucessividade recursal = interpor um recurso depois do outro. Não interpõe recursos concomitantes.
Exceção: Decisão proferida em única ou última instância violar ao mesmo tempo disposições constitucionais e legais. Ou, seja cabe naquela decisão tanto recurso especial (pois viola texto de lei), quanto extraordinário (pois viola a CF).
1031 e 1029 > Possibilidade de interposição simultânea e concomitante de recurso especial e extraordinário.
Mas deve apresentar em petições distintas o recurso especial e o recurso extraordinário. 
- Expor fato e direito.
- Mostrar o cabimento.
- Razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
1029, parg. 1° > requisito específico caso o recurso especial seja fundado em dissídio jurisprudencial. (decisão diferente dada por outro tribunal na mesma questão)
- Demostrar que efetivamente houve um julgado divergente. 
- Mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados = cotejo analítico. 
Parg. 3° > recurso com vício: o STF ou STJ poderá desconsiderar esse vício ou determinar que seja corrigido esse vício. 
Admissibilidade do recurso especial e extraordinário:
Interposto o recurso especial ou extraordinário, a presidência ou vice-presidência do tribunal local vai dizer se o meu recurso preenche ou não os requisitos.
• Em regra, também não têm efeito suspensivo. Mas pode obter por meio de decisão judicial.
Parg. 5° > Critérios de competência para a apreciação do pedido de efeito suspensivo no recurso especial ou no extraordinário.
- Recurso já está no tribunal: requerer para o relator.
- Entre a interposição do recurso e a decisão de admissão: Presidente ou vice-presidente.- Após a publicação da decisão de admissão e ainda não tendo chegado o recurso: Diretamente ao STJ que vai atribuir um relator, que se torna prevento.
POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DO RECURSO ESPECIAL EM EXTRAODINÁRIO E VICE-VERSA – 1032 e 1033 CPC
- Quando o recurso correto for o outro recurso. (Fungibilidade recursal)
Se o STF entender que o recurso Extraordinário não é o correto e sim o Especial > Manda p/ o STJ.
Se o STJ entender que o recurso Especial não é o correto e sim o Extraordinário > Manda p/ o STF.
· 15 dias para incluir no recurso a repercussão geral e a questão constitucional. 
· O STF pode devolver esse recurso p/ o STJ se o recuso for mesmo o Especial.
1033 > O STF entende que o certo seria para o STJ.
Violação reflexa da CF (não expressa) não enseja interposição de recurso extraordinário. E o certo é o Especial p/ o STJ.
Interposto o recurso no prazo de 15 dias, o recorrido será intimado para apresentar resposta no prazo de 15 dias pela presidência ou vice-presidência. 
Apresentada as contrarrazões ou ultrapassado o prazo sem apresentação > hipóteses do art. 1030 pelo presidente ou vice-presidente.
 
Presidente ou Vice realizar a admissibilidade: 4 situações 
1 - Negar segmento (1030, I, a, b )
a) Recurso extraordinário não tiver repercussão geral já reconhecida pelo STF. (naquele caso já houve decisão do STF anteriormente falando que naquela hipótese não tem repercussão geral)
b) Recurso especial ou extraordinário e o entendimento que foi firmado na decisão recorrida está de acordo com decisão do STF ou STJ proferida em recurso repetitivo.
O recurso cabível é o AGRAVO INTERNO (1030, 2°) > Para o pleno ou órgão especial do tribunal julgar.
Da decisão de negativa de seguimento pelo presidente ou vice-presidente, o recurso cabível vai ser o Agravo Interno a ser julgado pelo pleno ou órgão especial do tribunal.
2- Devolver o processo para o órgão que proferiu a decisão (p/ retratar) (1030, II)
Quando o presidente ou vice-presidente observar que o órgão que julgou não observou determinado precedente vinculante. Retorna para o órgão julgador para se retratar.
3 - Suspenção do julgamento do recurso (1030, III)
- Suspender os recursos que versem sobre questão que foi afetada pela via do recurso repetitivo. (Recurso que trate de uma matéria que já está sendo tratada pelo tribunal superior) 
- O Recurso já está sendo alvo de debates perante o tribunal superior. 
Impugnável por AGRAVO INTERNO (quando o meu caso não se enquadro no recurso repetitivo, a matéria é outra)
4 - De fato, realizar o juízo de admissibilidade
Verificar se o meu recurso preenche os requisitos de admissibilidade. 
Se estiver tudo certo > admite e encaminha para o tribunal superior. 
Se não estiver preenchido os requisitos > inadmite o recurso especial ou extraordinário. (cabe Agravo do art. 1042 p/ STF ou STJ)
AGRAVO DO ART. 1042: (Decisão que inadmitir o recurso)
Agravo Denegatório de recurso especial e extraordinário > denegou o meu recurso.
Objetivo: Destrancar o recurso. Dizendo que a decisão foi errada e o recurso deveria ter sido admitido.
O STF ou STJ vai julgar esse Agravo e, verificando que tem razão o recorrente, vai analisar o recurso.
Se vê que não tem razão, diz que realmente o recurso é inadmissível.
Esse Agravo NÃO terá cabimento > Se falar que inadmitiu por causa de uma decisão de repercussão geral ou decisão de recurso repetitivos.
PROCESSAMENTO:
15 dias
Protocolar a petição diretamente na presidência ou vice-presidência, que vai intimar o agravado pra contrarrazões e depois manda para o STJ ou STF 
INTERPOSIÇÃO SIMULTÂNEA DE ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO:
Primeiro vai para o STJ julgar. Se depois ainda permanecer o interesse no julgamento do recurso extraordinário, aí manda para o STF. 
Fim.

Continue navegando