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Proc. Psico. Básicos: Motivação, Pensamento e Linguagem Prof. Me. Luciano Barbosa de Queiróz Por que estudarmos motivação e emoções? • Para compreendermos a subjetividade, precisamos considerar a motivação e as emoções; • A nossa cultura enfatiza muito o “racional”, mas somos seres que têm motivação e emoção; • Uma visão ampliada do ser humano implica levar em consideração a complexidade inerente em nossas ações; • Aspectos relacionados à motivação e às emoções estão relacionados com a nossa saúde mental (p. ex. transtornos de humor, transtornos de personalidade etc.); Meller (2016) Por que estudarmos motivação e emoções? • Por isso, estudar motivação e emoção é tão importante para a nossa prática como pesquisadores(as) e profissionais; • Vamos pensar em como esse estudo nos ajuda na nossa prática? Meller (2016) Introdução • Motivação se origina da palavra latina movere que significa mover, tirar do lugar; • A palavra emoção também deriva do latim emotionem, "movimento, ato de mover" desta forma, tanto emoção quanto motivação geram comportamentos; • Uma das questões primordiais quando se pensa na Psicologia refere-se ao entendimento sobre porque as pessoas fazem o que fazem; • O que causa comportamento das pessoas? • O que acarreta o início de um comportamento? • Por que ele termina? • Por que duas pessoas podem possuir dois comportamentos completamente distintos numa mesma situação? Meller (2016) Caso Isabella Nardoni, 2008 Chacina em Realengo, 2011 Chacina no Colégio Goyases, em Goiânia (2017). • Chacina em um colégio público de Suzano, em 2019. Caso Henry, 2021 Caso Lázaro, 2021 Introdução • É disso que o estudo da motivação trata; • O que causa o comportamento humano? • O que faz com que ele mude de intensidade em momentos diferentes na vida de uma mesma pessoa? • O que faz com que um comportamento inicie e termine? • Por que um mesmo objeto, por exemplo, um brinquedo (carrinho, boneca) pode ativar o interesse e o comportamento de brincar de uma criança e de outra não? Meller (2016) Vamos pensar? • O estudo da MOTIVAÇÃO busca compreender o que queremos e por que queremos. A Motivação está relacionada com o que energiza e direciona o nosso comportamento, que está fundamentado nas nossas atitudes. • Meller (2016, p. 10); Meller (2016) Indo além... • A ATITUDE é um conceito utilizado pela Psicologia Social e possui três aspectos inter-relacionados: o cognitivo, o afetivo e o comportamental; • O aspecto cognitivo diz respeito às crenças, valores, conhecimentos, representações, opiniões que as pessoas possuem sobre o mundo; • O aspecto afetivo relaciona-se com o sentimento pró ou contra algum objeto ou fenômeno social; • E o aspecto comportamental refere-se ao fato de que se sabendo como a pessoa pensa sobre determinado assunto e como ela se sente sobre o mesmo, os outros aspectos se tornam bons preditores do comportamento da mesma; Meller (2016) Conceituando • A motivação apresenta aspectos biológicos, cognitivos e sociais, e a complexidade do conceito levou os psicólogos a desenvolver uma variedade de abordagens; • Todas elas procuram explicar a energia que guia o comportamento das pessoas em direções específicas (Meller, 2016, p. 12); Meller (2016) Conceituando • A motivação (do latim, “mover-se”) é a área da ciência psicológica que estuda os fatores que energizam, ou estimulam, o comportamento; • Especificamente, diz respeito a como o comportamento é iniciado, dirigido e sustentado; • Questões de motivação estão disseminadas pelos muitos níveis de análise da ciência psicológica; • Por exemplo, os conceitos de recompensa e reforço e os mecanismos fisiológicos (GAZZANIGA; HEATHERTON: 2007; 280-281) Meller (2016) Análise motivacional • A análise motivacional permite o acesso à subjetividade das pessoas que são atendidas e o embasamento para a construção de intervenções visando atingir a saúde em sua totalidade, direcionada ao bem-estar de forma ampla e plena; • Ela permite e tem como objetivo compreender de que modo a motivação participa, influencia e ajuda a explicar o fluxo comportamental de uma pessoa; • Para o profissional da Psicologia, este processo é de extrema relevância porque viabiliza o planejamento da técnica de intervenção; Meller (2016) O que muda a intensidade do comportamento? • Por que determinados objetos são tão relevantes em períodos específicos da vida e de repente deixam de sê-lo? • E por que outros passam ao longo da vida sempre possuindo um valor muito forte? • Por que as brincadeiras da infância deixam de ser interessantes quando nos tornamos adultos? • Por que, em alguns momentos, focamos no trabalho, em outros, na saúde e, em outros, na família? • Estas questões são mais alguns dos “enigmas” de que trata o estudo da motivação; Meller (2016) Recapitulando •O estudo da motivação refere-se à compreensão dos processos que energizam e direcionam o comportamento; • O MOTIVO MUDA → O COMPORTAMENTO VARIA Em pessoas diferentes Na mesma pessoa em momentos diferentes Meller (2016) Aprofundando • Os processos que energizam e direcionam o comportamento de um indivíduo emanam tanto das forças do indivíduo como do seu ambiente; • Os motivos são as experiências internas – necessidades, cognições e emoções – que energizam as tendências de aproximação ou de afastamento do indivíduo; • Os eventos externos são incentivos ambientais que atraem ou repelem o indivíduo em relação a um curso particular de ação. (REEVE: 2006, p.4) Meller (2016) Os motivos internos • Um motivo interno é uma condição interna ao organismo que energiza e direciona um comportamento; • Podem ser classificados como necessidades, cognições e emoções; • As necessidades são condições internas ao corpo e indispensáveis à manutenção da vida, do equilíbrio homeostático, bem-estar e pleno desenvolvimento; • Como exemplo, pode-se citar a fome, a sede e o sono; Meller (2016) Os motivos internos • As necessidades podem ser divididas em fisiológicas, psicológicas, sociais; • As fisiológicas são fundamentais para a manutenção da vida do organismo; • Com relação às necessidades psicológicas, a foco é a qualidade de vida e o pleno desenvolvimento do indivíduo. Como exemplo, podem ser citadas as necessidades de competência, autonomia e relacionamento; • Já as necessidades sociais, se não trabalhadas, afetam a vida social do sujeito; Meller (2016) Os motivos internos • As cognições fazem referência aos nossos estados mentais, como pensamentos, crenças expectativas, opiniões, autoconceito, representações, metas; • São construídas ao longo da nossa vida e implica na conjunção de outros processos cognitivos atuando concomitantemente, como a atenção, sensação, percepção, memória, resolução de problemas, consciência, tomada de decisão etc. Meller (2016) Os motivos internos • As emoções são o outro motivo interno. • Permitem que a vida ganhe um colorido especial e não fique somente no preto e branco (ou cinza); • São importantes no processo de socialização dos seres humanos, pois viabilizam a construção de vínculos e relacionamentos, indispensáveis à construção de laços sociais, transmissão do conhecimento adquirido pela espécie e valores, proteção aos elementos mais fracos do grupo (os filhotes) e defesa; Meller (2016) Os motivos internos • As emoções possuem quatro aspectos básicos: 1. Sentimento – é a experiência subjetiva da emoção; 2. Prontidão fisiológica – toda emoção possui uma alteração fisiológica subjacente, como batimento cardíaco, arrepio, embrulho no estômago entre outros; 3. Expressividade – as emoções vêm carregadas de expressividade corporal e facial; 4. Funcionalidade – a função das emoções pode ser considerada de uma forma mais abrangente, relacionada à adaptação do organismo ao ambiente, e de uma forma mais específica, relacionada à emoção em si; Meller (2016) Eventos externos• Estes eventos são incentivos ambientais que antecedem o comportamento e geram tendências de aproximação ou afastamento, dependendo das circunstâncias e do efeito que seu resultado provocará na pessoa; • Os seres humanos possuem uma disposição de aproximação de situações e objetos que lhes tragam prazer e de afastamento de situações e objetos que lhes tragam desprazer; Meller (2016) Verificando o surgimento, a intensidade e a qualidade da motivação • Na realização de uma Análise Motivacional é importante identificar a intensidade e a qualidade da motivação nos comportamentos das pessoas; • Existem quatro possibilidades de identificar a expressão motivacional das pessoas: pela fisiologia, pelo comportamento manifesto, pelo autorrelato e pela história dos antecedentes do comportamento; Meller (2016) A fisiologia • O processo de análise da fisiologia relacionada à motivação para realização de comportamentos requer exames laboratoriais e outros; • Em um organismo motivado, há toda uma sustentação biológica relacionada a hormônios e neurotransmissores que viabilizam o início da ação; Meller (2016) O autorrelato e a história dos antecedentes do comportamento • A verificação da motivação através do autorrelato da própria pessoa traz questões relacionadas à sua fidedignidade; • Pode haver distorções nos discursos das pessoas entrevistadas; • A técnica do autorrelato geralmente é realizada através da aplicação de questionários e entrevistas; • No que se refere ao histórico dos antecedentes do comportamento, este caminho torna-se interessante porque permite acessar os interesses, desejos e um recorte da história de vida da pessoa; Meller (2016) Vamos pensar juntos(as)? Ambientes apoiadores da motivação são aqueles nos quais as pessoas se sentem à vontade para expressar o que pensam, para exercer sua criatividade e sua autonomia de pensamento. Nestes lugares, as pessoas não se sentem diminuídas ou coagidas porque são acolhidas em suas singularidades, consideram o erro como uma etapa para o crescimento e para a evolução do processo de aprendizagem. Meller (2016, p. 19). Meller (2016) A observação comportamental • Podem-se verificar sete aspectos no comportamento das pessoas que ajudam a identificar a intensidade, a qualidade e a presença da motivação: • 1. O esforço – quantidade de energia empregada na tentativa de execução de uma tarefa; • 2. A latência – tempo durante o qual uma pessoa adia sua resposta após ter sido exposta a um estímulo; • 3. Persistência – tempo decorrido entre o início e o fim da resposta; Meller (2016) A observação comportamental • 4. Escolha – Quando se está diante de duas ou mais possibilidades de ação, mostra-se preferência por uma delas, em detrimento das demais; • 5. Probabilidade de resposta – número (ou porcentagem) de ocasiões em que se verifica uma resposta orientada para um determinado objetivo, quando ocorrem diversas oportunidades diferentes para o comportamento ocorrer; • 6. Expressões faciais – movimentos faciais (torcer o nariz, levantar o lábio superior, baixar as sobrancelhas etc.); • 7. Sinais corporais – postura, mudança no apoio do peso, movimentos das pernas ou dos pés, braços e mãos etc. Meller (2016) A relação entre motivação, adaptação e resiliência • A capacidade de evolução e desenvolvimento de novas respostas às mudanças ambientais são fundamentais e podem fazer a diferença entre a manutenção da vida das pessoas e de sua espécie, ou sua extinção; • O ser humano, ao longo de seus milhares de anos de evolução, conseguiu um feito que nenhuma outra espécie realizou; • Aliou mecanismos biológicos, cognitivos e simbólicos com a função de manter a vida, e a motivação tornou-se um deles; Meller (2016) Vamos pensar? • A possibilidade de um humano automotivar-se para realizar algo que necessita mesmo que não haja nenhum impulso biológico de base, como fome ou sede, somente para a aprendizagem ou para sentir prazer ou, ainda, para atingir a proficiência (competência) em determinado assunto, alimenta vida individual daquele respectivo sujeito, mas, de forma abrangente, alimenta também a cultura e a civilização humana. Traz a evolução da espécie. • (Meller, 2016, p. 23) A relação entre motivação, adaptação e resiliência • As pessoas que possuem uma alta qualidade e capacidade de automotivação, tendem a ser mais flexíveis diante das adversidades e ser mais resilientes; • Resiliência é a capacidade das pessoas de ultrapassarem adversidades da vida mantendo a condição de resolver os problemas de forma eficiente. Não significa que serão imunes a tristeza ou lutos, mas que diante de uma situação difícil, a opção a ser escolhida será aquela voltada para o crescimento e evolução enquanto pessoas. Meller (2016) Muito obrigado!! • Prof. Me. Luciano Barbosa de Queiróz
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