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Ana Luiza Ohata – T70 1 Embriologia do Abdome • É importante sabermos da embriologia do abdome para sabermos relacionar o local da dor e a etiologia • Uma porção do endoderma derivado da gastrulação é incorporada ao embrião, formando o intestino primitivo • Nas porções cefálica e caudal do embrião, o intestino primitivo forma um tubo em fundo cego = intestinos anterior e posterior Abdome Agudo Inflamatório Definição: quadro de dor abdominal causado por uma inflamação ou infecção na cavidade abdominal, em órgãos ou estruturas subjacentes Epidemiologia: 1º tipo mais comum de abdome agudo Diagnóstico • Clínico • Importância de uma boa história com caracteres bem explorados: início, irradiação, evolução, caráter, intensidade, duração, fatores de melhora ou piora e fatores de semelhança e dissemelhança • Geralmente a dor possui caráter progressivo e com irradiação • Alteração do hábito intestinal é um forte indicador de peritonite Etiologias e sintomas associados Etiologias História Exame Físico Diagnóstico Apendicite Dor de início difuso que migrou para quadrante inferior direito do abdome. Acompanhada de vômitos, náuseas, inapetência, diarreia e febre. Dor à palpação de FID. DB + em FID. Sinal de Blumberg, Sinal de Psoas e Sinal de Rovsing. Clínico. Em casos duvidosos: TC de abdome inferior e de pelve. Pode apresentar leucocitose e alterações urinárias. Diverticulite Dor abdominal em quadrante inferior esquerdo. Acompanhado de anorexia, alterações de hábito intestinal e febre. Dor à palpação de FIE com irradiação para flanco, dorso ou região supra púbica. Clínico. Em casos duvidosos: TC de abdome total, USG ou RM. Ana Luiza Ohata – T70 2 Colecistite aguda Dor em quadrante superior direito. Piora com alimentação gordurosa. Hipersensibilidade à palpação no quadrante superior direito. Sinal de Murphy +. História e exame físico sugestivos. USG de abdome superior com presença de litíase e/ou inflamação de vias biliares. Elevações moderadas de fosfatase alcalina, bilirrubina, transaminases e leucocitose. Pancreatite aguda Dor “em faixa” em abdome superior com irradiação para o dorso. Acompanhada de vômitos incoercíveis, anorexia. Histórico de alcoolismo, uso crônico de AINEs, histórico de Hipertrigliceridemia. Desidratação. Sensibilidade à palpação epigástrica. Distensão abdominal. Achados clínicos: elevação de amilase e lipase (maior ou igual a 3x o VR). Apendicite • Definição: processo inflamatório agudo e purulenta decorrente da dificuldade da drenagem do conteúdo apendicular com aumento do volume do apêndice e alterações circulatórias • Epidemiologia o Causa mais comum de abdome agudo não traumático o Predomínio no sexo masculino na faixa dos 10 aos 30 anos o Emergência cirúrgica mais comum o Diagnóstico mais difícil no sexo feminino pela variedade de diagnósticos diferenciais • Etiologia o Parasitas o Fitobezoar (bolo de fibra de celulose) o Hiperplasia de folículos linfoides (causa mais comum em jovens) o Fecalitos (por dietas pobres em fibras) o Fibroses e neoplasias (causas mais comuns em idosos) • História clássica: o Dor contínua, de alta intensidade, periumbilical que irradia para a fossa ilíaca direita o Pode ser acompanhado de náuseas, vômitos, anorexia e febre com calafrios o Estado geral preservado • Exame físico o Atitude antálgica o Palpação dolorosa difusamente ou em FID o Resistência voluntária ou espontânea (em casos de irritação peritoneal) o Exacerbação da dor com movimentação e tosse o Pode haver silêncio abdominal o Sinais importantes § Sinal de Blumberg: DB+ em FID, indicando irritação peritoneal § Sinal de Rovsing: dor em FID quando se comprime a FIE § Sinal do Psoas: dor à hiperextensão passiva do psoas, indicando irritação do músculo § Sinal de Lapinsky: dor à compressão de FID enquanto o paciente eleva o membro inferior esticado § Sinal de Lenander: diferença da temperatura axilo-retal > 1ºC § Sinal de Dunphy: dor em FID que piora com a tosse • Exames complementares: TC (preferencialmente) e USG (indicado quando há possibilidade de gravidez, já que não emite radiação) o O RX pode evidenciar a presença de apendicolitos Ana Luiza Ohata – T70 3 • Tratamento cirúrgico o Apendicectomia aberta (cicatriz de McBurney) o Apendicectomia por vídeolaparoscopia • Fases da apendicite o Fase 0: apêndice normal o Fase I: apêndice hiperemiado e edemaciado o Fase II: apêndice dotado de exsudato fibrinoso o Fase III: apêndice com abscesso e necrose o Fase IV: apendicite perfurada o Complicação: § Fase I e II: não complicadas § Fases III e IV: complicadas • Quadros atípicos o Criança: febre alta, letargia, vômitos intensos e episódios diarreicos frequentes § É comum o diagnóstico tardio, principalmente em menores de 2 anos § Progressão mais rápida da inflamação, podendo levar à uma taxa de perfuração maior quando comparada com jovens e adultos o Idoso: menor elevação da temperatura e dor abdominal insidiosa § Apendicite complicada § É comum o diagnóstico tardio, podendo aumentar a taxa de perfuração e a mortalidade o Gestante: emergência cirúrgica extrauterina mais comum § Ocorre mais frequentemente nos 2 primeiros trimestres Abdome Agudo Hemorrágico Definição: quadro de dor decorrente de um sangramento intra-abdominal espontâneo Etiologias • Gravidez ectópica rota (causa primária de abdome agudo hemorrágico em mulheres) = testar ß-HCG • Ruptura de aneurisma das artérias viscerais (ruptura de aneurisma da artéria esplênica é o mais comum) • Cisto ovariano roto • Endometriose • Aneurisma roto de aorta abdominal Fatores de risco • Uso de AINEs • Uso de anticoagulantes orais • Mulheres em idade fértil • Portadores de coagulopatias Quadro clínico • Dor abdominal de início súbito, difusa, com variações de intensidade • Sinais de choque hipovolêmico (atenção!) Ana Luiza Ohata – T70 4 • Pode apresentar sinais de irritação peritoneal • Massas palpáveis pulsáteis (em casos de aneurisma) • Sopro na face anterior ou dorso do abdome (na ausculta de aorta abdominal com aneurisma) • Sinal de Cullen: indica sangramento intraperitoneal • Sinal de Gray-Turner: indica sangramento retroperitoneal • Sinal de Lafond: dor referida no ombro por irritação do nervo frênico • Sinal de Kehr: dor referida na região infraescapular por irritação do nervo frênico Exames complementares • USG: rápido, de fácil acesso e consegue avaliar presença de líquido na cavidade • TC: mostra o foco do sangramento • Laparoscopia: diagnóstico e tratamento = na grande maioria dos casos o paciente com abdome agudo hemorrágico é encaminhado para cirurgia Abdome Agudo Vascular Definição: redução ou ausência de perfusão no tecido intestinal, levando à isquemia das alças e desfechos desfavoráveis Epidemiologia • Relativamente raro • Alta mortalidade • Diagnóstico e tratamento devem ser rápidos Etiologias • Embolia da artéria mesentérica superior o Perda súbita do suprimento arterial o Hipóxia – infarto – necrose (segmentar ou completa) – perfuração o Dor súbita, intensa e tipo surda o Pode cursar com febre e hematoquezia • Isquemia não oclusiva § Dor insidiosa, difusa com piora e melhora § Dor pouco progressiva • Trombose da artéria mesentérica superior o Dor epigástrica súbita e importante o Histórico de isquemia mesentérica crônica § Arteriosclerose § Angina mesentérica § Dor abdominal após refeições – “food fear” = perda de peso considerável e desnutrição • Trombose da veia mesentérica superior o Quadro clínico inespecífico o Dor tipo cólica sem localização definida o Dor vaga, geralmente sem peritonite o Podem ser assintomáticos (1/4 dos pacientes) o Geralmente ocorre em estados de hipercoagulabilidade e condições inflamatórias • Isquemia cólica (colite isquêmica) o Hipofluxo sanguíneo no cólon com trombosede pequenos vasos o Necrose da mucosa = diarreia em geleia de framboesa o Áreas potencialmente críticas, com má vascularização § Ponto de Griffith: ângulo esplênico do cólon § Ponto de Sudeck: transição retossigmoide • Cerca de 60-70% dos casos de abdome agudo vascular ocorrem pela oclusão da artéria mesentérica superior Fatores de risco • Tabagismo Ana Luiza Ohata – T70 5 • HAS • Doença vascular periféricas • Arritmias • Valvulopatias • Fatores de risco específicos o História recente de evento cardíaco o História prévia de embolismo o Arteriosclerose o Distúrbios de coagulação o Uso de anticoagulantes orais Quadro clínico • Dor difusa em região epigástrica ou mesogástrica • Dor intensa e súbita do tipo surda • Pode ser acompanhada de náuseas, vômitos, diarreia e secreção sanguinolenta pelo reto • Mal-estar geral • Distensão abdominal • A dor referida é desproporcional aos achados do exame físico = poucos achados no exame físico • Exame físico o Sudorese profusa o Toque retal: presença de sangue escurecido tipo “geleia de framboesa” proveniente da isquemia da mucosa e sua descamação e sangramento o Anorexia e perda ponderal (trombose da AMS) o Febre (isquemia não oclusiva) o Abdome inocente (não tem peritonite) Exames complementares • Hemograma completo: leucocitose importante • Gasometria arterial: acidose metabólica com lactato aumentado o O paciente com dor abdominal aguda e acidose metabólica possui isquemia intestinal até que se prove o contrário • DHL • CPK • Amilase: pode se encontrar aumentada tanto no abdome agudo perfurativo quanto no vascular, porém não se eleva 3x o VR • Angiografia (padrão ouro) o Pacientes sem peritonite e sem choque hemodinâmico o Embolia parcial o Terapêutico = reestabelece o fluxo sanguíneo § Promove trombólise endovascular (papaverina – vasodilatador) § Utilização de próteses • Angiotomografia o Resultados similares a angiografia para os troncos celíaco e artérias e veias mesentéricas superiores e inferiores o Ruim para visualização de ramos menores o Exame de escolha para pacientes com histórico de TVP ou trombofilias o Superior a angiografia na trombose venosa Ana Luiza Ohata – T70 6 à Tratamento • Trombose venosa: o Anticoagulação o Cirurgia para casos acompanhados de peritonite • Isquemia mesentérica não oclusiva o A maioria não é cirúrgico o Tratamento do fator causal – melhorar o débito cardíaco o Papaverina IV o Cirurgia para casos acompanhados de peritonite • Embolia de AMS o Embolectomia cirúrgica o Trombólise endovascular § Casos selecionados sem indicação formal de cirurgia § UTI • Trombose da AMS o Evitar uso de próteses o Cirurgia by-pass (safena) • Indicação de laparotomia exploradora o DB+ o Sinal de isquemia na tomografia o Cirurgia: § Ressecção segmentar § Tudo isquêmico = fecha o abdome (sem terapêutica) – no mínimo 50 cm de alça viável, idealmente, 100 cm § Sem fluxo, mas com intestino viável = revascularização antes da enterectomia § Second look: nova operação após 18-48h para checar o primeiro procedimento o Alta mortalidade, cerca de 90% dos casos Abdome Agudo Obstrutivo Definição: impossibilidade, parcial ou completa, de propagação do conteúdo gastro-êntero-cólico até o reto e de ser fisiologicamente eliminado Epidemiologia • 2º tipo de abdome agudo mais comum • 85% das obstruções parciais se resolvem com tratamento clínico, enquanto 85% das obstruções totais se resolvem por medidas cirúrgicas Etiologias • Bridas ou aderências (causa mais comum nas obstruções de delgado) • Neoplasias (causa mais comum nas obstruções de cólon, segunda causa no delgado) • Volvo de sigmoide • Volvo de ceco • Hérnias encarceradas (terceira causa mais comum de obstrução) • Doença inflamatória intestinal • Intussuscepção • Síndrome de Ogilvie: pseudo-obstrução colônica – presença de distensão sem ponto de obstrução Ana Luiza Ohata – T70 7 Obstrução • Ponto o Alto: delgado o Baixo: cólon • Grau o Parcial: fluxo peristáltico reduzido, mas ainda presente (presença de flatos) o Completa: local da obstrução sem peristalse (sem flatos) o Obstrução em alça fechada: 2 pontos de obstrução (maior risco de complicação) § Válvula ileocecal competente: fluxo unidirecional, impedindo o retorno do conteúdo § Válvula ileocecal incompetente: retorno das fezes para o delgado, podendo ocorrer vômito fecaloide o Observação: se o ceco apresentar uma distensão de mais de 12 cm, ele está em iminência de rotura = laparotomia • Evolução o Simples: fluxo sanguíneo mantido o Complicada: fluxo sanguíneo comprometido § Necrose de alça § Possível evolução para perfuração • Mecanismo o Mecânica: ponto específico de oclusão, intrínseco ou extrínseco o Funcional: obstrução funcional, sem pontos de obstrução física (alteração da peristalse – ex: íleo paralítico) • Localização o Extramural: bridas, hérnias inguinais, tumores, carcinomas, doenças congênitas o Intramural: tumores, doenças inflamatórias (Doença de Crohn, tuberculose intestinal), endometriose intestinal o Intraluminal: invaginações, corpos estranhos (bezoar, bolo de áscaris), íleo biliar Fisiopatologia Quadro clínico • Dor abdominal visceral: dor em cólica, difusa, mal definida, com início no mesogástrio, evolutiva e contínua • Dor parietal: indica presença de complicações (peritonite – isquemia e perfuração) • Distensão o Simétrica ou assimétrica o Presente ou ausente Obstrução Aumento da peristalse Aumento dos RHA e diarreia Fadiga! Diminuição da peristalse Dilatação de alça a montante Acúmulo de H2O e eletrólitos Perda de líquido para o 3º espaço Desidratação Aumento da pressão intraluminal Diminuição do fluxo sanguíneo Translocação bacteriana Aumento da pressão intracavitária Diminuição do débito cardíaco Restrição ventilatória Diminuição ou abolição dos RHA Ana Luiza Ohata – T70 8 o Precoce ou tardia • Vômito o Quantidade o Aspecto: bilioso, estase ou fecaloide • Desidratação • Taquicardia • Hipotensão • Febre (indica complicação: estrangulamento ou perfuração) • Inspeção do abdome – verificar: o Distensão o Cicatriz cirúrgica (para a hipótese de bridas e hérnias) o Ondas peristálticas o Hérnias (Manobra de Valsava) o Tumores o Sinais flogísticos • Ausculta: o Início da obstrução: aumento dos RHA, timbre metálico e presença de borborigmo (predominância dos gases) o Evolução da obstrução: diminuição ou abolição dos RHA • Percussão: timpânica (pode haver Falso Jobert) • Toque retal – possíveis achados: o Ampola retal vazia o Presença de fezes ou fecaloma o Corpo estranho o Prateleira de Blummer: depósito de massa no fundo de saco o Sangue ou muco Exames complementares • Hemograma: Hb/Ht e leucograma • Eletrólitos • Gasometria arterial: alcalose metabólica • Raio-X – variar posições: póstero-anterior de tórax e abdome ortostático e em decúbito o Bom método diagnóstico inicial o Consegue identificar: § Edema de parede § Nível hidroaéreo: com o paciente em ortostase, verifica-se a presença de ar e líquido § Sinal do empilhamento de moedas (dilatação de alças) § Sinal do grão de café (volvo) § Haustrações cólicas § Presença de ar no reto • TC de abdome ou pelve total o Diferencia uma obstrução completa de uma obstrução funcional o Consegue determinar a etiologia Ana Luiza Ohata – T70 9 Tratamento • Monitorização e acesso venoso calibroso • Hidratação • Jejum e sonda nasogástrica (nº > 20) • Antibioticoterapia e antibioticoprofilaxia em casos de translocação bacteriana • Sondagem vesical de demora • Correção dos distúrbios eletrolíticos • Oferta de O2 • Realizar tratamento clínico o Pacientes estáveis hemodinamicamente o Ausência de sinais de estrangulamento de alça e perfuração o Ausência de peritonite o Obstrução parcial o Sem acometimento de órgãos alvo o Brida é a etiologia que melhor respondeao tratamento o Reavaliação constante • Realizar procedimento endoscópico o Nunca indicar um preparo de cólon anterógrado com o paciente com obstrução, pois aumenta o risco de vômito e, consequentemente broncoaspiração e perfuração o Indicado em casos de: volvo de sigmoide e síndrome de Ogilvie (descompressão cólica) e casos de câncer de cólon ou reto (prótese – paciente com perfil clínico ruim) • Realizar tratamento cirúrgico o Obstrução completa o Disfunção de órgão alvo o Choque o Ausência de resposta no tratamento clínico o Laparotomia (mais utilizada) o Laparoscopia (em casos seletos) Abdome Agudo Perfurativo Definição: quadro abdominal súbito e intenso decorrente da perfuração de uma víscera oca com extravasamento do seu conteúdo para a cavidade peritoneal Etiologias • Principal: úlcera péptica perfurada o Fatores de risco principais: § Infecção pelo H. pylori § Uso crônico de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) § Tabagismo § Etilismo • Outras: neoplasia, ingestão de corpo estranho, perfuração diverticular, doenças inflamatórias intestinais, infecções e iatrogenias (perfuração após colonoscopia ou endoscopia) Epidemiologia • 3º tipo mais comum de abdome agudo Ana Luiza Ohata – T70 10 • Mortalidade de cerca de 10% Fisiopatologia • Perfuração de úlcera péptica: o uso de AINEs interfere na produção de muco no estômago, expondo a mucosa gástrica ao HCl, predispondo a formação de lesões = essas lesões podem acometer toda a espessura da parede, podendo então perfurar e liberar o conteúdo gastrointestinal na cavidade abdominal • Perfuração do TGI alto: o conteúdo extravasado possui bile, suco pancreático e suco gástrico, podendo iniciar uma peritonite química, que, com a progressão da resposta inflamatória, pode evoluir para uma peritonite bacteriana = o omento pode tamponar a perfuração e diminuir a resposta inflamatória • Perfuração de TGI baixo: a peritonite desencadeada já é bacteriana e é acompanhada de febre, sepse e íleo paralítico • Neoplasias: a perfuração pode ocorrer pela invasão do tumor através da parede intestinal ou por aumento da pressão intraluminal (hipoperfusão, isquemia, necrose e finalmente, perfuração) Quadro clínico • Dor súbita de forte intensidade com irradiação precoce • Quando tamponadas, os sinais e sintomas são mais localizados • Podem apresentar massa abdominal palpável pela formação de um abcesso • Perfurações em peritônio livre: dor difusa, com sinais e sintomas sistêmicos, podendo resultar em uma infecção abdominal generalizada e sepse • Toque retal: presença de “bolhas” semelhantes a degraus Diagnóstico • História: uso crônico de AINEs, histórico de neoplasias, descrição da dor • Exame físico: posição antálgica, pouca mobilidade, respiração curta, RHA diminuídos ou ausentes, Sinal de Jobert (timpanismo na loja hepática = pneumoperitônio), defesa involuntária a palpação, abdome em tábua • Raio-x de tórax e abdome em posição ortostática: o Verificação de gás livre na cavidade abdominal, podendo confirmar a hipótese do pneumoperitônio o Sinal de Rigler: visualização da parede gástrica ou intestinal pela presença de ar na cavidade abdominal e no interior das alças, usualmente se apresentando dilatadas também (“parece que contornou a alça com um giz branco”) o Sinal da Dupla Bolha: achado do RX AP ortostático que indica atresia duodenal Ana Luiza Ohata – T70 11 o Níveis Hidroaéreos: no RX AP ortostático, podemos ver o ar no interior das alças causando distensão gasosa e, quando em diferentes níveis, pode indicar obstrução mecânica • O raio-x é um exame simples, barato e muito útil na identificação de abdome agudo perfurativo, na maioria das vezes não sendo necessária uma TC Tratamento • Estabilização clínica com reposição de volemia • Antibioticoterapia de amplo espectro • Laparoscopia exploradora: pacientes com sinais de peritonite difusa e pneumoperitônio • O tratamento definitivo é cirúrgico: ressecção do segmento perfurado Fluxogramas Ana Luiza Ohata – T70 12
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