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Relatorio Pós Graduação Educação do campo

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
RELATÓRIO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO
CURITIBA/PR 
2019
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ 
DAUANA MACHADO DA SILVA DOS SANTOS
RELATÓRIO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO 
Trabalho entregue à Faculdade de Educação São Braz, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, do curso de Educação do Campo, conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96. 
Orientador: 
CURITIBA/PR 
2019
RESUMO 
O presente trabalho é resultado de uma pesquisa realizada no Colégio Estadual do Campo Floriano 
Peixoto, situada no distrito de Ribeirão Bonito, a cerca de 15 quilômetros do centro do município de Grandes Rios, sendo que 90% dos alunos moram em residências rurais, tendo portanto um convívio diário com o campo. O objetivo foi refletir se esta escola, citada anteriormente busca, de acordo com sua nomenclatura, mudada para “do campo” por pouco tempo, atender as necessidades do sujeito do campo, ao mesmo tempo que respeita-o para reprodução de sua cultura e valores, ou seja, a escola 
“do” campo e não “no” campo. Já que grande porcentagem dos alunos residem em sítios, chácaras e ou mesmo em fazendas, e a escola precisa ser do campo, trabalhar as disciplinas inclinadas a realidade destes alunos e assim atrair a atenção para os conteúdos ao mesmo tempo que não os tira da convivência e seus conhecimentos prévios. Para tanto, buscou-se por meio de teóricos como Kolling que destaca que uma educação do campo tem a finalidade de promoção ao desenvolvimento sociocultural e econômico sendo respeitadas as diferenças históricas, é preciso uma educação que contribua para a permanência e a reprodução dos homens do campo e a melhora de sua qualidade de vida.
Palavras-chave: Educação do campo. Mudança de nomenclatura. Formação de sujeitos do campo. 
 INTRODUÇÃO
A escola precisa formar sujeitos sociais que constituam uma verdadeiraidentidade com o campo, ou seja, a escola do campo necessita formar cidadãoscríticos e responsáveis, como intuito de uma real transformação social, respeitando oespaço agrário e ainda, os saberes socialmente construídos pelos seus sujeitos.
De acordo com a história, o governo foi negligente com a educação do campo, relevando que não houve comprometimento do poder público em implantar umsistema educacional apropriado às necessidades do povo campestre. Somente noinicio do século XX o governo começa a se inquietar com a educação do campo, poisera necessário mudar para melhor as condições de vida do homem do campo parafixá-lo a terra, pois desta forma seria menor a sua migração para os grandes centrose evitando a baixa da produtividade, ou seja, atendendo as expectativas da oligarquia rural.
Este trabalho busca analisar uma educação do campo que tenha uma iniciativade inclusão das práticas agrícolas no currículo da escola, ou melhor, de valorização do trabalho no campo. Sendo que o objetivo principal é refletir sobre uma escola voltada para acatar as necessidades essenciais aos homens do campo, respeitando-os para que reportem sua cultura e valores, ou seja, uma escola do campo e não somente uma escola no campo.
Com isso foi realizada uma pesquisa no Colégio Estadual do Campo Floriano Peixoto e constatou-se que esta instituição tornou-se do campo em 2017, recebendo, portanto, a identidade de “do campo”. Existe uma falha na atuação dos professores, bem como preconceito por parte dos alunos ao serem intitulados “do campo”. Nesta pesquisa buscou-se investigar e ao mesmo tempo encontrar soluções para a verdadeira implantação desta escola para ela não ser somente no campo, mas do campo.
REVISÃO DE LITERATURA
A Educação do Campo 
Para Fernandes & Molina, (2004), o campo é um local de particularidades e matrizes culturais. É um local de possibilidades políticas, formação crítica, resistência, mística, identidades, histórias e produção das condições de existência social. 
Assim, cabe à educação do campo, o papel de fomentar reflexões que acumulem forças e produção de saberes. Apesar de o Brasil ser um país de origem agrária, a educação do campo não teve lugar e nem sequer foi lembrada nos textos constitucionais até 1891, evidenciando o descaso com essa parcela da população. Esse panorama deixou como herança, um quadro de precariedade no funcionamento da escola do campo em relação ao capital humano disponível para o trabalho pedagógico, uma infraestrutura e espaços físicos inadequados, escolas mal distribuídas geograficamente, condições trabalhistas precárias, baixos salários, ausência de formação inicial e continuada adequada ao exercício docente no campo e uma organização curricular descontextualizada com a realidade da vida campesina. 
A mudança desse contexto desolador teve início a partir de 1980, quando a sociedade articulada com movimentos sociais, em favor da educação popular, incluiu a educação do campo dentro de suas expressividades na relação dos fatores estratégicos para a redemocratização do país. Esse compromisso foi reforçado na Constituição brasileira de 1988, de promoção de educação multicultural respeitando as particularidades regionais. A partir da década de 1990, o panorama da educação principia a dar sinais de mudança, encadeado pela pressão dos movimentos sociais e sindicais, em favor a construção de políticas públicas para a população do campo, propondo ao poder público uma educação significativa, desvinculada do modelo urbanoindustrial capitalista e uma estrutura agrária que usa a terra apenas como instrumento de exploração, subordinada ao modelo de acumulação do capital (BATISTA, 2006). 
Para Morigi (2003), a Educação do Campo deve ser aquela que assume a identidade do meio rural, comprometida com um projeto político pedagógico voltado às causas, desafios, sonhos, história e cultura daquele que vive e atua no campo. Por trabalhar com mudança de conteúdo e forma de funcionamento, a Educação do Campo não perde de vista o ser humano em seu envolvimento no processo de formação e de construção da sociedade. É importante ressaltar que até a articulação desses movimentos, a educação para a população campesina nunca teve uma política específica, que levasse em conta seu o modo de vida, seu convívio e sua cultura. 
Assim, a expressão educação do campo surgiu, como um movimento mais amplo, a partir de 1997, no I Encontro Nacional de Educação na Reforma Agrária promovido pelo Movimento dos Sem Terra (MST), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, UNESCO) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). 
Esse movimento buscou definir princípios que denotam um diferencial da educação do campo como expressão da população campesina, respeitando a diversidade que lhes caracterizam. Os movimentos sociais defenderam que a educação esteja comprometida com a emancipação, que fortaleça a cultura e os valores das comunidades campesinas e que seja vinculada ao projeto de desenvolvimento autossustentável (BATISTA, 2006). 
Durante décadas, a formação destinada às classes populares do campo, vinculou-se a um modelo “importado” da educação urbana, com fundo de descaso dos valores presentes no meio rural. O campo encontrava-se estigmatizado na sociedade brasileira e os preconceitos, estereótipos e outras conotações multiplicavam-se cotidianamente. Essa constatação foi mencionada por Leite na seguinte observação. A educação rural no Brasil, por motivos socioculturais, sempre foi relegada a planos inferiores e teve por retaguarda ideológica o elitismo, acentuado no processo educacional aqui instalado pelos jesuítas e a interpretação político - ideológica da oligarquia agrária, conhecida popularmente na expressão: “gente da roça não carece de estudos”. Isso é coisa de gente da cidade (LEITE, 1999, p.14). 
A superação da educação rural vista apenas como uma formação mercadológica e a recente concepção de Educação do Campo foram constituídas por uma longatrajetória de lutas e discussões de movimentos sociais, das entidades, representações civis, sociais e dos sujeitos do campo. A mudança na compreensão desse conceito reflete muito mais do que uma simples nomenclatura. Ela é inevitavelmente, o resultado de um olhar politicamente referendado na busca pelos direitos sociais e na defesa da educação, sociedade e desenvolvimento, fatores indispensáveis para a concretização de projetos políticos pedagógicos que busquem encarar a realidade e atender as necessidades das populações do campo (MEDEIROS et al, 2013). 
Essas ações que pressionam as lideranças governamentais na criação e organização de políticas públicas para os trabalhadores do campo são focadas numa escola do campo que corresponda à necessidade da formação integral dos povos do campo. Para tal, precisa garantir o acesso a todos os níveis e modalidades de ensino (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial), de acordo com o artigo 6.º das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo (IDEM). 
Segundo Rocha et al (2013), a identidade da educação do campo, inserida num contexto real, deve ser definida pelos seus sujeitos sociais e estar vinculada a uma cultura que se produz por meio de relações mediadas pelo trabalho, ou seja, como produção material e cultural de existência humana. Isso só ocorrerá com investimento em uma interpretação da realidade que possibilite a construção de conhecimentos potencializadores, de modelos de agricultura, de novas matrizes tecnológicas, da produção econômica e relações de trabalho e da vida a partir de estratégias solidárias que garantam a melhoria da qualidade de vida dos que vivem e sobrevivem no e do campo. 
As relações socioeconômicas são vividas e construídas por sujeitos concretos, multiculturais, portanto com diferenças (ou não), em suas organizações sociais, em seu modo produção e em suas vivências individuais e coletivas. Sujeitos esses que se submetidos a um modelo agrícola hegemônico revelam sua exclusão social, ambiental e econômica. Nesse sentido, o papel da escola será de, ressignificar os conhecimentos da própria comunidade e incentivar o aprimoramento e a produção de novos conhecimentos. 
Assim, o currículo seria abrangente, de acordo com as necessidades e experiências vivenciadas pelos alunos, com conteúdos próprios e a metodologia própria para os diferentes níveis de ensino (GARCIA, 2004).
Kolling (1999) diz que desejar uma educação voltada à realidade dos sujeitos do campo, tem como intuito promover desenvolvimento sociocultural e economic respeitando diferenças históricas, uma educação que colabore para a continuação e a reprodução dos homens do campo e o melhoramento da qualidade de vida.
Para isso não basta ter escolas no campo, é necessário arquitetar escolas do campo, escolas que tenham um Projeto Político Pedagógico ligado às causas, aos desafios, aos sonhos, à história e à cultura do trabalhador do campo.
É preciso explicar que a definição de escola do campo só tem sentido quandorefletida a partir das características dos povos do campo. Essa significação está referendada, no parágrafo único do art.2º das Diretrizes Operacionais para aEducação Básica nas Escolas do Campo
	
A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes a sua realidade, ancorando-se na sua temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de Ciência e Tecnologia disponível na Sociedade e nos Movimentos Sociais em defesa de projetos que associem as soluções por essas questões à qualidade social da vida coletiva no país (MEC, 2002, p.37)
A escola do campo carece corresponder a necessidade da concepção absoluto dos povos do campo. Para tanto, necessita avalizar o acesso a todos os níveis e modalidades de ensino (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial), de acordo com o artigo 6 das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, e não se reduzir aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Segundo a LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica, em seu art. 28:
Na oferta da Educação Básica para a população rural, os sistemas de ensino proverão as adaptações necessárias à sua adequação, à peculiaridade da vida rural e de cada região, especialmente: conteúdos curriculares e metodologia apropriada às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural, organização escolar própria, incluindo a adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas, adequação à natureza do trabalho na zona rural”.
Em todo o processo de construção da Educação do Campo no Brasil, as Escolas do Campo tem um papel e uma responsabilidade fundamental. Por isso é preciso que haja uma ampla discussão, um sério debate e permanente aprofundamento nesta construção, sobretudo na perspectiva de elaboração de políticas públicas, com a participação dos povos do campo, para que a Escola não seja tratada de maneira isolada, mas como parte e como instrumento que possibilite um autêntico Projeto de Sociedade, onde a educação seja compreendida e concretizada na dimensão transformadora. Desta forma se constituirão Escolas verdadeiramente vinculadas à vida e à realidade dos povos do campo.
A educação do campo tem sido historicamente marginalizada na construção de políticas públicas. Tratada como política compensatória, suas demandas e sua especificidade raramente tem sido objeto de pesquisa no espaço da academia e na formulação de currículos nos diferentes níveis e modalidades de ensino. A educação para os povos do campo é trabalhada a partir de um currículo essencialmente urbano e, quase sempre, deslocado das necessidades e da realidade do campo. Mesmo as escolas localizadas nas cidades têm um currículo e trabalho pedagógico, na maioria das vezes, alienante, que difunde uma cultura burguesa e enciclopédica. É urgente discutir a educação do campo e, em especial, a educação pública no Brasil (PARANÁ, 2006: 25) 
É necessário, portanto ressignificar a prática pedagógica não só nas escolas do campo, mas ainda nas escolas dos centros urbanos, pois a maior parte delas recebe alunos procedentes do campo. Desta forma é crucial que se repense a relação campo x cidade, favorecendo aos educandos do campo e da cidade uma meditação que entenda este espaço “em relação” e não como mundos à parte, para superar o discurso dicotômico entre rural e urbano, campo e cidade. 
O campo, nesse sentido, mais do que um perímetro não-urbano, é um campo de possibilidades que dinamizam a ligação dos seres humanos com a própria produção das condições de existência social e com as realizações da sociedade humana. Assim focalizada, a compreensão de campo não se identifica com o tom de nostalgia de um passado rural de abundância e felicidade que perpassa parte da literatura, posição que subestima a evidência dos conflitos que mobilizam as forças econômicas, sociais e políticas em torno da posse da terra no País (BRASIL, 2002: 4). 
Um dos principais embasamentos que definem a educação do campo é respeitar o direito de mulheres/homens, jovens, crianças a serem conhecidos como sujeitos que refletem, organizam, edificam sua vida, sua pedagogia no contexto onde estão. Parece um tanto claro, no entanto, se atentarmos do ponto de vista histórico, vamos verificar que as políticas, principalmente as educacionais, sempre foram pensadas “para o meio rural” o que é díspar de uma política que passa a ser “no espaço do campo”, com os sujeitos que ali habitam e trabalham. Quem sabe seja esta uma das fundamentais diferenças da educação do campo, a qual tem como ponto de partida seus sujeitos, com suas Organizações e seus Movimentos Sociais. 
Para Fernandes (2004) o campo é lugar de vida, lugar na qual os sujeitos podem habitar, trabalhar, estudar com dignidade de quem apresenta seu lugar e sua identidade cultural. O campo não está pautado em apenasser lugar de produção agropecuária e agroindustrial, do latifúndio e da grilagem de terras, o campo é moradia dos povos, lugar onde se encontra florestas em que vivem diversas nações indígenas, por isso o campo é lugar de educação. 
Assim, reconhecer os sujeitos, seus aprendizados, seus fazeres, significa também incluir estes professores, educandos, como sujeitos de cultura, que possuem história, que precisam pensar o futuro diferente do ontem e melhor do que o hoje. Significa projetar o futuro sem perder a dimensão da totalidade em que estão se constituindo. Significa também contribuir para construir a necessária identidade e organização destes grupos, (povos camponeses, indígenas, quilombolas, faxinalenses...) como sujeitos coletivos e históricos. 
ATIVIDADES REALIZADAS
Caracterização da Escola-Campo
O Colégio Estadual do Campo Floriano Peixoto teve sua implantação pelo município de Grandes Rios no ano de 2017 e tem como Diretora Geral a Catarina Ramos. 
A escola funciona em um prédio próprio e possuindo instalações físicas relativamente adequadas ao ensino, como boas salas de aula onde as carteiras são adequadas para o tamanho dos alunos, banheiros privativos, bebedouro grande. Possui ainda, uma quadra onde são realizadas atividades recreativas e outras.
Destaca-se na observação realizada que a sala dos professores é aconchegante, lugar onde pode-se discutir e criar possibilidades de diálogos para maior interação dos professores, a sala da direção é adequada, o almoxarifado e a cozinha são próximos, porém separados corretamente. A biblioteca é espaçosa, com os livros bem expostos; e a área destinada aos agentes de administração funciona na sala ao lado da biblioteca, há também o laboratório de informática e o laboratório de Ciências muito bem montados, suprindo as necessidades da escola. 
Escola possui uma média de 118 alunos que se dividem no Ensino Fundamental Ensino Médio, nos turnos de funcionamento matutino e vespertino. 
O quadro de pessoal é composto por: 
· 32 professores; 
· 01 Diretor Geral; 
· (não possui Diretor Adjunto); 
· 01 Orientador Pedagógico; 
· 02 Merendeiras; 
· 01 Secretária; 
· 01 Administrativos; 
· Porteiros; 
· 03 Serviços gerais; 
No aspecto estrutural e material verificou-se que a escola possui: 
· 04 Salas de aula; 
· 01 Quadra de esportes; 
· 01 Diretoria; 
· 01 Sala dos professors; 
· 01 Cozinha; 
· 05 Banheiros. 
Quanto ao transporte escolar, a prefeitura municipal, por meio da Secretaria de Educação, realiza o deslocamento destes alunos que residem em locais mais distantes da escola. 
Em relação ao corpo discente, o que se observou foi que a clientela da instituição do campo de estágio é composta por alunos de classe social baixa, que residem em bairros adjacentes à instituição. A clientela é de filhos de população assalariada, trabalhadores assalariados. 
O cuidado com o ambiente físico da escola também é de suma importância para o desenvolvimento da aprendizagem, pois, como afirmou Portela, (2001): 
Tudo na escola deve ser feito para educar. Tudo. Assim, a sujeira deseduca, o abandono deseduca, a desorganização deseduca. Por outro lado, a limpeza educa, a organização educa, as paredes educam, os quadros educam, as plantas educam. Por isso a estrutura física para mim é importante para a visualização da seriedade do processo e da concepção que se tem da escola. (PORTELA, 2001, p. 175). 
Baseadas nessa afirmativa as observações refletiram que no que se refere à higiene e organização, a escola mantêm uma boa estruturação em todos os espaços. 
Atividades desenvolvidas na Escola-campo
Observações e aplicação de questionários e entrevistas de acordo com a LDB, Art. 
32º: 
O ensino fundamental, com duração mínima de nove anos, obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: 
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; 
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (BRASIL, 1996). 
Baseando as observações nos conhecimentos estudados previamente sobre o Ensino Fundamental analisou-se o seguinte em relação escola-campo: os procedimentos do processo de ensino-aprendizagem compreendendo a prática em uma sala de Ensino Fundamental, a prática pedagógica de professores, compreensão de linguagens e conceitos apropriados na ministração das aulas, métodos e linhas pedagógicas na prática diária dos professores foi observado o ensino, considerando tanto as teorias sobre Educação como os conteúdos das disciplinas; conhecimento dos materiais (recursos didáticos) apropriados para cada faixa etária a serem utilizados nas aulas. 
A escola já adotou o período de nove anos para o Ensino Fundamental Referente aos aspectos socioambientais pôde ser observado e atribuído o conceito ótimo no que se refere aos relacionamentos e interação entre alunos, funcionários, docentes e família, e também à disciplina dos alunos, mesmo que a escola pública receba em sua maioria alunos da periferia e que apresentem em sua maioria instabilidade familiar, um dos problemas sérios é a gravidez na adolescência. 
O planejamento escolar ocorre quinzenalmente e tem a participação em cada fase específica e especificamente dos professores e supervisores. Os tipos de avaliações desenvolvidas são: diagnóstica e formativa, contemplando toda a produção e participação dos alunos em um processo dinâmico e contínuo. 
O calendário escolar contempla datas como Páscoa; Tiradentes; Descobrimento do Brasil; Dia do Trabalho; Dia das Mães; Dia dos pais; Livro, Ambiente; Dia do Índio; Estudantes; Professor e outras. Todas as comemorações partem de projetos que tragam ao aluno o conhecimento e a vivência com o tema, envolvendo a família. 
No recreio, foi observado que as os portões são trancados e as crianças são deixadas “livres” para correr e brincar sem atividades dirigidas. Os momentos de recreio livre são fundamentais para a expansão da criatividade, para o cultivo da intimidade dos alunos, mas, de longe, o pedagogo fica observando, anotando, pensando até em como aproveitar algo que aconteceu durante esses momentos para ser usado na contextualização de um conteúdo que vai trabalhar na próxima aula. (MEC/CNE, Parecer 02/2003). 
Os materiais utilizados pelos professores para a ministração das aulas variam entre livros didáticos, cadernos, quadro de giz negro e branco com pincel, cartazes, etc. As crianças utilizam-se ainda de atividades diárias em casa para reforçar os conhecimentos adquiridos em sala de aula. No que se refere ao controle de materiais, observou-se que a solicitação é feita informalmente pelos professores à secretaria da escola, não envolvendo nenhum tipo de pedido por escrito. 
Acredita-se que muito do potencial humano, ainda não tem sido valorizado na maioria das escolas da rede pública por questões de conformismo do próprio sistema e consequentemente do docente que se vê desarticulado em sua formação e identidade, conflitando seus conteúdos com objetivos e métodos ainda minimizados e até desatualizados, onde o aluno acaba por receber apenas o básico suporte cognitivo. 
A partir dessas constatações teóricas buscou-se destacar como tem ocorrido a formação dos profissionais da Escola Campo, verificando que a Formação Continuada só diz respeito, até o momento das Práticas Pedagógicas, aos professores e gestores, ficando os demais funcionários sem receber qualquer tipo de preparo teórico referente às suas tarefas, o que pode trazer prejuízos à qualidade da escola. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O exercício nas Práticas Pedagógicas foi de suma importância por levar as acadêmicas a relacionaremos conteúdos referentes aos Indicadores de Qualidade na Educação e conceitos essencial sobre identidade e formação de professores. 
É fato que a educação é o instrumento para a formação do ser humano a partir do momento em que ele chega ao mundo. Por intermédio da educação, o homem é capacitado a desenvolver sua cultura, ser participativo e levado a refletir em suas atividades profissionais e sociais, relacionando-se socialmente com o mundo que o cerca. 
É preciso trabalhar na construção de estratégias que possibilitem a permanência da juventude no meio rural e que garantam finalidades relevantes para o campo no projeto de nação. 
Com políticas públicas adequadas e com o enfrentamento das questões fundiárias e ambientais, é possível trabalhar a perspectiva de transformar o território rural em um importante espaço de geração de emprego e renda, de novas relações sociais e com a natureza, um espaço de promoção de inclusão e cidadania. 
A Educação no campo precisa valorizar ainda mais a realidade de quem vive e trabalha na terra, fortalecer o vínculo do professor com a escola. O campo não é apenas um espaço de produção agrícola nem somente um campo de negócios. E essa é uma das marcas mais fortes da Educação do Campo. Ela pensa no campo, de forma mais ampla, como um verdadeiro espaço de produção de vida. 
REFERÊNCIAS 
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BATISTA, Maria do Socorro Xavier. Os movimentos sociais cultivando uma educação popular do campo. Reunião anual da ANPEd, 29, Caxambu, 2006.
BATISTA, M. do S. X. A educação popular do campo e a realidade camponesa. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 30., Caxambu, MG, 2007. Disponível em: 
http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/trabalhos/GT06-3377--Int.pdf	Acesso 	em: 15/03/2019 
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BRASIL. LDB 9394/96. Brasília, 2004. 
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DAMASCENO, M. N.; THERRIEN, J. Educação e escola no campo. Campinas: Papirus, 1993. 
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Documento Final da I Conferência Nacional de Educação do Campo. Luziânia, 1998. 
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FERNANDES, B. M.; MOLINA, M. C. O campo da Educação do campo. Mimeo, 2005.
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ANEXOS

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