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Aula 1 - INTRODUCAO A SAUDE PUBLICA

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INTRODUÇÃO À SAÚDE 
PÚBLICA
Aula 01 
Prof. Dra. Denise L. Santos
Conceitos de Saúde e Doença
 1 – Saúde é “ o estado de completo e perfeito
bem-estar físico, mental e social e não apenas a
ausência de doença.”
Tantas vezes citado, o conceito adotado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1948,
longe de ser uma realidade, simboliza um
compromisso, um horizonte a ser perseguido.
Essa definição, até avançada para a época em
que foi realizada, é, no momento, irreal,
ultrapassada e unilateral.
 2 – Segundo o MS ( Ministério da Saúde ): Com a
Constituição de 1988, o direito à saúde foi elevado
à categoria de direito subjetivo público, num
reconhecimento de que o sujeito é detentor do
direito e o Estado o seu devedor, além, é óbvio, de
uma responsabilidade própria do sujeito que
também deve cuidar de sua própria saúde e
contribuir para a saúde coletiva. Hoje, compete ao
Estado garantir a saúde do cidadão e da
coletividade.

Visão epidemiológica da saúde-doença
 Privilegia o estudo de fatores sociais, ambientais,
econômicos, educacionais que podem gerar a enfermidade,
e assim passou a integrar o direito à saúde;
 Esse novo conceito de saúde considera as suas
determinantes e condicionantes (alimentação, moradia,
saneamento, meio ambiente, renda, trabalho, educação,
transporte etc.), e impõe aos órgãos que compõem o
Sistema Único de Saúde o dever de identificar esses fatos
sociais e ambientais e ao Governo o de formular políticas
públicas condizentes com a segurança sanitária da
população.
Veja a diferença:
 Abandonou-se um sistema que apenas
considerava a saúde pública como dever do
Estado no sentido de coibir ou evitar a
propagação de doenças que colocavam em risco
a saúde da coletividade e assumiu-se ser dever
do Estado garantir a saúde pela formulação e
execução de políticas econômicas e sociais, além
da prestação de serviços públicos de promoção,
prevenção e recuperação.
Conceito da História Natural da Doença
 A Epidemiologia Descritiva estuda o comportamento das
doenças em uma comunidade, isto é, em que situações
elas ocorrem na coletividade, segundo características
ligadas à pessoa (quem), ao lugar ou espaço físico (onde)
e ao tempo (quando);
 Ela fornece elementos importantes para se decidir que
medidas de prevenção e controle estão mais indicadas para
o problema em questão e também avaliar se as estratégias
adotadas causaram impacto, diminuindo e controlando a
ocorrência da doença em estudo.
Modelos Explicativos
 São utilizados com formas de explicar a saúde e o adoecimento
humano.
1 - Modelo Biomédico – a saúde está vinculada à ocorrência de
doença e esta como desajuste ou falha orgânica ocasionada na reação
a um estímulo a cuja ação o organismo está exposto.
1.1. Quanto à etiopatogenia, as doenças podem ser:
a) infecciosas ou não infecciosas
b) e conforme sua duração: agudas ou crônicas.
2 - Modelo Processual – trabalha com o conceito de processo saúde-
doença ou história natural da doença.
História Natural da Doença - HND
 Denomina-se HND ao conjunto de processos interativos que cria
o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro
lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até às
alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou
morte”. Abrange a ocorrência das doenças em 2 domínios: o meio
externo onde atuam determinantes e agentes e o meio interno
onde se desenvolve a doença.
 No externo atuariam os fatores exteriores de natureza física,
biológica, política e sócio-cultural;
 No interno se processariam as mudanças bioquímicas, fisiológicas
e histológicas e atuariam os fatores hereditários, congênitos, as
alterações orgânicas conseqüentes de enfermidades anteriores e
outros.
Síntese Histórica: Evolução da Assistência à 
Saúde
Primórdios da civilização = práticas instintivas foram as primeiras formas
de prestação de assistência. Num primeiro estágio da civilização, estas
ações garantiam ao homem a manutenção da sua sobrevivência, estando
na sua origem, associadas ao trabalho feminino, caracterizado pela prática
do cuidar nos grupos nômades primitivos ( partos, crianças, idosos );
Mas, como o domínio dos meios de cura passaram a significar poder, o
homem, aliando este conhecimento ao misticismo, fortaleceu tal poder e
apoderou-se dele.
 As práticas de saúde mágico-sacerdotais, abordavam a relação mística
entre as práticas religiosas e de saúde primitivas desenvolvidas pelos
sacerdotes nos templos. Este período corresponde à fase de empirismo,
verificada antes do surgimento da especulação filosófica que ocorre por
volta do século V a.C.

Síntese Histórica: Evolução da Assistência à Saúde
 - Período Pré-Cristão - Doenças = castigo de Deus ou do poder do
demônio. Os sacerdotes ou feiticeiras acumulavam funções de
médicos e enfermeiros. Tratamento consistia em aplacar as
divindades, afastando os maus espíritos por meio de sacrifícios.
Sacerdotes com conhecimentos sobre plantas medicinais, delegando
funções de enfermeiros e farmacêuticos.
 - Egito - As receitas médicas deviam ser tomadas acompanhadas
da recitação de fórmulas religiosas. Pratica-se o hipnotismo, a
interpretação de sonhos; acreditava-se na influência de algumas
pessoas sobre a saúde de outras.
Síntese Histórica: Evolução da Assistência à Saúde
 - Assíria e Babilônia - Existiam penalidades para médicos
incompetentes, tais como: amputação das mãos,
indenização, etc. Medicina baseada na magia - acreditava-
se que demônios eram os causadores das doenças e
sacerdotes-médicos vendiam talismãs com orações. Nos
documentos assírios e babilônicos não há menção de
hospitais, nem de enfermeiros.
 - China doentes cuidados por sacerdotes. Divisão em
grupos de tratamento: benignas, médias e graves. Os
templos eram rodeados de plantas medicinais, Anestesia:
ópio. Construíram alguns hospitais de isolamento e casas
de repouso. A cirurgia não evoluiu devido a proibição da
dissecação de cadáveres.
Síntese Histórica: Evolução da Assistência à Saúde
 - Índia Documentos do século VI a.C. dizem que os hindus
conheciam: ligamentos, músculos, nervos, plexos, vasos linfáticos,
antídotos para envenenamentos e o processo digestivo. Realizava
suturas, amputações e corrigiam fraturas.
 Os hindus tornaram-se conhecidos pela construção de hospitais e
exigiam de enfermeiros qualidades morais e conhecimentos
científicos.
 Uso de músicos e narradores de histórias para distrair os pacientes.
 O bramanismo fez decair a medicina, pelo “exagerado” respeito ao
corpo humano - proibia a dissecação de cadáveres e o derramamento
de sangue.
Síntese Histórica: Evolução da Assistência à Saúde
 - Japão A medicina era fetichista e a
única terapêutica era o uso de águas
termais.

Síntese Histórica: Evolução da Assistência à 
Saúde
 - Grécia: Teorias vinculadas à mitologia. (Apolo, Minerva, etc).
 Medicina exercida pelos sacerdotes que interpretavam os sonhos das
pessoas. Tratamento: banhos, massagens, sedativos, ataduras,
sangrias, dietas, sol, ar puro, água de fontes.
 Dava-se valor à beleza física, cultural e a hospitalidade. O nascimento e
a morte eram considerados impuros, causando desprezo pela obstetrícia
e abandono dos doentes graves.
 A medicina evolui e tornou-se científica, graças a Hipócrates, que deixou
de lado a crença de que as doenças eram causadas por maus espíritos.
Observava o doente, fazia diagnóstico, prognóstico e a terapêutica.
Síntese Histórica: Evolução da Assistência à Saúde
 Hipócrates : Grécia. Pai da Medicina. Juramento.
 A prática de saúde, antes mística e sacerdotal, passa
agora a uma nova fase, baseando-se na experiência, no
conhecimento da natureza, no raciocínio lógico - que
desencadeia uma relação de causa e efeito para as
doenças - e na especulação filosófica, baseada na
investigação livre e na observação dos fenômenos,
limitada, entretanto, pela ausência quase total de
conhecimentos anatomofisiológicos. Dissociou a arte de curar dos preceitos místicos e
sacerdotais, através da utilização do método indutivo, da
inspeção e da observação.
Síntese Histórica: Evolução da Assistência à Saúde
 - Roma A medicina não teve prestígio em Roma. Durante
muito tempo era exercida por escravos ou estrangeiros. Os
romanos eram um povo essencialmente guerreiro. O
indivíduo recebia cuidados do Estado como cidadão
destinado a tornar-se bom guerreiro, audaz e vigoroso.
 Os mortos eram sepultados fora da cidade, na via Ápia. O
desenvolvimento da medicina dos romanos sofreu
influência do povo grego.
Síntese Histórica: Evolução da Assistência à Saúde
 O cristianismo foi a maior revolução social de
todos os tempos. Influiu positivamente através da
reforma dos indivíduos e da família.
 Desde o início do cristianismo os pobres e
enfermos foram objeto de cuidados especiais por
parte da Igreja.
 Período Medieval : Influência dos fatores
sócioeconômicos e políticos do medievo e da
sociedade feudal nas práticas de saúde e as
relações destas com o cristianismo. Esta época
corresponde ao aparecimento da Enfermagem
como prática leiga, desenvolvida por religiosos e
abrange o período medieval compreendido entre
os séculos V e XIII e não tinha conotação de
prática profissional, mas de sacerdócio.
Reforma Religiosa e Santa Inquisição
 As práticas de saúde pós monásticas correspondem ao
período que vai do final do século XIII ao início do século XVI.
 A retomada da ciência, o progresso social e intelectual do
Renascimento e a evolução das universidades não
constituíram fator de crescimento para a Enfermagem.
 Enclausurada nos hospitais religiosos, permaneceu empírica e
desarticulada durante muito tempo.
 O hospital, já negligenciado, passa a ser um insalubre depósito
de doentes, onde homens, mulheres e crianças utilizam as
mesmas dependências, amontoados em leitos coletivos.
Revolução Industrial – Era capitalista
 Florence Nightingale (1820-1920);
 Primeira escolas – 1873 – carga horária de 01 ano
diário, acompanhada por médico. Início da
atividade profissional institucionalizada.
 Grandes Guerras Mundiais
 Mundo moderno: ações de saúde sob a ótica do
sistema político-econômico da sociedade
capitalista.
 Obrigado !
 Fim da apresentação.

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