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Diarreia Viral Bovina

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Enfermidades infecciosas 1 Lívia Maria 
 Diarreia Viral Bovina 
A Diarreia Viral Bovina é doença 
infectocontagiosa do sistema digestório e 
reprodutivo de ruminantes, levando a diarreia, 
queda de índices reprodutivos, abortamentos e 
malformações fetais, causadas por um vírus do 
gênero Pestivirus. 
Etiologia – Classificação genética 
 
• É um vírus RNA fita simples + 
• Envelopado 
• Alta variabilidade genética que constitui 
uma alta variabilidade antigênica – alta 
capacidade de sofrer mutação e essa mutação 
se dar por alterações no revestimento 
(proteínas estruturais) 
• Existem 2 tipo BVD -1 e BVD - 2 (Tipo 1 
usado para fazer vacina) 
 
Durante o processo de tradução (replicação do 
genoma), ele constitui uma única proteína que 
precisa ser clivada para organização em parte 
da estrutura (revestimento, movimentação ou 
migração do vírus) e a outra parte vai ser 
direcionada para função de replicação viral. 
Acaba caracterizando as proteínas estruturais e 
não estruturais 
 
 
 Clivada 
 
 
 
Etiologia – Efeitos 
 
• Vírus que causa efeito sobre o cultivo 
celular 
• Existe duas classificações para Diarreia 
Viral Bovina Tipo 1: 
• Biótipo citopatico – apresenta lesões 
celulares no cultivo celular (diagnostico) 
• Biotipo/cepa não citopatica (NPC) – não 
apresenta ou as lesões são muito leves 
 
• O biótipo citopatico é encontrado muito 
pouco em comparação com o não citopático 
e a principal associação dele com a doença 
está atrelado a ocorrência da doença das 
mucosas, que acomete animais jovens. 
 
• A medida que a virus citopatica é 
limitada a doença das mucosas o virus não 
citopatico ele é a maior parte dos vírus 
isolados no mundo (causar a doença em si), 
e esse biótipo causa: doença entérica, 
doença reprodutiva e doenças congênitas 
 
• Vírus que procura células com alta 
capacidade de multiplicação 
 
• Sinais clínicos podem ser bem 
diversificados. 
 
• A depender da fase onde a fêmea é 
infectada estando ela gestante, existe um 
período (em que o sistema imune ainda não 
está formado), que se houver infecção o 
vírus não citopático (capacidade de migrar 
pela placenta), vai chegar na placenta e no 
feto e o sistema imune permite a entrada do 
vírus sem causar lesão tecidual, a partir daí, 
esse organismo considera o vírus como 
sendo uma estrutura sua, ele não atacar o 
vírus - Animal persistentemente infectado 
(PI). O animal não induz reposta o vírus não 
causar problema. 
 
• O animal PI não produz anticorpos (não 
consegue identificar por teste sorológico) - 
assintomático 
 
Proteína 
Estrutura Replicação 
Enfermidades infecciosas 2 Lívia Maria 
• Animais que liberam alta carga viral no 
ambiente (PI) – problema epidemiológico 
 
• Animais PI (persistentemente 
infectados) está infetado com biótipo não 
citopático, ele é imunotolerante a esse biótipo. 
Se ele animal se infectar com o biótipo 
citopatico, supra infecção de biótipo citopatico, 
aí esse animal desenvolve a doença das 
mucosas. 
 
• Doença das mucosas acontece em 
animal PI e que foram depois infectados por um 
biótipo citopático, doença geralmente fatal, 
com diarreia profusa. 
 
• Esse biótipo citopático vem da mutação 
da cepa não citopatica. A vacina também pode 
causar mutação, se o animal já estiver com o 
vírus não citopático. Transmissão de outro 
animal com o vírus citopatico (externo). Ele irá 
desenvolver a doença das mucosas. 
 
• Se tem um animal PI na propriedade 
então a fêmea estava infectada transmitiu para 
o feto (PI), e esse animal por ser PI irá 
transmitir pra outros animais. As diarreias os 
casos de aborto a baixa taxa reprodutiva, baixa 
taxa de fecundação pode ser consequência do 
Vírus da Diarreia Viral bovina, as más 
formações, animais nascendo com problema no 
sistema nervoso. 
 
• Diagnostico doença das mucosas, 
raciocino que tem um persistentemente 
infectado e começa a entender que os 
problemas da propriedade são tão simples 
quanto parece. Não é diarreia por balanço 
nutricional, não é falha reprodutiva ou as má 
formações congênitas sejam por plantas toxicas 
 
• Do ponto de vista antigênico (estrutura 
envolta nesses vírus) são similares e não 
consegue por teste diferenciar se foi cepa 
citopatica ou não citopatica. Apenas do ponto 
de vista molecular consegue diferenciar quando 
se encontra P80 (proteína) que é encontrada 
apenas em vírus citopaticos. 
 
Características 
 
➢ O vírus se encontra no Trato respiratório 
superior e orofaringe 
- Tecidos linfoides regionais sendo afetados 
- Multiplicação primaria 
- Necrose tecidual (processo inflamatório) 
 
➢ Alteração do ponto de vista reprodutivo 
em macho e fêmea, alteração digestiva e de 
feto 
 
➢ Esse vírus tem tropismo por células 
germinativas – células com poder de 
multiplicação elevado (sistema reprodutivo/ 
sistema nervoso/ Placas de Peyer e feto) 
 
➢ O efeito do vírus sobre o feto depende 
muito do momento da infecção 
 
➢ Capacidade de causar imunossupressão 
– diminuição de linfócito T e B (menor 
capacidade de resposta humoral – cascata de 
resposta imunológica, menor atividade de 
macrófago) podendo haver infecções 
secundarias oportunistas (bacterianas, vírus), 
ex.: rinotraqueite infecciosa 
 
➢ Fêmeas no estro -infertilidade /macho -
alteração no sêmen 
 
➢ A viremia pode durar de 3 a 10 dias – 
importante do ponto de vista diagnostico 
(direto) 
 
➢ Diarreia viral bovina – ↑morbidade 
↓mortalidade 
 
Enfermidades infecciosas 3 Lívia Maria 
➢ Doença das mucosas – animais jovens/ 
tipo citopatico, ↑ mortalidade 
 
Patogenia 
 
1. Infecção no primeiro trimestre da 
gestação: 
• Morte embrionária 
• Morte fetal 
• Mumificação 
• Aborto 
O primeiro trimestre ele é muito sensível 
O vírus entrou pelas mucosas, vias aéreas 
superiores – migra e chega até o útero 
Na inseminação, como o ciclo da vaca é em 
média 21 dias, devido a infecção ela apresenta o 
cio com 31 dias, 40 dias – isso significa que ela 
gestou e ouve morte embrionária/ reabsorção 
embrionária 
2. Período de 90 a 120 dias 
• Aparece o animal persistentemente 
infectado 
• Inicia o desenvolvimento do sistema 
imune e ela não reconhece como agente 
estranho 
• A sorologia não identifica o 
persistentemente infectado – busca por 
anticorpos 
- Para detectar (diagnostico) um animal 
persistentemente infectado utiliza-se PCR 
3. 100 – 150 dias 
• Nessa fase o sistema nervoso central é 
acometido pelo vírus – ocorre a multiplicação e 
finalização de toda parte neuronal (animais 
nascem com sintomatologia nervosa- 
opstotomo, tremor muscular, nistagmo) 
• Anomalias congênitas: Hipoplasia 
cerebelar, hidrocefalia, microcefalia, 
mielinização, atrofia de retina, microftalmia 
 
4. Infecções acima de 150 dias 
• Esses animais já têm sistema imune 
estabelecida, então esses animais estão 
protegidos de ter infecção e já nascem com 
titulação de anticorpos pra esse vírus 
 
• Doença das mucosas 
Animais jovens – 6 a 2 anos de idade 
Invariavelmente fatal – devido a diarreia 
aquosa profusa 
Diarreia com estria de sangue =, fibrina e odor 
fétido, desidratação, febre, anorexia 
Quando temos um animal PI (imunotolerante 
ao biótipo não citopatico) que se infecta pelo 
vírus citopatico. 
Necropsia: 
• Trato gastrointestinal: 
• Placas de Peyer – lesões necróticas e 
hemorrágicas 
• Enterite catarral ou hemorrágica 
• Conteúdo intestinal de cor escura e 
consistência aquosa 
• Histopatológica – extensa necrose dos 
tecidos linfoides do n=baço, linfonodos e 
placas de Peyer 
 
Animais imunocompetentes não prenhes 
 
Eles são assintomáticos a doença geralmente é 
autolimitante (se expressa mais depois o 
animal se recupera). 
Sinais clínicos são: depressão, febre, 
inapetência, diarreia leve, leucopenia 
transitóriaPersistentemente infectados: 
 
• Nascem fracos e debilitados 
Enfermidades infecciosas 4 Lívia Maria 
• Podem apresentar problema 
respiratório 
• Crescimento retardado 
• Malformações congênitas 
• Morrem no 1º ano de vida 
Transmissão 
 
• Via direta ou indireta 
• Contato com secreção – oculares e 
nasais 
• Monta natural 
• Inseminação artificial 
• Fômites 
• Persistentemente infectados (PI’s) 
• Introdução de animais no rebanho – 
sem monitoramento 
 
Diagnóstico 
 
• Diagnostico clinico – associação com as 
alterações patológicas 
• Isolamento viral – fígado e baço, mucosa 
do intestino, linfonodo, sangue e sêmen 
• Elisa – direto ou indireto 
• Teste sorologico 
• Imunohistoquimica – lesões ou vísceras 
 
Diagnostico diferencial 
 
• Doença que causa alterações de mucosa 
• IBR – corrimento nasal/conjuntiva 
• Febre catarral maligna 
• Estomatites vesiculares 
• Febre aftosa 
 
Sintomas 
 
Manifestações agudas - isolados não 
citopaticos 
• Aumento de temperatura 
• Hiperemia de mucosa 
• Salivação 
• Lesões ulcerativas na mucosa oral 
• Descarga nasal 
• Tosse 
• Diarreia 
• Queda na produção de leite 
 
Manifestações hiperaguda – isolados 
citopaticos 
• Síndromes hemorrágica – diminuição 
das plaquetas 
• Acentuada trombocitopenia 
• Clinica 
Controle 
 
• Vacinar o animal – inativadas e 
atenuada

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