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REVISÃO DE CONTEÚDOS AV1

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Aula 1
REVISÃO DE CONTEÚDOS AV1
A redemocratização do Brasil e os planos heterodoxos
&
Consenso de Washington nos 
governos Collor e FHC
A PASSAGEM PARA A REDEMOCRATIZAÇÃO
Em 1985, houve a passagem de um governo militar para um governo civil. Tal passagem ocorreu em função de uma aliança de compromisso entre as forças de oposição ao regime militar, que eram a maioria na época, e os setores políticos que, até aquele momento, haviam dado apoio parlamentar aos militares
Percebe-se, na verdade, que a transição ocorrida foi uma solução negociada, colocando Tancredo Neves como presidente do Brasil, por meio da vitória na eleição indireta, via Colégio Eleitoral no Congresso Nacional.
Contudo, Tancredo Neves veio a falecer antes mesmo da sua posse. Com isso, assumiu o governo seu vice-presidente, José Sarney.
Sarney assume o governo após a morte de Tancredo Neves, antes de assumir o governo.
A chamada Nova República, tendo como presidente José Sarney, tenderia a ser um novo ciclo histórico da política e da economia brasileiras. Entretanto, acabou sendo somente uma nova etapa de transição para o país.
De qualquer forma, havia duas questões importantes que estavam em pauta naquele momento: a implantação do Estado de Direito Democrático e o lançamento das bases de um novo momento de correção na economia e nos desequilíbrios sociais.
Quais eram os desafios de correção na economia?
Ao longo dos anos do regime militar, de uma maneira geral, obteve-se ampla utilização de recursos externos, e isso acabou promovendo de modo satisfatório um crescimento econômico acelerado do Brasil. Porém, depois, em função das crises do petróleo e do aumento das taxas de juros, o país praticamente faliu, de tal forma que foi preciso auxílio do FMI.
.
Apesar de certo imobilismo no início do governo Sarney, a economia cresceu 7,8% em 1985, conforme o quadro I, a seguir.
	Ano	PIB (% a.a.)	Inflação (% a.a.)
	1985	7,8	235,1
	1986	7,5	65,0
	1987	3,5	415,8
	1988	-0,1	1.037,5
	1989	3,2	1.782,9
	Média	4,3	471,7
Quadro I: Taxas de crescimento do PIB e da inflação – 1985 -1989
A evolução do PIB ocorrida em 1985 foi devida, basicamente, ao crescimento das exportações, bem como à dinamização impulsionada no mercado interno. Tal dinamização em relação ao mercado interno ocorreu em função:
Da credibilidade do governo; 
Do crescimento da safra agrícola; 
do aumento do poder aquisitivo da sociedade brasileira, graças às concessões de reajustes dos salários um pouco acima da inflação à classe trabalhadora.
OS PLANOS HETERODOXOS
PLANO CRUZADO
 10.000 cruzeiros (Fonte: uol)
Antes mesmo de completar um ano, o novo governo civil já estava correndo o perigo de perder a credibilidade e o respaldo da sociedade brasileira. Nesse sentido, havia a necessidade de uma ação mais corajosa que pudesse sustentar economicamente o governo Sarney. 
Assim, em 28 de fevereiro de 1986, a equipe econômica desse governo lançou o Programa de Estabilização da Economia Brasileira, mais comumente conhecido como Plano Cruzado.
O Plano Cruzado, ao implantar uma nova moeda chamada de Cruzado (Cz$), na verdade era um programa de combate ao processo inflacionário e visava (única e exclusivamente) a eliminar a inércia inflacionária. 
Suas principais medidas eram o congelamento dos preços, do câmbio e do salário com base na média dos seis meses anteriores mais um aumento real de 8% e um “gatilho salarial” sempre que a inflação atingisse 20%.
O fracasso do plano cruzado
Com o fracasso do Plano Cruzado, aos olhos da sociedade, o governo Sarney acabou ficando desacreditado. 
Os empresários, em função do clima econômico existente, retraíram a sua disposição a investir; 
a sociedade brasileira amargava uma experiência frustrada e passou a receber com desconfiança qualquer ato do governo.
Descontrole inflacionário.
Incapacidade governamental devido ao descrédito da população brasileira.
Desequilíbrio das contas externas e internas.
Estagnação econômica.
Havia uma rápida deterioração das situações econômica, política e social do Brasil. 
O país ainda consumiu suas reservas cambiais e acabou ficando na inadimplência.
 suspendeu (em 20 de fevereiro de 1987) o pagamento dos juros da dívida externa (de médio e longo prazos) com os bancos privados internacionais.
Bresser pereira assume em 1987 
O Plano Bresser adotou, segundo Lanzana (2017):
Duas medidas de desvalorizações cambiais e variação cambial igual à inflação a partir de então.
Congelamento de preços e salários (criando a Unidade de Referência de Preços – URP como mecanismo de correção dos salários que repunha as perdas ocorridas pela inflação).
Aumento de impostos.
Elevação das taxas de juros
O Plano Bresser encontrou pouca credibilidade nos agentes econômicos e na sociedade brasileira, pois acabou obtendo modestos resultados. Devido a isso, Bresser Pereira pediu demissão do cargo, e o economista Maílson da Nóbrega assumiu o comando da economia brasileira em janeiro de 1988
Nóbrega assumiu o Ministério da Fazenda informando que faria uma política econômica com medidas de curto prazo. O conjunto dessas medidas foi definido como “política do feijão com arroz”, realizando somente ajustes pontuais para evitar a hiperinflação. Conseguindo ficar até o fim do mandato.
Assim, nesse cenário, percebe-se que o governo de José Sarney
 não tinha mais força, capacidade e autoridade para formular políticas e implementar mudanças por conta das falhas na gestão dos planos econômicos.
Perdeu credibilidade que os agentes econômicos e a sociedade tinham perante as medidas constituídas nesses planos fracassados.
infelizmente a gestão do governo Sarney foi melancólica, e melancólica também foi a esperançosa Nova República.
Concluindo 
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Aula 2: Consenso de Washington, Plano Real e a economia brasileira pós-estabilização: de Collor a FHC
Apresentação
O CONSENSO E WASHINGTON,
 PLANO REAL E ECONOMIA
O GOVERNO COLLOR, A ESTRATEGIA NEOLIBERAL E O CONSENSO DE WASHINGTON
Ao longo da década de 1990, o Brasil viveu uma recessão devido aos efeitos dos Planos Collor I e II, mas experimentou uma significativa reestruturação produtiva.
 Essa reestruturação, definida por alguns economistas como “modernização conservadora”, foi derivada do esgotamento do modelo substitutivo de importações.
Ao mesmo tempo, foi resultado das medidas liberalizantes proferidas pelo Consenso de Washington (1989) para todos os países em desenvolvimento, principalmente os da América Latina.
O CONSENSO DE WASHINGTON
O chamado Consenso de Washington refere-se a um conjunto de recomendações cunhado pelo economista norte-americano John Williamson e apresentado em 1989, em Washington, para algumas instituições internacionais, entre essas o FMI e o Banco Mundial. 
Por meio de propostas liberais, sugeria um conjunto de medidas que visavam combater as crises e misérias dos países em desenvolvimento, principalmente, os da América Latina. 
De uma maneira geral, as propostas figuravam em: reforma fiscal, no sentido de promover profundas alterações no sistema tributário; política de privatizações para que houvesse uma redução significativa da participação do Estado na Economia
AS POLITICAS ESCONOMICAS DO GOVERNO COLLOR
Fernando Collor de Mello assumiu o cargo de Presidente do Brasil em 15 de março de 1990, sendo afastado da presidência em 29 dezembro de 1992. 
Seu governo marcou o início de um novo rumo do desenvolvimento econômico do país, pois Collor aderiu aos postulados liberais do Consenso de Washington.
Melhor colocando, esse governo tratou de promover a passagem de um capitalismo brasileiro organizado pelo Estado para um capitalismo mais “moderno”, baseado na competitividade do setor privado (nacional e estrangeiro).
Dentro do conjunto de medidas lançadas em momentos sucessivos no governo Collor, estava aquela que visava à estabilidade da moeda,que era o primeiro passo para viabilizar uma política econômica consistente.
DESACREDITADO, COLLOR SOFRE IPICHEMANT EM 1992.
Faltando pouco mais de dois anos para o fim do mandato de Fernando Collor, Itamar Franco (na época vice-presidente) assumiu a presidência da República, em 29 de dezembro de 1992. Tinha como principais compromissos de sua gestão resgatar a ética na administração pública (assim como na política) e preparar a economia brasileira para a implantação de um novo plano de estabilização econômica.
Contudo, somente em maio de 1993 o governo Itamar Franco passou a apresentar consistência, quando o sociólogo Fernando Henrique Cardoso (FHC) começou a comandar o Ministério da Fazenda. Na prática, porém, suas funções pareciam mais com as de um primeiro-ministro.
EM Junho desse mesmo ano FHC cria um pacote de medidas econômicas e um novo plano de moedas que irá ser implementado no ano seguinte, em 1994
Nesse mesmo contexto, foi anunciado, em 7 de dezembro de 1993, o Plano Real, cujo objetivo principal era o de combater a inflação . A partir do PAI, o Plano Real tentaria estabilizar a moeda e recuperar a sua confiança para poder atacar as causas básicas da inflação.
Tecnicamente, o Plano Real foi consistente, pois havia sido anunciado com antecedência (e discutido) no âmbito do Congresso Nacional, além de ter sido amplamente divulgado na imprensa e exposto à opinião pública. 
O GOVERNO FHC
Ao longo das duas gestões de FHC como presidente do Brasil, havia dois objetivos básicos para alavancar o crescimento econômico: reduzir o papel do Estado como agente produtivo e aumentar a participação da economia brasileira no contexto internacional.
Para que isso ocorresse, era necessário aumentar a capacidade e a qualidade produtiva da economia por meio da otimização do uso de todos os recursos e da eliminação de todas as formas de desperdício. Isso implicava uma nova consciência e uma nova prática empresarial, e a estabilidade gerada após o Real acabou contribuindo para alcançar esse objetivo.
Com a elevação do consumo em 1995, o governo FHC foi obrigado a adotar algumas medidas contracionistas receando que o aumento do consumo possibilitasse a elevação da inflação. 
Assim, houve uma elevação do compulsório dos bancos, restrições ao crédito e elevação da taxa de juros, o que sacrificou a taxa de crescimento do PIB em 1995 em relação ao ano de 1994.
IMPORTANTE DESTACAR
Renegociação da dívida externa
 Interessante destacar que a renegociação da dívida externa pelo governo brasileiro, nessa época, foi extremamente importante, dada a receptividade que FHC tinha no âmbito internacional, pois, antes de ser ministro da Fazenda, havia sido nomeado, logo no início do governo Itamar Franco, como ministro das Relações Exteriores. Com essa renegociação, foi restabelecida a normalidade das relações do Brasil com o sistema
Nome do Professor
ECONOMIA CONTEMPOÂNEA BRASILEIRA
ECONOMIA NO GOVERNO LULA ENTRE 2003-2010
Havia uma grande insegurança na economia brasileira, que estava atrelada à dúvida quanto à política econômica que Luiz Inácio Lula da Silva iria empregar em seu governo.
O governo Lula continuou a política econômica do seu antecessor, o presidente Fernando Henrique Cardoso. Manter a inflação controlada e o real estável seguiu sendo a prioridade do governo.
No ano de 2003 deveria coroar uma nova fase, em que mercados financeiros passariam a acreditar na política econômica do governo Lula e o país seria transformado em grande atrativo de investimento perante a comunidade financeira internacional .
Com a apreciação da taxa de câmbio, impulsionada pelas ferramentas das políticas contracionistas, o governo acabou obtendo o controle do processo inflacionário e a reduzindo da insegurança vinda do ano de 2002
ECONOMIA NO GOVERNO LULA ENTRE 2003-2010
 
dar continuidade à política econômica adotada durante gestão de Fernando Henrique Cardoso. 
No cenário internacional, o governo de esquerda brasileiro tinha abandonado posturas mais radicais em nome da governabilidade política.
 Aderiu a um modelo de economia de mercado.
A partir da segunda metade do primeiro governo, as circunstâncias davam sinais de mudanças na rota da política econômica. O ex-Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que realizava uma gestão mais pró-ajuste do que pró-consumo, renunciou.
O resultado foi o aumento do consumo das famílias, em especial durante o segundo governo de Lula, chegando a uma taxa bem superior à que foi registrada em seu primeiro governo.

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