Histologia Bucal Embriologia

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Histologia Bucal
Eduardo Silva Rodrigues
Especialista em Implantodontia, Periodontia e Prótese
Embriologia:
A embriologia  realiza o estudo de todo o processo de desenvolvimento dos embriões, da fecundação à formação dos seres vivos.
Desenvolvimento da Face e Cavidade Oral
Origem dos tecidos faciais.
Desenvolvimento das estruturas faciais.
Diferenciação dos tecidos faciais.
Considerações clínicas.
Origem dos tecidos faciais
Após a fertilização do óvulo, uma série de divisões celulares da origem a uma massa celular conhecida como mórula.
¼ das células irá constituir uma camada celular única, o embrião.
Movimentos celulares transformarão o embrião em três camadas celulares, ectoderma, mesoderma e endoderma.
Estão formadas três populações distintas de células através de divisões celulares e migrações.
 
Células especiais se desenvolvem a partir do ectoderma, ao longo das margens laterais da placa neural, chamadas células da crista neural.
Células das cristas neurais que migram para região do tronco dão origem a células neurais, endócrinas e pigmentares.
Células das cristas neurais que migram para a cabeça e pescoço contribuem para formação do esqueleto e tecidos conjuntivos.
No tronco todo o esqueleto e os tecidos conjuntivos são formados pelo mesoderma.
Dos tecidos conjuntivos da região facial, o esmalte (acelular) é o único não formado por células da crista. As células formadoras do esmalte derivam do ectoderma que reveste a cavidade oral.
Células das cristas neurais da região cefálica formam todo o mesênquima (tecido embrionário frouxamente organizado) na região facial superior.
Próximo ao término da migração as células se fixam ao tubo neural no local aonde se formarão os gânglios sensitivos do V, VII, IX e X nervos cranianos.
Células oriundas da crista se diferenciam em fibroblastos e fibras musculares lisas, que formarão a parede dos vasos.
Vasos formam redes vasculares que posteriormente formarão o sistema vascular maduro.
Massas de células derivadas do mesoderma formarão mioblastos (células especializadas) que posteriormente formarão os músculos da língua.
Tecido conjuntivo de suporte encontrado nos músculos faciais é derivado de células das cristas neurais.
Componentes dos tecidos conjuntivos faciais (p. ex. fibroblastos, odontoblastos e células do periodonto) são derivados da crista neural.
Todas essas etapas vão de 3 a 6 semanas no embrião humano.
Desenvolvimento das Estruturas Faciais
Após o término da migração das células das cristas neurais e da vascularização do mesênquima derivado, ocorre a formação de proeminências faciais, iniciando o desenvolvimento facial.
Durante a quinta semana o mesênquima de duas proeminências se torna contínuo , originando uma via nasal inicial, que liga a fossa nasal com o teto da cavidade bucal primitiva.
O desenvolvimento e a fusão destas proeminências forma o palato primário
O Palato primário dará origem ao lábio superior, maxila anterior e dentes incisivos superiores.
 Novos crescimentos das proeminências maxilares originam o palato secundário.
A fusão das cristas palatinas requer alterações no epitélio dos bordos mediais.
Finalmente a maior parte do palato duro e todo o palato mole se formam a partir do palato secundário.
Em humanos existe o total de seis arcos braquiais
A porção proximal do primeiro arco ( mandibular), dará origem de cada lado, as proeminências maxilares.
Mioblastos do segundo arco branquial (hióide) acompanham ramos do VII nervo craniano e migram através da cabeça e pescoço originando os componentes dos músculos da expressão facial.
Mioblastos do primeiro arco contribuem para formação dos músculos da mastigação.
A musculatura da faringe e o palato mole tem origem no terceiro e quarto arco branquial.
Componentes do tecido conjuntivo dos músculos da região são originados de células mesenquimáticas provenientes das cristas neurais.
A língua se forma no assoalho da faringe após a chegada dos mioblastos destinados a formação dos músculos hipoglossais.
 Os dois terços anteriores da língua são revestidos pelo ectoderma, enquanto o endoderma reveste o terço posterior.
O tecido conjuntivo da língua tem origem no mesênquima do primeiro e terceiro arco.
Diferenciação final dos tecidos faciais
Algumas células oriundas das cristas neurais , entrando em contato com o endoderma da faringe, são induzidas pelo mesmo a formarem cartilagens de arcos branquiais.
Outras células das cristas, que migraram na vizinhança do endoderma faringeano em seu caminho para a cavidade oral, são pré condicionadas pelo endoderma e interagem com o ectoderma bucal, sofrendo diferenciação no sentido de formarem o mesênquima das papilas dentárias.
As células das cristas neurais desempenham um papel muito dominante no desenvolvimento facial, uma vez que originam todos os componentes não epiteliais .
O início da formação óssea , ou o estabelecimento de todos os sistemas de órgãos ( oitava semana ) é consideradoo término do período embrionário.
Considerações Clínicas
Alterações no desenvolvimento da face levam a uma grande variedade de defeitos.
Defeitos de desenvolvimento do palato primário e secundário são os mais comuns.
Fendas faciais:
Fenda labial
Fenda labial e palatina unilateral
Fenda labial e palatina bilateral
Fenda palatina
Microssomia hemifacial:
Subdesenvolvimento e outras anomalias da ATM, ouvido médio e pavilhão auditivo, outras estruturas podem ser afetadas na região como a glândula parótida e músculos da mastigação.
Defeito unilateral.
Anomalias linguais:
Glossite romboide 
Língua bífida
Desenvolvimento do Dente
Após seis semanas áreas da camada basal do ectoderma oral proliferam e formam a lâmina dentária.
A lâmina dentária serve como primórdio da porção ectodérmica dos futuros dentes decíduos.
Odontogênese
Termo empregado para origem e formação do dente.
O primeiro sinal de desenvolvimento do dente no embrião humano é encontrado na região anterior da mandíbula, 5 a 6 semanas de vida.
O dente se origina dos tecidos epitelial e conjuntivo (mesenquimal) da cavidade oral, ambos os tecidos tendo derivado da camada germinativa ectodérmica.
1 Formação da lâmina dentária primária.
2 Multiplicação das células da lâmina dentária.
3 Formação de botões ( órgão do esmalte ou órgão dentário) de células epiteliais na lâmina de cada maxilar.
Início de um germe dentário de um dente primário (decíduo)
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A - Formação da lâmina dentária, sexta semana de vida 
B – Fase de BOTÃO , diferenciação do órgão do esmalte do dente decíduo, sétima semana de vida.
C – Fase de CAMPÂNULA, extremidade livre da lâmina dentária dará origem ao órgão do esmalte do dente permanente. Osso alveolar inicia sua diferenciação. Décima semana de vida.
D- Primeiras deposições de dentina. Décima sexta semana de vida.
E – Diferenciação do incisivo central inferior permanente (nascimento). A coroa do dente decíduo está completa.
F - Início da erupção do dente decíduo. Seis meses de idade. A coroa do dente decíduo está praticamente formada com esmalte e dentina.
G – Risólise do dente decíduo e dente permanente em via de erupção. 
Seis a sete anos de idade.
H – Erupção do dente permanente, 7 a 8 anos de idade.
I - dente permanente em uso, na boca, apresentando uma borda incisal transformada em faceta oclusal pelo desgaste natural. 
Referências Bibliográficas:
Bhaskar, S.N. HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA ORAL, Artes Médicas, !0 ed.
Melfi, R.C., Alley, K.E. EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA ORAL DE PERMAR,
Editora Santos, 10ed.
Nanci, A. HISTOLOGIA ORAL DESENVOLVIMENTO, ESTRUTURA E FUNÇÃO, Mosby Elsevier, 7 ed.