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Victoria K. L. Cardoso Doenças do 2º neurônio motor Esclerose lateral amiotrófica Conceito: ● Doença neurodegenerativa, caracterizada pela paralisia progressiva da musculatura voluntária. ● Idade média: entre 55-65 anos. ● Existem formas familiares e formas relacionadas à neoplasia. ● Afeta corno anterior - degeneração de corno anterior. ● É uma lesão de segundo neurônio motor (diminuição de força muscular, atrofia, fasciculações, diminuição dos reflexos e diminuição do tônus). ● Possui, necessariamente, sinais de neurônio motor superior (hiperreflexia, clônus, hoffman, babinski e aumento de tônus e de espasticidade). Obs: ambas as características, de lesão de neurônio motor superior (primeiro neurônio motor) e de segundo neurônio motor, ESTÃO NECESSARIAMENTE PRESENTES - às vezes um dos quadros (de primeiro ou de segundo neurônio motor) pode estar mais presente. Clínica: ● Fraqueza muscular: ○ Início insidioso, focal, assimétrico e progressivo. ○ Afeta os seguintes músculos: ■ M. distais ou proximais dos membros. ■ M. bulbares (atingidos mais tardiamente, na maioria das vezes; se começa por paralisia da musculatura bulbar, chama-se “paralisia bulbar progressiva” - é mais grave). ■ M. respiratórios - maior causa de morte = insuficiência respiratória. ■ M. do tronco e cervicais. ■ M. da face. ● Atrofia muscular: ○ Frequentemente presente no início da doença. ○ Acompanha a fraqueza muscular. ○ Menos evidente nos casos com predomínio de primeiro neurônio motor (atrofia por desuso). Obs: a musculatura ocular não é afetada - não há diplopia e alterações da motilidade ocular. Victoria K. L. Cardoso ● Fasciculações: (patognomônicas de lesões de segundo neurônio motor). ○ M. proximais e distais. ○ Raramente sem fraqueza muscular associada. ○ Podem preceder o início da fraqueza e atrofia muscular em meses ou anos. ○ Tendem a desaparecer com a progressão da doença. ● Progressão (mais comum): ○ Progressão horizontal > caudal. ○ Progressão rostro-caudal > caudal-rostral. Sinais de alarme: PARA PENSAR EM OUTRA DOENÇA. ● Ausência de fasciculações. ● Sintomas sensitivos. ● Disfunção autonômica. ● Alteração dos movimentos oculares. ● Sintomas de esfíncteres. ● Alterações cognitivas com padrão de Doença de Alzheimer. ● Sinais de segundo neurônio motor com início simétrico. Características diagnósticas: ● Característica(s) de primeiro neurônio motor (pelo menos 1) + características de segundo neurônio motor (neurônio motor inferior), necessariamente na região bulbar e em pelo menos 2 regiões espinhais). ○ Para caracterizar lesão de segundo neurônio motor: eletroneuromiografia - para avaliar a função do sistema nervoso periférico - o exame vem com alteração muscular - desnervação. ● Exames de imagem: ○ Eletroneuromiografia bulbar e dos 4 membros. ○ RNM de crânio e de coluna cervical - para descartar lesões de tronco cerebral (RNM de crânio) e para descartar lesões de raiz (RNM de coluna cervical). ● Exames laboratoriais: (se necessário). ○ De acordo com os possíveis diagnósticos. ● Equipe multidisciplinar: ○ Neurologista. ○ Pneumologista. ○ Cirurgião gástrico. ○ Nutricionista. ○ Fisioterapeuta. ○ Fonoaudiólogo. ○ Psicólogo. Victoria K. L. Cardoso ● Tratamento medicamentoso: riluzol 50 mg 12-12h. ● Tratamento sintomático: ○ Para depressão, ansiedade, espasticidade, sialorréia e insônia. Considerações: ● Não há cura para a doença. ● Sobrevida média de 3-5 anos. ● A forma bulbar tem sobrevida ainda menor. ● A doença pode atingir pacientes jovens de forma esporádica. ● A progressão varia muito entre os indivíduos. ● Conversar com a família apenas quando há o diagnóstico definido. ● Ter empatia com o paciente. ● Notícia difícil tanto para o paciente, quanto para os familiares. Atrofia muscular espinhal (AME) Conceito: ● Doença hereditária, por mutação no gene SMN1. ● De caráter autossômico recessivo. Tipos: ● Tipo 1 e tipo 2� possuem tratamento - spinraza e zolgensma. ● Tipo 3 e tipo 4� não possuem tratamento legalizado. AME tipo 4� de início tardio ● Aparece entre a terceira e a sexta década de vida. ● É lentamente progressiva e apenas 20% dos casos ficam dependentes de cadeira de rodas. ● Possui fraqueza muscular proximal ou generalizada e simétrica. ● Raramente afeta os músculos bulbares. ● Músculos respiratórios tipicamente poupados. ● Possui fasciculações. Clínica: ● Apenas características de segundo neurônio motor. Atrofia monomélica - doença de neurônio motor focal - doença de Hirayama Características: ● Ocorre entre os 16-25 anos, sendo mais presente em mulheres. Victoria K. L. Cardoso ● Fraqueza muscular nos miótomos de C7-T1 unilateral. ○ Predominância de fraqueza muscular nas mãos e antebraços. ● Pode envolver MMII. ● NÃO há sinais de primeiro neurônio motor. ● Em alguns casos há ligeira hipostesia. ● 50% dos casos tem envolvimento do membro contralateral clinicamente → EMG frequentemente bilateral. ● Possui progressão rápida em 2-3 anos e depois se estabiliza. Atrofia muscular progressiva Conceito: ● É extremamente semelhante à ELA, mas NÃO há alterações de primeiro neurônio motor. ● Até 50% dos pacientes desenvolvem sinais de primeiro neurônio motor, trocando o diagnóstico para ELA. ● Tem idade de início mais precoce. Diagnósticos diferenciais ● Poliomielite. ● Síndrome pós-pólio. ● Radiculopatia compressiva. ● Síndrome de fasciculações benignas. ● Mononeuropatias. ● Neuropatia motora multifocal. ● Plexopatias. ● Doenças de junção neuromuscular. ● Distrofias musculares. ● Doença de Kennedy.
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