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1 Nome: Raquel Lemos Rodrigues Costa Matrícula: 20116080155 Polo: Rio Bonito DISCIPLINA: ARTES VISUAIS E EDUCAÇÃO Coordenação: Prof. Dr. Renato Rodrigues da Silva AD1 – 2021.1 Prezados alunos, O primeiro trabalho requer a leitura do material postado no website do curso. Primeiramente, leia os textos designados, procurando, depois, conectar o aprendizado com as obras de Michelangelo e Portinari (questões 1 e 2, respectivamente). Um bom trabalho necessariamente empregará os conceitos principais dos textos na análise das obras. Portanto, o primeiro passo é a leitura atenta do material do curso. Note que as imagens podem ser facilmente encontradas na internet. Na redação do seu trabalho, por favor evite copiar os textos da internet, ou outro material qualquer, escrevendo uma prova que seja de sua autoria – evite “plagiar” outros autores! BOA SORTE! Questões: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 2 1- Baseado na leitura das aulas 21 a 24 (inclusive), faça a análise da cena A Criação de Adão (1508-1512), que Michelangelo pintou no teto da Capela Sistina. Na sua análise, utilize elementos dos textos lidos. (2 páginas, valor 5 pontos). Resposta: Respeitada e reconhecida mundialmente, a obra de arte A Criação de Adão, do ilustre pintor italiano Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, mais conhecido apenas como Michelangelo, é um valioso patrimônio artístico, dotado de inúmeros símbolos e significados emblemáticos que influenciou consideravelmente a história da Arte mundial. A pintura está situada no teto da Capela Sistina, no Vaticano e compõe o conjunto de afrescos que contém as cenas da criação. Michelangelo, a princípio, relutou em aceitar o pedido do papa Julio ll dela Rovere, porém ao final, se rendeu ao desejo do pontífice. Deu início ao projeto no ao de 1508, substituindo o clássico teto estrelado de Matteo d’Amelia por uma coleção de ilustrações que representam inúmeras passagens da bíblia cristã, reproduzindo especialmente os episódios contidos no livro de Gênesis. O célebre pintor italiano concluiu a obra somente em 1512 e, desde então, o teto da Capela Sistina, situada no Palácio Apostólico da Cidade do Vaticano, tornou-se um dos mais importantes pontos turísticos da Europa. A obra A Criação de Adão retrata o momento certo em que Adão recebe o “sopro de vida” como uma virtude advinda de Deus. Outras quatro obras do pintor realizadas na Capela Sistina, a saber por ordem cronológica: A Separação da Luz e das Trevas, O Pecado Original, A Expulsão do Jardim do Éden e O Dilúvio, ajudam na compreensão e interpretação da referida pintura. Em uma análise mais apurada e detalhada, podemos ter uma melhor percepção da intenção do pintor ao expressar de forma delicada e ao mesmo tempo ousada, o momento em que o criador, Deus, através do toque nos dedos 3 de Adão, dá o sentido da vida à sua criatura. Podemos concluir então que Michelangelo recriou o exato momento em que a centelha da vida está para se suceder, através da mágica do contato dos dedos entre pai e filho. Explorando os demais elementos da obra de Michelangelo, podemos atentar nosso olhar para a figura dos anjos, situados em segundo plano com uma luz mais baixa, artifício que proporciona destaque às figuras do criador e da criatura. Já a imagem de Adão é retratada de forma nítida, com traços fortes e bem delimitados, valorizando a musculatura do corpo humano. A descrita obra de arte sacra evidencia múltiplas alusões à anatomia humana, a exemplo, a utilização da silhueta de um cérebro contornando a figura de Deus, com o propósito de enfatizar o sentido de criação e origem do homem simbolizado por Adão. Nesta perspectiva, temos Deus representado pela imagem de um senhor de cabelos grisalhos, coberto por um tecido branco e rodeado por anjos. Uma curiosidade sobre a obra é a presença da figura de uma mulher que supostamente seria Eva, segurando o braço esquerdo de Deus e aparentemente aguardando Adão receber a centelha da vida. A técnica utilizada por Michelangelo para pintar A Criação de Adão foi a de afresco, um método intrinsecamente renascentista que consiste na arte feita sobre paredes ou tetos, geralmente com base de gesso ou revestimento de cimento fresco, comumente encontradas em igrejas e templos. Normalmente, para a aplicação desta técnica, são manuseadas tintas diluídas em água. Michelangelo participou de um grandioso e importante movimento da cultura europeia compreendido na transição do Período Medieval para o Período Moderno, designado Renascimento Cultural. Dentre os ideais defendidos neste movimento, podemos destacar o individualismo, o antropocentrismo e o racionalismo. 4 2- Baseado na leitura dos artigos "Criatividade" e "Funções da Arte", faça a análise da obra Criança Morta (1944) do pintor Cândido Portinari. Utilize elementos dos textos lidos, analisando a criatividade da artista e classificando a função primordial da obra. (2 páginas, valor 5 pontos). Resposta: Na obra Criança Morta (1944), pertencente a série “Retirantes”, o artista plástico brasileiro Candido Portinari, retrata uma triste realidade vivida durante o período de urbanização no Brasil, onde o êxodo rural acontecia numa grande velocidade e, para fugir de um cenário de grande miséria, seca e fome, emigrantes nordestinos afugentavam- se de suas terras. A pintura traz consigo uma função naturalista e, exerce um alto valor social por simbolizar inúmeras questões vividas não só no sertão nordestino, mas em todo território nacional. Por intermédio da arte, Cândido Portinari trouxe à luz e apresentou ao mundo a desigualdade econômica e social que assolava o Brasil naquela época e, com muita criatividade ousou denunciar as injustiças que aniquilavam um povo carente e sem perspectiva. O quadro é dotado de expressões críticas e reveladoras e retrata todo o sofrimento do povo sertanejo por meio de cores frias e traçados firmes, intensificando toda a tristeza relatada da cena. Nesta referida obra, Portinari utilizou, para enfatizar o drama das brasileiras que se deslocam de suas terras em busca de um futuro melhor, a figura de uma criança morta como personagem principal. Na pintura, podemos notar a presença de seis pessoas: três crianças e três adultos. A criança sem vida, aparentemente desnutrida, é posta pelo artista no colo de sua suposta mãe. Há uma comoção total devido a morte da criança, comprovada pela presença de lágrimas nos olhos dos personagens. Já a mãe, num gesto de tristeza e desespero, inclina sua cabeça para baixo e ergue a criança. 5 Através da utilização de uma paleta predominante de tons azuis, lilás, cinza e marrom, o artista expressionista revela toda dor e sofrimento ocasionados pela dor da perda de um ente querido. A tela também faz alusão à questão da religiosidade, tão presente no povo brasileiro. A cena nos remete à dor de Maria, mãe de Jesus, em frente ao corpo estático e sem vida de Cristo. Um detalhe muito marcante na obra é a magreza dos personagens, nota-se que a criança morta tem seus “ossos aparentes”, o que denota a intenção do autor em mostrar que a mesma pode ter morrido de fome. Através da representação de corpos esqueléticos, a obra transparece uma aflição dos personagens causada pelo paradoxo entre vida e morte. Uma vida de miséria em todos os sentidos que já prevê um triste e doloroso fim. Os corpos definhando-se lentamente em vida, somente esperando uma morte que só faz lembrar a jornada dura e cruel que vivenciaram. Outro tema que merece atenção e destaque é o fator “exclusão social”. Muitas vezes confundimos o significado, atribuindo o conceito de pobreza. No entanto, seu sentido é bem mais abrangente. A pobreza e a miséria têm sua aplicação nas relações históricas da sociedade, onde a questão econômica é posta em focoe a relação entre capital X trabalho influencia de forma categórica. Em oposição, a exclusão social traz aspectos mais subjetivos como o desemprego, a precarização do trabalho, a falta de qualificação profissional, a fome, a violência, a falta de amparo à população de rua, a marginalização, a inexistência da igualdade de oportunidades, dentre outros elementos. Portanto, o conjunto de fatores relatados acima enriquecem a obra “Criança Morta”. A religiosidade, as relações familiares e os entraves sociais integram o curso natural da humanidade e estão claramente presentes nas obras de Cândido Portinari.