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Antidiabéticos Injetáveis e Orais

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Antidiabéticos Injetáveis e Orais
· O principal antidiabético injetável é a insulina, porém existem outros, como a Liraglutida, que são os análogos de GLP-1.
Pâncreas (Ilhotas de Langerhans):
· Insulina é um hormônio hipoglicemiante, ou seja, diminui o nível de glicose no sangue;
· Produzida pelas células beta pancreáticas.
· Glucagon é um hormônio hiperglicemiante, ou seja, aumenta o nível de glicose no sangue;
· Produzido pelas células alfa pancreáticas.
· Diabetes Melito Tipo 1: paciente com dificuldade de sintetizar insulina nas células beta pancreáticas, logo, ele desenvolve hipoglicemia;
· Normalmente, é diagnosticada na infância;
· Tratamento: insulina.
· Diabetes Melito Tipo 2: paciente com resistência periférica à insulina, ou seja, ele produz insulina, mas ela não exerce sua função, pois o seu receptor tem um grau de resistência;
· Normalmente, é causada por fatores externos, como a obesidade;
· Diagnosticada na idade adulta;
· Tratamento: antidiabéticos orais.
· Os valores da glicemia variam de acordo com qual tipo de exame de glicemia foi realizado.
Insulina
· Pode ser utilizada por pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2;
· Em pacientes com tipo 2, podem ser associadas à antidiabéticos orais.
· Insulina é um hormônio endógeno produzido pelas células beta pancreáticas;
· É um peptídeo, ou seja, é constituído por aminoácidos;
· A insulina tem 2 cadeias (cadeia A: 21 aminoácidos e cadeia B: 30 aminoácidos);
· Se liga em receptores tipo Tirosinaquinase.
Farmacocinética:
· É utilizada em casa por via subcutânea como via principal, mas pode ser usada através de caneta, bomba de infusão cutânea contínua (faz a função do pâncreas, além de liberar a insulina em bolus, libera também insulina basal);
· Quando o paciente chega com uma hiperglicemia grave no hospital, utiliza-se insulina por via endovenosa, para gerar o efeito mais rápido;
· Insulina Basal: liberada durante todo o dia para manter a glicose equilibrada ou no seu nível normal;
· Insulina em Bolus: liberada após as refeições para corrigir a glicose dos alimentos;
· É degradada no fígado, rins e músculos.
Mecanismo de ação:
· A insulina se liga ao receptor, as duas subunidades se aproximam e gera a fosforilação da proteína quinase, a qual vai doar grupos fosfato e vai fazer com que a GLUT saia do citoplasma e vai para a membrana da célula para captar glicose do sangue para dentro da célula.
Terapêutica Insulínica:
· Concentração:
· Mais usada 100U (retirada mercado 80 e 40 U);
· Resistência grave à insulina: 500U.
· Sistema de administração:
· Injetores portáteis (canetas);
· Bombas de infusão cutânea contínua: Regular e Aspart;
· Inalatória: estudos em andamento.
· Espécies:
· Bovina: tem 3 aminoácidos diferentes da insulina humana, isso fazia com que o organismo reconhecesse aquilo como estranho, o que causava processos alérgicos. Foi retirada do mercado;
· Suína: possui 1 aminoácido diferente da humana, logo, é menos imunogênica que a bovina;
· Humana: mais utilizada no tratamento, pois é feita por uma tecnologia do DNA recombinante, sendo ela menos imunogênica.
Insulina de Ação ultrarrápida: início muito rápido e curta duração de ação:
· NovoRapid, Humalog;
· Solução transparente em pH neutro;
· LISPRO: na sua formulação a lisina e a prolina trocaram de posição, gerando menor formação de agregados (dímeros) no tecido subcutâneo e sendo mais rapidamente absorvida pela corrente sanguínea;
· ASPART: na sua formulação tiraram a prolina e colocaram ácido aspártico, gerando menor formação de dímeros e maior rapidez na absorção pela corrente sanguínea;
· São utilizadas nos momentos das refeições (antes), pois se utilizarem e não comerem nada, o paciente pode ter uma crise hipoglicêmica;
· São mais interessantes para os diabéticos;
· Início de ação: 15 min;
· Pico: 0,5-1,5h;
· Duração efetiva: 3-5h (menor risco de hipoglicemia pós prandial tardia).
OBS.: Normalmente, nos picos de insulina o paciente tem hipoglicemia.
Ação Curta (início rápido e curta duração):
· Humulin R, Novolin R;
· Insulina regular: possui a mesma sequência de aminoácidos que a insulina que produzimos, porém no frasco é adicionado zinco para aumentar a estabilidade e o prazo de validade da insulina;
· Por causa dessa adição quando aplicada no tecido subcutâneo, forma agregados, fazendo com que a insulina seja liberada lentamente.
· É utilizada 30-60 min. antes das refeições;
· É mais utilizada que a lispro, pois a regular é fornecida pelo SUS;
· Início de ação: 30min.;
· Pico: 2-3h;
· Duração efetiva: 5-8h.
Intermediárias:
· Humulin, Novolin;
· NPH: combinação insulina e protamina para aumentar a absorção e gerar uma ação prolongada;
· Protamina: precipita proteínas (enzimas proteolíticas).
· É fornecida pelo SUS;
· Utilizada de manhã;
· Podem ser associadas às insulinas rápidas para evitar hiperglicemia entre as refeições;
· Início de ação: 1-2h;
· Pico: 8-2h;
· Duração efetiva: 22-28h;
· Utilizada à noite, antes de dormir.
Ultra-Lenta
· Lantus;
· Glargina: na cadeia beta tem mais dois aminoácidos, fazendo com que ela seja absorvida mais lentamente e seu efeito farmacológico seja estendido;
· Insulina basal;
· Redução da solubilidade, estabiliza cristais, forma de depósito, baixos níveis contínuos de insulina circulante;
· Associadas às insulinas rápidas;
· Insulina sem pico, o que a torna muito interessante, pois diminui a chance do paciente ter hipoglicemia;
· Não é fornecida pelo SUS;
· Início de ação: 1-1,5h;
· Efeito máximo: 4-5h;
· Duração efetiva: 11-24h;
Paciente acorda de manhã de jejum com hipoglicemia falta NPH antes de dormir;
Paciente com hiperglicemia pós-prandial falta uma insulina rápida antes das refeições;
Paciente com hiperglicemia antes do almoço falta insulina lenta de manhã.
Complicações da Insulinoterapia:
· Hipoglicemia;
· Paciente que usa insulina e não se alimenta o vai fazer algum exercício físico intenso;
· Paciente com IR, que não elimina insulina como deveria.
· Lipodistrofia nos locais da injeção;
· Lipodistrofia: distrofia do tecido adiposo;
· Forma grumos de gordura;
· Causa problema na absorção da insulina se aplicar em cima da lesão;
· Profilaxia: rodízio na aplicação da insulina.
· Imunopatologia da insulinoterapia.
· Alergia à insulina (local ou sistêmica);
· Resistência imune à insulina.
Hipoglicemiante injetável (incretinomiméticos):
· Canetas de Liraglutida;
· Agonistas do receptor do GLP-1;
· Análogo do GLP-1 Liraglutide;
· Liraglutide tem estrutura química parecida com o GLP-1 (incretina produzida pelo nosso organismo).
· GLP-1: após as refeições se liga aos receptores nas células beta pancreáticas para secretarem insulina, a fim de evitar a hiperglicemia pós-prandial;
· É capaz de se ligar aos seus receptores no intestino e gerar um retardo do esvaziamento gástrico, dando maior efeito de saciedade;
· Também se liga aos receptores presentes no SNC, causando um aumento da sensação de saciedade, por isso o análogo de GLP-1 pode ser usado para tratar obesidade (Saxenda – Liraglutida 3mg).
· Opção para pacientes com sobrepeso/obesidade, insuficiência renal leve-moderada, nos quais o uso de determinadas classes de hipoglicemiantes orais está contraindicado;
· Vantagem: aumento da secreção de insulina dependente de glicose (baixo risco de hipoglicemia);
· Reduz a ingestão de alimentos;
· Não pode ser utilizada para tratar DM1, pois nesse caso não há produção de insulina;
· Melhora o quadro de DM2 e diminui o peso desses pacientes.
Orais
Secretagogos:
SULFONIURÉIAS
· Estimulam a liberação de insulina das células beta funcionantes do pâncreas através da ligação no receptor;
· 1º geração: Clorpropamida;
· Longa duração, excreção na urina, contra-indicado para pacientes com IR, IH e idosos, em associação com o álcool podem causar rubor (aumenta o aceltaldeído), retenção de água (ADH), aumenta a P.A;
· Inibem o ADH, acumulando acetaldeído no organismo.
· 2º geração: Glibenclamida, Glipizida e Glimepirida;
· Metabolizados a metabólitos inativos;
· Cuidado com pacientes idosos e doenças cardiovasculares;
· Duração menos prolongada.· Mecanismo de ação: a sulfoniuréia se liga ao seu receptor SUR, ocasionando o fechamento dos canais de potássio, e consequentemente, gera o acúmulo de potássio dentro da célula. Esse acúmulo vai fazer com que a célula se despolarize e os canais de cálcio se abrem, fazendo com que esse íon entre na célula e mobilize as vesículas contendo insulina para a membrana da célula, gerando a liberação de insulina na corrente sanguínea;
· Podem ser usadas sozinhas ou em associação com outros medicamentos.
GLINIDAS
· Possuem o mesmo mecanismo de ação das sulfoniuréias, porém elas se ligam em sítios diferentes;
· Tem início de ação muito rápido e duração de ação muito curta, ou seja, devem ser utilizados antes das refeições.
1. Repaglinida:
· Uma refeição, uma dose; Sem refeição, sem dose;
· Pico de ação e tempo de ação mais curto.
2. Nateglinida:
· Início de ação e tempo de ação mais curto que repaglinida (diabete de início recente com glicemia levemente alterada).
INIBIDORES DA DPP-4 OU GLIPITINAS
· Dipeptidil-peptidase IV (DPP-4);
· A ingestão de glicose provoca liberação de alguns hormônios pelo intestino, denominados incretinas (GIP, GLP-1), que são degradados pela DPP-4;
· Prolonga e potencializa a ação das incretinas;
· Estão sendo bastante utilizadas na clínica;
· Vildagliptina (Galvus) (mais utilizado), Sitagliptina (Januvia) e Saxagliptina (Onglyza);
· Estimulam a secreção de insulina de maneira dependente dos níveis de glicose;
· Hipoglicemia não é uma preocupação;
· Diferente dos análogos de GLP-1, gera um efeito neutro sobre o peso corporal;
· Não é útil no tratamento de DM1.
Fármacos Insulino-Sensibilizadores:
BIGUANIDAS
· Diminuem a produção hepática de glicose;
· Diminuem a absorção de glicose pelo intestino;
· Aumenta a captação de glicose pelo músculo;
· Diminuem os níveis plasmáticos de glucagon;
· Aumenta a utilização de glicose visceral;
· Aumenta a atividade dos transportadores de glicose.
Metformina (Glifage):
· Potencializa os efeitos da insulina e não estimula a liberação de insulina das células beta;
· Causa diminuição da neoglicogênese no fígado;
· Dose máxima por dia: 2550mg;
· Meia vida: 12h (tomar 2 vezes ao dia).
· Excretada de forma inalterada pela urina, ou seja, precisa dos rins para ser excretada;
· Utilizada no tratamento de DM2;
· Pode ser associada com as sulfoniuréias;
· Pode causar diarreia, pois esse medicamento diminui a absorção de glicose pelo intestino, levando a um aumento da osmolaridade naquela região e consequentemente, o amolecimento das fezes;
· Com o uso crônico pode causar redução da vitamina B12;
· Pode causar acidose lática por glicólise anaeróbica.
GLITAZONAS
· Entram nas células, se ligam nos receptores nucleares, causando uma alteração na transcrição do RNAm, aumentando a síntese de proteínas GLUTs e de proteínas que estão relacionadas ao metabolismo de glicose (aumenta a quebra de glicose, impedindo a hiperglicemia);
· Aumenta a captação de glicose;
· Efeito hipoglicemiante visto em até 12 semanas;
· Desvantagens: início de ação demorado devido à sua ação dentro do núcleo da célula; são capazes de alterar a função hepática, gerando uma lesão (aumenta as enzimas marcadoras de função hepática – ALT e AST);
· Rosiglitazona e Pioglitazona: não devem ser utilizados por pacientes com doença hepática.
Inibidores das alfa-glicosidase – acarbose:
· Inibem a absorção de glicose pelo intestino;
· Utilizada em pacientes com DM2 não controlados pela dieta;
· Monoterapia ou associada com sulfoniuréias;
· Administrados imediatamente antes das refeições;
· Retarda a absorção dos carboidratos e diminui o aumento pós-prandial da glicemia;
· Causa flatulência, diarreia, dor e distensão abdominal;
· Contra-indicado para pacientes com doenças intestinais;
· Alfa-glicosidase: enzima presente no intestino, que quebra carboidratos consumidos na dieta, liberando glicose para serem absorvidos;
· Acarbose sozinha tem baixa capacidade de diminuir a glicemia, pois ela só inibe a absorção de glicose;
· Não devem ser absorvidos para exercerem seu mecanismo de ação, pois eles atuam no intestino.
Glicozinas:
DAPAGLIFOZINA (FORXIGA)
· Mecanismo de ação: bloqueiam a SGLT2 (transportador de sódio e glicose), fazendo com que estes não sejam reabsorvidos e sejam eliminados pela urina;
· Aumenta o volume de urina do paciente;
· Como a glicose fica um tempo no túbulo, ela pode fornecer energia para bactérias, levando ao paciente um quadro de infecção genito-urinário.
· Pode ser utilizado para tratar HAS por alterar a reabsorção de sódio;
· Contraindicação: pacientes com IR;
· Utilizado para tratamento de DM2.

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