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Aula 01 Português p/ ANS - Todos os Cargos de Técnico Professor: Rafaela Freitas Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 72 AULA 01 Tipologia textual: narração, descrição e dissertação Olá, alunos queridos e estudiosos!! É um prazer tê-los aqui comigo novamente! Nesta aula vamos trabalhar com a Tipologia textual, especificamente com os tipos narrar, descrever e dissertar! São os tipos de textos que estarão com certeza na sua prova! Vocês irão gostar! Galera, busquei exaustivamente mais questões da FUNCAB que falassem especificamente sobre Tipologia Textual, mas não encontrei muitas. As que eu encontrei estão todas nesta aula. Para o estudo de vocês, completei com questões da FGV, pois fundação faz uma abordagem parecida com a da FUNCAB. Mas vejam só: não desisti de encontrar questões sobre o tema desta aula em provas da banca, à medida que for encontrando, vou comentando e liberando para todos, ok! Até mais!! Boa aula! “A perseverança é a mãe da boa sorte” Miguel de Cervantes 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 72 TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS O texto faz parte do nosso cotidiano, não é mesmo? Recorremos a eles para pedir um favor, enviar um e-mail importante, para comentar uma foto de um amigo nas redes sociais, para pedir um café, para solicitar ao banco o cancelamento do cartão de crédito, para reivindicar melhorias no transporte público, enfim! Para essas e para outras tantas situações, usamos o quê? O texto!! O gênero textual, oral ou escrito é escolhido a partir da finalidade do texto, por isso os exemplos são ilimitados. Se eu vou convidar um amigo próximo para uma viagem, posso fazer isso oralmente, pelo telefone ou pessoalmente, posso escrever um bilhete ou mandar uma mensagem informal via internet, mas não há necessidade de se fazer um ofício, um e-mail formal! Escolher o gênero textual depende de quê? 1) Finalidade do texto – qual é o objetivo do texto, o que se pretende com ele. 2) Os interlocutores – leva-se em consideração para quem o texto se destina, qual é a função do destinatário ou interlocutor, existe uma hierarquia. 3) A situação – normalmente observa-se se a situação é formal ou informal. Se a comunicação deve ser rápida ou não. É impossível quantificar os gêneros textuais! Por que isso acontece? Pela sua natureza, pois depende do objetivo pelo qual eles foram criados, para satisfazer a determinadas necessidades de comunicação. Assim sendo, podem aparecer ou desaparecer de acordo com a época ou as necessidades dos que temos. Por isso, podemos afirmar que gênero textual é uma questão de uso. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 72 Os textos, embora diferentes entre si, possuem pontos em comum, pois podem se repetir no conteúdo, no tipo de linguagem, na estrutura. Quando eles apresentam um conjunto de características semelhantes, seja na estrutura, conteúdo ou tipo de linguagem, são agrupados em tipos textuais. Os textos são divididos didaticamente em TIPOS TEXTUAIS e cada TIPO dividido em vários GÊNEROS TEXTUAIS. A maneira tradicional de se organizar os textos é da seguinte forma: TIPOS TEXTUAIS GÊNEROS TEXTUAIS Narrativo Conto maravilhoso; Conto de fadas; Fábula; Lenda; Narrativa de ficção científica; Romance; Conto; Piada e outros. Relato Relato de viagem; Diário; Autobiografia; Curriculum vitae; Notícia; 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 72 Biografia; Relato histórico e outros. Argumentativo Texto de opinião; Carta de leitor; Carta de solicitação; Editorial; Ensaio; Resenhas críticas e outros. Expositivo Texto expositivo; Seminário; Conferência; Palestra; Entrevista de especialista; Texto explicativo; Relatório científico e outros. Instrucional Receita; Instruções de uso; Regulamento; Textos prescritivos e outros. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 72 Mas, baseada em quê é feita a divisão dos gêneros em tipos textuais? Pergunta muito importante! As características dominantes de cada gênero os colocam em um grupo de textos (tipo) e não em outro. Por exemplo: - TIPO narrativo: todos os textos que estão neste grupo possuem os chamados elementos essenciais da narrativa: tempo, lugar, personagens, fato (enredo) e narrador em sua estrutura. - TIPO relato: também possuem os elementos da narrativa, mas relatam algo real, não fictício. - TIPO argumentativo: os textos deste grupo se dedicam a convencer o interlocutor. Possuem, portanto, TESE (opinião) e ARGUMENTOS. - TIPO expositivo: os textos aqui têm por objetivo falar sobre um determinado assunto, explicar, expor sobre algo. - TIPO instrutivo: os textos deste tipo dedicam-se a levar o interlocutor a desenvolver uma dada atividade sozinho. São passadas instruções para que isso ocorra. Vimos que cada gênero possui sua característica. Ok! Mas é importante destacar que não existe um texto que seja, por exemplo, exclusivamente argumentativo. Ao afirmar que a carta de leitor é argumentativa, as características dominantes são levadas em consideração. A bula de um remédio é dominantemente instrucional, mas tem uma parte dela que é expositiva. Para facilitar a aprendizagem, entenda que o gênero textual é a parte 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 72 concreta, prática, enquanto a tipologia textual integra um campo mais teórico, mais formal. “O gênero textual é uma noção propositalmente vaga para refletir os textos encontrados em nossa vida diária e que apresentam características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica” (MARCUSCHI, 2002, P. 40). Como o estudo dos tipos textuais é parte integrante da interpretação dos textos da prova de um concurso, precisamos conhecer mais a fundo alguns deles. Ainda que a questão não pergunte especificamente a característica de um texto, tais informações serão importantíssimas para enriquecer e facilitar a interpretação. TIPO ARGUMENTATIVO (O mais importante dos Tipos! Aquele que mais cai!!!) Objetivo comunicativo: fazer crer Todos os dias, estamos emitindo opiniões, defendendo ideias. Opinamos em casa, na escola, no trabalho, na rua... Opinar, argumentar, persuadir o outro ou ser persuadido faz parte da vida, é uma forma também de construir a cidadania e participar mais criticamente da vida em sociedade. A argumentação constitui uma das partes mais significativas do discurso dissertativo. São os argumentos que definem o potencial de convencimento de que uma tese está correta. O que é tese? É a opinião do autor do texto. É aquilo do qual ele pretende convencer, fazer crer o leitor. O que é argumento? É qualquer recursolinguístico capaz de convencer o interlocutor, o leitor. Apesar de serem inúmeros os recursos argumentativos, na escrita, alguns se sobressaem, tais como: 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 72 - Argumento de autoridade: recurso em que usamos a fala de um especialista no assunto de que estamos falando. Ex.: Entende-se que programas de apoio seriam mais eficazes se acompanhados de trabalho, visando mudar as relações entre usuários dependentes, sua família e comunidade. Sá (1994) alerta para o fato de que os principais problemas enfrentados pelos usuários não são decorrentes do uso da substância, mas aqueles frutos da marginalização. (fonte: Cad. Saúde Pública vol.14 n.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 1998) - Argumento de prova concreta: recurso linguístico que toma como base resultados de pesquisas, percentuais numéricos etc. Ex.: “O evento (violento) envolveu o uso de drogas?”, os dados permitiram vislumbrar que: dos 2.736 atendimentos por todas as causas externas realizados em maio de 1996 no Miguel Couto, 343 (13%) envolveram o uso de drogas. No Salgado Filho, de 2.192 atendimentos ocorridos em junho de 1996, 295 (12,6%) tiveram alguma droga relacionada à sua ocorrência. (fonte: Cad. Saúde Pública vol.14 n.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 1998) - Argumento histórico: como o próprio nome assinala, este argumento apoia-se na história documental para dar fé à tese que se defende. Ex.: Os primeiros dados históricos sobre Bangladesh narram a sucessão de diversos impérios hindus, diversas lutas internas e conflitos entre hindus e budistas por dominar a zona. Tudo isto foi o prelúdio para o posterior levantamento do Islã que dominou o norte da Índia no fim do século XII. Mohammed Bakhtiar, de Turquia, capturou a zona em 1199 com apenas 20 homens, graças a uma “inexplicável estratégia”. - Argumento de consenso: recurso de defesa que recorre a informações que tendem a certa objetividade por se basearem em conceitos culturalmente aceitos pela opinião pública. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 72 Ex.: o abuso de poder por parte das autoridades, principalmente as da área da segurança, ocorre constantemente neste país. Os discursos argumentativos, persuasivos podem se organizar em diferentes gêneros, nas mais variadas linguagens. Vamos ver alguns deles. Editorial Os editoriais são textos publicados em jornais ou revistas cujo conteúdo expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de redação, sem a obrigação de se ater a nenhuma imparcialidade ou objetividade. É comum grandes jornais reservarem um espaço para os editoriais em duas ou mais colunas, sempre nas primeiras páginas internas. Os boxes (quadros) dos editoriais são normalmente demarcados com uma borda ou tipologia diferente para ressaltar claramente que aquele texto é opinativo e não informativo. Editoriais maiores e mais analíticos são chamados de artigos de fundo. Normalmente os editorialistas assinam o edital, mas, na chamada "grande imprensa", os editoriais são apócrifos, isto é, nunca são assinados por ninguém em particular. A opinião de um jornal ou uma revista não é expressada exclusivamente nos editoriais, é expressa também na forma como os assuntos são organizados para serem publicados, pela qualidade e quantidade que atribui a cada um (no processo de edição jornalística). Em casos em que as próprias matérias do jornal são cheias de uma carga opinativa forte, mas não chegam a ser separados como editoriais, diz-se que é Jornalismo de Opinião, algo bem comum nos dias de hoje, não é?!?! 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 72 A seguir, exemplos de editorial. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 72 No caso a seguir, o editorial está em uma página dedicada a opiniões, observe: 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 72 Artigo de opinião É comum encontrarmos circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem urna posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião. Nos gêneros argumentativos em geral, o autor tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões. O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar. Veja exemplos: 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 72 A charge A charge é um tipo de texto que apresenta, normalmente, linguagem mista (palavras e imagens), além de um discurso humorístico. Está presente em revistas e principalmente jornais. São desenhos elaborados por cartunistas que captam de maneira perspicaz as diversas situações do cotidiano, transpondo para o desenho algum tipo de crítica, opinião, geralmente permeada por fina ironia. Mas a charge é um texto de opinião? Sim! Não é por acaso que elas são normalmente publicadas em meio a artigos de opinião, editoriais e cartas de leitores. Também não é por acaso que cada vez mais as charges estejam presentes nos diversos certames como objeto de análise. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 72 Ao analisarmos uma charge, podemos perceber que nela estão inscritas diversas informações construídas a partir de um interessante processo intertextual com o cotidiano, que obriga o interlocutor a fazer inferências e a construir analogias, elementos sem os quais a compreensão textual ficaria comprometida. Observe alguns exemplos de charges: Esta charge faz uma crítica tanto à desigualdade social quanto à crise na família. Observe o plano não verbal e veja como as pessoas estão vestidas, onde estão, os cartazes na parede. A figura da mãe está sendo comparada à do Papai Noel e Coelhinho da Páscoa como seres que não existem! Na charge em questão, percebemos que a bandeira do Brasil está sendo “explorada” pelo progresso! O verde está sendo desmatado, a estrada de ferro 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 72 veio tirar o nosso ouro (parte amarela da bandeira) e os rios (parte azul) estão acabando. Isso é sinônimo de progresso? Tal situação é atual, recente ou vem de longa data? É sobre isso que o chargista nos leva a refletir. O leitor pode até achar, em um primeiro contato, que a chargeé apenas um texto engraçado e inocente, mas não é bem assim! Basta uma leitura mais cuidadosa para perceber que estamos diante de um gênero textual riquíssimo, que critica personalidades, política, sociedade, entre outros temas relevantes. Seu principal objetivo é estabelecer uma opinião crítica e, através dos elementos visuais e verbais, persuadir o leitor, influenciando-o ideologicamente. TIPO NARRATIVO Os textos narrativos caracterizam-se pelo relato de fatos em uma sequência temporal, relacionados a um determinado acontecimento, podendo ser real ou fictício. Para que esse relato seja algo dotado de sentido, o mesmo dispõe de alguns elementos que desempenham funções primordiais. São os chamados elementos da narrativa: personagens (peças fundamentais para a composição da história), narrador, espaço, tempo e o enredo propriamente dito, ou seja, o assunto sobre o qual se narra. Dentre os textos que possuem tais elementos, destacam-se os contos, novelas, romances, algumas crônicas, poemas narrativos, histórias em quadrinhos, piadas, letras musicais, entre outros. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 72 Vamos analisar a função de cada elemento de uma narrativa: - Personagens São os seres que participam da narrativa. Alguns ocupam lugar de destaque, também chamados de protagonistas, outros se opõem a eles, denominados de antagonistas. Os demais caracterizam-se como secundárias. - Tempo Marcado cronologicamente, ou seja, determinado por horas e datas, revelado por acontecimentos dispostos numa ordem sequencial e linear - início, meio e fim; ou psicológico, aquele ligado às emoções e sentimentos, caracterizado pelas lembranças dos personagens, que são reveladas por momentos imprecisos, fundindo-se em presente, passado e futuro, o tempo retrata o momento em que ocorrem os fatos (manhã, tarde, noite, na primavera, em dia chuvoso, em um dia feliz ou triste, uma manhã de domingo etc). - Espaço É o lugar onde os fatos acontecem. Algumas vezes é apenas sugerido no intuito de aguçar a mente do leitor, outras é perfeitamente definido para caracterizar os personagens de forma contundente. Dependendo do enredo, a caracterização do mesmo torna-se de fundamental importância como, por exemplo, nos romances regionalistas. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 72 - Narrador Tecnicamente, podemos dizer que se pode narrar um mesmo fato de maneiras diferentes. O ponto de vista de quem narra pode mudar a narrativa. Geralmente, se resumem em três as possibilidades: a) Narrador observador: * Ele revela ao leitor somente os fatos que consegue observar. * Usa a 3ª pessoa. * Não é personagem, não participa da história. * Sua visão é limitada àquilo que consegue observar. b) Narrador onisciente: * O narrador não apenas observa, mas conhece TUDO sobre a história, até o pensamento dos personagens. * Usa a 3ª pessoa. * Não é personagem, não participa da história. * Sua visão é multilateral, conhece todos os lados da história. * Algumas vezes, limita-se a observar os fatos de forma objetiva, em outras, emite opiniões e julgamento de valor acerca do assunto. c) Narrador personagem: * O narrador é também personagem (principal ou secundário) da história narrada. * Usa a 1ª pessoa. * Possui uma visão limitada dos fatos, pois está vendo sob o seu ponto de vista. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 72 - Enredo É o conjunto de fatos que constituem a ação da narrativa. Todo enredo é composto por um conflito vivido por um ou mais personagens cujo foco principal é prender a atenção do leitor por meio de um clima de tensão que se organiza em torno dos fatos e os faz avançar. Geralmente, o conflito determina as partes do enredo, representadas por: * Introdução – É o começo da história no qual se apresentam os fatos iniciais, os personagens, e, às vezes, o tempo e o espaço. * Complicação – É a parte em que se desenvolve o conflito. * Clímax – Figura-se como o ponto culminante de toda a trama, revelado pelo momento de maior tensão. É a parte em que o conflito atinge seu ápice. * Conclusão ou desfecho – É a solução do conflito instaurado, podendo apresentar final trágico, cômico, triste ou até mesmo surpreendente. Tudo irá depender da decisão imposta pelo narrador. - Discurso É o procedimento do narrador ao reproduzir as falas ou o pensamento das personagens. Há três tipos de discurso: a) direto: neste caso, o narrador, após introduzir os personagens, faz com que eles reproduzam a fala e o pensamento por si mesmos, de modo direto, utilizando o diálogo. Exemplo: Baiano velho perguntou para o rapaz: —O jornal não dá nada sobre a sucessão presidencial? 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 72 b) indireto: neste tipo de discurso, não há diálogo; o narrador não põe as personagens a falar e a pensar diretamente, mas ele faz-se o intérprete delas, transmitindo o que disseram ou pensaram, sem reproduzir o discurso que elas teriam empregado. Exemplo: Baiano velho perguntou para o rapaz se o jornal não tinha dado nada sobre a sucessão presidencial. c) indireto livre: consiste na fusão entre narrador e personagem, isto é, a fala do personagem insere-se no discurso do narrador, sem o emprego dos verbos de elocução (como dizer, afirmar, perguntar, responder, pedir e exclamar). Exemplo: Agora (Fabiano) queria entender-se com Sinhá Vitória a respeito da educação dos pequenos. E eles estavam perguntadores, insuportáveis. Fabiano dava-se bem com a ignorância. Tinha o direito de saber? Tinha? Não tinha. - Linguagem e estilo É a vestimenta com que o autor reveste seu discurso, nas falas, nas descrições, nas narrações, nos diálogos, nas dissertações ou nos monólogos. Narração objetiva X Narração subjetiva Objetiva - apenas informa os fatos, sem se deixar envolver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho impessoal e direto. Subjetiva - leva-se em conta as emoções, os sentimentos envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos que os acontecimentos desencadeiam nos personagens. Observação - o fato de um narrador de 1ª pessoa envolver-se emocionalmente com mais facilidade na história não significa que a narração subjetiva requeira sempre um narrador em 1ª pessoa ou vice-versa. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 72 Nos comentários dos exercícios, irei falar um pouco de cada gênero textual que for aparecendo nas questões. TIPO DESCRIÇÃO Podemos descrever uma pessoa, um lugar, um objeto, mas isso requer uma cuidadosa observação a fim de tornar sua descrição o retrato fiel do elemento descrito. Não se trata de enumerar uma série de características, mas transmitir sensações, sentimento, aromas. Existem duas possibilidadesde descrição: a) Descrição objetiva: quando o objeto, o ser, a cena são apresentados no seu sentido real. Exemplo: "Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70kg. Aparência atlética, ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos". b) Descrição subjetiva: quando há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são apresentados em sentido figurado. Exemplo: "Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei..." ("O Ateneu", Raul Pompéia) Características da descrição: a) Presença de substantivos e adjetivos. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 72 O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do sol. b) Frases curtas dão um tom de rapidez ao texto. Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito crente. c) Sensibilidade para combinar e transmitir sensações físicas (cores, formas, sons, gestos, odores) e psicológicas (impressões subjetivas, comportamentos). d) Verbos de estado (ser, estar) e) Linguagem metafórica (linguagem usada em sentido figurado) Exemplos de textos descritivos: Darcy Ribeiro (fragmento) Um dos mais brilhantes cidadãos brasileiros, Darcy Ribeiro provou ao mundo que um homem de nada mais precisa além da coragem e da força de vontade para modificar aquilo que, por covardia, simplesmente ignoramos. Ouvi- lo, mesmo que por alguns instantes, nos levava a conhecer sua sabedoria e simplicidade, era um verdadeiro intelectual cuja convivência com os índios o fez adquirir invejável formação humanística. Darcy tinha a pele clara, olhos negros e curiosos, lábios finos e trazia em seu rosto marcas de quem já deixou sua marca na história, as quais harmoniosamente faziam-lhe inspirar profunda confiança. Apesar de diabético e lutar contra dois cânceres, não fez disso desculpa para o comodismo ante os seus ideais maiores, ele sabia o que queria, e não mediu esforço para conseguir. Clarinete (fragmento) Um elemento clássico e imprescindível num concerto, o clarinete, com seu timbre aveludado, é o instrumento de sopro de maior extensão sonora, pelo que ocupa na banda de música o lugar do violino na orquestra. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 72 O clarinete que possuo foi obtido após o meu nascimento, doado como presente de aniversário por meu bisavô, um velho músico, do qual carrego o nome sem tê-lo conhecido. O clarinete é feito de madeira, possui um tubo predominantemente cilíndrico formado por cinco partes dependentes entre si, em cujo encaixe prevalece a cortiça, além das chaves e anéis de junção das partes, de meta. Sua embocadura é de marfim com dois parafusos de regulagem, os quais fixam a palheta bucal. Sua cor é confundivelmente marrom, havendo partes em que se encontra urna sensível passagem entre o castanho-claro e o escuro. Possuindo cerca de oitenta centímetros e pesando aproximadamente quatrocentos gramas, é facilmente desmontável, o que lhe confere a propriedade de caber numa caixinha de quarenta e cinco centímetros de comprimento e dez de largura... Descrição x Narração: Esses dois tipos textuais misturam-se muito comumente em vários textos. Em um dado momento da narração de uma história, é preciso parar e descrever o ambiente, os personagens, as sensações para que a história possa ser visualizada na mente do leitor. Na leitura de um romance, não temos contato com a cena representada, como temos ao assistir a um filme ou a uma novela televisiva, o que temos na leitura é apenas a descrição que o autor faz do entorno do enredo, assim podemos visualizá-lo mentalmente. Quanto mais rica a descrição dentro de uma narração, mais rico será o texto! O grande Machado de Assis era mestre nisso, em sua prosa: Chegando à rua, arrependi-me de ter saído. A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós. Cinquenta e cinco anos, que pareciam quarenta, macia, risonha, vestígios de beleza, porte elegante e maneiras finas. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 72 Não falava muito nem sempre; possuía a grande arte de escutar os outros, espiando-os; reclinava-se então na cadeira, desembainhava um olhar afiado e comprido, e deixava-se estar. Os outros, não sabendo o que era, falavam, olhavam, gesticulavam, ao tempo em que ela olhava só, ora fixa, ora móbil, levando a astúcia ao ponto de olhar às vezes para dentro de si, porque deixava cair as pálpebras; mas, como as pestanas eram rótulas, o olhar continuava o seu ofício, remexendo a alma e a vida dos outros. O autor parou a sua narrativa para nos dar de presente essa descrição mais minuciosa do personagem. Como no exemplo dado, Machado nos chama a conhecer traços psicológicos descritos por ele sobre a baronesa. A descrição também costuma aparecer em textos narrativos jornalísticos, como em notícias. A maior diferença entre descrição e narração é o TEMPO. Na narração, temos o tempo como elemento da narrativa, podendo ser cronológico ou psicológico. Já na descrição, não existe passagem de tempo, descreve-se o elemento apenas em um determinado momento. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 72 TIPOLOGIA TEXTUAL Para cada objetivo comunicativo, escolhemos um tipo textual para nos representar! Para contar um caso, escolhemos o tipo narrativo, colocamos um pouco de descrição dos lugares e dos personagens para o enredo ficar mais real! Para defender uma opinião, escolhemos o argumentativo. É assim que “brincamos” com a linguagem! Vimos que cada tipo textual possui suas características específicas e os gêneros que deles fazem parte! Agora vamos praticar tudo aquilo que aprendemos!! Então, alunos, tudo certo até aqui? Um pouco confuso? Espero que não! Mas, caso esteja, vamos ver como toda essa teoria tem vindo nas provas?!?!? Não fiquem apavorados! Vamos ver vários exemplos nas questões a seguir. Vamos praticar! 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 72 Internet e a importância da imprensa Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede. É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes censuradassão agora publicadas na rede etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais participativo, mais livre. O que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais minoritária que seja a minha posição. O risco está em que é muito fácil aderir ao seu “clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que desemboca no fanatismo e no extremismo. Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim... 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 72 A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate. Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se publica, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido. A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede. Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos. No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte. O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso, todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio. (CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.) 01. (PRODAM/AM – 2014 – Analista de Contabilidade – FUNCAB) Pelas características de organização do discurso, a respeito do texto pode- se afirmar que se trata de uma: 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 72 a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção de informar ou esclarecer. b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens, numa relação temporal de anterioridade e posterioridade. c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão. d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo de adjetivos. e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com verbos no modo imperativo. Comentário: o texto acima defende a ideia de que imprensa e internet devem caminhar juntas, argumentando que a imprensa não deve ser sucumbida pela internet e sinalizando motivos cabíveis para que isso não aconteça. Sendo assim, o texto é uma dissertação argumentativa. A alternativa correta é a letra C. Gabarito: C 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 72 02. (ANS – 2013 – Atividade Téc. De suporte – Direito – FUNCAB) Qual a tipologia do texto de Mário Cesar Carvalho? a) Dissertação objetiva. b) Descrição. c) Narração descritiva. d) Dissertação com fortes traços narrativos. e) Narração com alguns traços argumentativos 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 72 Comentário: o autor apresenta argumentos sobre o uso do cigarro, utilizando estatísticas e informações científicas, e os motivos para esse ser um vício em todo o mundo. Para convencer o leitor de sua tese, ele usou esses argumentos de forma clara e objetiva. Trata-se, então, de uma dissertação objetiva. Resposta correta letra A. Gabarito: A 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 72 03. (SEE-AC – 2010 – Professor – FUNCAB) Pelas características funcionais e organizacionais, o texto pode ser classificado como: a) narração descritiva. b) epistolar subjetivo. c) descrição científica. d) argumentação opinativa. e) relato histórico. Comentário: o texto é baseado na opinião do autor sobre a linguagem certa ou errada. Ele argumenta que não há a linguagem certa. Ao se colocar em primeira pessoa: “Pasmo fico”, no segundo parágrafo, ou “Acredito que”, no penúltimo, ele se identifica no texto, o que nos leva a afirmar que estamos diante de um texto de argumentação opinativa. Gabarito: D 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 72 Leia o texto abaixo e responda à questão propostas Temos, sem dúvida, sérios problemas de discriminação e exclusão na sociedade brasileira, que se refletem também nas universidades. Mas frequentemente parece que eles são abordados de forma desfocada. A composição racial da sociedade brasileira tem forte presença de negros, pardos e minorias. Diz-se que esse perfil não se repete na universidade. Mas porque razão a composição geral da sociedade deve se repetir em seus contextos e recortes específicos? Ela se repete em times de futebol ou na seleção brasileira? Se acreditarmos que o perfil étnico ou econômico do conjunto da população seja, ou deva ser, uma “invariante social”, repetindo-se em qualquer recorte ou subgrupo, a consequência óbvia disso é a generalização da prática de cotas. Além de cotas no vestibular, em breve teremos propostas de cotas de formatura, para compensar injustiças e discriminações ocorridas ao longo do curso. Em seguida, cotas para times de futebol, cotas para funcionários das empresas, cotas para sócios de clubes, cotas para academias de ginástica, cotas para fieis decada religião e culto e por aí vai. A grande injustiça é ver a quantidade de pessoas, especialmente os jovens inteligentes e esforçados, sendo impedidas de se desenvolver. Não é dada a elas a oportunidade de aprender a crescer, por causa de uma educação pública básica e média medíocres. Esse é o problema real. O contrário do racismo e da discriminação social não é uma “discriminação positiva”, mas sim a ausência dessas classificações. Qualquer solução que envolva critérios de raça ou pobreza não contribui para eliminar a discriminação. Pelo contrário, reafirma, reforça e pereniza esses conceitos básicos dos mecanismos de exclusão. Nesse cenário de sequestro de oportunidades, há um grupo de jovens mais velhos que já foi prejudicado pelas péssimas escolas públicas. E há outro grupo, bem maior, das crianças que ainda enfrentarão o problema. Para as pessoas já 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 72 prejudicadas, as cotas são um mecanismo compensatório, que pode reduzir, mas não eliminar, o prejuízo. Se houver uma proposta cujo cerne seja a melhoria efetiva do atual ensino público de primeiro e segundo grau, com parâmetros objetivos e seguindo modelos que comprovadamente já deram excelentes resultados em várias partes do mundo, e que parte dessa proposta seja um sistema de cotas, emergencial e provisório (com prazo limitado), visando apenas aquela população que já foi prejudicada, essa proposta merece não apenas a nossa aprovação, mas também o nosso aplauso Já uma proposta que contemple apenas a questão das cotas de forma isolada ou é ingênua ou é demagógica. Anestesia as consciências, acomoda as queixas, reduz as pressões – é a solução mais fácil e barata para os governantes. Mas mantém a condenação de milhões de crianças a precisar de cotas no futuro, sempre em ciclos sem fim, sequestrando suas oportunidades e seus sonhos. […] SALVAGNI, Ronaldo de Breyne. Folha de São Paulo, 07/ 04 /2013. 04. (ANS – 2013 – Atividade Téc. De suporte – Direito – FUNCAB) A argumentação desenvolvida ao longo do texto está orientada no sentido de persuadir o leitor a concluir que, no Brasil: a) a injustiça social na educação corrige-se com a melhoria do ensino público de primeiro e segundo graus, não com a instituição de um sistema de cotas para o vestibular. b) o racismo e a discriminação social constituem uma realidade, o que justifica o sistema de cotas estabelecido pelo governo para o acesso às universidades. c) um sistema de cotas voltado apenas para os jovens já prejudicados pelas péssimas escolas públicas é a solução para acabar com a injustiça no ensino. d) a proposta de um sistema de cotas para ingresso nas universidades é obra de governantes que não admitem o fato de pobres crescerem na vida. e) em breve teremos a generalização da prática de cotas, o que tornará o vestibular praticamente dispensável como forma de acesso à universidade. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 72 Comentário: o autor do texto expõe a sua tese logo no início do texto: “Temos, sem dúvida, sérios problemas de discriminação e exclusão na sociedade brasileira, que se refletem também nas universidades. Mas frequentemente parece que eles são abordados de forma desfocada”, primeiro foi constatado um fato (reais problemas de discriminação e exclusão) com forte marca de opinião do emissor em “sem dúvida”, em seguida vem a tese a ser defendida de que a discriminação e a exclusão estão sendo tratados superficialmente. Salvagni deixa claro por meio da argumentação que o sistema de cotas não é eficaz e segrega ainda mais, o ideal é a melhoria profunda do ensino público escolar, assim como demonstra a alternativa A. Mararei em vermelho o que está errado ou inadequado nas outras alternativas: b) o racismo e a discriminação social constituem uma realidade, o que justifica o sistema de cotas estabelecido pelo governo para o acesso às universidades. c) um sistema de cotas voltado apenas para os jovens já prejudicados pelas péssimas escolas públicas é a solução para acabar com a injustiça no ensino. d) a proposta de um sistema de cotas para ingresso nas universidades é obra de governantes que não admitem o fato de pobres crescerem na vida. e) em breve teremos a generalização da prática de cotas, o que tornará o vestibular praticamente dispensável como forma de acesso à universidade. GABARITO: A Observe a charge a seguir. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 72 05. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) Sobre a charge, assinale a opção que indica a leitura inadequada. (A) A imagem do chão seco intensifica a seca. (B) O único pingo d’água indica falta de água. (C) A gota de água também pode indicar uma lágrima. (D) A ausência de água na torneira é uma crítica às autoridades. (E) A cor clara do céu mostra a presença do sol intenso. Comentário: a charge faz uma crítica ao desperdício de água, o que leva à falta dela. Tal crítica não está direcionada a ninguém ou ao governo de maneira específica, mas a todos que contribuem para esse quadro de seca. Sendo assim, a alternativa D está incorreta. GABARITO: D Texto 2 - “A saga do rapto de Helena e a subsequente Guerra de Troia continuam sendo um dos melhores exemplos dos perigos da luxúria. No todo, a história sugere quão imprudente é para um hóspede na casa de um homem levar 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 72 consigo, ao partir, a esposa do anfitrião. Acrescentamos a esse erro crasso a dupla idiotice da raiva e da inveja, agravadas quando o marido abandonado, Menelau, insistiu nos direitos de um velho tratado e arrastou todo o seu reino e os dos vizinhos em missão de vingança. Muitos deles demoraram quase vinte anos na guerra e no retorno, para não falar na maioria que morreu, deixando os lares e as famílias no desamparo e na ruína – mal sobrevivendo, sugerem os registros, a assédios diversos e a desastres naturais.” (Menelau e a esposa perdida, Stephen Weir) 06. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) O erro histórico aludido nesse texto 2 inclui um conjunto de defeitos humanos; aquele que está caracterizado de forma imperfeita, por NÃO fazer parte do texto, é: (A) a imprudência do hóspede, que sequestrou a mulher de Menelau; (B) o espírito de vingança de Menelau, que arrastou os reinos gregos para a Guerra de Troia; (C) a irresponsabilidade de alguns heróis, que deixaram suas famílias ao desamparo; (D) a raiva e a inveja do marido traído, que provocou o conflito entre gregos e troianos; (E) a beleza de Helena, que seduziu o hóspede do marido. Comentário: o conjunto de defeitos humanos, citados no texto, inclui luxúria, imprudência, raiva, inveja, desejo de vingança. Observe que não inclui a beleza de Helena. Sendo assim, a alternativa é está incorreta. “A saga do rapto de Helena e a subsequente Guerra de Troia continuam sendo um dos melhores exemplos dos perigos da luxúria. No todo, a história sugere quão imprudente é para um hóspede na casa de um homem levar consigo, ao partir, a esposa do anfitrião. Acrescentamos a esse erro crasso a dupla idiotice da raiva e da inveja, agravadasquando o marido abandonado, Menelau, insistiu nos direitos de um velho tratado e arrastou todo o seu reino e os dos vizinhos em missão de vingança”. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 72 GABARITO: E Texto para as próximas três questões. Texto 4 – “O caminho para baixo era estreito e íngreme, e tanto os homens quanto os animais não sabiam onde estavam pisando, por causa da neve; todos os que saíam da trilha ou tropeçavam em algo perdiam o equilíbrio e despencavam no precipício. A esses perigos eles resistiam, pois àquela altura já se haviam acostumado a tais infortúnios, mas, por fim, chegaram a um lugar onde o caminho era estreito demais para os elefantes e até para os animais de carga. Uma avalanche anterior já havia arrastado cerca de trezentos metros da encosta, ao passo que outra, mais recente, agravara ainda mais a situação. A essa altura, os soldados mais uma vez perderam a calma e quase caíram em desespero.” (Políbio, Histórias) 07. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) Esse texto 4 fala de um outro erro histórico, cometido por Aníbal, general de Cartago, que pretendeu chegar a Roma atravessando os Alpes durante o inverno. Entre as razões abaixo, aquela que NÃO deve ser vista como causa dos problemas enfrentados pelo exército de Aníbal é: (A) a estreiteza do caminho nas montanhas; (B) a não identificação do traçado dos caminhos; (C) a grande altura por que passavam as tropas; (D) a existência comum de avalanches; (E) o nervosismo e o desespero dos soldados. Comentário: a única alternativa que traz uma situação que não pode ser vista, segundo o texto, como a causa dos problemas enfrentados pelo exército de Aníbal é a E, pois o nervosismo e o desespero dos saudados foi o resultado 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 72 de uma sucessão de problemas, os quais estão relacionados nas alternativas A, B, C e D. GABARITO: E 08. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) “pois àquela altura já se haviam acostumado a tais infortúnios”; O termo “àquela altura” se refere: (A) ao momento por que passavam; (B) à altitude das montanhas; (C) à dimensão dos caminhos; (D) ao modo por que atravessavam os caminhos; (E) à consequência dos fatos anteriores. Comentário: a expressão “àquela altura” não significa, no contexto em análise, lugar alto, altitude ou dimensão, mas refere-se ao momento grave que estavam vivendo. GABARITO: A 09. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) Duas formas verbais sucessivas do texto 4 que mostram sucessão cronológica de ações são: (A) sabiam / estavam pisando; (B) saíam / tropeçavam; (C) perdiam / despencavam; (D) resistiam / haviam acostumado; (E) chegaram / era. Comentário: os verbos “perdiam” e “despencavam” estão em sucessão cronológica, pois, no texto, primeiro os homens perdiam o equilíbrio, depois despencavam no precipício: “todos os que saíam da trilha ou tropeçavam em algo perdiam o equilíbrio e despencavam no precipício” GABARITO: C 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 72 “Anúncio: Meu amigo, sente-se cansado, abatido, desmoralizado, com a consciência de que a vida não vale nada? Acha permanentemente que a vida perdeu todos os seus valores, que não há mais ética, conceitos estéticos, nenhum objetivo mais profundo e mais humano a atingir? Sua vista está obnubilada por uma permanente poluição visual? O mundo não passa de uma comercialização a qualquer preço? Não desespere: Telefone-nos imediatamente e destruiremos logo o seu aparelho de televisão. Já! Grátis: Sem televisão você será um homem inteiramente novo. Sem televisão você voltará a ver a vida como ela é.” (Millôr Fernandes, Definitivo, Porto Alegre, LP&M, 1994) 10. (SSP-AM – 2015 – Técnico de Nível superior – FGV) A marca predominante do texto publicitário que se encontra presente no texto 1 é: a) a tentativa de convencimento do leitor; b) a tendência ao emprego de linguagem coloquial; c) a intenção clara de iludir o leitor; d) o tratamento do leitor como alguém a ser instruído; e) a visão positiva do mundo. Comentário: O autor busca convencer o leitor sobre o baixo nível dos programas de televisão e faz isso através da função apelativa com linguagem injuntiva (instrucional), buscando, assim, convencer o leitor. GABARITO: A Texto 1 – “A história está repleta de erros memoráveis. Muitos foram cometidos por pessoas bem-intencionadas que simplesmente tomaram decisões equivocadas e acabaram sendo responsáveis por grandes tragédias. Outros, gerados por indivíduos motivados por ganância e poder, resultaram de escolhas egoístas e provocaram catástrofes igualmente terríveis.” (As piores decisões da história, Stephen Weir) 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 72 11. (TJ/BA – 2015 - Analista Judiciário – FGV) primeira frase do texto 1, no desenvolvimento desse texto, desempenha o seguinte papel: a) aborda o tema de “erros memoráveis”, que são enumerados nos períodos seguintes; b) introduz um assunto, que é subdividido no restante do texto; c) mostra a causa de algo cujas consequências são indicadas a seguir; d) denuncia a história como uma sequência de erros cometidos por razões explicitadas a seguir; e) faz uma afirmação que é comprovada pelas exemplificações seguintes. Comentário: vamos analisar as alternativas: A) aborda o tema de “erros memoráveis”, que são enumerados nos períodos seguintes; - ERRADO - Os erros em si não são abordados. B) introduz um assunto, que é subdividido no restante do texto; - CORRETO!! O texto é dividido em três períodos. Um ele introduz o tema, que é dividido em dois períodos de motivos. C) mostra a causa de algo cujas consequências são indicadas a seguir; - ERRADO - O Contrário. Mostra a consequência no primeiro período, depois as causas. D) denuncia a história como uma sequência de erros cometidos por razões explicitadas a seguir; - ERRADO - Não há sequência de erros. Há um tipo de erro cometido por pessoas bens intencionadas e outro tipo de erro cometido por pessoas mal intencionadas. E) faz uma afirmação que é comprovada pelas exemplificações seguintes. – ERRADO - Não há exemplificações, mas uma argumentação a partir de uma análise crítica. GABARITO: B Texto para as próximas cinco questões. CONSTRUIR A REALIDADE 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 72 José Antonio Marina Todos queremos viver em liberdade e procuramos construir caminhos para alcançar esse propósito. Se um problema atravessa nossas vidas, nos sentimos impossibilitados de estar plenamente livres, pois há limitações e dificuldades de atuar. Ficamos em uma rua sem saída. Felizmente, a inteligência nos permite encontrar soluções e nos possibilita criar alternativas. O pensamento liberta! Não nos contentamos em conhecer, não nos basta possuir, não somos seres passivos. Nossos projetos buscam conectar-se à realidade e ampliá-la.Por exemplo, milhares de pessoas leem livros de autoajuda, pois desejam mudar sua própria realidade, ainda que os resultados sejam pequenos. Então, por que continuam lendo? Porque a simples ideia de que “se pode” mudar enche o coração de esperança. Em muitas ocasiões, nos sentimos presos à realidade, sem poder agir, limitados pelas contingências da vida. Felizmente, a inteligência nos diz que, dentro de certos limites - a morte é um deles -, a realidade não está totalmente decidida; está esperando que acabemos de defini-la. A realidade não é bela nem feia, nem justa nem injusta, nem exultante nem deprimente, não há maniqueísmo. A vida é um conjunto de possibilidades que devem ser construídas. Por isso, nada é definitivo, tudo está por vir. As coisas adquirem propriedades novas quando vamos em direção a elas com novos projetos. Observemos essa explosão do real em múltiplas possibilidades. Cada coisa é uma fonte de ocorrências, cada ponto se converte na intersecção de infinitas retas, ou de infinitos caminhos. Cada vez mais se desfazem os limites entre o natural e o artificial. 4 12. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) “procuramos construir caminhos para alcançar esse propósito”; a forma adequada da transformação da oração reduzida sublinhada em oração desenvolvida é: a) para o alcance desse propósito; b) para que alcançássemos esse propósito; 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 72 c) para alcançarmos esse propósito; d) para que alcancemos esse propósito; e) para que esse propósito fosse alcançado. Comentário: Para desenvolver as orações reduzidas, basta conjugar o verbo (que está numa forma nominal) e inserir conector: [...] para que (conector) alcancemos (verbo conjugado) esse propósito. GABARITO: D 13. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) Ao dizer que “Ficamos em uma rua sem saída”, no final do primeiro parágrafo, o autor do texto 1 se refere: a) à demorada procura da solução de um problema; b) ao surgimento de um problema em nosso caminho; c) à incapacidade de agirmos livremente; d) ao encontro de limitações e dificuldades; e) à possibilidade de descobrir um caminho. Comentário: vamos analisar: um problema atravessa nossas vidas --- nos sentimos impossibilitados de estar plenamente livres, ok, por quê? >>>>>>>há limitações e dificuldades que nos levam a uma rua sem saída! Sendo assim, a alternativa D está correta, pois ficar em uma rua sem saída é o mesmo que ir ao encontro do que nos limita! GABARITO: D 14. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) A inversão de termos em uma das frases desse primeiro parágrafo do texto 1 que se torna inadequada por modificar o sentido original é: a) todos queremos viver em liberdade / todos queremos em liberdade viver; b) procuramos construir caminhos para alcançar esse propósito / para alcançar esse propósito procuramos construir caminhos; 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 72 c) se um problema atravessa nossas vidas / se um problema nossas vidas atravessa; d) nos sentimos impossibilitados / sentimo-nos impossibilitados; e) ficamos em uma rua sem saída / ficamos sem saída em uma rua. Comentário: atenção para a seguinte análise: A - NÃO MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - queremos o quê? - viver em liberdade/em liberdade viver B - NÃO MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - procuramos construir o quê? - caminhos; com que finalidade? - para alcançar esse propósito C - NÃO MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - quem atravessa? - um problema D - NÃO MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - não ocorre inversão; há apenas uma contração do pronome oblíquo nos E - MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - ficamos onde? - em uma rua; como era a rua? - sem saída / como ficamos? - sem saída; onde? - em uma rua GABARITO: E 15. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) “As coisas adquirem propriedades novas quando vamos em direção a elas com novos projetos”; o termo que equivale exatamente ao segmento sublinhado é: a) ao encontro delas; b) de encontro a elas; c) junto delas; d) em companhia delas; e) contra elas. Comentário: Ao encontro de: tem significado de “estar de acordo com”, “em direção a”, “favorável a”, “para junto de”. De encontro a: tem significado de “contra”, “em oposição a”, “para chocar-se com”. Logo, Ao encontro de é uma expressão usada para indicar concordância, enquanto De encontro a, é uma expressão usada para indicar discordância, ou seja, as locuções tem significado 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 72 totalmente opostos. Sendo assim, a opção adequada para a resposta é a alternativa A. GABARITO: A 16. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) O título dado ao texto 1 é “construir a realidade”; o segmento do texto que se liga diretamente a esse título é: a) “O pensamento liberta!”; b) “Por exemplo, milhares de pessoas leem livros de autoajuda”; c) “Em muitas ocasiões, nos sentimos presos à realidade”; d) “A vida é um conjunto de possibilidades”; e) “Nossos projetos buscam conectar-se à realidade”. Comentário: trata-se de um texto bem subjetivo, isso dificulta a interpretação, mas a correta é a alternativa D, pois “.....a realidade não está totalmente decidida; está esperando que acabemos de defini-la”.(parágrafo 3). Entende-se que a vida é um conjunto de possibilidades que nós devemos usar para construir a nossa realidade. GABARITO: D TEXTO 2 – A REALIDADE PERCEBIDA PELOS ANIMAIS É difícil imaginar como pode ser o mundo de um animal considerando que não só sua inteligência, mas também seus sistemas sensoriais são diferentes dos nossos. Todavia, os animais captam estímulos que nós não captamos. O ornitorrinco, por exemplo, percebe com seu bico, parecido com o dos patos, as descargas elétricas produzidas pelos camarões, a um metro de distância. As abelhas percebem as alterações elétricas causadas por uma tempestade distante e voltam para a colmeia; as serpentes detectam o calor de suas vítimas; os morcegos percebem o eco dos sons que lançam. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 72 O biólogo alemão von Uexküll assinalou que cada espécie animal vive em um mundo próprio, ao que chamou Umwelt. 17. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) Os exemplos dos animais citados no texto 2 servem para mostrar que os animais: a) são diferentes de nós; b) também possuem inteligência; c) captam estímulos que nós não captamos; d) podem ouvir mais do que os humanos; e) vivem num mundo equilibrado. Comentário: a resposta para essa questão está explicitada no texto! Vejam: “os animais captam estímulos que nós não captamos”, depois desse trecho vem os exemplos de animais usados para confirmar o que foi dito: “O ornitorrinco, por exemplo, percebe com seu bico, parecido com o dos patos,...”. Sendo assim, alternativa correta é a C. GABARITO: C A maçã não tem culpa Pela lenda judaico-cristã, o homem nasceu em inocência. Mas a perdeu quando quis conhecer o bem e o mal. Há uma distorção generalizada considerando que o pecado original foi um ato sexual, e a maçã ficou sendo um símbolode sexo. Quando ocorreu o episódio narrado na Bíblia, Adão e Eva já tinham filhos pelos métodos que adotamos até hoje. Não usaram proveta nem recorreram à sapiência técnica e científica do ex-doutor Abdelmassih. Numa palavra, procederam dentro do princípio estabelecido pelo próprio Senhor: “Crescei e 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 72 multiplicaivos". O pecado foi cometido quando não se submeteram à condição humana e tentaram ser iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal. A folha de parreira foi a primeira escamoteação da raça humana. Criado diretamente por Deus ou evoluído do macaco, como Darwin sugeriu, o homem teria sido feito para viver num paraíso, em permanente estado de graça. Nas religiões orientais, creio eu, mesmo sem ser entendido no assunto (confesso que não sou entendido em nenhum assunto), o homem, criado ou evoluído, ainda vive numa fase anterior ao pecado dito original. Na medida em que se interioriza pela meditação, deixando a barba crescer ou tomando banho no Ganges, o homem busca a si mesmo dentro do universo físico e espiritual. Quando atinge o nirvana, lendo a obra completa do meu amigo Paulo Coelho, ele vive uma situação de felicidade, num paraíso possível. Adão e Eva, com sua imensa prole, poderiam ter continuado no Éden se não tivessem cometido o pecado. A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com isso. Repito: o pecado original não foi o sexo, o ato do sexo, prescrito pelo próprio latifundiário, dono de todas as terras e de todos os mares. A responsabilidade pelo pecado foi a soberba do homem em ter uma sabedoria igual à de seu Criador. (Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo) 18. (PROCEMPA – 2014 – Analista em TI – FGV) Apesar de publicado em um jornal, o texto I deve ser classificado como a) dissertativo-argumentativo. b) narrativo-histórico. c) teórico-religioso. d) lírico-poético. e) dissertativo-expositivo. Comentário: O texto em questão é Dissertativo-Argumentativo. Esse tipo de texto é baseado na defesa de uma ideia por meio de argumentos e explicações, a partir de um determinado tema ou assunto. Portanto, trata-se de 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 72 um texto opinativo cujo objetivo central reside na formação de opinião do leitor, ou seja, caracteriza-se por tentar convencer ou persuadir o interlocutor. Não obstante, o texto é dissertativo pois propõe expor ideias sobre determinado tema; e também argumentativo, porque utiliza de estratégias argumentativas para produzi-lo. GABARITO: A 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 72 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 72 19. (SUSAM – 2014 – Advogado – FGV) Estruturalmente falando, a declaração do Papa, colocada ao início do texto, fun ciona como a) uma afirmativa da qual se vão destacar os pontos positivos e negativos. b) uma alusão a um tema que vai ser mais amplamente explorado no texto. c) uma referência para a discussão do papel da Igreja no mundo moderno. d) uma introdução que limita a discussão aos muros da própria Igreja. e) um tópico que indica a contradição da Igreja, objeto do texto. Comentário: o autor começa o texto fazendo uma alusão àquilo que será em seguida. A alusão é uma figura de linguagem e faz parte da intertextualidade. Consiste em uma comunicação sutil entre os textos, na qual se nota apenas uma leve menção a um outro texto ou a um componente dele. Diante disso, podemos dizer que, conforme a declaração do Papa, depreende-se que ele apenas suscitou o tema da homossexualidade de forma discreta e não incisiva, mas que ainda assim suscitou diversos posicionamentos que foram explorados ao longo do texto. GABARITO: B Brasileiro, Homem do Amanhã (Paulo Mendes Campos) Há em nosso povo duas constantes que nos induzem a sustentar que o Brasil é o único país brasileiro de todo o mundo. Brasileiro até demais. Colunas da brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar um jeito; a capacidade de adiar. A primeira é ainda escassamente conhecida, e nada compreendida, no Exterior; a segunda, no entanto, já anda bastante divulgada lá fora, sem que, direta ou sistematicamente, o corpo diplomático contribua para isso. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 72 Aquilo que Oscar Wilde e Mark Twain diziam apenas por humorismo (nunca se fazer amanhã aquilo que se pode fazer depois de amanhã), não é no Brasil uma deliberada norma de conduta, uma diretriz fundamental. Não, é mais, é bem mais forte do que qualquer princípio da vontade: é um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e surpreendente raça brasileira. Para o brasileiro, os atos fundamentais da existência são: nascimento, reprodução, procrastinação e morte (esta última, se possível, também adiada). Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório, do mesmo modo que protegemos os olhos com a mão ao surgir na nossa frente um foco luminoso intenso. A coisa deu em reflexo condicionado: proposto qualquer problema a um brasileiro, ele reage de pronto com as palavras: logo à tarde, só à noite; amanhã; segunda-feira; depois do Carnaval; no ano que vem. Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas tantas vezes se desemparelham. Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as férias, a reforma agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita de pêsames, o conserto do automóvel, o concerto de Beethoven, o túnel para Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a China, tudo. Até o amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre nós. Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil. Quanto à morte não devem ser esquecidos dois poemas típicos do Romantismo: na Canção do Exílio, Gonçalves Dias roga a Deus não permitir que morra sem que volte para lá, isto é, para cá. Já Álvares de Azevedo tem aquele famoso poema cujo refrão é sintomaticamente brasileiro: “Se eu morresse amanhã!”. Como se vê, nem os românticos aceitavam morrer hoje, postulando a Deus prazos mais confortáveis. Sim, adiamos por força dum incoercível destino nacional, do mesmo modo que, por obra do fado, o francês poupa dinheiro, o inglês confia no Times, o português adora bacalhau, o alemão trabalha com um furor disciplinado, o 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 72 espanhol se excita com a morte, o japonês esconde o pensamento, o americano escolhe sempre a gravata mais colorida. O brasileiro adia, logo existe. A divulgação dessa nossa capacidade autóctone para a incessante delonga transpõe as fronteiras e o Atlântico. Averdade é que já está nos manuais. Ainda há pouco, lendo um livro francês sobre o Brasil, incluído numa coleção quase didática de viagens, encontrei no fim do volume algumas informações essenciais sobre nós e sobre a nossa terra. Entre poucos endereços de embaixadas e consulados, estatísticas, indicações culinárias, o autor intercalou o seguinte tópico: Palavras Hier: ontem Aujourd’hui: hoje Demain: amanhã A única palavra importante é “amanhã”. Ora, este francês astuto agarrou-nos pela perna. O resto eu adio para a semana que vem. 20. (FUNARTE – 2014 – Contador – FGV) Sobre a organização desse texto, pode-se afirmar que sua estrutura: a) se organiza a partir das duas marcas de brasilidade apontadas, embora somente uma delas seja explorada de forma sociologicamente séria; b) destaca, entre outras, duas marcas do brasileiro moderno, valorizando mesmo os aspectos negativos nelas contidos; c) cita, no título da crônica, uma marca de nossa brasilidade, que é indicada como a marca exclusiva de nosso modo de ver a vida; d) alude a duas marcas de brasilidade, mas destaca apenas uma delas, por ser aquela que faz parte de nossos movimentos literários; e) concentra atenção numa das duas marcas apontadas inicialmente, atribuindo à outra extensão textual e importância reduzida. 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 72 Comentário: vamos analisar as alternativas para encontrarmos o gabarito correto: a) se organiza a partir das duas marcas de brasilidade apontadas, embora somente uma delas seja explorada de forma sociologicamente séria; - ERRADA. Observe que o tom do texto é irônico, não sério. b) destaca, entre outras, duas marcas do brasileiro moderno (NÃO), valorizando mesmo os aspectos negativos nelas contidos - ERRADA. Em nenhum momento o texto cita de tratar-se do "brasileiro moderno". c) cita, no título da crônica, uma marca de nossa brasilidade, que é indicada como a marca exclusiva de nosso modo de ver a vida; - ERRADA. Como é colocado no texto, podemos ver que não se trata de uma "marca exclusiva", já que o autor cita as "duas colunas da brasilidade..."Não é um modo de "ver a vida", tal vez de "viver a vida". d) alude a duas marcas de brasilidade, mas destaca apenas uma delas, por ser aquela que faz parte de nossos movimentos literários – ERRADA. O autor cita alguns movimentos literários apenas como exemplo, mas estes não aludem às marcas apontadas pelo autor, no texto. e) concentra atenção numa das duas marcas apontadas inicialmente, atribuindo à outra extensão textual e importância reduzida. – CORRETA! Eis o nosso gabarito! GABARITO: E 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 72 LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA Internet e a importância da imprensa Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede. É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes censuradas são agora publicadas na rede etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais participativo, mais livre. O que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais minoritária que seja a minha posição. O risco está em que é muito fácil aderir ao seu “clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que desemboca no fanatismo e no extremismo. Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim... 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 72 A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate. Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se publica, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido. A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede. Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos. No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte. O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso, todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio. (CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.) 01. (PRODAM/AM – 2014 – Analista de Contabilidade – FUNCAB) Pelas características de organização do discurso, a respeito do texto pode- se afirmar que se trata de uma: 00028458737 Português p/ ANS Todos os cargos de Técnico Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 72 a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção de informar ou esclarecer. b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens, numa relação temporal de anterioridade e posterioridade. c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão. d) descrição, por retratar uma realidade
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