Buscar

Portugues Rafaela

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 01
Português p/ ANS - Todos os Cargos de Técnico
Professor: Rafaela Freitas
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 72 
AULA 01 
Tipologia textual: narração, descrição e dissertação 
 
 
 
Olá, alunos queridos e estudiosos!! 
 
 
É um prazer tê-los aqui comigo novamente! Nesta aula vamos trabalhar 
com a Tipologia textual, especificamente com os tipos narrar, descrever e 
dissertar! São os tipos de textos que estarão com certeza na sua prova! 
Vocês irão gostar! 
 
 
Galera, busquei exaustivamente mais questões da FUNCAB que falassem 
especificamente sobre Tipologia Textual, mas não encontrei muitas. As que eu 
encontrei estão todas nesta aula. Para o estudo de vocês, completei com 
questões da FGV, pois fundação faz uma abordagem parecida com a da FUNCAB. 
Mas vejam só: não desisti de encontrar questões sobre o tema desta aula em 
provas da banca, à medida que for encontrando, vou comentando e liberando 
para todos, ok! Até mais!! Boa aula! 
 
 
 
 
“A perseverança é a mãe da boa sorte” 
Miguel de Cervantes 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 72 
 
TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS 
 
O texto faz parte do nosso cotidiano, não é mesmo? Recorremos a eles para 
pedir um favor, enviar um e-mail importante, para comentar uma foto de um 
amigo nas redes sociais, para pedir um café, para solicitar ao banco o 
cancelamento do cartão de crédito, para reivindicar melhorias no transporte 
público, enfim! Para essas e para outras tantas situações, usamos o quê? O 
texto!! O gênero textual, oral ou escrito é escolhido a partir da finalidade do 
texto, por isso os exemplos são ilimitados. Se eu vou convidar um amigo 
próximo para uma viagem, posso fazer isso oralmente, pelo telefone ou 
pessoalmente, posso escrever um bilhete ou mandar uma mensagem informal 
via internet, mas não há necessidade de se fazer um ofício, um e-mail formal! 
 
Escolher o gênero textual depende de quê? 
 
1) Finalidade do texto – qual é o objetivo do texto, o que se pretende 
com ele. 
2) Os interlocutores – leva-se em consideração para quem o texto 
se destina, qual é a função do destinatário ou interlocutor, existe 
uma hierarquia. 
3) A situação – normalmente observa-se se a situação é formal ou 
informal. Se a comunicação deve ser rápida ou não. 
 
É impossível quantificar os gêneros textuais! Por que isso acontece? Pela sua 
natureza, pois depende do objetivo pelo qual eles foram criados, para satisfazer a 
determinadas necessidades de comunicação. Assim sendo, podem aparecer ou 
desaparecer de acordo com a época ou as necessidades dos que temos. Por isso, 
podemos afirmar que gênero textual é uma questão de uso. 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 72 
 
Os textos, embora diferentes entre si, possuem pontos em comum, pois 
podem se repetir no conteúdo, no tipo de linguagem, na estrutura. Quando eles 
apresentam um conjunto de características semelhantes, seja na estrutura, 
conteúdo ou tipo de linguagem, são agrupados em tipos textuais. 
 
Os textos são divididos didaticamente em TIPOS TEXTUAIS e cada TIPO 
dividido em vários GÊNEROS TEXTUAIS. 
 
A maneira tradicional de se organizar os textos é da seguinte forma: 
 
TIPOS TEXTUAIS GÊNEROS TEXTUAIS 
Narrativo 
Conto maravilhoso; 
Conto de fadas; 
Fábula; 
Lenda; 
Narrativa de ficção científica; 
Romance; 
Conto; 
Piada 
e outros. 
Relato 
Relato de viagem; 
Diário; 
Autobiografia; 
Curriculum vitae; 
Notícia; 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 72 
Biografia; 
Relato histórico 
e outros. 
Argumentativo 
Texto de opinião; 
Carta de leitor; 
Carta de solicitação; 
Editorial; 
Ensaio; 
Resenhas críticas 
e outros. 
Expositivo 
Texto expositivo; 
Seminário; 
Conferência; 
Palestra; 
Entrevista de especialista; 
Texto explicativo; 
Relatório científico 
e outros. 
Instrucional 
Receita; 
Instruções de uso; 
Regulamento; 
Textos prescritivos 
e outros. 
 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 72 
 
Mas, baseada em quê é feita a divisão dos gêneros em tipos 
textuais? Pergunta muito importante! 
 
As características dominantes de cada gênero os colocam em um grupo de 
textos (tipo) e não em outro. Por exemplo: 
- TIPO narrativo: todos os textos que estão neste grupo possuem os 
chamados elementos essenciais da narrativa: tempo, lugar, personagens, fato 
(enredo) e narrador em sua estrutura. 
- TIPO relato: também possuem os elementos da narrativa, mas relatam 
algo real, não fictício. 
- TIPO argumentativo: os textos deste grupo se dedicam a convencer o 
interlocutor. Possuem, portanto, TESE (opinião) e ARGUMENTOS. 
- TIPO expositivo: os textos aqui têm por objetivo falar sobre um 
determinado assunto, explicar, expor sobre algo. 
- TIPO instrutivo: os textos deste tipo dedicam-se a levar o interlocutor a 
desenvolver uma dada atividade sozinho. São passadas instruções para que isso 
ocorra. 
 
 
Vimos que cada gênero possui sua característica. Ok! Mas é importante 
destacar que não existe um texto que seja, por exemplo, exclusivamente 
argumentativo. Ao afirmar que a carta de leitor é argumentativa, as 
características dominantes são levadas em consideração. A bula de um 
remédio é dominantemente instrucional, mas tem uma parte dela que é 
expositiva. Para facilitar a aprendizagem, entenda que o gênero textual é a parte 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 72 
concreta, prática, enquanto a tipologia textual integra um campo mais teórico, 
mais formal. 
 
“O gênero textual é uma noção propositalmente vaga para refletir os textos 
encontrados em nossa vida diária e que apresentam características 
sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e 
composição característica” (MARCUSCHI, 2002, P. 40). 
 
Como o estudo dos tipos textuais é parte integrante da interpretação 
dos textos da prova de um concurso, precisamos conhecer mais a fundo 
alguns deles. Ainda que a questão não pergunte especificamente a 
característica de um texto, tais informações serão importantíssimas 
para enriquecer e facilitar a interpretação. 
 
TIPO ARGUMENTATIVO 
(O mais importante dos Tipos! Aquele que mais cai!!!) 
 
Objetivo comunicativo: fazer crer 
Todos os dias, estamos emitindo opiniões, defendendo ideias. Opinamos em 
casa, na escola, no trabalho, na rua... Opinar, argumentar, persuadir o outro ou 
ser persuadido faz parte da vida, é uma forma também de construir a cidadania 
e participar mais criticamente da vida em sociedade. 
A argumentação constitui uma das partes mais significativas do discurso 
dissertativo. São os argumentos que definem o potencial de convencimento de 
que uma tese está correta. 
O que é tese? É a opinião do autor do texto. É aquilo do qual ele pretende 
convencer, fazer crer o leitor. 
O que é argumento? É qualquer recursolinguístico capaz de convencer o 
interlocutor, o leitor. 
Apesar de serem inúmeros os recursos argumentativos, na escrita, alguns 
se sobressaem, tais como: 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 72 
 
- Argumento de autoridade: recurso em que usamos a fala de um 
especialista no assunto de que estamos falando. 
Ex.: Entende-se que programas de apoio seriam mais eficazes se 
acompanhados de trabalho, visando mudar as relações entre usuários 
dependentes, sua família e comunidade. Sá (1994) alerta para o fato de que os 
principais problemas enfrentados pelos usuários não são decorrentes do uso da 
substância, mas aqueles frutos da marginalização. 
(fonte: Cad. Saúde Pública vol.14 n.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 1998) 
 
- Argumento de prova concreta: recurso linguístico que toma como base 
resultados de pesquisas, percentuais numéricos etc. 
Ex.: “O evento (violento) envolveu o uso de drogas?”, os dados permitiram 
vislumbrar que: dos 2.736 atendimentos por todas as causas externas realizados 
em maio de 1996 no Miguel Couto, 343 (13%) envolveram o uso de drogas. No 
Salgado Filho, de 2.192 atendimentos ocorridos em junho de 1996, 295 (12,6%) 
tiveram alguma droga relacionada à sua ocorrência. (fonte: Cad. Saúde 
Pública vol.14 n.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 1998) 
 
- Argumento histórico: como o próprio nome assinala, este argumento 
apoia-se na história documental para dar fé à tese que se defende. 
Ex.: Os primeiros dados históricos sobre Bangladesh narram a sucessão de 
diversos impérios hindus, diversas lutas internas e conflitos entre hindus e 
budistas por dominar a zona. Tudo isto foi o prelúdio para o posterior 
levantamento do Islã que dominou o norte da Índia no fim do século XII. 
Mohammed Bakhtiar, de Turquia, capturou a zona em 1199 com apenas 20 
homens, graças a uma “inexplicável estratégia”. 
 
- Argumento de consenso: recurso de defesa que recorre a informações 
que tendem a certa objetividade por se basearem em conceitos culturalmente 
aceitos pela opinião pública. 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 72 
Ex.: o abuso de poder por parte das autoridades, principalmente as da área 
da segurança, ocorre constantemente neste país. 
 
Os discursos argumentativos, persuasivos podem se organizar em 
diferentes gêneros, nas mais variadas linguagens. Vamos ver alguns deles. 
 
Editorial 
 
Os editoriais são textos publicados em jornais ou revistas cujo conteúdo 
expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de redação, sem 
a obrigação de se ater a nenhuma imparcialidade ou objetividade. É comum 
grandes jornais reservarem um espaço para os editoriais em duas ou mais 
colunas, sempre nas primeiras páginas internas. Os boxes (quadros) dos 
editoriais são normalmente demarcados com uma borda ou tipologia diferente 
para ressaltar claramente que aquele texto é opinativo e não informativo. 
Editoriais maiores e mais analíticos são chamados de artigos de fundo. 
Normalmente os editorialistas assinam o edital, mas, na chamada "grande 
imprensa", os editoriais são apócrifos, isto é, nunca são assinados por ninguém 
em particular. 
 
A opinião de um jornal ou uma revista não é expressada exclusivamente 
nos editoriais, é expressa também na forma como os assuntos são organizados 
para serem publicados, pela qualidade e quantidade que atribui a cada um (no 
processo de edição jornalística). Em casos em que as próprias matérias do 
jornal são cheias de uma carga opinativa forte, mas não chegam a ser 
separados como editoriais, diz-se que é Jornalismo de Opinião, algo bem 
comum nos dias de hoje, não é?!?! 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 72 
A seguir, exemplos de editorial. 
 
 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 72 
No caso a seguir, o editorial está em uma página dedicada a opiniões, 
observe: 
 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 72 
 
Artigo de opinião 
 
É comum encontrarmos circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, 
temas polêmicos que exigem urna posição por parte dos ouvintes, espectadores e 
leitores, por isso o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema 
em questão através do artigo de opinião. 
Nos gêneros argumentativos em geral, o autor tem a intenção de convencer 
seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que 
consistem em verdades e opiniões. 
O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do 
texto e, por isso, são fáceis de contestar. 
Veja exemplos: 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 72 
 
 
A charge 
 
A charge é um tipo de texto que apresenta, normalmente, linguagem mista 
(palavras e imagens), além de um discurso humorístico. Está presente em 
revistas e principalmente jornais. São desenhos elaborados por cartunistas que 
captam de maneira perspicaz as diversas situações do cotidiano, transpondo 
para o desenho algum tipo de crítica, opinião, geralmente permeada por fina 
ironia. 
Mas a charge é um texto de opinião? Sim! Não é por acaso que elas são 
normalmente publicadas em meio a artigos de opinião, editoriais e cartas de 
leitores. Também não é por acaso que cada vez mais as charges estejam 
presentes nos diversos certames como objeto de análise. 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 72 
Ao analisarmos uma charge, podemos perceber que nela estão inscritas 
diversas informações construídas a partir de um interessante processo 
intertextual com o cotidiano, que obriga o interlocutor a fazer inferências e a 
construir analogias, elementos sem os quais a compreensão textual ficaria 
comprometida. Observe alguns exemplos de charges: 
 
 
 
Esta charge faz uma crítica tanto à desigualdade social quanto à crise na 
família. Observe o plano não verbal e veja como as pessoas estão vestidas, onde 
estão, os cartazes na parede. A figura da mãe está sendo comparada à do Papai 
Noel e Coelhinho da Páscoa como seres que não existem! 
 
 
Na charge em questão, percebemos que a bandeira do Brasil está sendo 
“explorada” pelo progresso! O verde está sendo desmatado, a estrada de ferro 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 72 
veio tirar o nosso ouro (parte amarela da bandeira) e os rios (parte azul) estão 
acabando. Isso é sinônimo de progresso? Tal situação é atual, recente ou vem 
de longa data? É sobre isso que o chargista nos leva a refletir. 
O leitor pode até achar, em um primeiro contato, que a chargeé apenas um 
texto engraçado e inocente, mas não é bem assim! Basta uma leitura mais 
cuidadosa para perceber que estamos diante de um gênero textual riquíssimo, 
que critica personalidades, política, sociedade, entre outros temas relevantes. 
Seu principal objetivo é estabelecer uma opinião crítica e, através dos elementos 
visuais e verbais, persuadir o leitor, influenciando-o ideologicamente. 
 
TIPO NARRATIVO 
 
Os textos narrativos caracterizam-se pelo relato de fatos em uma sequência 
temporal, relacionados a um determinado acontecimento, podendo ser real ou 
fictício. 
Para que esse relato seja algo dotado de sentido, o mesmo dispõe de alguns 
elementos que desempenham funções primordiais. São os chamados elementos 
da narrativa: personagens (peças fundamentais para a composição da 
história), narrador, espaço, tempo e o enredo propriamente dito, ou 
seja, o assunto sobre o qual se narra. 
Dentre os textos que possuem tais elementos, destacam-se os contos, 
novelas, romances, algumas crônicas, poemas narrativos, histórias em 
quadrinhos, piadas, letras musicais, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 72 
 
 
Vamos analisar a função de cada elemento de uma narrativa: 
 
- Personagens 
 
São os seres que participam da narrativa. Alguns ocupam lugar de 
destaque, também chamados de protagonistas, outros se opõem a eles, 
denominados de antagonistas. Os demais caracterizam-se como secundárias. 
 
- Tempo 
 
Marcado cronologicamente, ou seja, determinado por horas e datas, 
revelado por acontecimentos dispostos numa ordem sequencial e linear - início, 
meio e fim; ou psicológico, aquele ligado às emoções e sentimentos, 
caracterizado pelas lembranças dos personagens, que são reveladas por 
momentos imprecisos, fundindo-se em presente, passado e futuro, o tempo 
retrata o momento em que ocorrem os fatos (manhã, tarde, noite, na primavera, 
em dia chuvoso, em um dia feliz ou triste, uma manhã de domingo etc). 
 
- Espaço 
 
É o lugar onde os fatos acontecem. Algumas vezes é apenas sugerido no 
intuito de aguçar a mente do leitor, outras é perfeitamente definido para 
caracterizar os personagens de forma contundente. Dependendo do enredo, a 
caracterização do mesmo torna-se de fundamental importância como, por 
exemplo, nos romances regionalistas. 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 72 
- Narrador 
 
Tecnicamente, podemos dizer que se pode narrar um mesmo fato de 
maneiras diferentes. O ponto de vista de quem narra pode mudar a narrativa. 
Geralmente, se resumem em três as possibilidades: 
 
a) Narrador observador: 
 
* Ele revela ao leitor somente os fatos que consegue observar. 
* Usa a 3ª pessoa. 
* Não é personagem, não participa da história. 
* Sua visão é limitada àquilo que consegue observar. 
 
b) Narrador onisciente: 
 
* O narrador não apenas observa, mas conhece TUDO sobre a história, até 
o pensamento dos personagens. 
* Usa a 3ª pessoa. 
* Não é personagem, não participa da história. 
* Sua visão é multilateral, conhece todos os lados da história. 
* Algumas vezes, limita-se a observar os fatos de forma objetiva, em 
outras, emite opiniões e julgamento de valor acerca do assunto. 
 
c) Narrador personagem: 
 
* O narrador é também personagem (principal ou secundário) da história 
narrada. 
* Usa a 1ª pessoa. 
* Possui uma visão limitada dos fatos, pois está vendo sob o seu ponto de 
vista. 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 72 
- Enredo 
 
É o conjunto de fatos que constituem a ação da narrativa. 
Todo enredo é composto por um conflito vivido por um ou mais personagens 
cujo foco principal é prender a atenção do leitor por meio de um clima de tensão 
que se organiza em torno dos fatos e os faz avançar. Geralmente, o conflito 
determina as partes do enredo, representadas por: 
 
* Introdução – É o começo da história no qual se apresentam os fatos 
iniciais, os personagens, e, às vezes, o tempo e o espaço. 
 
* Complicação – É a parte em que se desenvolve o conflito. 
 
* Clímax – Figura-se como o ponto culminante de toda a trama, revelado 
pelo momento de maior tensão. É a parte em que o conflito atinge seu ápice. 
 
* Conclusão ou desfecho – É a solução do conflito instaurado, podendo 
apresentar final trágico, cômico, triste ou até mesmo surpreendente. Tudo irá 
depender da decisão imposta pelo narrador. 
 
- Discurso 
 
 É o procedimento do narrador ao reproduzir as falas ou o pensamento 
das personagens. Há três tipos de discurso: 
 a) direto: neste caso, o narrador, após introduzir os personagens, faz 
com que eles reproduzam a fala e o pensamento por si mesmos, de modo direto, 
utilizando o diálogo. Exemplo: 
 
 Baiano velho perguntou para o rapaz: 
 —O jornal não dá nada sobre a sucessão presidencial? 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 72 
 b) indireto: neste tipo de discurso, não há diálogo; o narrador não põe as 
personagens a falar e a pensar diretamente, mas ele faz-se o intérprete delas, 
transmitindo o que disseram ou pensaram, sem reproduzir o discurso que elas 
teriam empregado. Exemplo: 
 Baiano velho perguntou para o rapaz se o jornal não tinha dado nada 
sobre a sucessão presidencial. 
 
 c) indireto livre: consiste na fusão entre narrador e personagem, isto é, a 
fala do personagem insere-se no discurso do narrador, sem o emprego dos 
verbos de elocução (como dizer, afirmar, perguntar, responder, pedir e 
exclamar). Exemplo: 
 Agora (Fabiano) queria entender-se com Sinhá Vitória a respeito da 
educação dos pequenos. E eles estavam perguntadores, insuportáveis. 
 Fabiano dava-se bem com a ignorância. Tinha o direito de saber? 
 Tinha? Não tinha. 
 
- Linguagem e estilo 
 
É a vestimenta com que o autor reveste seu discurso, nas falas, nas 
descrições, nas narrações, nos diálogos, nas dissertações ou nos monólogos. 
 
Narração objetiva X Narração subjetiva 
 
Objetiva - apenas informa os fatos, sem se deixar envolver 
emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho impessoal e direto. 
Subjetiva - leva-se em conta as emoções, os sentimentos envolvidos na 
história. São ressaltados os efeitos psicológicos que os acontecimentos 
desencadeiam nos personagens. 
Observação - o fato de um narrador de 1ª pessoa envolver-se 
emocionalmente com mais facilidade na história não significa que a narração 
subjetiva requeira sempre um narrador em 1ª pessoa ou vice-versa. 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 72 
 
Nos comentários dos exercícios, irei falar um pouco de cada gênero textual 
que for aparecendo nas questões. 
 
 
TIPO DESCRIÇÃO 
 
Podemos descrever uma pessoa, um lugar, um objeto, mas isso requer uma 
cuidadosa observação a fim de tornar sua descrição o retrato fiel do elemento 
descrito. Não se trata de enumerar uma série de características, mas transmitir 
sensações, sentimento, aromas. 
Existem duas possibilidadesde descrição: 
 
a) Descrição objetiva: quando o objeto, o ser, a cena são apresentados 
no seu sentido real. Exemplo: "Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70kg. Aparência 
atlética, ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros 
e lisos". 
b) Descrição subjetiva: quando há maior participação da emoção, ou 
seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são apresentados em sentido 
figurado. Exemplo: "Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao 
homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de 
grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, 
soberanos, calmos, eram de um rei..." 
("O Ateneu", Raul Pompéia) 
 
 
 
 
 
Características da descrição: 
 
a) Presença de substantivos e adjetivos. 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 72 
O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do sol. 
b) Frases curtas dão um tom de rapidez ao texto. 
Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito crente. 
c) Sensibilidade para combinar e transmitir sensações físicas (cores, 
formas, sons, gestos, odores) e psicológicas (impressões subjetivas, 
comportamentos). 
d) Verbos de estado (ser, estar) 
e) Linguagem metafórica (linguagem usada em sentido figurado) 
 
Exemplos de textos descritivos: 
 
Darcy Ribeiro (fragmento) 
 
Um dos mais brilhantes cidadãos brasileiros, Darcy Ribeiro provou ao 
mundo que um homem de nada mais precisa além da coragem e da força de 
vontade para modificar aquilo que, por covardia, simplesmente ignoramos. Ouvi-
lo, mesmo que por alguns instantes, nos levava a conhecer sua sabedoria e 
simplicidade, era um verdadeiro intelectual cuja convivência com os índios o fez 
adquirir invejável formação humanística. 
Darcy tinha a pele clara, olhos negros e curiosos, lábios finos e trazia em 
seu rosto marcas de quem já deixou sua marca na história, as quais 
harmoniosamente faziam-lhe inspirar profunda confiança. Apesar de diabético e 
lutar contra dois cânceres, não fez disso desculpa para o comodismo ante os 
seus ideais maiores, ele sabia o que queria, e não mediu esforço para conseguir. 
 
 
 Clarinete (fragmento) 
 
Um elemento clássico e imprescindível num concerto, o clarinete, com seu 
timbre aveludado, é o instrumento de sopro de maior extensão sonora, pelo que 
ocupa na banda de música o lugar do violino na orquestra. 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 72 
O clarinete que possuo foi obtido após o meu nascimento, doado como 
presente de aniversário por meu bisavô, um velho músico, do qual carrego o 
nome sem tê-lo conhecido. O clarinete é feito de madeira, possui um tubo 
predominantemente cilíndrico formado por cinco partes dependentes entre si, 
em cujo encaixe prevalece a cortiça, além das chaves e anéis de junção das 
partes, de meta. Sua embocadura é de marfim com dois parafusos de 
regulagem, os quais fixam a palheta bucal. 
Sua cor é confundivelmente marrom, havendo partes em que se encontra 
urna sensível passagem entre o castanho-claro e o escuro. Possuindo cerca de 
oitenta centímetros e pesando aproximadamente quatrocentos gramas, é 
facilmente desmontável, o que lhe confere a propriedade de caber numa caixinha 
de quarenta e cinco centímetros de comprimento e dez de largura... 
 
 
Descrição x Narração: 
 
Esses dois tipos textuais misturam-se muito comumente em vários textos. 
Em um dado momento da narração de uma história, é preciso parar e descrever 
o ambiente, os personagens, as sensações para que a história possa ser 
visualizada na mente do leitor. Na leitura de um romance, não temos contato 
com a cena representada, como temos ao assistir a um filme ou a uma novela 
televisiva, o que temos na leitura é apenas a descrição que o autor faz do 
entorno do enredo, assim podemos visualizá-lo mentalmente. Quanto mais rica 
a descrição dentro de uma narração, mais rico será o texto! O grande Machado 
de Assis era mestre nisso, em sua prosa: 
 
Chegando à rua, arrependi-me de ter saído. A baronesa era uma das 
pessoas que mais desconfiavam de nós. Cinquenta e cinco anos, que pareciam 
quarenta, macia, risonha, vestígios de beleza, porte elegante e maneiras finas. 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 72 
Não falava muito nem sempre; possuía a grande arte de escutar os outros, 
espiando-os; reclinava-se então na cadeira, desembainhava um olhar afiado e 
comprido, e deixava-se estar. Os outros, não sabendo o que era, falavam, 
olhavam, gesticulavam, ao tempo em que ela olhava só, ora fixa, ora móbil, 
levando a astúcia ao ponto de olhar às vezes para dentro de si, porque deixava 
cair as pálpebras; mas, como as pestanas eram rótulas, o olhar continuava o 
seu ofício, remexendo a alma e a vida dos outros. 
 
O autor parou a sua narrativa para nos dar de presente essa descrição mais 
minuciosa do personagem. Como no exemplo dado, Machado nos chama a 
conhecer traços psicológicos descritos por ele sobre a baronesa. 
A descrição também costuma aparecer em textos narrativos jornalísticos, 
como em notícias. 
 
 
A maior diferença entre descrição e narração é o TEMPO. Na narração, 
temos o tempo como elemento da narrativa, podendo ser cronológico ou 
psicológico. Já na descrição, não existe passagem de tempo, descreve-se o 
elemento apenas em um determinado momento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 72 
 
 
 
 
TIPOLOGIA TEXTUAL 
 
Para cada objetivo comunicativo, escolhemos um tipo textual para nos 
representar! Para contar um caso, escolhemos o tipo narrativo, colocamos um 
pouco de descrição dos lugares e dos personagens para o enredo ficar mais 
real! Para defender uma opinião, escolhemos o argumentativo. É assim que 
“brincamos” com a linguagem! Vimos que cada tipo textual possui suas 
características específicas e os gêneros que deles fazem parte! 
 
Agora vamos praticar tudo aquilo que aprendemos!! 
 
 
Então, alunos, tudo certo até aqui? Um pouco confuso? Espero que 
não! Mas, caso esteja, vamos ver como toda essa teoria tem vindo nas 
provas?!?!? Não fiquem apavorados! Vamos ver vários exemplos nas 
questões a seguir. 
Vamos praticar! 
 
 
 
 
 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 72 
 
Internet e a importância da imprensa 
 
Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco 
sobre os riscos de as redes sociais empobrecerem o relacionamento humano. 
Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o empowerment 
(“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande 
rede. 
É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer 
a sua liberdade de expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma 
instantânea, o que cada um publica está virtualmente acessível aos cinco 
continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações 
sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, 
notícias antes censuradassão agora publicadas na rede etc. Há um novo cenário 
democrático mais aberto, mais participativo, mais livre. 
O que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com 
outras pessoas tem provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não 
é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que pensam de forma 
diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, 
por mais minoritária que seja a minha posição. 
O risco está em que é muito fácil aderir ao seu “clube” e, por comodidade, 
quase sem perceber, ir se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos 
guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que desemboca no fanatismo e 
no extremismo. 
Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na 
internet nem sempre tem enriquecido o debate público. O empowerment digital 
é frequentemente utilizado apenas como um instrumento de pressão, o que é 
legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se 
configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim... 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 72 
A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de 
consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate. 
Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a 
imprensa. Pelo contrário, esse fenômeno dos novos guetos põe em destaque o 
papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se publica, ela 
acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos 
poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um 
espaço de discussão num contexto de civilidade democrática, no qual o outro 
lado também é ouvido. 
A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos 
condicionantes, que configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca 
somos totalmente isentos, temos sempre um determinado viés. Numa época de 
incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais de um 
jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede. 
Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se 
mutuamente, o que é benéfico a todos. No entanto, seria um empobrecimento 
democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse simplesmente 
o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma 
ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte. 
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos 
que, pelo seu sucesso, todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma 
lógica, predominantemente quantitativa. O mundo contemporâneo, cada vez 
mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, 
de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um 
monopólio. 
(CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.) 
 
01. (PRODAM/AM – 2014 – Analista de Contabilidade – FUNCAB) 
Pelas características de organização do discurso, a respeito do texto pode-
se afirmar que se trata de uma: 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 72 
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de 
modo objetivo, com intenção de informar ou esclarecer. 
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e 
lugar, envolvendo personagens, numa relação temporal de anterioridade e 
posterioridade. 
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com 
base em argumentos, numa progressão lógica de ideias, com o objetivo de 
persuasão. 
d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de 
caracterizações, pelo uso expressivo de adjetivos. 
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando 
linguagem simples e objetiva, com verbos no modo imperativo. 
 
Comentário: o texto acima defende a ideia de que imprensa e internet 
devem caminhar juntas, argumentando que a imprensa não deve ser sucumbida 
pela internet e sinalizando motivos cabíveis para que isso não aconteça. Sendo 
assim, o texto é uma dissertação argumentativa. A alternativa correta é a letra 
C. 
Gabarito: C 
 
 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 72 
 
 
 
02. (ANS – 2013 – Atividade Téc. De suporte – Direito – FUNCAB) 
Qual a tipologia do texto de Mário Cesar Carvalho? 
a) Dissertação objetiva. 
b) Descrição. 
c) Narração descritiva. 
d) Dissertação com fortes traços narrativos. 
e) Narração com alguns traços argumentativos 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 72 
Comentário: o autor apresenta argumentos sobre o uso do cigarro, 
utilizando estatísticas e informações científicas, e os motivos para esse ser um 
vício em todo o mundo. Para convencer o leitor de sua tese, ele usou esses 
argumentos de forma clara e objetiva. Trata-se, então, de uma dissertação 
objetiva. Resposta correta letra A. 
Gabarito: A 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 72 
 
03. (SEE-AC – 2010 – Professor – FUNCAB) Pelas características 
funcionais e organizacionais, o texto pode ser classificado como: 
a) narração descritiva. 
b) epistolar subjetivo. 
c) descrição científica. 
d) argumentação opinativa. 
e) relato histórico. 
 
Comentário: o texto é baseado na opinião do autor sobre a linguagem certa 
ou errada. Ele argumenta que não há a linguagem certa. Ao se colocar em 
primeira pessoa: “Pasmo fico”, no segundo parágrafo, ou “Acredito que”, no 
penúltimo, ele se identifica no texto, o que nos leva a afirmar que estamos 
diante de um texto de argumentação opinativa. 
Gabarito: D 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 72 
 
Leia o texto abaixo e responda à questão propostas 
 
Temos, sem dúvida, sérios problemas de discriminação e exclusão na 
sociedade brasileira, que se refletem também nas universidades. Mas 
frequentemente parece que eles são abordados de forma desfocada. 
A composição racial da sociedade brasileira tem forte presença de negros, 
pardos e minorias. Diz-se que esse perfil não se repete na universidade. Mas 
porque razão a composição geral da sociedade deve se repetir em seus contextos 
e recortes específicos? Ela se repete em times de futebol ou na seleção 
brasileira? 
Se acreditarmos que o perfil étnico ou econômico do conjunto da população 
seja, ou deva ser, uma “invariante social”, repetindo-se em qualquer recorte ou 
subgrupo, a consequência óbvia disso é a generalização da prática de cotas. 
Além de cotas no vestibular, em breve teremos propostas de cotas de 
formatura, para compensar injustiças e discriminações ocorridas ao longo do 
curso. Em seguida, cotas para times de futebol, cotas para funcionários das 
empresas, cotas para sócios de clubes, cotas para academias de ginástica, cotas 
para fieis decada religião e culto e por aí vai. 
A grande injustiça é ver a quantidade de pessoas, especialmente os jovens 
inteligentes e esforçados, sendo impedidas de se desenvolver. Não é dada a elas 
a oportunidade de aprender a crescer, por causa de uma educação pública básica 
e média medíocres. Esse é o problema real. 
O contrário do racismo e da discriminação social não é uma “discriminação 
positiva”, mas sim a ausência dessas classificações. Qualquer solução que 
envolva critérios de raça ou pobreza não contribui para eliminar a discriminação. 
Pelo contrário, reafirma, reforça e pereniza esses conceitos básicos dos 
mecanismos de exclusão. 
Nesse cenário de sequestro de oportunidades, há um grupo de jovens mais 
velhos que já foi prejudicado pelas péssimas escolas públicas. E há outro grupo, 
bem maior, das crianças que ainda enfrentarão o problema. Para as pessoas já 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 72 
prejudicadas, as cotas são um mecanismo compensatório, que pode reduzir, 
mas não eliminar, o prejuízo. 
Se houver uma proposta cujo cerne seja a melhoria efetiva do atual ensino 
público de primeiro e segundo grau, com parâmetros objetivos e seguindo 
modelos que comprovadamente já deram excelentes resultados em várias 
partes do mundo, e que parte dessa proposta seja um sistema de cotas, 
emergencial e provisório (com prazo limitado), visando apenas aquela população 
que já foi prejudicada, essa proposta merece não apenas a nossa aprovação, 
mas também o nosso aplauso 
Já uma proposta que contemple apenas a questão das cotas de forma 
isolada ou é ingênua ou é demagógica. Anestesia as consciências, acomoda as 
queixas, reduz as pressões – é a solução mais fácil e barata para os governantes. 
Mas mantém a condenação de milhões de crianças a precisar de cotas no futuro, 
sempre em ciclos sem fim, sequestrando suas oportunidades e seus sonhos. […] 
SALVAGNI, Ronaldo de Breyne. Folha de São Paulo, 07/ 04 /2013. 
 
04. (ANS – 2013 – Atividade Téc. De suporte – Direito – FUNCAB) 
A argumentação desenvolvida ao longo do texto está orientada no sentido de 
persuadir o leitor a concluir que, no Brasil: 
a) a injustiça social na educação corrige-se com a melhoria do ensino 
público de primeiro e segundo graus, não com a instituição de um sistema de 
cotas para o vestibular. 
b) o racismo e a discriminação social constituem uma realidade, o que 
justifica o sistema de cotas estabelecido pelo governo para o acesso às 
universidades. 
c) um sistema de cotas voltado apenas para os jovens já prejudicados pelas 
péssimas escolas públicas é a solução para acabar com a injustiça no ensino. 
d) a proposta de um sistema de cotas para ingresso nas universidades é 
obra de governantes que não admitem o fato de pobres crescerem na vida. 
e) em breve teremos a generalização da prática de cotas, o que tornará o 
vestibular praticamente dispensável como forma de acesso à universidade. 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 72 
 
Comentário: o autor do texto expõe a sua tese logo no início do texto: 
“Temos, sem dúvida, sérios problemas de discriminação e exclusão na sociedade 
brasileira, que se refletem também nas universidades. Mas frequentemente 
parece que eles são abordados de forma desfocada”, primeiro foi 
constatado um fato (reais problemas de discriminação e exclusão) com forte 
marca de opinião do emissor em “sem dúvida”, em seguida vem a tese a ser 
defendida de que a discriminação e a exclusão estão sendo tratados 
superficialmente. Salvagni deixa claro por meio da argumentação que o sistema 
de cotas não é eficaz e segrega ainda mais, o ideal é a melhoria profunda do 
ensino público escolar, assim como demonstra a alternativa A. 
Mararei em vermelho o que está errado ou inadequado nas outras 
alternativas: 
b) o racismo e a discriminação social constituem uma realidade, o que 
justifica o sistema de cotas estabelecido pelo governo para o acesso às 
universidades. 
c) um sistema de cotas voltado apenas para os jovens já prejudicados pelas 
péssimas escolas públicas é a solução para acabar com a injustiça no ensino. 
d) a proposta de um sistema de cotas para ingresso nas universidades é 
obra de governantes que não admitem o fato de pobres crescerem na vida. 
e) em breve teremos a generalização da prática de cotas, o que tornará o 
vestibular praticamente dispensável como forma de acesso à universidade. 
GABARITO: A 
 
Observe a charge a seguir. 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 72 
 
 
05. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) Sobre a charge, assinale 
a opção que indica a leitura inadequada. 
(A) A imagem do chão seco intensifica a seca. 
(B) O único pingo d’água indica falta de água. 
(C) A gota de água também pode indicar uma lágrima. 
(D) A ausência de água na torneira é uma crítica às autoridades. 
(E) A cor clara do céu mostra a presença do sol intenso. 
 
Comentário: a charge faz uma crítica ao desperdício de água, o que leva à 
falta dela. Tal crítica não está direcionada a ninguém ou ao governo de maneira 
específica, mas a todos que contribuem para esse quadro de seca. Sendo assim, 
a alternativa D está incorreta. 
GABARITO: D 
 
Texto 2 - “A saga do rapto de Helena e a subsequente Guerra de Troia 
continuam sendo um dos melhores exemplos dos perigos da luxúria. No todo, a 
história sugere quão imprudente é para um hóspede na casa de um homem levar 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 72 
consigo, ao partir, a esposa do anfitrião. Acrescentamos a esse erro crasso a 
dupla idiotice da raiva e da inveja, agravadas quando o marido abandonado, 
Menelau, insistiu nos direitos de um velho tratado e arrastou todo o seu reino e 
os dos vizinhos em missão de vingança. Muitos deles demoraram quase vinte 
anos na guerra e no retorno, para não falar na maioria que morreu, deixando os 
lares e as famílias no desamparo e na ruína – mal sobrevivendo, sugerem os 
registros, a assédios diversos e a desastres naturais.” 
(Menelau e a esposa perdida, Stephen Weir) 
 
06. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) O erro histórico aludido 
nesse texto 2 inclui um conjunto de defeitos humanos; aquele que está 
caracterizado de forma imperfeita, por NÃO fazer parte do texto, é: 
(A) a imprudência do hóspede, que sequestrou a mulher de Menelau; 
(B) o espírito de vingança de Menelau, que arrastou os reinos gregos para 
a Guerra de Troia; 
(C) a irresponsabilidade de alguns heróis, que deixaram suas famílias ao 
desamparo; 
(D) a raiva e a inveja do marido traído, que provocou o conflito entre gregos 
e troianos; 
(E) a beleza de Helena, que seduziu o hóspede do marido. 
 
Comentário: o conjunto de defeitos humanos, citados no texto, inclui 
luxúria, imprudência, raiva, inveja, desejo de vingança. Observe que não inclui 
a beleza de Helena. Sendo assim, a alternativa é está incorreta. 
“A saga do rapto de Helena e a subsequente Guerra de Troia continuam 
sendo um dos melhores exemplos dos perigos da luxúria. No todo, a história 
sugere quão imprudente é para um hóspede na casa de um homem levar 
consigo, ao partir, a esposa do anfitrião. Acrescentamos a esse erro crasso a 
dupla idiotice da raiva e da inveja, agravadasquando o marido abandonado, 
Menelau, insistiu nos direitos de um velho tratado e arrastou todo o seu reino e 
os dos vizinhos em missão de vingança”. 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 72 
GABARITO: E 
 
Texto para as próximas três questões. 
 
Texto 4 – “O caminho para baixo era estreito e íngreme, e tanto os homens 
quanto os animais não sabiam onde estavam pisando, por causa da neve; todos 
os que saíam da trilha ou tropeçavam em algo perdiam o equilíbrio e 
despencavam no precipício. A esses perigos eles resistiam, pois àquela altura já 
se haviam acostumado a tais infortúnios, mas, por fim, chegaram a um lugar 
onde o caminho era estreito demais para os elefantes e até para os animais de 
carga. Uma avalanche anterior já havia arrastado cerca de trezentos metros da 
encosta, ao passo que outra, mais recente, agravara ainda mais a situação. A 
essa altura, os soldados mais uma vez perderam a calma e quase caíram em 
desespero.” 
(Políbio, Histórias) 
 
07. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) Esse texto 4 fala de um 
outro erro histórico, cometido por Aníbal, general de Cartago, que pretendeu 
chegar a Roma atravessando os Alpes durante o inverno. 
Entre as razões abaixo, aquela que NÃO deve ser vista como causa dos 
problemas enfrentados pelo exército de Aníbal é: 
(A) a estreiteza do caminho nas montanhas; 
(B) a não identificação do traçado dos caminhos; 
(C) a grande altura por que passavam as tropas; 
(D) a existência comum de avalanches; 
(E) o nervosismo e o desespero dos soldados. 
 
Comentário: a única alternativa que traz uma situação que não pode ser 
vista, segundo o texto, como a causa dos problemas enfrentados pelo exército 
de Aníbal é a E, pois o nervosismo e o desespero dos saudados foi o resultado 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 72 
de uma sucessão de problemas, os quais estão relacionados nas alternativas A, 
B, C e D. 
GABARITO: E 
 
08. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) “pois àquela altura já 
se haviam acostumado a tais infortúnios”; O termo “àquela altura” se refere: 
(A) ao momento por que passavam; 
(B) à altitude das montanhas; 
(C) à dimensão dos caminhos; 
(D) ao modo por que atravessavam os caminhos; 
(E) à consequência dos fatos anteriores. 
 
Comentário: a expressão “àquela altura” não significa, no contexto em 
análise, lugar alto, altitude ou dimensão, mas refere-se ao momento grave que 
estavam vivendo. 
GABARITO: A 
 
09. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) Duas formas verbais 
sucessivas do texto 4 que mostram sucessão cronológica de ações são: 
(A) sabiam / estavam pisando; 
(B) saíam / tropeçavam; 
(C) perdiam / despencavam; 
(D) resistiam / haviam acostumado; 
(E) chegaram / era. 
 
Comentário: os verbos “perdiam” e “despencavam” estão em sucessão 
cronológica, pois, no texto, primeiro os homens perdiam o equilíbrio, depois 
despencavam no precipício: “todos os que saíam da trilha ou tropeçavam em 
algo perdiam o equilíbrio e despencavam no precipício” 
GABARITO: C 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 72 
“Anúncio: Meu amigo, sente-se cansado, abatido, desmoralizado, com a 
consciência de que a vida não vale nada? Acha permanentemente que a vida 
perdeu todos os seus valores, que não há mais ética, conceitos estéticos, 
nenhum objetivo mais profundo e mais humano a atingir? Sua vista está 
obnubilada por uma permanente poluição visual? O mundo não passa de uma 
comercialização a qualquer preço? Não desespere: Telefone-nos imediatamente 
e destruiremos logo o seu aparelho de televisão. Já! Grátis: Sem televisão você 
será um homem inteiramente novo. Sem televisão você voltará a ver a vida 
como ela é.” 
(Millôr Fernandes, Definitivo, Porto Alegre, LP&M, 1994) 
 
10. (SSP-AM – 2015 – Técnico de Nível superior – FGV) A marca 
predominante do texto publicitário que se encontra presente no texto 1 é: 
a) a tentativa de convencimento do leitor; 
b) a tendência ao emprego de linguagem coloquial; 
c) a intenção clara de iludir o leitor; 
d) o tratamento do leitor como alguém a ser instruído; 
e) a visão positiva do mundo. 
 
Comentário: O autor busca convencer o leitor sobre o baixo nível dos 
programas de televisão e faz isso através da função apelativa com linguagem 
injuntiva (instrucional), buscando, assim, convencer o leitor. 
GABARITO: A 
 
Texto 1 – “A história está repleta de erros memoráveis. Muitos foram 
cometidos por pessoas bem-intencionadas que simplesmente tomaram decisões 
equivocadas e acabaram sendo responsáveis por grandes tragédias. Outros, 
gerados por indivíduos motivados por ganância e poder, resultaram de escolhas 
egoístas e provocaram catástrofes igualmente terríveis.” 
(As piores decisões da história, Stephen Weir) 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 72 
11. (TJ/BA – 2015 - Analista Judiciário – FGV) primeira frase do texto 
1, no desenvolvimento desse texto, desempenha o seguinte papel: 
a) aborda o tema de “erros memoráveis”, que são enumerados nos períodos 
seguintes; 
b) introduz um assunto, que é subdividido no restante do texto; 
c) mostra a causa de algo cujas consequências são indicadas a seguir; 
d) denuncia a história como uma sequência de erros cometidos por razões 
explicitadas a seguir; 
e) faz uma afirmação que é comprovada pelas exemplificações seguintes. 
 
Comentário: vamos analisar as alternativas: 
A) aborda o tema de “erros memoráveis”, que são enumerados nos 
períodos seguintes; - ERRADO - Os erros em si não são abordados. 
B) introduz um assunto, que é subdividido no restante do texto; - 
CORRETO!! O texto é dividido em três períodos. Um ele introduz o tema, que é 
dividido em dois períodos de motivos. 
C) mostra a causa de algo cujas consequências são indicadas a seguir; - 
ERRADO - O Contrário. Mostra a consequência no primeiro período, depois as 
causas. 
D) denuncia a história como uma sequência de erros cometidos por razões 
explicitadas a seguir; - ERRADO - Não há sequência de erros. Há um tipo de erro 
cometido por pessoas bens intencionadas e outro tipo de erro cometido por 
pessoas mal intencionadas. 
E) faz uma afirmação que é comprovada pelas exemplificações seguintes. 
– ERRADO - Não há exemplificações, mas uma argumentação a partir de uma 
análise crítica. 
GABARITO: B 
 
Texto para as próximas cinco questões. 
 
CONSTRUIR A REALIDADE 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 72 
José Antonio Marina 
 
Todos queremos viver em liberdade e procuramos construir caminhos para 
alcançar esse propósito. Se um problema atravessa nossas vidas, nos sentimos 
impossibilitados de estar plenamente livres, pois há limitações e dificuldades de 
atuar. Ficamos em uma rua sem saída. 
Felizmente, a inteligência nos permite encontrar soluções e nos possibilita 
criar alternativas. O pensamento liberta! Não nos contentamos em conhecer, 
não nos basta possuir, não somos seres passivos. Nossos projetos buscam 
conectar-se à realidade e ampliá-la.Por exemplo, milhares de pessoas leem 
livros de autoajuda, pois desejam mudar sua própria realidade, ainda que os 
resultados sejam pequenos. Então, por que continuam lendo? Porque a simples 
ideia de que “se pode” mudar enche o coração de esperança. 
Em muitas ocasiões, nos sentimos presos à realidade, sem poder agir, 
limitados pelas contingências da vida. Felizmente, a inteligência nos diz que, 
dentro de certos limites - a morte é um deles -, a realidade não está totalmente 
decidida; está esperando que acabemos de defini-la. A realidade não é bela nem 
feia, nem justa nem injusta, nem exultante nem deprimente, não há 
maniqueísmo. A vida é um conjunto de possibilidades que devem ser 
construídas. Por isso, nada é definitivo, tudo está por vir. As coisas adquirem 
propriedades novas quando vamos em direção a elas com novos projetos. 
Observemos essa explosão do real em múltiplas possibilidades. Cada coisa 
é uma fonte de ocorrências, cada ponto se converte na intersecção de infinitas 
retas, ou de infinitos caminhos. Cada vez mais se desfazem os limites entre o 
natural e o artificial. 4 
 
12. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) “procuramos construir 
caminhos para alcançar esse propósito”; a forma adequada da transformação da 
oração reduzida sublinhada em oração desenvolvida é: 
a) para o alcance desse propósito; 
b) para que alcançássemos esse propósito; 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 72 
c) para alcançarmos esse propósito; 
d) para que alcancemos esse propósito; 
e) para que esse propósito fosse alcançado. 
 
Comentário: Para desenvolver as orações reduzidas, basta conjugar o verbo 
(que está numa forma nominal) e inserir conector: [...] para que 
(conector) alcancemos (verbo conjugado) esse propósito. 
GABARITO: D 
 
13. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) Ao dizer que “Ficamos 
em uma rua sem saída”, no final do primeiro parágrafo, o autor do texto 1 se 
refere: 
a) à demorada procura da solução de um problema; 
b) ao surgimento de um problema em nosso caminho; 
c) à incapacidade de agirmos livremente; 
d) ao encontro de limitações e dificuldades; 
e) à possibilidade de descobrir um caminho. 
 
Comentário: vamos analisar: um problema atravessa nossas vidas --- nos 
sentimos impossibilitados de estar plenamente livres, ok, por quê? 
>>>>>>>há limitações e dificuldades que nos levam a uma rua sem saída! 
Sendo assim, a alternativa D está correta, pois ficar em uma rua sem saída é o 
mesmo que ir ao encontro do que nos limita! 
GABARITO: D 
 
14. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) A inversão de termos 
em uma das frases desse primeiro parágrafo do texto 1 que se torna inadequada 
por modificar o sentido original é: 
a) todos queremos viver em liberdade / todos queremos em liberdade viver; 
b) procuramos construir caminhos para alcançar esse propósito / para 
alcançar esse propósito procuramos construir caminhos; 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 72 
c) se um problema atravessa nossas vidas / se um problema nossas vidas 
atravessa; 
d) nos sentimos impossibilitados / sentimo-nos impossibilitados; 
e) ficamos em uma rua sem saída / ficamos sem saída em uma rua. 
 
Comentário: atenção para a seguinte análise: 
A - NÃO MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - queremos o quê? - viver em 
liberdade/em liberdade viver 
B - NÃO MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - procuramos construir o quê? - 
caminhos; com que finalidade? - para alcançar esse propósito 
C - NÃO MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - quem atravessa? - um problema 
D - NÃO MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - não ocorre inversão; há apenas 
uma contração do pronome oblíquo nos 
E - MODIFICA O SENTIDO ORIGINAL - ficamos onde? - em uma rua; como 
era a rua? - sem saída / como ficamos? - sem saída; onde? - em uma rua 
GABARITO: E 
 
15. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) “As coisas adquirem 
propriedades novas quando vamos em direção a elas com novos projetos”; o 
termo que equivale exatamente ao segmento sublinhado é: 
a) ao encontro delas; 
b) de encontro a elas; 
c) junto delas; 
d) em companhia delas; 
e) contra elas. 
 
Comentário: Ao encontro de: tem significado de “estar de acordo com”, “em 
direção a”, “favorável a”, “para junto de”. De encontro a: tem significado de 
“contra”, “em oposição a”, “para chocar-se com”. Logo, Ao encontro de é uma 
expressão usada para indicar concordância, enquanto De encontro a, é uma 
expressão usada para indicar discordância, ou seja, as locuções tem significado 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 72 
totalmente opostos. Sendo assim, a opção adequada para a resposta é a 
alternativa A. 
GABARITO: A 
 
16. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) O título dado ao texto 
1 é “construir a realidade”; o segmento do texto que se liga diretamente a esse 
título é: 
a) “O pensamento liberta!”; 
b) “Por exemplo, milhares de pessoas leem livros de autoajuda”; 
c) “Em muitas ocasiões, nos sentimos presos à realidade”; 
d) “A vida é um conjunto de possibilidades”; 
e) “Nossos projetos buscam conectar-se à realidade”. 
 
Comentário: trata-se de um texto bem subjetivo, isso dificulta a 
interpretação, mas a correta é a alternativa D, pois “.....a realidade não está 
totalmente decidida; está esperando que acabemos de defini-la”.(parágrafo 3). 
Entende-se que a vida é um conjunto de possibilidades que nós devemos usar 
para construir a nossa realidade. 
GABARITO: D 
 
 
TEXTO 2 – A REALIDADE PERCEBIDA PELOS ANIMAIS 
 
É difícil imaginar como pode ser o mundo de um animal considerando que 
não só sua inteligência, mas também seus sistemas sensoriais são diferentes 
dos nossos. Todavia, os animais captam estímulos que nós não captamos. O 
ornitorrinco, por exemplo, percebe com seu bico, parecido com o dos patos, as 
descargas elétricas produzidas pelos camarões, a um metro de distância. As 
abelhas percebem as alterações elétricas causadas por uma tempestade distante 
e voltam para a colmeia; as serpentes detectam o calor de suas vítimas; os 
morcegos percebem o eco dos sons que lançam. 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 72 
O biólogo alemão von Uexküll assinalou que cada espécie animal vive em 
um mundo próprio, ao que chamou Umwelt. 
 
17. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) Os exemplos dos 
animais citados no texto 2 servem para mostrar que os animais: 
a) são diferentes de nós; 
b) também possuem inteligência; 
c) captam estímulos que nós não captamos; 
d) podem ouvir mais do que os humanos; 
e) vivem num mundo equilibrado. 
 
Comentário: a resposta para essa questão está explicitada no texto! Vejam: 
“os animais captam estímulos que nós não captamos”, depois desse trecho vem 
os exemplos de animais usados para confirmar o que foi dito: “O ornitorrinco, 
por exemplo, percebe com seu bico, parecido com o dos patos,...”. Sendo assim, 
alternativa correta é a C. 
GABARITO: C 
 
 
 
 
A maçã não tem culpa 
 
Pela lenda judaico-cristã, o homem nasceu em inocência. Mas a perdeu 
quando quis conhecer o bem e o mal. Há uma distorção generalizada 
considerando que o pecado original foi um ato sexual, e a maçã ficou sendo um 
símbolode sexo. 
Quando ocorreu o episódio narrado na Bíblia, Adão e Eva já tinham filhos 
pelos métodos que adotamos até hoje. Não usaram proveta nem recorreram à 
sapiência técnica e científica do ex-doutor Abdelmassih. Numa palavra, 
procederam dentro do princípio estabelecido pelo próprio Senhor: “Crescei e 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 72 
multiplicaivos". O pecado foi cometido quando não se submeteram à condição 
humana e tentaram ser iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal. A folha de 
parreira foi a primeira escamoteação da raça humana. 
Criado diretamente por Deus ou evoluído do macaco, como Darwin sugeriu, 
o homem teria sido feito para viver num paraíso, em permanente estado de 
graça. Nas religiões orientais, creio eu, mesmo sem ser entendido no assunto 
(confesso que não sou entendido em nenhum assunto), o homem, criado ou 
evoluído, ainda vive numa fase anterior ao pecado dito original. 
Na medida em que se interioriza pela meditação, deixando a barba crescer 
ou tomando banho no Ganges, o homem busca a si mesmo dentro do universo 
físico e espiritual. Quando atinge o nirvana, lendo a obra completa do meu amigo 
Paulo Coelho, ele vive uma situação de felicidade, num paraíso possível. Adão e 
Eva, com sua imensa prole, poderiam ter continuado no Éden se não tivessem 
cometido o pecado. A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com isso. 
Repito: o pecado original não foi o sexo, o ato do sexo, prescrito pelo próprio 
latifundiário, dono de todas as terras e de todos os mares. A responsabilidade 
pelo pecado foi a soberba do homem em ter uma sabedoria igual à de seu 
Criador. 
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo) 
 
18. (PROCEMPA – 2014 – Analista em TI – FGV) Apesar de publicado 
em um jornal, o texto I deve ser classificado como 
a) dissertativo-argumentativo. 
b) narrativo-histórico. 
c) teórico-religioso. 
d) lírico-poético. 
e) dissertativo-expositivo. 
 
Comentário: O texto em questão é Dissertativo-Argumentativo. Esse tipo 
de texto é baseado na defesa de uma ideia por meio de argumentos e 
explicações, a partir de um determinado tema ou assunto. Portanto, trata-se de 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 72 
um texto opinativo cujo objetivo central reside na formação de opinião do leitor, 
ou seja, caracteriza-se por tentar convencer ou persuadir o interlocutor. Não 
obstante, o texto é dissertativo pois propõe expor ideias sobre determinado 
tema; e também argumentativo, porque utiliza de estratégias argumentativas 
para produzi-lo. 
GABARITO: A 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 72 
 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 72 
 
19. (SUSAM – 2014 – Advogado – FGV) 
Estruturalmente falando, a declaração do Papa, colocada ao início do texto, fun
ciona como 
a) uma afirmativa da qual se vão destacar os pontos positivos e negativos. 
b) uma alusão a um tema que vai ser mais amplamente explorado no texto. 
c) uma referência para a discussão do papel da Igreja no mundo moderno. 
d) uma introdução que limita a discussão aos muros da própria Igreja. 
e) um tópico que indica a contradição da Igreja, objeto do texto. 
 
Comentário: o autor começa o texto fazendo uma alusão àquilo que será 
em seguida. A alusão é uma figura de linguagem e faz parte da 
intertextualidade. Consiste em uma comunicação sutil entre os textos, na qual 
se nota apenas uma leve menção a um outro texto ou a um componente dele. 
Diante disso, podemos dizer que, conforme a declaração do Papa, depreende-se 
que ele apenas suscitou o tema da homossexualidade de forma discreta e não 
incisiva, mas que ainda assim suscitou diversos posicionamentos que foram 
explorados ao longo do texto. 
GABARITO: B 
 
Brasileiro, Homem do Amanhã 
(Paulo Mendes Campos) 
 
Há em nosso povo duas constantes que nos induzem a sustentar que o 
Brasil é o único país brasileiro de todo o mundo. Brasileiro até demais. Colunas 
da brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar um jeito; a capacidade 
de adiar. 
A primeira é ainda escassamente conhecida, e nada compreendida, no 
Exterior; a segunda, no entanto, já anda bastante divulgada lá fora, sem que, 
direta ou sistematicamente, o corpo diplomático contribua para isso. 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 72 
Aquilo que Oscar Wilde e Mark Twain diziam apenas por humorismo (nunca 
se fazer amanhã aquilo que se pode fazer depois de amanhã), não é no Brasil 
uma deliberada norma de conduta, uma diretriz fundamental. Não, é mais, é 
bem mais forte do que qualquer princípio da vontade: é um instinto inelutável, 
uma força espontânea da estranha e surpreendente raça brasileira. 
Para o brasileiro, os atos fundamentais da existência são: nascimento, 
reprodução, procrastinação e morte (esta última, se possível, também adiada). 
Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório, do 
mesmo modo que protegemos os olhos com a mão ao surgir na nossa frente um 
foco luminoso intenso. A coisa deu em reflexo condicionado: proposto qualquer 
problema a um brasileiro, ele reage de pronto com as palavras: logo à tarde, só 
à noite; amanhã; segunda-feira; depois do Carnaval; no ano que vem. 
Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas 
tantas vezes se desemparelham. Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o 
telefonema, o dentista, o dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do 
imposto de renda, as férias, a reforma agrária, o seguro de vida, o exame 
médico, a visita de pêsames, o conserto do automóvel, o concerto de Beethoven, 
o túnel para Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a China, 
tudo. Até o amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre 
nós. Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral 
da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil. 
Quanto à morte não devem ser esquecidos dois poemas típicos do 
Romantismo: na Canção do Exílio, Gonçalves Dias roga a Deus não permitir que 
morra sem que volte para lá, isto é, para cá. Já Álvares de Azevedo tem aquele 
famoso poema cujo refrão é sintomaticamente brasileiro: “Se eu morresse 
amanhã!”. Como se vê, nem os românticos aceitavam morrer hoje, postulando 
a Deus prazos mais confortáveis. 
Sim, adiamos por força dum incoercível destino nacional, do mesmo modo 
que, por obra do fado, o francês poupa dinheiro, o inglês confia no Times, o 
português adora bacalhau, o alemão trabalha com um furor disciplinado, o 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 72 
espanhol se excita com a morte, o japonês esconde o pensamento, o americano 
escolhe sempre a gravata mais colorida. 
O brasileiro adia, logo existe. 
A divulgação dessa nossa capacidade autóctone para a incessante delonga 
transpõe as fronteiras e o Atlântico. Averdade é que já está nos manuais. Ainda 
há pouco, lendo um livro francês sobre o Brasil, incluído numa coleção quase 
didática de viagens, encontrei no fim do volume algumas informações essenciais 
sobre nós e sobre a nossa terra. Entre poucos endereços de embaixadas e 
consulados, estatísticas, indicações culinárias, o autor intercalou o seguinte 
tópico: 
 
Palavras 
Hier: ontem 
Aujourd’hui: hoje 
Demain: amanhã 
A única palavra importante é “amanhã”. 
Ora, este francês astuto agarrou-nos pela perna. O resto eu adio para a 
semana que vem. 
 
20. (FUNARTE – 2014 – Contador – FGV) Sobre a organização desse 
texto, pode-se afirmar que sua estrutura: 
a) se organiza a partir das duas marcas de brasilidade apontadas, embora 
somente uma delas seja explorada de forma sociologicamente séria; 
b) destaca, entre outras, duas marcas do brasileiro moderno, valorizando 
mesmo os aspectos negativos nelas contidos; 
c) cita, no título da crônica, uma marca de nossa brasilidade, que é indicada 
como a marca exclusiva de nosso modo de ver a vida; 
d) alude a duas marcas de brasilidade, mas destaca apenas uma delas, por 
ser aquela que faz parte de nossos movimentos literários; 
e) concentra atenção numa das duas marcas apontadas inicialmente, 
atribuindo à outra extensão textual e importância reduzida. 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 72 
 
Comentário: vamos analisar as alternativas para encontrarmos o gabarito 
correto: 
a) se organiza a partir das duas marcas de brasilidade apontadas, embora 
somente uma delas seja explorada de forma sociologicamente séria; - ERRADA. 
Observe que o tom do texto é irônico, não sério. 
b) destaca, entre outras, duas marcas do brasileiro moderno (NÃO), 
valorizando mesmo os aspectos negativos nelas contidos - ERRADA. Em nenhum 
momento o texto cita de tratar-se do "brasileiro moderno". 
c) cita, no título da crônica, uma marca de nossa brasilidade, que é indicada 
como a marca exclusiva de nosso modo de ver a vida; - ERRADA. Como é 
colocado no texto, podemos ver que não se trata de uma "marca exclusiva", já 
que o autor cita as "duas colunas da brasilidade..."Não é um modo de "ver a 
vida", tal vez de "viver a vida". 
d) alude a duas marcas de brasilidade, mas destaca apenas uma delas, por 
ser aquela que faz parte de nossos movimentos literários – ERRADA. O autor 
cita alguns movimentos literários apenas como exemplo, mas estes não aludem 
às marcas apontadas pelo autor, no texto. 
e) concentra atenção numa das duas marcas apontadas inicialmente, 
atribuindo à outra extensão textual e importância reduzida. – CORRETA! Eis o 
nosso gabarito! 
GABARITO: E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 72 
 
LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 
 
Internet e a importância da imprensa 
 
Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco 
sobre os riscos de as redes sociais empobrecerem o relacionamento humano. 
Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o empowerment 
(“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande 
rede. 
É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer 
a sua liberdade de expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma 
instantânea, o que cada um publica está virtualmente acessível aos cinco 
continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações 
sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, 
notícias antes censuradas são agora publicadas na rede etc. Há um novo cenário 
democrático mais aberto, mais participativo, mais livre. 
O que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com 
outras pessoas tem provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não 
é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que pensam de forma 
diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, 
por mais minoritária que seja a minha posição. 
O risco está em que é muito fácil aderir ao seu “clube” e, por comodidade, 
quase sem perceber, ir se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos 
guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que desemboca no fanatismo e 
no extremismo. 
Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na 
internet nem sempre tem enriquecido o debate público. O empowerment digital 
é frequentemente utilizado apenas como um instrumento de pressão, o que é 
legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se 
configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim... 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 72 
A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de 
consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate. 
Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a 
imprensa. Pelo contrário, esse fenômeno dos novos guetos põe em destaque o 
papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se publica, ela 
acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos 
poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um 
espaço de discussão num contexto de civilidade democrática, no qual o outro 
lado também é ouvido. 
A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos 
condicionantes, que configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca 
somos totalmente isentos, temos sempre um determinado viés. Numa época de 
incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais de um 
jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede. 
Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se 
mutuamente, o que é benéfico a todos. No entanto, seria um empobrecimento 
democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse simplesmente 
o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma 
ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte. 
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos 
que, pelo seu sucesso, todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma 
lógica, predominantemente quantitativa. O mundo contemporâneo, cada vez 
mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, 
de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um 
monopólio. 
(CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.) 
 
01. (PRODAM/AM – 2014 – Analista de Contabilidade – FUNCAB) 
Pelas características de organização do discurso, a respeito do texto pode-
se afirmar que se trata de uma: 
00028458737
Português p/ ANS 
Todos os cargos de Técnico 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 72 
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de 
modo objetivo, com intenção de informar ou esclarecer. 
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e 
lugar, envolvendo personagens, numa relação temporal de anterioridade e 
posterioridade. 
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com 
base em argumentos, numa progressão lógica de ideias, com o objetivo de 
persuasão. 
d) descrição, por retratar uma realidade

Outros materiais