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Autora: Eduarda C. Área de Estudo: Microbiologia Propósito: Relatório Aula Prática- Enterobactérias sp Introdução A microbiologia conforme Trabulsi e Toledo (1996), é ramo da biologia que estuda a morfologia, reprodução, fisiologia, e taxonomia de seres microscópicos e sua interação com o ambiente e demais seres vivos. Dessa forma foi efetuado análise microscópica a partir de material amostral previamente de animais atendidos na clínica veterinária da Universidade. Cultivando essas amostras em placa de Petri com ágar de MacConkey e CLED por sete dias, obtendo a formação de colônias bacterianas. Extraindo em seguida material com agulhas de incubação das colônias bacterianas, para realização de teste de Rugai Modificado com Indol e Lisina e teste de Catalase, permitindo identificação diagnóstica das bactérias em questão auxiliando na escolha do tratamento oferecido ao animal ou a indicação de novos tipos de testes. Metodologia A prática aconteceu em três dias, no primeiro dia foram realizados os preparos da placa de petri CLED/Macconkey a partir da amostra nº 15 por técnica de espalhamento por esgotamento. No segundo dia -uma semana depois- foi efetuado teste de Rugai modificado, a partir da contaminação da agulha na placa de Petri, fez semeadura por incubação com picada central ao tubo e estriamento na superfície do material do tubo. E prova de catalase, em que após a contaminação de alça de Drigalski metal com material das colônias, despejo sobre lâmina do material amostral e gota da solução para verificação da formação ou não de bolhas. No terceiro dia, um dia após o segundo, realizou-se a leitura das diferentes provas no teste de Rugai modificado. Materiais Placa de petri; Meio de cultura Ágar CLED/ Ágar Macconkey; Agulha de inoculação; Amostra nº 15; Alça de semeadura em metal; Tubo de provas Rugai Modificado com Indol e Lisina; Lâmina para microscopia; Bico de Bunsen; Peróxido de hidrogênio a 3%. Cultivo e Identificação de Colônias Todos os seres vivos possuem suas especificidades quanto às condições de vida, no caso das bactérias não é diferente, para que elas possam crescer, e entende-se como crescimento o seu aumento populacional por divisão binária (TRABULSI; TOLEDO, 1996), é necessário que haja condições adequadas. No contexto laboratorial, o crescimento é condicionado a um meio de cultura, isto é, um conjunto de substâncias, nutrientes, que atendem as exigências para a multiplicação e formação de colônias bacterianas. Os meios de cultura podem ser líquidos, sólidos ou semi-sólidos. Tomemos neste momento o meio sólido em placa de Petri. Eles podem ser sintéticos, diferenciais, seletivos ou complexos, dependendo do que se deseja com a prática, meios complexos possuem nutrientes que são reconhecidamente importantes para várias bactérias, enquanto que os seletivos são voltados para um tipo de bactéria determinada (TRABULSI; TOLEDO, 1996). A amostra de material biológico semeada por espalhamento de superfície em placa de petri com meio de cultura sólido, após diluição 1:100, e incubada por 24 horas a 36,5ºC apresenta o crescimento bacteriano em colônias. As colônias de bactérias se diferem entre si em alguns aspectos como tamanho, estrutura, brilho, forma, elevação, bordas e cor, este último tem maior correlação com o meio de cultura, não do tipo de bactéria exclusivamente. O tamanhos das colônias varia de grande (>1mm), médio (1mm) e pequenas (<1 mm), já sua estrutura pode ser lisa, granulosa, filamentosa e rugosa. De acordo com o brilho, são segregadas em transparente, as quais se pode enxergar do outro lado da placa, opaca quando não se vê através da colônia, e translúcida, quando com auxílio da luz é possível visualizar o outro lado (MOCELIN, 2016). Relacionada a forma, se apresentam em puntiforme, vários pontos de diferentes tamanhos; Circular, reunidas no formato de um círculo; Filamentosa, com crescimento nas bordas parecidas com filamentos; Irregulares, não têm formato específico; Rizoide, vários prolongamentos, parecidos com raízes; e Fusiforme, ovalados com pontas finas. E sua elevação se dá em Plana, reta e próximo ao meio; Elevada, reta e mais alta que o meio; Convexa, crescimento circular para cima; Crateriforme, presença de “buracos”, crateras na superfície; e Papilada com pequenas protuberâncias (C MERA, 2013). Por último, podem ser diferenciadas também pelas suas bordas, as quais podem ser inteira, crescimento regular em toda extensão da colônia e bordas bem definidas em forma de círculo; ondulada, crescimento regular em toda extensão da colônia e bordas mal definidas próxima a um círculo; lobulada, crescimento regular em toda extensão da colônia e bordas muito irregulares, sem apresentar formato específico; ou filamentosa, crescimento em riscos, filamentos, como raízes. Espiral: como riscos em espiral (C MERA, 2013). Esfregaço e Coloração de Gram A partir do crescimento de colônias bacterianas na placa de Petri é possível fazer o preparo de lâminas microscópicas. Na realização de um preparado de lâmina é necessário que se escolham as colônias mais puras, isto é aquelas que estão na última porção da semeadura. Com auxílio de alça de semeadura em metal ou swaby, é possível fazer a coleta de amostra da bactéria da colônia pura e impugná-la na lâmina (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008) que deve passa por processo de coloração posteriormente. A coloração justifica-se pelo fato de os microrganismos serem transparentes. O uso de técnicas de coloração de Gram e de Ziehl-Neelsen, por exemplo, tornam possível que seja identificado a forma e arranjo das bactérias presentes no esfregaço. Essa identificação proporciona informação sobre a periculosidade, facilitando o diagnóstico e tratamento de determinada doença (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008). A partir da coloração é viável observar formato, dimensão e agrupamentos pelo microscópio. O microscópio óptico composto é um aparelho muito utilizado na prática biomédica para análise precisa de amostra de microrganismos. É um instrumento composto por duas partes, uma mecânica, representada por base de sustentação e um corpo para posicionar a lâmina, que comporta o aparato óptico, a segunda parte do instrumento, a qual detém um conjunto de lentes e iluminação (OKURA, 2008). No caso da coloração de Gram desenvolvida pelo médico Hans Christian Joachim Gram, com o fundamento de que as bactérias, quando coradas por derivados próximos da rosanilina (violeta genciana, cristal-violeta, etc.) e depois de tratadas pelo iodo (iodo-iodetada, conhecida como lugol), formam um composto de coloração escura roxa ou azul escuro. Este composto, nas bactérias Gram-positivas, é fortemente retido e não pode ser facilmente removível pelo tratamento posterior com o álcool, ao passo que nas Gram-negativas este composto é facilmente descorado pelo álcool (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1997). Muitas explicações já foram sugeridas na tentativa de elucidar o mecanismo da reação de Gram, as mais plausíveis dizem respeito à diferença na estrutura química da parede celular. Nas Gram-positivas há a existência de uma espessa parede celular (várias camadas de peptidoglicano), além de outros possíveis componentes, como: ácidos teicóicos, proteínas, polissacáridos e etc, substâncias não solúveis em álcool, que atuam reduzindo a permeabilidade da parede. Já as Gram-negativas são descoradas pelo tratamento com o álcool, possuem uma delgada camada de peptideoglicano, além de uma membrana externa rica em lipídios (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1997). Identificação do Caso A semeadora do material biológico nº 15 em meio sólido de ágar CLED/Macconkey possibilitou o crescimento de colônias nos dois meios, indicando que se tratam de bactérias gram-negativas, uma vez que o meio Ágar MacConkey é seletivo para tal. Desse modo foi possível a visualização de aproximadamente 32 UFC/g. pequenas colônias, e uma formação fúngica (flecha verde), no meio Ágar MacConkey(amarelo). No meio CLED (vermelho) foram contabilizadas 27 UFC/g, sem contaminação. A contagem poderia ser maisprecisa com a utilização de equipamento eletrônico, não disponível na prática, a saber Contador de Colônias eletrônico ou digital, que tem o processamento manual, parcial ou totalmente automatizado. Imagem 02: Placa de petri com colônias. Imagem 03: indicação dos pontos de coleta de amostra. As colônias em CLED apresentaram forma puntiforme, elevação convexa, margens inteiras, tamanho pequeno, cor rósea e aspecto granuloso. Já as colônias do MacConkey também demonstraram formato puntiforme e elevação convexa, mas com margens ligadas e inteiras, tamanho médio, cor esverdeada e aspecto liso. Após a contagem das colônias, foi retirado amostra da mais protuberante e distantes da porção contaminada por fungos do meio MacConkey, indicada pelo círculo roxo, para realização de prova de catalase, a qual foi positiva, pois houve a formação de bolhas na lâmina. Do CLED foi retirado amostra da maior colônia e realizado teste em Tubo de Rugai modificado. O resultado do tubo de Rugai foi: Lisina +; Movimento -; Glicose +; gás +; Sacarose -; e indol -. Dessa forma chegasse a conclusão que estamos lidando com uma Enterobactéria oxidase negativas, gram-negativa e sacarose negativo. Imagem 04: Prova de catalase. Imagem 05: Provas em tubo de Rugai. Referências CÂMERA, Brunno. Descrição Morfológica de Colônias em Microbiologia. [S.l.]: Biomedicina Padrão, 2013. Disponível em:< https://www.biomedicinapa drao.com.br/2013/0 8/descricao-morfologica-de-colonias-em.html>. Acesso em:17 mar. 2021. FEITOSA, Francisco Leydson F..Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico. São Paulo: Roca, e. 3, 2014. ISBN 978-85-4120454-5 MACVEY, Scott D.; KENNEDY, Melissa; CHENGAPPA, M. M.. Microbiologia Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, e. 3, 2016. MOCELIN, Julio Cezar. Averiguação de Microorganismos (Bactérias e Fungos) Presentes em Objetos. Concórdia; FECITAC, 2016. Disponível em:<http://fecitac.concordia.i fc.edu.br/wp-content/uploads/sites/29/2017/10/ 11.pdf>. Acesso em: 12 set. 2021. OKURA, Mônica Hitomi; RENDE, José Carlos. Microbiologia: Roteiro de Aulas Práticas. São Paulo: Tecmedd, 2008. ISBN 978-85-99276-26-6. Técnica de Coloração de Gram. Brasília: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS, 1997. TRABULSI, Luiz Rachid, ALTERTHUM, Flavio. Microbiologia. São Paulo: Atheneu, e. 5, 2008. ISBN 978-85-7379-981-1. TRABULSI, Luiz Rachid; TOLEDO, Maria Regina Fernandes de. Microbiologia. São Paulo: Atheneu, e. 2, 1996
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