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Arritmias Manifestações clínicas -Palpitações (conscientização dos batimentos, acelerações ou desacelerações) - Sintomas de baixo débito: tontura e síncope - Arritmias com aumento das demandas de oxigênio podem causar angina (dor torácica) - Em cardiopatas pode precipitar insuficiência cardíaca (ICC) ou descompensá-la - Morte súbita -Qualquer distúrbio na frequência, regularidade, do local de origem ou da condução do ritmo Fatores arritmogênicos HIS DEBE H- Hipóxia: distúrbios pulmonares como DPOC grave ou embolia pulmonar aguda podem precipitar arritmias I- Isquemia e irritabilidade: Infarto agudo do miocárdio, miocardite e anginas S- Estimulação simpática: Aumento do tônus simpático (hipertireoidismo, ICC, nervosismo, exercícios) D- Fármacos: fármacos antiarrítmicos (quinidina) E- eletrólitos: Hipocalemia (↓K), desequilíbrio do cálcio e do magnésio B- Bradicardia E- Estiramento: dilatação e hipertrofia dos átrios e ventrículos (ICC e valvulopatias) Suspeita de arritmias Monitorar o ritmo - Eletrocardiograma - Holter (ambulatorial) Determinar a frequência cardíaca - Contar os quadradinhos pequenos entre dois intervalos QRS (x) e dividir 1500/x - Contar os quadrados maiores entre dois QRS(y) e dividir 300/y - Contar quantos quadrados grandes entre um QRS e outro: 3 quadrados (100 bpm), 4 (75 bpm), 5 (60 bpm) ou 6 quadrados (50 bpm) Identificar a causa e tratar de forma adequada Tipos básicos de arritmias 1- Ritmo que se origina e é conduzido de forma adequada, contudo a frequência é elevada (>100 bpm) ou diminuída (<50 bpm) 2- Ritmo se origina de um foco que não é o nó sinusal- Foco ectópico - Ritmos sustentados podem ser causados por fatores precipitantes (os mais comuns são aumento da automotricidade, intoxicação digitálica ou beta adrenérgica, terapias para asma e DPOC) - único foco ou foco migratório 3- Ritmo reentrante: a atividade elétrica é aprisionada dentro de um circuito elétrico - Uma via de transmissão mais lenta e uma mais rápida, a onda despolariza a via mais rápida, porém a lenta ainda vai estar repolarizando, o impulso que estava na via mais rápida pode emergir para a via lenta, criando um circuito entre as duas vias 4- A atividade elétrica se origina no nó sinusal, segue a via habitual, porém encontra bloqueios e retardos inesperados 5- A condução elétrica segue vias acessórias, que não as vias principais, fornecendo atalhos elétricos ou curto-circuito (síndromes de pré-excitação) Arritmias sinusais Taquicardia e bradicardia sinusal -Fisiológica: exercício forçado, repouso em atletas bem condicionados (comum<60) - Patológica: - Taquicardia (1a fig): pacientes com ICC, doença pulmonar grave e hipertireoidismo - Bradicardia (2a fig): Estágios iniciais do IAM ou resultado do aumento do tônus vagal e pode causar desmaios - Tratar a causa base Ritmo sinusal é o “normal”: Onda P precede complexo QRS Arritmia sinusal -Parece um ritmo sinusal normal, contudo é discretamente irregular - Pode ser normal: variação da FC na inspiração e expiração Parada sinusal - Só o nó sinusal consegue estimular o coração - EEG linha isoelétrica sem atividade elétrica - Se for prolongada é chamada de assistolia (ritmo de parada que a desfibrilação elétrica NÃO está indicada) - A maioria das células miocárdicas pode se comportar como o marca-passo cardíaco (quem se comporta como marca passo é aquele que é mais rápido ) - Batimentos de escape: outras células fazem o papel de marca passo (se atrial bat de 60 a 75, se juncional frequência de 40 a 60, se ventricular frequência de 30 a 45). Em geral não há nenhuma onda P ou ela apresentar-se retrógrada, demonstrando a despolarização atrial ocorrendo no sentido contrário (onda P 180° invertida) - Como não é possível identificar se a pausa é devido a parada sinusal ou na falha de transmissão, parada sinusal e bloqueio de saída sinusal “significam a mesma coisa” A parada ocorre após o 4° batimento, e o batimento de escape aparece sem a onda P (último) Escape juncional: primeiros batimentos são sinusais (onda P precede o QRS), longa pausa seguida de 3 batimentos de escape, com ondas P retrógradas (podem ocorrer antes, durante ou após os QRS) 4 perguntas - Onda P presente e aspecto normal? - QRS estreito (<0,12s) ou alargado (>0,12s) em geral os estreitos são de origem atrial - Qual a relação da onda P com os complexos QRS? - Ritmo regular ou irregular Arritmias fluxograma geral Suspeita de arritmias Quadro clínico: mal estar inespecífico, dor torácica, dispnéia, palpitações, alteração do nível de consciência e hipotensão Anamnese (perguntas importantes) - Caracterizar as palpitações: duração, início, percepção, entrada e saída do episódio - Sintomas associados: Dispnéia, síncope, precordialgia, tontura ou confusão mental - Antecedentes patológicos: histórico de arritmias e tratamentos realizados, cardiopatias em geral, IAM prévio, insuficiência cardíaca - Doenças respiratórias, endocrinológicas (hipertireoidismo, feocromocitoma) - Fatores de risco para distúrbios hidroeletrolíticos (doença renal crônica, vômitos, diarreia) - Medicamentos utilizados e drogas de abuso Monitorização Sinais de gravidade? Sala de emergência Exame físico - Regularidade do pulso e comparação com FC, pulsação visível em fúrcula (frogging), PA em ambos os membros, em decúbito dorsal e posição ortostática - Ausculta cardíaca: avaliar presença de B3 ou B4, atrito pericárdico ou abafamento de bulhas - Edema assimétrico de membros e sinais hipertireoidismo Sintomas de instabilidade: - Hipotensão, choque - Rebaixamento do nível de consciência - Dor precordial - Dispneia Equação de Karvonen: - FC máxima do paciente: 220- idade do paciente - Eletrocardiograma (principalmente se paciente sintomático) - Outros exames dependem do diagnóstico diferencial: eletrólitos, função renal, marcadores miocárdica, dosagem de substâncias Perguntas ECG Tratamento inicial - Onda P presente e com morfologia normal? - QRS estreito (<0,12s)ou alargado (>0,12s)? - Ritmo regular ou irregular? - Qual a relação da onda P com o QRS? QRS estreito - Intervalo RR irregular: Fibrilação atrial, Flutter atrial com BAV variável, Taquicardia atrial multifocal QRS alargado - Intervalo RR irregular: TV polimórfica, torsades de pointes, fibrilação atrial com aberrância, fibrilação atrial com via acessória - Intervalo RR regular: taquicardia sinusal, taquicardia supraventricular, TAV ortodrômica, taquicardia atrial, flutter atrial Ondas P - Intervalo RR regular: TV monomórfica, TSV com aberrância, TAV antidrômica, alterações tóxico-metabólicas Igual ao QRS - RP longo: taquicardia sinusal, taquicardia atrial multifocal, taquicardia atrial focal, taquicardia juncional de reciprocante - RP curto: taquicardia por reentrada nodal, taquicardia por reentrada atrioventricular - RR irregular: FA, Flutter atrial de condução AV variável - Taquicardia atrial Menos ondas P que QRS - Taquicardia juncional com bloqueio AV retrógrado Mais ondas P que QRS - Flutter atrial, taquicardia atrial Onda P não identificável - Taquicardia juncional, taquicardia atrial, TRN Considerar toda taquiarritmia regular com QRS alargado TV monomórfica Referências: - THALER, Malcon S. ECG Essencial: Eletrocardiograma na Prática Diária - 7ª Edição - 2013 - Medicina de emergência : abordagem prática / editores Irineu Tadeu Velasco ... [et al.]. - 14. ed., rev., atual. e ampl. - Barueri [SP] : Manole, 2020
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