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1 DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA A dissecção aguda de aorta é uma delaminação da parede do principal vaso do coração – aorta. A parede da aorta é composta por 3 camadas, como: íntima, a média e a adventícia. Na dissecção, teremos então uma perfuração da camada íntima por um enfraquecimento de parede. O sangue vai sair da luz “verdadeira” e a sua pressão vai provocar uma rotura longitudinal e a formação de uma “falsa luz” entre a camada íntima e a camada média. Teremos então, uma laceração da camada íntima e exposição da camada média a essa pressão sanguínea. Necessário entender que: Serão criados dois canais paralelos Luz verdadeira e falsa luz; Teremos um orifício comunicante para a passagem desse fluxo; Na luz verdadeira o fluxo estará ocorrendo de forma adequada; Na luz falsa há uma pressão inadequada do fluxo de sangue e isso prejudicará as outras camadas; Há uma compressão da luz falsa em direção a luz verdadeira; A camada adventícia estará preservada; Há uma diferença entre dissecção aguda de aorta (rotura longitudinal) para uma ruptura de aorta (perfuração transversal); A “falsa luz” é maior pois o fluxo de sangue segue na sua direção (maior pressão); Variantes da dissecção aguda de aorta: Hematoma intramural: Hematoma entre a camada íntima e média com preservação da camada íntima. Esse hematoma pode progredir de forma anterógrada ou retrógrada. Se for um hematoma que acabe dissecando tudo, em algum momento a camada íntima será rompida e chamaremos isso de dissecção aguda de aorta. Úlcera aterosclerótica penetrante: Ocorre quando há formação de uma placa aterosclerótica que ulcera e depois perfura a parede aórtica. Essa ulceração pode ser tão grave a ponto de romper a camada íntima e gerar uma dissecção. Sintomatologia/Exame físico: Dor torácica intensa, súbita e expressiva; Característica clássica: irradiação para o dorso (lembrando que podem existir casos que não irradiem para o dorso); Podem ocorrer irradiações para região cervical, mandibular ou até mesmo irradiação para o abdome; Sinais clínicos nem sempre estarão presentes, mas uma assimetria de pulso presente, vai chamar muita atenção para dissecção; Pode ocorrer a presença de sopro aórtico; Pode ocorrer derrame pericárdico e ao crescer de uma forma muito rápida pode gerar tamponamento cardíaco (causando uma compre ssão externa do coração – redução do débito cardíaco/hipotensão); em consequência disso, teremos: o Bulhas hipofonéticas; o Estase jugular devido ao aumento da pressão interna para sobrepor pressão externa; Logo, teremos a chamada Tríade de Beck Bulhas abafadas, estase jugular e hipotensão. Complicações: Ruptura de aorta; Tamponamento cardíaco; Insuficiência aórtica aguda; Hematoma periaórtico; Derrame pericárdico Oclusão dos ramos aórticos (ex: se for na carótida, teremos isquemia cerebral, se for na coronária, teremos IAM, se for na subclávia e não tiver ramos vertebrais que supram a necessidade, teremos isquemia de membros, se for na aorta abdominal no ramo que irriga o rim, teremos insuficiência renal e etc.); tudo depende da altura que ocorrer essa isquemia. Fatores de risco: HAS (principal fator); Dislipidemia; 2 Aterosclerose; Tabagismo; Desordens do colágeno geneticamente mediadas: Síndrome de Marfan, Síndrome de Turner, Síndrome de Ehlers-Danlos e Síndrome de Loyes- Dietz; Presença de valva aórtica bivalvulada; Presença de aneurisma de aorta prévio (principalmente quando o aneurisma da aorta ascendente excede 5,5 cm); Cirurgia cardíaca prévia; História de cateterismo cardiovascular para exame diagnóstico (cineangiocoronariografia) ou terapêutico (angioplastia coronariana, implante de valva aórtica transcateter ou tratamento endovascular da aorta); História familiar de doença da aorta; Presença de coarctação de aorta; Doenças inflamatórias que cursam com vasculite; Traumas; Gestação e parto; Uso de drogas (em especial a cocaína); Causas infecciosas (ex: sífilis); Síndrome de Takayasu; Arterite de células gigantes; Classificação: Stanford Tipo A e Tipo B Tipo A: Tudo que envolve a aorta ascendente; Tipo B: Quando só envolve a aorta descendente; Bakey Tipo I, II, III Tipo I: Envolve toda aorta; Tipo II: Envolve apenas aorta ascendente; Tipo III: Envolve apenas aorta descendente; Diagnóstico: Marcadores de necrose miocárdica (troponina); ECG Raio-x (complementa o exame físico) se possuirmos, por exemplo, um alargamento do mediastino, pode ser um sinal de dissecção aguda de aorta. Ecocardiograma TT (transtorácico) e TE (transesofágico) são os primeiros exames que iremos lançar mão. Angiotomografia de aorta (padrão-ouro – excelente acurácia); Terapêutica: - Com complicações (com isquemia): Tipo A: Cirurgião cardíaco cardiovascular; Tipo B: Cirurgião vascular (pode fazer uma cirurgia ou colocar endoprótese no vaso para fechar o orifício); Dissecção total: Cirurgião vascular e cirurgião cardíaco; - Sem complicações (sem isquemia): Fazer tratamento clínico para controle da PA e FC. Uso de NIPRID e betabloqueador, por exemplo, são medicações hipotensoras e ao serem feitos de forma venosa, reduzem a pressão e a quantidade de sangue no falso lúmen. Os riscos de cirurgias são grandes e por isso a opção pelo tratamento clinico é melhor.
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