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Allycia Mello Ambiente cirúrgico: é a unidade hospitalar onde se realizam as intervenções cirúrgicas. Sala cirúgica: é um dos componentes do ambiente cirúrgico e onde de fato acontecerá o ato operatório. O ambiente hospitalar como um todo deve estar protegido da contaminação excessiva para evitar colonização e infecção cruzada de pacientes com cepas virulentas de microrganismos, que podem invadir os sítios cirúrgicos apesar das práticas de assepsia, antissepsia e técnicas cirúrgicas estéreis. Toda a equipe deve lavar as mãos cuidadosamente antes e após qualquer contato com o paciente, independentemente do local (i.e., na sala de cirurgia ou em qualquer outro local do hospital). Os pacientes portadores de microrganismos especialmente perigosos ou resistentes (p. ex., Clostridium difficile, MRSA e Enterococcus resistente à vancomicina) devem receber precauções especiais, como isolamento, e as equipes devem utilizar aventais e luvas durante o contato direto com o paciente e suas secreções. Notavelmente, os higienizadores à base de álcool não são eficazes contra C. difficile. • Planejamento do centro cirúrgico Os cirurgiões devem comunicar prospectivamente à equipe do centro cirúrgico sobre o tipo de cirurgia que será realizada, incluindo sua duração estimada e todos os itens necessários, para aumentar a eficiência e evitar atrasos. Os cirurgiões também devem prever necessidades especiais, como instrumentos ou equipamentos não comuns, materiais prostéticos, equipamentos de coagulação (p. ex., eletrocautério, equipamentos de ultrassonografia ou de radiofrequência, lasers), exames laboratoriais intraoperatórios (p. ex., glicose, hematócrito, paratormônio), exames de imagem (p. ex., fluoroscopia, ultrassonografia), monitoração de nervos e outros detalhes específicos para a cirurgia. O cirurgião principal é responsável por coordenar as equipes cirúrgicas quando vários especialistas e outros profissionais colaboram para os cuidados ao paciente, incluindo cirurgiões, anestesiologistas, enfermeiros, técnicos e outros. O planejamento e desenvolvimento do ambiente cirúrgico devem ser fruto do trabalho em equipe, formada por arquitetos, engenheiros, médicos, enfermeiros e administradores hospitalares. • Dimensionamento - 5% da área total do hospital ou três metros quadrados/leito hospitalar. - O tamanho da sala depende de qual especialidade se destina. • Localização O ambiente cirúrgico deve se localizar próximo às unidades que recebam casos cirúrgicos. • Componentes Em um ambiente cirúrgico pode - se dividir 3 áreas: 1) Zona de Proteção: é a área de relacionamento entre todo sistema hospitalar Troca de roupas para o uniformes. 2) Zona Limpa: é a área de relacionamento entre os profissionais do centro cirúrgico. 3) Zona asséptica ou estéril: constituída pelas salas e operação e subesterelização. 4) Áreas de transferência: áreas onde os pacientes são passados das macas das unidades de internação para as macas do ambiente cirúrgico. • Vestiários • Sala de recepção dos pacientes Sala em que os pacientes são recebidos e permanecem até serem conduzidos para a sala de cirurgia. Allycia Mello Aqui os pacientes podem ser reavaliados antes da cirurgia ou receber medicação pré-anestésica. Deve ser um ambiente tranquilo a fim de diminuir o estresse pré-operatório. • Corredores São locais de grande disseminação de infecção. “Corredor periférico” ou “corredor contaminado” → por onde saem todos os profissionais que entraram na sala cirúrgica, o paciente e instrumentos, campos e aparelhos utilizados. “Corredor limpo” → por onde a equipe cirúrgica, paciente, instrumentos, campos e aparelhos circulam até a sala de cirurgia • Lavabo Local destinado a desgerminação de mãos e antebraços da equipe cirúrgica antes de entrar na sala de cirurgia Devem dispor de 2 torneiras de braços longos para facilitar o fechamento com o cotovelo ou com comandos que dispensem o contato das mão para seu fechamento. • Sala de Operação É o local onde ocorre a cirurgia Deve dispor de: ➔ Mesa de cirurgia ➔ Mesas de instrumental ➔ Mesa para o anestesista ➔ Prateleiras para os materiais que serão utilizados na cirurgia ➔ Foco principal de luz ➔ Mesa auxiliar Luz ➔ Pode ser artificial ou natural* (atualmente a luz artificial é a única que possui os padrões necessários para iluminação do centro cirúrgico). ➔ OBJETIVO: minimizar a tarefa visual da equipe e oferecer condições para que a cirurgia se processe com precisão, rapidez e segurança. ➔ O foco de luz deverá, no início da cirurgia incidir perpendicularmente à ferida operatória e, de acordo com a necessidade, ser mudada de posição conforme a área a ser iluminada. • Sala de subesterelização e sala auxiliar Sala de subesterelização: é uma área anexa à sala de cirurgia destinada a rápida esterilização dos instrumentos metálicos que se contaminem acidentalmente durante a cirurgia e que sua utilização é imprescindível. Sala auxiliar: é uma sala anexa de operação destinada à montagem de um aparelho ou equipamento ou indução de anestesia. Não é obrigatória a sua existência. • Sala de equipamentos e depósito de material Sala de equipamentos: é o local onde TODOS os aparelhos ficam guardados quando estiverem limpos, testados, estéreis e prontos para serem utilizados. Depósito de material: local onde ficam armazenados o material esterilizado proveniente do centro de materiais esterilizados e prontos para utilização. • Sala de recuperação pós-anestesia Local destinado à vigilância do paciente no pós-operatório. Dispõe de uma sala de isolamento físico destinada para pacientes que foram submetidos a cirurgia contaminada, para que não constituam foco de disseminação de infecção para todo o ambiente cirúrgico. Os pacientes são liberados desta sala quando o anestesista julgar conveniente. • Sala de conforto e serviços auxiliares Sala de conforto: é o local destinado para o descanso das equipes que atuam no centro cirúrgico. Serviços auxiliares: área destinada para instalação de 3 serviços auxiliaries: ➔ Radiologia ➔ Anatomia Patológica ➔ Laboratório Clínico • Administração e central de gasometria Administração: área destinada ao chefe do centro cirúrgico, supervisora de enfermagem, o serviço de anestesia e um Allycia Mello local para a Secretaria Geral do ambiente cirúrgico. Todos possuem salas separadas. Central de gasometria: área destinada à oxigênio, gases anestésicos e ar comprimido para uso nas salas de cirurgia e recuperação pós-anestésica. Assepsia→ significa ausência de matéria séptica, estado livre de desinfecção. Trata- se do método que impede através de meios físicos e químicos • Entrada de microrganismos patogênicos no corpo humano; • Prevenção do desenvolvimento de infecções mediante a destruição dos agentes infecciosos; • Impedir a penetração de microrganismos em local que não os contenha→ local estéril; Antissepsia→ conjunto de procedimentos e práticas destinadas a impedir a colonização por microrganismos patogênicos ou que visam à destruição desses organismos por determinado período de tempo, mediante uso de agentes químicos. Resulta do emprego de agentes germicidas contra patógenos no tecido humano→ método profilático. ANTISSÉTICOS→ substâncias providas de ação letal ou inibitória da reprodução de microrganismos. São dispostas nas seguintes propriedades essenciais→ 1. Ação bactericida e ação bacteriostática; 2. Persistência de ação durante várias horas; 3. Ausência de causticidade; 4. Baixo índice de reações de hipersensibilidade; 5. Baixo custo; Esterilização→ corresponde a completa destruição de todas as formas de vida microbiana, incluindo esporos bacterianos, através do emprego de métodos físicos ou químicos. Princípios gerais da esterilização: 1. O instrumental ao se iniciar o ciclo de esterilizaçãodeve ter o menor número possível de microrganismos; 2. Todas as suas partes precisam estar dispostas de forma a serem facilmente acessíveis ao esterilizante; 3. O empacotamento deve ser feito de modo que a esterilização seja mantida até o uso do instrumento. MEIOS FÍSICOS: Calor seco: emprega o calor como esterilizante, sem a presença de umidade com a ação biocida ocorrendo por oxidação do protoplasma das células. É usado para esterilização de óleos e pós. Calor úmido→ utiliza-se a autoclavação por vapor saturado sob pressão, é indicado para artigos termo resistentes ➢ Principais autoclaves→ gravitacional, pré-vácuo e flash. MEIOS QUÍMICOS: Óxido de etileno: usado para materiais como endoscópios, objetos de plástico e de borracha, ampola de medicamentos e fios de sutura; Formaldeído: usado para esterilizar caixas metálicas e materiais que não podem ser submetidos a altas temperaturas/umidade; Plasma de peróxido de hidrogênio Desinfecção→ consiste no combate aos microrganismos que se encontram na superfície de objetos inanimados, com o uso de agentes desinfetantes. - Processo pelo qual são destruídos os microrganismos em sua forma vegetativa; - A destruição microbiana vai depender da concentração do agente químico e seus efeitos sobre o microrganismo. NÍVEIS DE DESINFECÇÃO Allycia Mello LIMPEZA→ método manual ou mecânico de remoção da sujidade presente na superfície dos artigos, objetivando a redução de sua carga microbiana. É um passo fundamental, pois uma carga microbiana elevada não permite resultados satisfatórios quando os artigos são submetidos aos processos de desinfecção e esterilização. Falha na limpeza→ propicia a aderência de matéria orgânica ao artigo e não permitirá a ação do agente esterilizante na área de aderência. • O que um desinfetante deve ter? 1. Amplo espectro de ação antimicrobiana; 2. Propiciar inativação rápida dos microrganismos; 3. Apresentar manutenção de sua ação, mesmo em presença de líquidos orgânicos; 4. Não ser corrosivo para metais; 5. Baixa incidência de hipersensibilidade; 6. Tolerar variação de temperatura e PH; 7. Manter atividade quando rediluído; 8. Fácil uso, inodoro e estável sobre forma concentrada e diluída; 9. Baixo custo; Os antibióticos profiláticos são usados mais frequentemente para prevenir infecções de uma incisão cirúrgica. É comprovado que a profilaxia do antibiótico no pré-operatório reduz o risco de ISCs pósoperatórias em muitas circunstâncias. Uso profilático → Quando se deseja prevenir infecção por um agente conhecido ou fortemente suspeito em um paciente que se encontre em risco de contraí-la. A antibioticoprofilaxia é indicada para a maioria das cirurgias limpas-contaminadas e contaminadas (ou potencialmente contaminadas).