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1 EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS Laura Borges COLESTASE NEONATAL Icterícia: Coloração amarelada da pele, esclera e mucosas, decorrente de hiperbilirrubinemia Bilirrubina é o principal produto da degradação do heme, cujas fontes são hemoglobina, mioglobina e hemoproteínas o Principal é proveniente da hemoglobina – destruição dos eritrócitos maduros (80-85%) o 15-20%: Destruição prematura na medula óssea ou no baço Não heme: não eritróide e de hemoproteínas hepáticas como mioglobina, citocromo e catalases Metabolismo da Bilirrubina (6 passos): 1. Formação de BbI nas células no retículo endotelial 2. Transporte de BbI pelo plasma, ligada a albumina 3. Captação da BbI pelo hepatócito 4. Conversão da BbI em BbD no hepatócito 5. Transporte de BbD pela membrana biliar 6. Fluxo da Bb pelo sistema biliar até o intestino Alteração em qualquer um dos passos Icterícia A icterícia pode ocorrer por aumento de: o Bb Indireta: Aumento de produção de Bb Diminuição de captação Diminuição da conjugação pelos hepatócitos o Bb Direta: Diminuição da secreção Icterícia por aumento de Bilirrubina Indireta Dosar reticulócitos: o Se elevados: Hemólise Cefalohematoma Hiperesplenismo o Decorrente de diminuição da captação ou conjugação o Distúrbios de conjugação: Hereditários (ex: Sind. Crigler – Najjar e Gilbert) Adquiridos (ex: fármacos, doença hepatocelular e sepse) o Distúrbios de captação: Jejum, sepse e fármacos (princ. Rifampicina) Icterícia Fisiológica: Pós natal imediato Secundária: o Atraso de maturação da UGT o Redução captação e conjugação da BbI o Diminuição da excreção de BbD Início após 24h de vida Visível 2-3º dia Pico 4-5º dia Melhora 1-2 semanas 2 EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS Laura Borges Icterícia por Aleitamento Materno: Inicío 4º dia Pico 2ª semana Permanece até 8ª semana Pode persistir até 10ª semana ou mais se AME RN são saudáveis, ganho de peso adequado, coloração das fezes e urina normal, exame físico normal Bb em torno de 12mg/dl Icterícia por Aumento de Bilirrubina Direta (COLESTASE): Sempre patológico!! Colestase: diminuição da secreção biliar por doença hepatobiliar ou biliar Quadro clínico: o Icterícia o Hipocolia ou acolia fecal o Colúria o Prurido generalizado (colestase gera aumento de ácidos biliares) o Xantomas (acúmulo de colesterol) Diante de um quadro de colestase pensar em Hepatopatia crônica: o Recaída após hepatite aguda ou persistência dos sintomas por mais de 3 meses o Hepatoesplenomegalia o Exames laboratoriais alterados: aumento de BbD, GGT, FAL, ác. Biliares e colesterol o História familiar positiva o Complicações HDA Hiperesplenismo Sintomas de colestase: o Início súbito: Icterícia Colúria Prurido o Inespecíficos: Fraqueza Fadiga Anorexia Mal estar Perda de peso Dor abdominal Náuseas o Crônico: Icterícia persistente ou recorrente Prurido Distensão abdominal o Complicações: HDA Encefalopatia Ascite HPP: o Passado de colestase neonatal, icterícia o Recidiva do quadro de hepatite o História de hemotransfusão, uso de drogas, exposição a toxinas 3 EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS Laura Borges o DII (associação com colangite esclerosante 1ª) o Procedência: Áreas endêmicas Hepatite B Esquistossomose História Familiar: o Doenças hereditárias o Hepatopatias o Doenças autoimunes o Hepatite B e C o Cosanguinidade o Doenças genéticas e metabólicas Exame físico: o Fígado: tamanho, hepatimetria, aumento do lobo esquerdo, bordas e consistência o Esplenomegalia o Ascite, edema o Icterícia o Circulação colateral portossistêmica o Telangiectasias o Eritema palmar o Aranhas vasculares o Manifestações extra-hepáticas de autoimunidade o Baqueteamento digital o Hálito hepático o Exame oftalmológico: Catarata Congênita: metabólicos e Galactosemia Mancha vermelho cereja: Síndrome de Niemann-Pick Embriotoxon posterior (por lâmpada de fenda): Síndrome de Alagille Coriorretinite: Virais Anel de Kayser-Fleischer: Doença de Wilson Sinais clínicos: o Icterícia colestática Atresia de Vias Biliares (AVB) – mais grave e deve ser corrigido precocemente o Prurido Colestase Intra-hepática progressiva familiar (PFIC) o Ascite Síndrome de Budd Chiari o Aumento de consistência e volume lobo hepático E Fibrose hepática congênita (FHC) o Manifestações autoimunes Hepatite autoimune (HAI) o Hipoglicemia, acidose, convulsões Erro inato do Metabolismo (EIM) O que considerar hepatomegalia? o Grau de extensão da borda hepática abaixo do rebordo costal o Extensão da macicez à percussão – hepatimetria o Hepatimetria: Margem superior do fígado - Percussão do tórax até encontro da macicez Borda inferior - Palpação na linha hemiclavicular D 4 EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS Laura Borges Consistência: Endurecido x macio Contorno: Nodular x liso o RN: até 3,5 cm RCD na linha hemiclavicular direita é normal > 3,5cm RCD o Crianças: até 2cm RCD é normal > 2cm RCD o Hepatimetria: valores normais: Nascimento: 5,6-5,9cm 2 meses: 5cm 1 ano: 6cm 2 anos: 6,5cm 3 anos: 7,0cm 4 anos: 7,5cm 5 anos: 8cm 12 anos: 9cm Quais exames solicitar? o Hemograma completo o BT e frações o AST e ALT o GGT e FA o Albumina o TTPa o TP o US abdominal Tamanho, parênquima, sinais de cirrose, HP, esplenomegalia, ascite, vias biliares, esteatose Específico, acessível, não invasivo, custo efetivo, operador dependente Com Doppler: Trombose de veia hepática e Anormalidade fluxo veia hepática Outros exames: o Colangiorressônancia: avalia vias biliares o TC de abdome: Cálculos Comprovada alteração hepática: o Sorologia Vírus B e C o FAN, anti músculo liso e anti LKM1 o pANCA o Ceruloplasmina, cobre sérico, cobre urinário (24h) o Alfa 1 antitripsina o Triagem metabólica o Sorologia para doença celíaca Biópsia hepática: o Auxilia no diagnóstico o Prognóstico o Gravidade o Progressão da doença hepática o Intervenções terapêuticas o Grau de acometimento o Etiologia
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