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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA – CCN DEPARTAMENTO DE QUÍMICA CURSO: BACHARELADO EM FARMÁCIA PROFª: Drª NILZA CAMPOS ANDRADE JOSÉ VINICIUS DE ARAUJO GONCALVES EXTRAÇÃO DO LCC Teresina – PI 2021 JOSÉ VINICIUS DE ARAUJO GONÇALVES EXTRAÇÃO DO LCC Relatório elaborado pelo discente José Vinícius de Araujo Gonçalves do 2° período do curso de Farmácia, apresentado a disciplina de Química Orgânica Experimental, ministrada pela Profª. Drª Nilza Campos Andrade para obtenção de nota. Teresina – PI 2021 SUMÁRIO RESUMO............................................................................................................. 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 2. PARTE EXPERIMENTAL.................................................................................. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 4. CONCLUSÃO................................................................................................... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... QUESTIONÁRIO.................................................................................................. 04 04 05 05 06 06 07 4 RESUMO O LCC é um importante subproduto da indústria de beneficiamento de caju. Na prática, foi-se utilizado diferentes solventes como alternativa para a extração do LCC, dos quais foram o etanol e o hexano. Esse estudo se faz presente devido a toxicidade do hexano. No experimento, pôde-se demonstrar os benefícios do etanol, embora baixo rendimento, mas demonstrando-se como uma boa saída e alternativa para a extração do óleo. 1. INTRODUÇÃO O cajueiro tem origem brasileira, podendo ser encontrado principalmente no nordeste brasileiro. A espécie mais encontrada é a Anacardium occidentale e possui como seu pseudo-fruto o caju, que é doce e suculento, muito utilizado para o consumo in natura, na forma de sucos e cajuína. Porém, o seu fruto, castanha, que se apresenta na forma de amêndoa é a que agrega maior valor econômico. A casca da castanha do caju possui espessura entre 1 e 2 mm, assumindo caráter duro. Através dela, é possível se extrair um conteúdo líquido da castanha do caju (LCC), conhecido internacionalmente como Cashew Nut Shell Liquid (CSNL) que é uma mistura de compostos fenólicos com cadeia alquídica de 15 carbonos na posição meta à hidroxila do anel aromático. O LCC apresenta aspecto viscoso, vesicante e cáustico. (WASSERMAN e DAWSON, 1948; SANTAELLA, 1996; EDOAG, FADIPE e EDOGA, 2006). A extração do LCC pode ser feita a frio, por processo mecânico, através de prensagem. Outra técnica é extraí-lo, como ocorre na quase totalidade da indústria brasileira, por imersão em banho quente do próprio LCC a 185-190°C (MONTEIRO Jr., 1992; RODRIGUES et al., 2006). Durante o aquecimento o ácido anacárdico sofre descarboxilação e é convertido em cardanol. O líquido extraído a quente é chamado de “LCC técnico”. O hexano é o solvente orgânico mais utilizado no processo de extração de óleos, por ser mais seletivo, possuir estreita faixa de ebulição e ser imiscível com a água, o que evita misturas azeotrópicas (MORETTO & FETT, 1998). 5 O objetivo deste trabalho foi avaliar o rendimento do óleo extraído de amêndoa de castanha de caju através dos processos de imersão e imersão com refluxo (soxhlet) com etanol e hexano, bem como analisar a qualidade dos óleos extraídos, por análises físico-químicas. 2. PARTE EXPERIMENTAL Materiais e reagentes Castanhas de caju Hexano Clorofórmio Acetato de etila Ácido acético Iodo Extrator Soxhlet Provetas de 10mL Papel de filtro Procedimento experimental Inicialmente, coletou-se cerca de 10 castanhas de caju e separaram-se as cascas. Cortou-se em pequenos pedaços e pesou-se cerca de 25 g. Colocou-se no extrator Soxhlet deixando por 6 horas, para a extração com hexano. Evaporou-se o solvente e, em seguida, pesou-se o LCC obtido. Considerou-se a extração por imersão e refluxo (soxhlet) com hexano como sendo 100% do valor total de óleo na amêndoa. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao comparar o hexano com o etanol, percebeu-se melhor rendimento com o hexano. O maior rendimento obtido a partir do etanol foi de 57,6%, considerado baixo. Já o rendimento por hexano, foi de 98%, porém é preciso saber que esse solvente apresenta inflamabilidade e problema de toxidez. Solução de sulfato cérico Pedras de porcelana Pinça Placas cromatográficas de sílica Balão de fundo redondo 250mL Balão de fundo redondo 125mL Cuba cromatográfica Béquer de 100mL 6 Já com relação a acidez, houve variação de 0,41 a 0,02 para o hexano e de 1,12 e 0,07 para o etano. Essa maior acidez encontrada no etano, indica maior solubilidade dos ácidos no solvente. O LCC extraído no solvente de etanol apresentou cor mais escura. 4. CONCLUSÃO O etanol como solvente alternativo ao hexano, apresentou-se eficiente, ainda que possua menor rendimento e produtos com maior acidez. Porém, levando-se em consideração a agressividade do hexano ao homem e ao meio ambiente, o etanol se mostra eficiente e como uma fonte de saída alternativa e promissora, precisando ainda estabelecer ajustes de temperaturas e de tempo de processo, visando à obtenção de melhores rendimentos. Percebeu-se também que obteve-se óleos de coloração mais escura e em um processo industrial irá demandar equipamentos de maior custo, o que pode ser um limitador para pequenos processadores. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CITÓ, A. M. G. L.; MOITA NETO, J. M.; LOPES, J. A. D. Química- Boletim da Sociedade Portuguesa de Química. 1998, 68, 38 FERREIRA, E. S.; SILVEIRA, C. S.; LUCIEN, V. G.; AMARAL, A. S. Caracterização físicoquímica da amêndoa, torta e composição dos ácidos graxos majoritários do óleo bruto da castanha-dobrasil (Bertholletia excelsa H.B.K). Alimentos e Nutrição, v.17, n.2, p.203-208, 2006. LIMA, S. G.; MACEDO, A. O. A.; CITÓ, A. M. G. L.; MOITA NETO, J. M.; LOPES, J. A. D. Anais Assoc. Bras. Quim., 1997, 46(3), 220. NOBRE, Ana Carolina de Oliveira; GARCIA, Lana Glerieide Silva; SOUZA, Arthur Cláudio Rodrigues de; LIMA, Janice Ribeiro; SILVA, Luiz Carlos Nunes da; SOUZA, Nágila Freitas. OBTENÇÃO DE ÓLEO DE AMÊNDOA DE CASTANHA DE CAJU POR PROCESSOS DE IMERSÃO E IMERSÃO POR REFLUXO. 2012. Disponível em: https://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/viewFile/5363/1411. Acesso em: 24 abr. 2021. WASSERMAN, D.: DAWSON, C. R. Cashew nut shell liquid. III: the cardol component of Indian cashew nut shell liquid with reference to the liquid vesicant activity. Journal of the American Chemical Society, Boston, v. 70, n. 10, p. 3675-3679, 1948. 7 QUESTIONÁRIO 1. Qual o significado da sigla LCC? Líquido da casca da castanha-do-caju. 2. Pesquisar a estrutura e composição dos principais constituintes do LCC. 3. Apresentar justificativa para os fatores de retenção (Rf) observados para os constituintes principais do LCC. Devido a uma menor interação o adsorvente polar, pode-se concluir que o composto com menor interação é menos polar, sendo assim com o maior fator de retenção (Rf). É possível uma boa resolução quanto a separação dos compostos do LCC, a partir do seu fracionamento. 4. Com que finalidade é adicionado ácido acético na eluição dos componentes do LCC? A polaridade do ácido acético permite a recuperação dos valores médios de LCC,o que aumenta o índice de polarização e, consequentemente, aumenta a sua extração. 5. Citar vantagens e desvantagens da extração em Soxhlet. Vantagens: o solvente entra em ebulição por meio de um aquecimento apropriado e em condição que o composto sofre extração de forma rica e sem perda dos materiais a serem analisados. O líquido é absorvido pelo papel filtro e as partes sólidas não são empurradas para o balão. Desvantagens: possível saturação do solvente o que dificulta a extração.
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