Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Autor: Prof. Marcelo Socorro Zambon Colaboradores: Prof. Fabio Gomes da Silva Prof. Flávio Celso Müller Martin Prof. Mauricio Martins do Fanno Administração de Relacionamento com o Cliente Professor conteudista: Me. Marcelo Socorro Zambon Mestre em administração com ênfase em administração estratégica de negócios, pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), especialista em educação a distância, pela Universidade Paulista (UNIP), bacharel em administração de empresas pela Unimep. Professor e coordenador do curso de Administração da UNIP, campus Jundiaí. Líder das disciplinas Administração de Relacionamento com o Cliente, Administração Mercadológica, Gestão Mercadológica (graduação), Gestão de Clientes e Comunicação com o Mercado (pós-graduação). Orientador de Iniciação Científica e Trabalhos de Conclusão de Curso. Consultor, pesquisador e autor nas áreas de marketing, marketing estratégico, marketing institucional, marketing pessoal, marketing educacional. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Z24 Zambom, Marcelo Administração de Relacionamento com o Cliente. / Marcelo Zambom - São Paulo: Editora Sol. 156 p. il. Notas: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-014/11, ISSN 1517-9230. 1.Gestão 2.Relacionamento 3.Cliente I.Título CDU 658 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Geraldo Teixeira Jr. Tatiane Souza Sumário Administração de Relacionamento com o Cliente APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 10 Unidade I 1 CLIENTES: DEFINIÇÕES E ENTENDIMENTOS ...........................................................................................11 1.1 Definições básicas ................................................................................................................................ 12 1.1.1 Cliente ......................................................................................................................................................... 12 1.1.2 Compostos de marketing: 4Ps e 4Cs............................................................................................... 12 1.1.3 Consumidor ............................................................................................................................................... 14 1.1.4 Comprador ................................................................................................................................................. 15 1.1.5 Pagante ....................................................................................................................................................... 15 1.1.6 Cliente externo ........................................................................................................................................ 16 1.1.7 Cliente pessoal ......................................................................................................................................... 16 1.1.8 Cliente da concorrência ....................................................................................................................... 16 1.1.9 Cliente interno ......................................................................................................................................... 17 1.1.10 Cliente lucrativo .................................................................................................................................... 17 1.1.11 Então, o que é um cliente? ............................................................................................................... 17 1.2 Clientes: outras reflexões e o comportamento do consumidor visto como processo ........................................................................................................................................................... 18 1.2.1 Revisando e contextualizando clientes ......................................................................................... 18 1.2.2 O comportamento do consumidor é um processo ................................................................... 19 1.2.3 O comportamento do consumidor envolve muitos atores diferentes .............................. 20 1.2.4 A estrutura organizacional deve atender aos clientes ............................................................ 21 1.3 Clientes como início e fim dos processos organizacionais .................................................. 21 2 ORIGENS DO CLICENTRISMO E AS ONDAS DA QUALIDADE .......................................................... 25 2.1 Origens do clicentrismo ..................................................................................................................... 26 2.2 As ondas da qualidade ....................................................................................................................... 26 2.2.1 Primeira onda da qualidade total .................................................................................................... 26 2.2.2 Segunda onda da qualidade total .................................................................................................... 27 Unidade II 3 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO E DEFINIÇÃO DE CLIENTES-ALVO ............................................... 32 3.1 A segmentação de mercado ............................................................................................................ 32 3.1.1 Significado de segmentação de mercado ..................................................................................... 33 3.1.2 Formas ou critérios para a segmentação ...................................................................................... 34 3.1.3 Algumas vantagens da segmentação ............................................................................................. 36 3.2 Características da segmentação de mercado ........................................................................... 37 3.2.1 Principais variáveis de segmentação de mercado consumidor segundo Kotler ........... 37 3.2.2 A diferenciação no contexto da segmentação de mercado .................................................. 40 3.2.3 Diferenciação genérica ......................................................................................................................... 41 3.2.4 Diferenciação focalizada ...................................................................................................................... 41 3.2.5 Diferenciação segmentada .................................................................................................................41 3.2.6 Critérios de segmentação .................................................................................................................... 42 3.2.7 Exemplos de clientes-alvo de empresas selecionadas ............................................................. 43 3.2.8 Alguns critérios para uma segmentação de sucesso ............................................................... 45 4 ATRIBUTOS VALORIZADOS PELOS CLIENTES ........................................................................................ 46 4.1 Atributos valorizados pelos clientes: necessidades ................................................................ 46 4.1.1 Definindo a palavra “necessidades” ................................................................................................. 47 4.1.2 Atributos valorizados pelos clientes: atributos .......................................................................... 49 4.2 Atributos valorizados pelos clientes e momentos-verdade ................................................ 50 4.2.1 Expectativas comuns dos clientes ................................................................................................... 50 4.2.2 Atributos valorizados pelos clientes intermediários e clientes internos .......................... 53 4.2.3 Momentos-verdade como instrumento para identificação de atributos ........................ 53 4.2.4 Modelo de ciclo de serviço.................................................................................................................. 54 4.2.5 Pacote genérico de valor para o cliente ........................................................................................ 55 4.3 Instrumentos para ouvir os clientes ............................................................................................. 58 4.3.1 Ouvir clientes ............................................................................................................................................ 58 4.3.2 Ferramentas para ouvir o cliente: abordagem de Richard Witheley ................................. 60 4.3.3 Ferramentas para ouvir o cliente: o caso do Hospital Taquaral .......................................... 62 4.3.4 Reflexões importantes sobre conhecimento dos clientes (segmentação, métodos, decisões, conhecimento) ............................................................................................................. 64 Unidade III 5 RISCOS AO OUVIR OS CLIENTES E COMO SELECIONÁ-LOS ............................................................ 69 5.1 Os clientes sabem o que querem ................................................................................................... 69 5.1.1 Mais do que voltado para o cliente ................................................................................................. 69 5.1.2 Valores e requisitos mudam com o tempo e são variáveis entre clientes ....................... 70 5.1.3 A miopia de marketing e o cuidado ao ouvir as necessidades dos clientes ................... 72 5.2 Selecionando clientes ......................................................................................................................... 73 5.2.1 Selecionando clientes ........................................................................................................................... 73 5.2.2 A questão dos clientes não rentáveis ............................................................................................. 74 5.2.3 Como selecionar clientes ..................................................................................................................... 76 6 CANAIS DE ACESSO DOS CLIENTES ÀS ORGANIZAÇÕES ................................................................ 77 6.1 Canais de acesso dos clientes às organizações ........................................................................ 77 6.1.1 Canais de acesso geralmente utilizados ........................................................................................ 77 6.1.2 Sobre os serviços de telefonia ........................................................................................................... 78 6.2 Padronização do atendimento aos clientes ............................................................................... 83 6.2.1 Padronização no atendimento das reclamações e sugestões .............................................. 83 6.3 Estudos de casos ................................................................................................................................... 85 6.3.1 Estudos de casos sobre canais de acesso e tratamento das manifestações dos clientes ........................................................................................................................................................... 85 Unidade IV 7 REQUISITOS EXIGIDOS DOS QUE INTERAGEM COM OS CLIENTES ............................................102 7.1 Reflexões sobre os requisitos exigidos das pessoas que interagem com os clientes .....................................................................................................................................................102 7.1.1 Perfil dos atendentes ...........................................................................................................................102 7.1.2 Indicação de estudo complementar .............................................................................................104 7.2 Avaliação da satisfação e da insatisfação dos clientes .......................................................105 7.2.1 Satisfação dos clientes = f (desempenho versus expectativas) .........................................105 7.2.2 Um exemplo de questionário de avaliação da satisfação e/ou insatisfação dos clientes .........................................................................................................................................................108 7.3 E-relacionamento e as novas regras da economia ............................................................... 110 7.3.1 O e-relacionamento ............................................................................................................................. 110 7.3.2 Entendendo a gestão do e-relacionamento com o cliente ..................................................111 7.3.3 As novas regras da economia que norteiam o relacionamento entre organizações e clientes ..................................................................................................................................113 7.4 Customer Relationship Management (CRM) ..........................................................................120 7.4.1 Introdução .............................................................................................................................................. 120 7.4.2 CRM: definições e entendimentos ................................................................................................ 122 7.4.3 Alguns pontos fortes (vantagens) da implantação do CRM .............................................. 125 7.4.4 Riscos do CRM ...................................................................................................................................... 127 7.4.5 Alguns dos tipos de CRM .................................................................................................................. 128 7.4.6 O CRM e o ROI ...................................................................................................................................... 129 7.4.7 Requisitos para um CRM eficiente ............................................................................................... 130 7.4.8 Algumas considerações finais sobre CRM ..................................................................................131 8 A COMPRA RACIONAL, POR IMPULSO E A DISSONÂNCIA COGNITIVA ...................................133 8.1 Clientes e organizações ...................................................................................................................1338.2 Conceito de dissonância cognitiva .............................................................................................133 8.3 Três abordagens de compra impulsiva.......................................................................................134 8.4 A dissonância cognitiva pode ser eliminada ...........................................................................135 8.5 O que fazer quando a dissonância cognitiva ocorre ...........................................................135 8.6 Cases: 1. Mercado personalizado: mundo digital e 2. Wal-Mart: o maior varejista do mundo ...................................................................................................................................138 8.6.1 Mercado personalizado: tudo o que pode ser digitalizado pode ser personalizado .................................................................................................................................................... 138 9 APRESENTAÇÃO Caro aluno seja bem-vindo ao mundo da Administração de Relacionamento com o Cliente, uma disciplina cada vez mais demandada na formação do administrador e mais presente no cotidiano das organizações. Por meio dela, será possível compreender com profundidade a importância do relacionamento entre organizações e pessoas (clientes e consumidores), na busca de melhor atender aos clientes, de atraí-los e retê-los, de desenvolver colaboradores satisfeitos e de se manter de modo positivo na memória dos consumidores. Pelo método on-line (Educação a Distância – EaD), será possível aproximar-se ainda mais dessa realidade, uma vez que você poderá contar com a rede mundial de computadores (internet). Será possível, por exemplo, estudar casos e artigos de empresas, verificar o que elas fazem para bem atender em meio virtual, realizar pesquisas e comparações e, ainda, manter contato com seu professor. Figura 1 Não deixe de ler nada! Não se limite a ler apenas o que está neste livro-texto. Procure, pesquise, queira ir além. Saiba mais, sempre! É importante que você aproveite o potencial que a internet oferece. Na tela do computador, existe acesso a universidades, revistas, institutos de pesquisas, empresas, cultura e comportamento de nações, entre outros. A rede serve para estudos, comparações, compras, pesquisas em geral. Ou seja: a conectividade e a acessibilidade a conteúdos representam um novo modo de atividade (comportamento). Além de não podermos ausentar-nos dessa oportunidade, os clientes das organizações que conhecemos e com as quais trabalhamos não se distanciarão dessa realidade. Basta verificar o crescimento constante do comércio eletrônico, por exemplo. Neste material, você contará com vasta referência bibliográfica, além de exercícios, indicações de leituras complementares (inclusive na internet), glossário, entre outros. Temos como objetivo ajudá-lo a compreender que cada pessoa, na figura de comprador, pagante ou consumidor (ou todas ao mesmo tempo) tem perfil comportamental distinto e que, quando um determinado perfil ou grupo de perfis é identificado, criamos grupos com características semelhantes, pois, quanto mais homogêneos forem os grupos, maiores serão as chances de sucesso das campanhas de comunicação a eles destinadas. Porém, buscar-se-á estabelecer também a reflexão acerca de que nem mesmo em um grupo homogêneo as pessoas que o compõem são tão semelhantes, a ponto de serem tratadas exatamente da mesma maneira. Logo, os diferentes traços de personalidade de uma pessoa a tornam única, e é assim que cada indivíduo deseja ser tratado, como único (é o reconhecimento de que são diferentes). 10 Desta forma, você compreenderá que a gestão do relacionamento com o cliente busca estabelecer exatamente o equilíbrio entre o desejo do cliente e o que a empresa pode oferecer, uma vez que não há recursos humanos e financeiros, na maioria das organizações, para um padrão de atendimento totalmente individualizado, a não ser para aquelas que trabalham com produtos estritamente premium ou vips. Desde já, pense em como é importante atender bem aos clientes, pense no que fazer para sempre recebê-los de braços abertos. INTRODUÇÃO O estudo e a aplicação da Administração de Relacionamento com o Cliente (ARC) é importante na medida em que ajuda as organizações a entenderem quem são os clientes, quais são suas necessidades e desejos, que tipos de atributos eles valorizam, qual o seu potencial de compra e condições de pagamento, dentre outros. Em outros termos, a ARC ajuda a potencializar resultados operacionais, não apenas de marketing e vendas, mas também de produção, logística, finanças e de utilização de recursos humanos. Para que seja possível tirar proveito do potencial de ARC, é necessário compreender profundamente alguns elementos e, dentre eles, é possível destacar: a importância do entendimento dos diferentes tipos de clientes; clientes como início e fim dos processos organizacionais, ou seja, o que as organizações fazem, de algum modo, passam pelos clientes, pois eles no final consomem os produtos, demandam soluções para dificuldades, requerem garantias etc.; segmentação de mercado como caminho para identificar e agrupar os clientes em categorias cujas características são mais ou menos semelhantes, com isso compondo grupos de clientes-alvo; identificação dos principais atributos valorizados pelos clientes; conhecimento e utilização de instrumentos para ouvir clientes e cuidados ao ouvi-los; a seleção de clientes que interessam; canais de acesso que a organização oferece para que o cliente entre em contato com ela quando sentir necessidade; conhecimento das motivações de compra dos clientes, que podem levá-los a comprar por impulso, isso pode gerar dissonância cognitiva, o que representa – em certa medida – um risco para a organização. Enfim, a relação que se busca entre organização e clientes deve ser sustentável, ou seja, deve ser fundamentada em um sentimento e na percepção de que ambos os lados saíram ganhando com a negociação realizada. Clientes satisfeitos tendem a permanecer na organização por mais tempo, falar bem dela, atrair mais clientes, por outro lado, quando ocorre o contrário, clientes insatisfeitos, além de evadirem rapidamente, costumam levar consigo outros clientes, falar mal da empresa e evitar que outros novos clientes sejam conquistados. Cabe às organizações fundamentarem-se em procedimentos e alternativas para atraírem e reterem clientes satisfeitos, e é por isso que esse assunto é importante, porque ajuda as organizações a atingir saldo positivo na relação com os clientes, principalmente quando o foco é fazê-los felizes e torná-los satisfeitos. 11 ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 1 CLIENTES: DEFINIÇÕES E ENTENDIMENTOS Procure pensar no sentido dos termos comportamento e relacionamento. Concentre-se em entender que cada indivíduo apresenta um padrão ou tipo de comportamento que o torna único, e esse indivíduo, quando visto ou estudado isoladamente, pode receber determinado tipo de tratamento exclusivo. Além disso, quando lembramos que esse indivíduo não vive só, que, portanto, existe a coletividade, o tratamento que lhe será dado poderá não ser único e exclusivo, mas sim a compilação de padrões a partir de outros indivíduos, com comportamentos semelhantes (segmentação de mercado). Com isso, o tratamento oferecido buscará ser o melhor possível. Qual a importância desse fato? Não existe uma resposta que atenderá a 100% dos indivíduos quando separados em grupos, mas deve haver o esforçode chegar à melhor solução possível para o segmento. Como exercício inicial, procure, na rede mundial de computadores (internet), se as empresas que você mais conhece ou com as quais usualmente tem relacionamento (faz compras, por exemplo) oferecem algum tipo de serviço pela rede, se vendem, dão orientações sobre produtos e serviços, entre outros. Ao partir disso, compare a empresa com suas principais concorrentes. Compare, ainda, qual delas oferece melhores soluções pela rede e explique por que você acha que isso ocorre. Portanto, o objetivo, nesta primeira abordagem, é que você faça uma comparação entre empresas do mesmo segmento, por meio da internet, e, com isso, seja capaz de verificar diferenças entre elas e apontar o que cada empresa faz de melhor ou em que poderia melhorar. Por fim, considere que, se você se preocupar em observar as organizações e, sempre que possível, dizer a elas como agir para atender melhor aos clientes e agradá-los, certamente, você contribuirá não apenas com elas, mas com toda a sociedade. Para ajudar em seu exercício inicial, lembre-se: uma boa organização pode ser entendida como uma miríade de elementos inter-relacionados que, quando somados, produzem um todo maior que a simples soma das partes, uma organização deve ser interdisciplinar, organizada, responsável, atenta. Deve saber seu propósito existencial, deve interagir; ela deve ser composta pelo menos por: Unidade I 12 Unidade I Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 Quadro 1 Pessoas Profissionais Sociedade Mercado Desejos Necessidades Soluções Tecnologias Inovação Desenvolvimento Pense nisso! 1.1 Definições básicas Abaixo, você encontrará algumas definições e conceitos de cliente, dentre outros, que servirão de apoio para que haja entendimento em cada um dos módulos desta disciplina. 1.1.1 Cliente Cliente designa uma pessoa ou unidade organizacional que desempenha papel no processo de troca ou transação com uma empresa ou organização. [...] O termo cliente refere-se a pessoas que assumem diferentes papéis no processo de compra, como: o especificador, o influenciador, o comprador, o pagante, o usuário ou aquele que consome o produto (BRETZKE apud DIAS, 2003, p. 38). Constituinte, em relação ao advogado ou procurador. Divididos em mercado-alvo, podem ser: consumidores, industriais, revendedores, empresas governamentais e internacionais. Forma pela qual os publicitários designam os anunciantes, os empresários em geral, quando vinculados a uma agência de propaganda (MOREIRA; PASQUALE; DUBNER, 1999, p. 89). Deve-se considerar o cliente o destinatário dos produtos da organização. Pode ser uma pessoa física ou jurídica. É quem adquire (comprador) e/ou que utiliza o produto (usuário/consumidor) (FPNQ, 2004, p. 50). Designa uma pessoa ou unidade organizacional que desempenha papel no processo de troca ou transação com uma empresa ou organização. [...] O termo cliente refere-se às pessoas que assumem diferentes papéis no processo de compra, como o especificador, o influenciador, o comprador, o pagante, o usuário ou aquele que consome o produto [...] (DIAS, 2003, p. 38). 1.1.2 Compostos de marketing: 4Ps e 4Cs Os 4Ps representam a visão que a empresa vendedora tem das ferramentas de marketing disponíveis para influenciar compradores. Veja na imagem a seguir cada “P” e sua nítida necessidade de interação, que 13 ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 vai de um “P” a outro ou deles para a sociedade, pois todos eles tocam ou devem tocar o mercado-alvo e sempre com a melhor proposta possível. Produto Praça (Ponto de venda) PromoçãoPreço Mercado-alvo Figura 2 Do ponto de vista de um comprador, cada ferramenta de marketing é projetada para oferecer um benefício ao cliente. Robert Lauterborn sugeriu que os 4Ps do vendedor correspondem aos 4Cs dos clientes. A correlação sugerida por Robert Lauterborn: Produto Cliente (solução para o) Preço Custo (para o cliente) Praça Conveniência Promoção Comunicação O foco do marketing é o cliente, e, para tanto, é preciso proporcionar conveniência, comunicá-la sempre ao menor custo, para não pesar no orçamento do cliente. Em se tratando de clientes, os 4Cs não podem ser deixados de lado, pois servem para demonstrar que toda medida de uma organização (com ou sem fins lucrativos) está ligada a seus clientes e/ou consumidores. De fato, ela sabe que, para existir, precisa deles, bem como eles sabem que os produtos que compram facilitam sua vida, solucionam problemas cotidianos, entre outros. Reflita sobre a frase: “Não há pior cliente que cliente nenhum”. Ou seja: é melhor ter todos os piores clientes, desde que sejam de fato clientes ativos, pois sem eles não existe organização. Veja a estrutura na figura a seguir: 14 Unidade I Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 Quadro 2 – Os 4Cs e sua relação com o cliente Cliente Conveniência Comunicação Produtos / Serviços Custo Necessidade e desejos dos clientes 1.1.3 Consumidor O termo consumidor pode ser assim explicado: “indivíduo que compra bens ou serviços para consumo próprio e/ou de terceiros” (MOREIRA; PASQUALE; DUBNER, 1999, p. 103). Quanto à definição acima, você deve ficar atento: quando esses autores fazem referência a ”terceiros”, não se deve considerar genericamente “e/ou”, mas sim como o indivíduo que adquire produtos para o próprio consumo e, em parte, para o consumo de terceiros, que, então, efetuam junto – com o consumidor adquirente – o consumo do produto adquirido por ele. Por que essa preocupação? Simplesmente porque o consumidor pode não ter comprado nada, mas continua sendo “consumidor” (relação: cliente, consumidor e pagante). Figura 3 – A ação do consumidor Lembre-se de que o consumidor é quem consome o produto, que o utiliza no dia a dia. Por exemplo, você vai ao supermercado, compra uma maçã, um refrigerante ou um chocolate para consumir. Ou então, você vai a uma concessionária de veículos e compra um carro (novo ou usado) para usar em seu dia a dia, como ir trabalhar, fazer compras, ou visitar amigos, você será o usuário, portanto, consumidor do veículo. 15 ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 1.1.4 Comprador O termo comprador pode ser assim explicado: “pessoa que faz a compra. [...] indivíduo que adquire o produto ou serviço” (MOREIRA; PASQUALE; DUBNER, 1999, p. 97). Portanto, o comprador é a pessoa presente no ato da compra, é aquele que age executando-a. Figura 4 – A ação do comprador Enfim, o comprador é quem compra, mas saiba que o ato de comprar não quer dizer que o comprador seja exatamente o verdadeiro pagante do produto comprado. 1.1.5 Pagante O pagante équem paga pelo produto ou serviço adquirido, podendo, portanto, não ser a mesma pessoa do comprador ou mesmo do consumidor, porém, direta ou indiretamente, o pagante pode ser considerado cliente. O pagante não precisa vir no fechamento da compra, pois ele pode ter enviado o dinheiro, cheque ou cartão, por exemplo, por meio do comprador que executa a compra propriamente dita. Figura 5 – A ação do pagante 16 Unidade I Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 Em outros termos, o pagante é quem financia a compra realizada. É quem desembolsa os recursos necessários para a realização da compra. Por isso, em outras palavras, é quem paga a conta. 1.1.6 Cliente externo É, geralmente, aquele que paga pelos produtos e serviços, sem participar do respectivo processo de produção e realização. Ele sofre o impacto dos produtos e serviços oferecidos, sem fazer parte da organização (BOGMANN, 2000, p. 36). O cliente externo é genericamente o “cliente”, porém, o termo “externo” remete ao fato de que ele (cliente externo) não faz parte da organização, não trabalha nela nem possui qualquer tipo de relação profissional com a organização. O termo cliente externo é importante, porque também existem os clientes internos; logo, para as organizações, é útil diferenciá-los, sobretudo quando o modo de vendas para um cliente interno pode ser diferente, por exemplo, mais facilitado que para um cliente externo (mas isso não é uma regra, apenas uma possibilidade). De maneira geral, quando falamos de clientes, estamos nos referindo a clientes externos, por força de simplificação, generalizamos o contexto usando apenas o termo cliente, o que acaba sendo mais útil, contudo não seria por isso que você deixaria de lado o conhecimento mais apropriado da expressão “cliente externo”. 1.1.7 Cliente pessoal É aquele que influencia nossas vidas e nosso desempenho no trabalho. O termo “cliente pessoal” é formado pelas pessoas que amamos ou elas nos fazem lembrar: da esposa, do marido, dos filhos, dos amigos e de todos aqueles que convivem conosco, alimentam nossas necessidades emocionais e sociais (idem, p. 38). Clientes pessoais são importantes porque, muitas vezes, compram em determinados estabelecimentos apenas porque têm afinidade conosco (pessoa – funcionário daquele estabelecimento). Ou seja: os clientes pessoais são levados pelas relações de amizade. 1.1.8 Cliente da concorrência É o cliente externo que não compra de nossa empresa, mas, sim, de nossos concorrentes. A soma dos nossos clientes externos com os clientes da concorrência forma a massa de clientes ativos que chamamos de mercado atual. O número de clientes externos que temos em relação ao mercado atual determina a nossa participação no mercado em um determinado território definido (idem, p. 39). De certa forma, o cliente da concorrência é quem queremos para nós, pois, por algum motivo, ele prefere fazer negócio com outro (nosso concorrente) e não conosco. 17 ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 O cliente da concorrência é sempre alvo de ações de marketing que visam a chamar sua atenção e atraí-los de forma que desenvolva-se a chance de convencê-los a comprar de você e não mais do outro fornecedor (o concorrente). Atrair os clientes da concorrência é sempre bem-vindo se a organização que os atrai estiver preparada para atendê-los bem e em condições de, no mínimo, fazer o que a concorrência faz e, sempre que possível, oferecer algo a mais, aumentando, com isso, a chance de concretizar uma negociação que deverá ser a primeira de um longo e duradouro processo de relacionamento. 1.1.9 Cliente interno Algumas explicações muito úteis e importantes sobre cliente interno são: É aquele que faz ou deixa de fazer, para que a expectativa do cliente final seja satisfeita/superada ou não. É a peça principal na qualidade total em serviços. [...] O cliente interno é a pessoa que trabalha em nossa empresa e influencia o processo produtivo e de fornecimento de serviços (ibidem). Dentro de uma empresa, acontecem várias situações, nas quais os departamentos ou as pessoas fornecem produtos uns aos outros. Os receptores são denominados clientes internos (MEIRELES, 2003, p. 191). 1.1.10 Cliente lucrativo Cliente lucrativo: “é uma pessoa, residência ou empresa que, ao longo do tempo, rende um fluxo de receita que excede, por margem aceitável, o fluxo de custos de atração, venda e atendimento da empresa relativa a ele” (KOTLER, 2000, p. 77). Basicamente, o cliente lucrativo é aquele cliente que, baseado no relacionamento com a organização (o que inclui as compras realizadas por ele) entrega um saldo final positivo, o que chamamos de lucro. Talvez você esteja pensando neste momento no “porquê” de se considerar um cliente como lucrativo: será que no final das contas todos não são? Na verdade, é importante que todas as organizações e profissionais saibam que nem todo cliente dá lucro e que, alguns, na verdade acabam dando prejuízo. 1.1.11 Então, o que é um cliente? Figura 6 18 Unidade I Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 Veja, a seguir, algumas frases que visam a explicar o que é um cliente (KOTLER, 2000, p. 71): • um cliente é a “pessoa mais importante do mundo neste escritório, quer ele se comunique pessoalmente, quer por carta, entre outros; • um cliente não depende de nós: nós é que dependemos dele; • um cliente não interrompe nosso trabalho: ele é a finalidade do próprio trabalho; • não estamos fazendo um favor em servi-lo: ele está nos fazendo um favor dando-nos a oportunidade de servi-lo; • um cliente não é alguém com quem discutir ou debater. Ninguém jamais venceu uma discussão com um cliente; • um cliente é uma pessoa que nos traz seus desejos. É nossa obrigação lidar com eles de maneira lucrativa, para eles e para nós. Lembrete Uma data para lembrar: agora que você já conhece o significado do termo cliente e de suas diferentes aplicações, é interessante que saiba que o dia 15 de setembro é o Dia do Cliente (<http://gladislsantosbr.wordpress. com/2009/03/18/grump-e-o-acordo-ortografico-por-orlandeli/>). Saiba mais Para saber mais sobre o assunto, acesse <http://www.diadocliente.com.br/>. 1.2 Clientes: outras reflexões e o comportamento do consumidor visto como processo 1.2.1 Revisando e contextualizando clientes Anteriormente, foi possível conhecer os diversos sentidos e aplicações do termo cliente e seus desdobramentos, inclusive como consumidor. Agora, você deve fazer uma revisão e aprofundamento simples, mas bastante oportuno. Veja a seguir, e de maneira resumida, os tipos e papéis dos clientes: 19 ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 Quadro 3 – Clientes: tipos, papéis e comportamentosTipos de clientes Papéis Domiciliares (consumidores), empresas Usuário, compradores, pagantes Atividades físicas Atividades mentais Comportamentos Fonte: Adaptado de Sheth, Mittal e Newman (2001, p. 29). Em geral, um cliente é uma pessoa ou uma unidade organizacional que desempenha um papel na consumação de uma transação com o profissional de marketing ou com uma entidade. Os clientes de uma empresa podem atuar como membros de uma família ou representantes de outra empresa. Por sua vez, o termo consumidor tem sido usado para referir-se apenas aos mercados de bens de consumo. O termo correspondente para o mercado industrial tem sido cliente (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001, p. 29). Porém, lembre-se de que, por definição geral, consumidor é quem consome, também entendido como cliente final; já os clientes tendem a ser aqueles ligados ao processo de relacionamento (como compradores, pagantes ou usuários em caso de empresas). Logo, o cliente e o consumidor podem ou não ser a mesma pessoa. Veja o exemplo: Vou ao supermercado comprar iogurte para meu filho. Responda: quem é o cliente (em relação ao supermercado) e quem é o consumidor (em relação ao produto)? Resposta: eu sou o cliente, por ativar o processo de negociação para aquisição do produto iogurte (resumo do processo: ir ao supermercado, identificar o produto, passar no check-out, pagar, embalar, voltar para casa); por sua vez, meu filho, ao consumir o iogurte, será identificado como o consumidor do produto (= cliente final). Qual é a importância desse tipo de diferenciação? Ela serve, dentre outras possibilidades, para descrever corretamente um planejamento estratégico de marketing, quando se descreve a quem se direciona a campanha (aos clientes ou aos consumidores), para realizar a tabulação de vendas. É valido lembrar, por exemplo, que as propagandas televisivas de brinquedos infantis podem ter dois focos distintos: primeiro, a criança, potencial consumidora do produto ou, segundo, os pais, potenciais compradores (pagantes). Para cada um, a propaganda apresentará um tipo de estrutura e direcionamento, pois a linguagem que atinge cada um dos públicos é diferente, e os objetivos, também. 1.2.2 O comportamento do consumidor é um processo Em seus estágios iniciais de desenvolvimento, a área (comportamento do consumidor), com frequência, era chamada de comportamento do comprador, o que enfatizava a interação entre consumidores e 20 Unidade I Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 produtores no momento da compra. A maioria dos profissionais de marketing reconhece, agora, que o comportamento do consumidor é um processo contínuo, e não só o que acontece no instante em que um consumidor entrega dinheiro ou apresenta seu cartão de crédito e, em troca, recebe uma mercadoria ou serviço (SOLOMON, 2002, p. 24). O processo é muito maior e mais interativo do que simplesmente realizar o processo de comercialização entre um ofertante e um demandante. A troca, uma transação em que duas ou mais organizações ou pessoas dão e recebem algo de valor, é parte integrante do marketing (e, portanto, processo de relacionamento entre pessoas e organizações). Embora a troca seja, ainda, parte importante do comportamento do consumidor, a visão mais abrangente enfatiza todo o processo de consumo, o que inclui o que influencia o consumidor antes, durante e depois da compra (ibidem). O quadro a seguir ilustra algumas das questões abordadas durante cada estágio no processo de consumo: Quadro 4 – Algumas questões que surgem durante os estágios do processo de consumo Perspectiva do consumidor Perspectiva dos profissionais de marketing Questões de pré-compra Questões de compra Questões de pós-compra O produto traz satisfação ou desempenha a função pretendida? Como o produto é finalmente utilizado e quais as consequências ambientais desse ato? O que determina se um consumidor ficará satisfeito com um produto e se ele voltará a comprá-lo? Essa pessoa fala aos outros sobre suas experiências com o produto e influencia suas decisões de compra? A aquisição de um produto é uma experiência estressante ou agradável? O que a compra diz sobre o consumidor? De que forma fatores situcionais, como a falta de tempo ou os expositores da loja, afetam a decisão de compra do consumidor? Como um consumidor decide que precisa de um produto? Quais são as melhores fontes de informação para saber mais sobre escolhas alternativas? Como as atitudes do consumidor são formadas e/ou modificadas? Que pista os consumidores usam para inferir quais produtos são inferiores aos outros? Fonte: Solomon, 2002, p. 25. 1.2.3 O comportamento do consumidor envolve muitos atores diferentes Costuma-se considerar consumidor uma pessoa que identifica uma necessidade ou um desejo, faz uma compra e, então, dispõe do produto durante os três estágios do processo de consumo (quadro 4). Em muitos casos, no entanto, diferentes pessoas podem envolver-se nessa sequência de eventos. O comprador e o usuário de um produto podem não ser a mesma pessoa, como quando um pai escolhe roupas para um adolescente (e faz escolhas que podem resultar em um “suicídio da moda” na visão do adolescente). Em outros casos, outra pessoa pode agir como influenciadora, fazendo recomendações a favor ou contra certos produtos, sem, realmente, comprá-los ou usá-los. Por exemplo: a “cara feia” de um amigo, quando alguém experimenta uma calça nova, pode influenciar mais do que qualquer atitude do pai ou da mãe. 21 ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 Finalmente, os consumidores podem transformar-se em organizações ou grupos. Uma ou várias pessoas podem decidir na compra de produtos que serão utilizados por muitos, como quando um encarregado de compras encomenda material de escritório para a empresa. Em outras situações organizacionais, as decisões de compra podem vir de um grande número de pessoas – por exemplo: contadores, designers, engenheiros, equipes de vendas e outros –, todas elas com algo a dizer nos vários estágios do processo de consumo (SOLOMON, 2002, p. 25). 1.2.4 A estrutura organizacional deve atender aos clientes As organizações atuais precisam revisar a estrutura que desenvolveram, para, então, avaliar se estão adequadas ou não às expectativas de seus clientes. Se não estiverem, é preciso saber o que causa essa circunstância e como resolvê-la. Muitas organizações tradicionais, ainda hoje, são estruturadas com base em departamentos que tendem a concentrar-se quase exclusivamente no que realizam, sem se preocupar com o que sucede nas outras áreas. O mesmo fato não acontece com organizações mais modernas e mais atentas, que buscam estruturar-se na forma de processos como modo de atender às necessidades dos clientes (externos e internos) (SILVA; AZEVEDO In: SILVA; ZAMBON, 2006, p. 11). Agora que você estudou sobre o comportamento dos clientes e/ou consumidores na ótica dos processos, fica fácil discutir que os consumidores mudam e desenvolvem-se com o passar do tempo, ou seja, cada consumidor pode tornar-se mais exigente e engajado em causas sociais (como preservação do meio ambiente, adequada destinação de resíduos, recuperação de áreas degradas, reciclagem etc.) e, com isso, acabam criando uma sociedademais atenta ao consumo consciente e responsável. Felizmente, já é possível perceber que o “consumo consciente” está aumentando, e isso pode ser visto através do aumento do número de pessoas que compram certos produtos apenas se a organização fabricante estiver consciente de suas responsabilidades e produzir baseando-se nisso. Saiba mais Há um ótimo texto para leitura complementar sobre “consumo consciente” disponível em <http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/ consumo-consciente-ganha-cada-vez-mais-espaco>. 1.3 Clientes como início e fim dos processos organizacionais Todas as definições desse item foram extraídas do glossário dos Critérios de Excelência/2004, da FPNQ. Processo Conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas que transformam insumos (entradas) em produtos (saídas). Essa transformação deve 22 Unidade I Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 agregar valor à percepção dos clientes do processo e exige um conjunto de recursos. Os recursos podem incluir: pessoal, finanças, instalações, equipamentos, métodos e técnicas numa sequência de etapas e ações sistemáticas. O processo poderá exigir que a sequência de etapas seja documentada por meio de especificações, de procedimentos e de instruções de trabalho, e também que as etapas de medição e controle sejam adequadamente definidas. Processos relativos ao produto Processos diretamente relacionados à criação de valor para os clientes. Estão associados tanto à manufatura de bens, como à prestação de serviços necessários para atender às necessidades dos clientes e da sociedade. Compreendem os processos de projeto, processos de produção (fabricação de bens ou prestação de serviços), processos de execução e de entrega do produto (expedição, transporte e distribuição de bens ou conclusão de um serviço) e os processos-fim ou finalísticos (prestação de serviços públicos). Processos de apoio Processos que dão suporte aos do produto em si (projeto, produção e entrega de produtos) e são usualmente elaborados em função de necessidades relacionadas à estrutura e aos fatores internos da organização. Os processos de apoio dependem do perfil e do ramo de atividades da organização, podendo incluir, dentre outros, pesquisa e desenvolvimento, manutenção e utilidades, vendas, marketing, controle da qualidade, suprimentos, logística, desenvolvimento da tecnologia da informação. Produto Resultados de atividades ou processos. Considera-se que: • o termo produto pode incluir serviços, materiais e equipamentos, informações ou uma combinação desses elementos; • um produto pode ser tangível (como, por exemplo, equipamentos ou materiais) ou intangível (por exemplo, conhecimento ou conceitos), ou uma combinação dos dois; • um produto pode ser intencional (por exemplo, oferta aos clientes) ou não intencional (por exemplo, um poluente de efeitos indesejáveis). 23 ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 Atributos do produto Propriedades importantes para um desempenho adequado do produto, que, na percepção do cliente, possam exercer influência na sua preferência ou na sua fidelidade. Essas são características que diferenciam os produtos da organização em relação aos dos concorrentes, entre as quais se incluem preço e valor para o cliente. Desenho do processo organizacional 1. Fornecedores para o processo 2. Matérias-primas e insumos 3. Processos de fornecimento 4. Processos relativos ao produto (missão) 4A Processo de projeto de produtos 4B Processos de produção 5. Produtos 6. Clientes-alvo 7. Segmentos-alvo 8. Mercados-alvo 9. Processos de apoio 10. Produtos dos processos de apoio 11. Força de trabalho 12. Comunidade/sociedade 1 3 4 5 6 7 8 9 2 11 4A 4B 10 12 Figura 7 – Mapa de negócio1 Leia com muita atenção a figura anterior e procure compreender o significado e/ou a importância de cada processo (etapa) em relação ao posterior. Além disso, observe que entre os processos existentes há várias condições de interdependência (direta ou indireta). Para as organizações (empresas, governos e terceiro setor), tudo o que se realiza faz parte de um processo ou grupo de processos, ou, ainda, subprocessos organizacionais. Por exemplo: para que se emita um documento qualquer, existe um grupo de processos, que, por sua vez, exige um conjunto de insumos interligados e atuantes, para que possa realizar-se. Quando aprendemos a dirigir, o mesmo processo ocorre: demandamos um conjunto de variáveis para que algo ocorra. 7A utilização do “mapa de negócio”, como retrato de um processo organizacional, neste material, foi autorizada pela Fundação Prêmio Nacional da Qualidade, responsável pela figura 7. 24 Unidade I Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 Se as organizações conhecerem bem cada um de seus processos, podem melhorar sua capacidade competitiva e, com isso, melhorar sua relação com o mercado (cliente) e obter mais lucros. Os clientes e os projetos de produtos e projetos de processos A definição dos projetos de produtos e projetos de processos é fundamental para a melhor compreensão da inter-relação entre os processos (de qualquer projeto). Projeto de produtos Projetar produtos é projetar aquilo que vai ser produzido (formato, cor, tamanho, funções, embalagem, desempenho e outros). Como regra geral, o que se admite é que, considerando os clientes externos, um produto terá mais chances de ter sucesso no mercado se for produzido conforme a necessidade a que se deseja atender, isto é, conforme a necessidade dos clientes. Uma coisa é a empresa identificar necessidades não atendidas e desenvolver produtos (bens ou serviços) que possam atendê-las; outra é produzir algo que já sabe fazer, para depois verificar se existem clientes para o produto. Quem tiver interesse poderá investigar o volume de novos produtos, lançados a cada ano, que não têm sucesso no mercado. Feita essa investigação, também é interessante verificar se os produtores de tais produtos malsucedidos identificaram, previamente, os clientes a que desejariam atender e quais suas respectivas necessidades. Muito provavelmente, não o fizeram. Projeto de processos Projetar processos é projetar como fazer o produto (bem ou serviço) que será produzido. Define os recursos necessários (mão de obra, matérias-primas, equipamentos, entre outros) e a sequência das atividades pertinentes à produção. Aqui também se admite que os envolvidos em produzir devem se preocupar em gerar produtos compatíveis com as necessidades dos clientes. Clientes como início e fim dos processos As explicações acima parecem suficientes para sugerir que um bom processo deve começar com o projeto do produto, e este, por sua vez, deve se basear nas necessidades do cliente que se deseja atender. 25 ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05/1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 Isto é: um processo somente terá sentido se dele saírem produtos que atendam às necessidades dos clientes; assim, os clientes constituem o fim de quaisquer processos. Pense nisso: os processos a partir dos clientes Dentre as justificativas de estudar o cliente como início e fim dos processos organizacionais, destaca-se que, quanto mais se conhece cada cliente, maiores serão as chances de realizar atividades que, de fato, atendam às suas necessidades e aos seus desejos, o que tende a proporcionar maior rentabilidade do processo total de negociação (lucro) para as partes (organizações e clientes). A análise de cada processo permite descrever a postura que a organização tem ou deve ter para cada contingência enfrentada, por exemplo, as ligadas a suporte técnico, garantias e outros; além disso, torna a organização homogênea no que tange às informações transmitidas aos clientes, ou seja, diminui o risco de erros provenientes de informações desencontradas ou inacabadas. Os clientes retornam a novas compras nas organizações que os atendem com coerência, prontidão, exatidão, gentileza, dentre outros. Ou seja, o produto e/ou serviço certo, no lugar certo, pelo preço certo, com a negociação certa, com a entrega certa são valorizados pelos clientes, sejam ou não clientes finais (consumidores) (FPNQ, 2010). Embora o assunto gestão por processo não seja o alvo central desta disciplina, afinal, você o estudará em outro momento (e disciplina), é importante que você saiba desde já que as “organizações são constituídas por uma complexa combinação de recursos (capital humano, capital intelectual, instalações, equipamentos, sistemas de informação etc.) interdependentes e inter-relacionados, que devem perseguir os objetivos, cujos desempenhos podem afetar positiva ou negativamente a organização em seu conjunto” (FPNQ, 2003). Sabendo disso, fica mais fácil compreender o que é a visão por processo (a relação entre os diferentes recursos da organização para chegar a resultados previamente objetivados) e, além disso, compreende-se que todas as ações organizacionais, de algum modo, têm a ver com os clientes, pois, no final das contas, o que se faz (dentro da empresa) atinge o mercado/clientes. 2 ORIGENS DO CLICENTRISMO E AS ONDAS DA QUALIDADE O cliente no centro. Qual é a importância de as organizações agirem como se todos os seus clientes fossem o centro de todas as atenções? E as ondas da qualidade, o que são? É importante preocupar-se com a qualidade daquilo que é produzido. O cliente é quem determina o que passa a ser qualidade. 26 Unidade I Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 2.1 Origens do clicentrismo O que justifica nossa preocupação com o entendimento claro da palavra clientes e com o entendimento de que processos são estruturados para atender a necessidades de clientes é o fato de que, cada vez mais, nossas organizações devem ser clicentristas, isto é, centradas em clientes (MEIRELLES, 2001). Talvez pareça óbvio que as organizações se concentrem no atendimento das expectativas dos clientes. Do mesmo modo, parece claro que as organizações estão preocupadas com a qualidade daquilo que fazem, só que isso nem sempre foi assim. Para o professor Marco César Goldbarg, autor do livro Qualidade substantiva, o movimento de qualidade pode ser dividido em ondas: a primeira onda, surgida no final da década de 1950, centrada no controle de qualidade, e a segunda onda, que começa a dar seus primeiros passos na década de 1970, centrada no cliente. O movimento, ou linha de pensamento clicentrista ajuda as organizações, ainda pouco engajadas nos clientes, a desenvolver relacionamento sustentado no conhecimento de quem são os clientes, seus perfis e preferências, entre outros. Para as organizações que já seguem essa linha, existem ainda mais benefícios, quando se valorizam sobremaneira as pessoas com quem fazem negócios. 2.2 As ondas da qualidade São duas as ondas da qualidade apresentadas. Cada uma representa um momento importante do reconhecimento do que é qualidade e sua relação com o cliente. Ou seja: o que é qualidade remete ao fato de haver pelo menos uma visão técnica (estruturada e desenvolvida pela indústria por determinadas especificações metódicas ou técnicas – do que é qualidade de um produto) e a visão do cliente (reconhecimento do que ele pensa ser de qualidade ou ter qualidade, variando de pessoa a pessoa, e não necessariamente regulado pela técnica). 2.2.1 Primeira onda da qualidade total Na abordagem do professor Goldbarg, a essência da primeira onda da qualidade é a preocupação com a conformidade daquilo que é produzido, entendendo-se conformidade como a produção de bens de acordo com as especificações planejadas. Nas palavras do autor (2000), [...] na dimensão da técnica com o conceito de Qualidade apontando para a conformidade, o foco do processo produtivo só poderia acabar centrado no bem produzido. Fabricar um bem isento de defeitos, cumprir plenamente as especificações, eliminar desperdícios, entre outros, são ações perfeitamente contempladas pelas técnicas da Qualidade Cartesiana. As normas e especificações incidem, via de regra, sobre o produto. Na dimensão da implementação prática, os procedimentos de melhoria contínua e normalização, também a promoção 27 ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 da participação e do comprometimento da força de trabalho permitiram que a conformidade fosse perseguida de forma metódica. A origem da conformidade é evidenciada pelos princípios de Philip B. Crosby que fez as seguintes colocações: • qualidade é definida como conformidade a requisitos; • a medida da qualidade é o preço da não conformidade; • o sistema que leva à qualidade é a prevenção; • o padrão de execução é o zero defeito. A primeira onda da qualidade notabilizou-se pela mentalidade voltada para a prática de técnicas e o uso de ferramentas que permitissem alto grau de higidez (saúde) do tecido organizacional. Uma organização otimizada em seus processos, capaz de produzir com confiabilidade exatamente aquilo que desejava produzir (GOLDBARG, 2000, p. 79). 2.2.2 Segunda onda da qualidade total Ainda citando Goldbarg, a busca da conformidade foi suficiente como uma resposta no pós-guerra. O mundo, contudo, continuava girando e novos desequilíbrios foram produzidos na relação das organizações produtivas com seu ambiente. A visão do Controle da Qualidade Total (TQC) primitivo estava principalmente voltada para dentro da organização e para a solução de problemas de racionalização da produção. A década de 1970 produz uma silenciosa revolução nessa dimensão. Nasce, lentamente e sem alardes, uma nova figura de comprador, cada vez menos consumidor e cada vez mais cliente. À medida que essa figura passou a demandar atenção e não somente produtos adequados a determinadas necessidades específicas, a situação foi complicando-se para o produtor ou prestador de serviços desatento. Dentro desse (novo) padrão de exigência, tem-se que: • cabe ao cliente, e não a um setor técnico, definir o que venha a ser qualidade; • o cliente pode não ter sempre razão, mas deve ser sempre ouvido;• é muito mais barato preservar um cliente antigo do que buscar um cliente novo; • clientes são parceiros, e não apenas compradores; • um bom cliente é bem mais raro que um bom produto. 28 Unidade I Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 O antigo entendimento sobre o que seria qualidade vai tornando-se inadequado para proporcionar uma solução à da sobrevivência organizacional. Cumpre redesenhá-lo. Na segunda onda, o conceito de qualidade incorpora o atendimento das necessidades e das expectativas do cliente. A nova definição, além de colocar o cliente como foco do esforço organizacional, utiliza a visão sistêmica de compreender o então denominado processo produtivo. Nessa definição de qualidade, tanto o produto como o processo de atendimento estão contemplados. A satisfação do cliente é realizada pela ausência de defeitos ou atributos negativos e pela presença de atributos positivos ou utilidade do produto ou serviço oferecido (GOLDBARG, 2000, p. 80-88). Compreender as ondas da qualidade ajuda a compreender o movimento de transformação que redefiniu a realidade das organizações de acordo com o que os clientes passaram a pensar sobre os produtos e/ ou serviços. Muitas alterações ocorridas advieram das próprias posturas competitivas das organizações (buscando diferenciais e superação sobre os concorrentes) e advieram dos clientes, que passaram a esperar por melhoramentos no processo de relacionamento, como facilidade de acesso aos produtos, comparação entre produtos similares, diferentes formas de pagamento e crédito, entre outros. Observação Importante: procure refletir, colocando-se no lugar de gestor de uma organização que busca ampliar a carteira de clientes e, principalmente, a margem de contribuição oriunda de cada um dos clientes ativos, e responda: Será que cada cliente pode ser mais valorizado e mais valioso para a organização? Se sim, como? Por que ainda não foi feito? Saiba mais Caro aluno, leia com atenção o texto Saber mais sobre seu cliente, de Joanna L. Krotz, disponível em: <http://www.microsoft.com/brasil/ pequenasempresas/issues/creating/reach/acquiring.mspx>. Veja que significativa contribuição a Microsoft Pequenas Empresas oferece com o texto citado e com os demais textos em seu web site. Como a internet se apresenta como boa fonte de pesquisa sobre o assunto, acesse também o site da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), disponível em: <http://www.fnq.org.br/>. O estudo das obras indicadas na bibliografia poderá ajudar a compreender melhor os itens explorados em seu livro-texto. Além disso, busque continuamente fazer várias leituras complementares de diferentes fontes, que podem ir desde livros que você conhece, ou passará a conhecer, a informações e casos publicados em revistas da área de negócios, sites de internet relacionados etc. 29 ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 Resumo Nesta unidade, foram apresentados os principais entendimentos para os termos cliente e consumidor, usuário, pagante, entre outros. Destacou-se a compreensão dos diversos tipos de cliente, tais como cliente lucrativo, cliente intermediário, cliente interno, cliente pessoal, cliente da concorrente, cliente final. Além disso, foram apresentados alguns dos principais compostos de marketing, entre eles, os 4Ps (produto, preço, praça e promoção) e os 4Cs (cliente, custo, conveniência, comunicação) e sua relação. O objetivo desta unidade é consolidar o entendimento do que vem a ser cliente e as diversas condições de aplicação do termo. Também foram apresentados o comportamento do consumidor como processo e os clientes vistos como início e fim dos processos organizacionais. Por fim, foram apresentados o sentido de clicentrismo (cliente visto como centro) e as ondas da qualidade (com a visão sobre o que vem a ser qualidade e como evoluiu até atingir os patamares que se têm hoje). A primeira unidade, portanto, faz uma introdução e constrói os alicerces de termos e entendimento presentes na administração do relacionamento com os clientes. Exercícios Questão 1. (Provão 1998) Os estágios do processo decisório de compra do consumidor são: reconhecimento da necessidade, busca de informação, avaliação das alternativas, decisão de compra e comportamento pós-compra. Assinale a opção que identifica corretamente o estágio em que se encontra o consumidor. A) Quando Marta chegou em casa e verificou a falta de alguns artigos para fazer o jantar, ela estava tomando uma decisão de compra. B) João sempre leu revistas técnicas sobre carros, o que indica o reconhecimento da necessidade de comprar um carro. C) Mauro, após consultar amigos sobre determinadas marcas de computador e visitar lojas do ramo, possui informações para avaliar as alternativas oferecidas. D) Quando o carro novo, recém-adquirido, apresentou um defeito intermitente, Carla passou à fase de busca de informação sobre como solucionar o problema. E) Joaquim está no estágio de pós-compra, pois, após buscar informações e visitar alguns apartamentos para alugar, decidiu não se mudar do endereço atual. Resposta correta: alternativa C. 30 Unidade I Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 Análise das alternativas A) Quando Marta chegou em casa e verificou a falta de alguns artigos para fazer o jantar, ela estava tomando uma decisão de compra. Alternativa incorreta. Justificativa: Marta reconhece nesta alternativa uma necessidade. B) João sempre leu revistas técnicas sobre carros, o que indica o reconhecimento da necessidade de comprar um carro. Alternativa incorreta. Justificativa: João, ao ler revistas técnicas, está em busca de informações. C) Mauro, após consultar amigos sobre determinadas marcas de computador e visitar lojas do ramo, possui informações para avaliar as alternativas oferecidas. Alternativa correta. Justificativa: Mauro realmente, de posse das informações necessárias, está avaliando alternativas. D) Quando o carro novo, recém-adquirido, apresentou um defeito intermitente, Carla passou à fase de busca de informação sobre como solucionar o problema. Alternativa incorreta. Justificativa: Carla já adquiriu o carro. Está, portanto, no estágio de pós-compra. E) Joaquim está no de estágio pós-compra, pois, após buscar informações e visitar alguns apartamentos para alugar, decidiu não se mudar do endereço atual. Alternativa incorreta. Justificativa: Joaquim, ao decidir não se mudar, está no estágio de decisão de compra. Questão 2. (Provão 1999; adaptada). “Doce é o nosso negócio”. Com esta frase, a Candy Life vende bombons e balas que são distribuídos através de supermercados, minimercados e armazéns de bairro. Os lucros declinantes levaram seu diretor de marketing a optar pelo desenvolvimento de um novo produto: uma nova goma de mascar que ajuda a combater as cáries. Optou-se, também, por uma embalagem tradicional de cores escuras que fosse associada às propriedades medicinais do produto. O fracasso desse lançamento levou a empresa a realizar uma pesquisa. 31ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Re vi sã o: G er al do /L ea nd ro /T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 05 /1 1 - Re vi sã o: T at ia ne - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 05 /1 1 As quatro frases abaixo resumem algumas opiniões de consumidores sobre o produto: I. “A goma que eu uso tem gosto bom. O sabor desta é horrível.” II. “Não vou pagar tudo isso por uma goma de mascar. Ela não deve valer tanto assim.” III. “Nunca vi este produto em nenhuma lanchonete que costumo frequentar.” IV. “Esta embalagem com cores escuras lembra remédio.” Correlacione as opiniões aos seguintes elementos do composto de marketing: praça; promoção; preço; produto. A relação correta é: A) Praça; promoção; produto; posicionamento. B) Produto; preço; praça; produto. C) Produto; praça; promoção; produto. D) Promoção; preço; posicionamento; promoção. E) Preço; produto; praça; promoção. Resolução desta questão na Plataforma.
Compartilhar