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79 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 GASTRONOMIA REGIONAL BRASILEIRA Unidade IV 7 A COZINHA DA REGIÃO CENTRO‑OESTE O Centro‑Oeste brasileiro, ao longo do século XVII, foi explorado pelos bandeirantes provenientes da Região Sudeste. Segundo Steinbruch (2010), essa exploração foi movida pelo interesse de obter riquezas minerais, aprisionar e escravizar índios e destruir quilombos. O grande território encontrado abriga a maior área úmida do planeta: o Pantanal. Uma das principais atividades econômicas do Centro‑Oeste é a pecuária, o que se reflete na rotina e na alimentação dos moradores da região – daí o grande consumo de carne bovina, caprina e suína. A chegada de imigrantes portugueses, africanos, italianos e sírios trouxe costumes e receitas de pratos famosos. Outra influência importante foi a dos indígenas, presente, por exemplo, na preferência regional por raízes. Na divisa com o Pará, no norte do estado do Mato Grosso, nota‑se a predileção por pratos feitos com carne de sol e pequi, uma herança dos tropeiros. No Mato Grosso do Sul, por sua vez, houve uma grande influência da culinária sul‑americana, sobretudo dos paraguaios, com os ensopados de peixe. Talvez pela forte influência indígena, a culinária da Região Centro‑Oeste é, sem sombra de dúvida, uma das mais ricas e inventivas. Nela aproveita‑se o que em outras culinárias, geralmente, é posto fora, como brotos de abobreiras, pontas de cacho de bananas, folhas de tomateiro etc. O que nos faz louvar tal culinária, pois saber aproveitar nos dias de hoje é um raro privilégio, e isso é feito exatamente numa região em que a caça e a pesca são abundantes (TABOADA, 1991, p. 95). De acordo com Steinbruch (2010), a região de Goiás se destaca pela presença da capital do País, pelas obras modernas assinadas por Oscar Niemeyer e pelo vale do rio Araguaia, belíssima reserva natural onde vivem espécies diversas de peixes. O pescado, aliás, marca presença na culinária tradicional do Cerrado, juntamente com pratos à base de carne bovina. A região de Mato Grosso abriga três ecossistemas diferentes: a Amazônia, o Cerrado e o exuberante Pantanal. Nascida da exploração aurífera, Cuiabá, a capital do estado, está atualmente em crescimento contínuo, motivado pela indústria e pelo agronegócio. No Mato Grosso do Sul, destaca‑se a mestiçagem em virtude da proximidade da fronteira com o Paraguai e a Bolívia. O tereré, bebida de origem indígena parecida com o chimarrão, é um bom exemplo disso. A pecuária e a indústria turística (largamente apoiada na cidade de Bonito, local da impressionante gruta do Lago Azul) são as grandes apostas da região (STEINBRUCH, 2010). 80 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 Unidade IV Com a proximidade do Paraguai e da Bolívia, era natural que a gastronomia da região fosse influenciada pelos vizinhos. A sopa paraguaia, por exemplo, que na verdade é um bolo salgado, é um prato clássico e muito apreciado no café da manhã ou na hora do lanche da tarde. Sopa paraguaia INGREDIENTES 1 cebola em rodelas 40 g de manteiga 2 espigas de milho 400 ml de leite 2 ovos 50 g de queijo meia cura cortado em cubos 70 g de fubá 20 g de fermento em pó Sal e pimenta‑do‑reino a gosto MODO DE PREPARO 1. Debulhe as espigas de milho e bata com o leite no liquidificador. 2. Refogue a cebola na manteiga (sem deixar dourar) e acrescente água e os temperos. Cozinhe em fogo médio até amaciar. Retire do fogo e reserve. 3. Num recipiente, acrescente o milho batido ao refogado de cebola; em seguida, o fubá, as gemas, o queijo e o fermento; por último, as claras em neve, misturando delicadamente. 4. Em seguida, unte uma assadeira com manteiga e polvilhe com fubá. 5. Espalhe na assadeira a massa pronta. 6. Asse em forno preaquecido a 160 ºC até dourar. 7. Sirva cortado em losango. 81 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 GASTRONOMIA REGIONAL BRASILEIRA Figura 2 – Sopa paraguaia De sobremesa, não pode faltar o famoso furrundu (doce de mamão verde ralado, com rapadura, gengibre, cravo e canela), o doce de abóbora, o bolo de arroz cuiabano e o doce de caju. As mãos de fada que confeccionam doces artesanais com tanto esmero preservam a memória cultural de Goiás. Elas têm como fonte de inspiração uma das representantes ilustres do estado, Cora Coralina, que se julgava mais doceira que poetisa. De tachos de cobre saem doces de frutas cristalizadas, como o cajuzinho do serrado, e compotas, como a de limãozinho recheado com doce de leite; do forno, especialidades como o pastelim, um tipo de tortinha com doce de leite. Moldados à mão, um a um, os alfenins, de origem árabe, são confeitos de açúcar e polvilho feitos em forma de bichos e flores; se esse doce tiver formato de pomba, é chamado de verônica e distribuído na festa do Divino (FREIXA; CHAVES, 2013). Os principais ingredientes do Centro‑Oeste são: pequi, mandioca, carne‑seca, erva‑mate, milho, guariroba; devido à diversidade da fauna pantaneira, carnes exóticas e peixes típicos da região, como pacus, pintados, piranhas, piraputangas, jaraquis, curimbatás, corvinas, piracanjubas, pacupebas, pirarucus, cacharas, barbados, jurupocas e jaús. Observação É importante ressaltar que muitos peixes da Região Centro‑Oeste não são encontrados em outras regiões do País, e que em seus pratos dificilmente são usados peixes de água salgada, devido à distância geográfica em relação ao mar. Na culinária típica pantaneira, não podem faltar peixes no cardápio, preparados de várias maneiras. Um dos destaques é um prato muito procurado conhecido como mojica de pintado. 82 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 Unidade IV Mojica de pintado INGREDIENTES 1.000 g de pintado 1 dente de alho amassado Sal a gosto 1.000 g de mandioca cozida em pedaços 1 limão 30 ml de azeite Cheiro‑verde a gosto MODO DE PREPARO 1. Limpe o peixe retirando a pele e as espinhas. Em seguida, corte em cubos de aproximadamente 2 cm. 2. Tempere com sal, alho e limão. Reserve. 3. Numa panela, aqueça o azeite e refogue o peixe, mexendo com cuidado para não quebrar os cubos. 4. Em seguida, adicione água até cobrir o peixe. Acrescente a mandioca e deixe cozinhar por aproximadamente 15 minutos. 5. Quando o caldo ficar espesso, coloque o cheiro‑verde e desligue o fogo. Sirva com arroz branco levemente empapado. 83 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 GASTRONOMIA REGIONAL BRASILEIRA Figura 3 – Mojica de pintado Saiba mais Você pode encontrar mais histórias e informações sobre a Região Centro Oeste no livro: DELFINO, E. Gastronomia no Brasil: Região Centro‑Oeste. Brasília: Clube de Autores, 2013. Mané pelado INGREDIENTES 350 g de mandioca crua ralada no ralo grosso 130 g de açúcar 50 g de manteiga aquecida 120 g de queijo meia cura ralado (grosso) 100 ml de leite de coco 80 g de coco fresco ralado 2 ovos 84 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 Unidade IV 5 g de fermento químico (opcional) 15 g de manteiga (para untar a fôrma) 30 g de açúcar cristal (para polvilhar a fôrma) MODO DE PREPARO 1. Numa tigela, misture bem todos os ingredientes. 2. Transfira essa massa para uma assadeira retangular untada com manteiga e polvilhada com açúcar cristal. 3. Asse em forno a 170 ºC. 4. Deixeesfriar e corte. Os principais pratos típicos da Região Centro‑Oeste são: arroz com pequi, galinhada, picadinho com quiabo, sopa paraguaia, empadão goiano, caldo de piranha, peixe assado com creme de coco e vaca atolada (cuiabana). Podem‑se encontrar ainda muitos pratos da cozinha mineira devido à influência tropeira – os feijões, a carne‑seca, o toucinho e a banha de porco. Outras características da Região Centro‑Oeste: • Os peixes costumam ser assados: são introduzidos em um buraco na terra e cobertos com uma fogueira, embalados e protegidos em folha de bananeira. • O pacu é consumido frito, assado ou ensopado, e pode ser preparado com recheio de farofa de banana, acompanhado de couve e pão. • Os moradores das zonas ribeirinhas do Pantanal constroem, dentro do próprio rio, cercados de troncos de tucum para conservar os peixes e apanhá‑los vivos quando precisam prepará‑los. • Os peixes também podem ser conservados assados no moquém, preparados ao calor de cascas de angico, um fumo aromático que, muitas vezes, é o único tempero que utilizam em peixes. • O pequi é a fruta mais conhecida e saboreada e está presente em inúmeros pratos. Por fora, lembra um abacate. A fruta é o caroço, com grandes espinhos duros, de cor amarela intensa, sabor forte e aroma incomparável. Pode ser consumida ao natural ou cozida, e fica ótima em licores e galinhadas. 85 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 GASTRONOMIA REGIONAL BRASILEIRA • A banana‑da‑terra é muito apreciada. As verdes são utilizadas para fritar ou fazer a farofa e a paçoca de banana. • O Centro‑Oeste é a terra das pamonhas, doces e salgadas, que podem ser acompanhadas e recheadas de quiabo e pimenta‑de‑bode. • Na cozinha goiana, usa‑se muito a cúrcuma, também chamada de açafrão‑da‑terra, um pó amarelo que dá cor e sabor aos pratos preparados com ele. • Os gaúchos que passaram por lá também deixaram a sua marca na região, o arroz de carreteiro (adaptado e rebatizado de arroz Maria Isabel). Lembrete A sopa paraguaia, que na verdade é um bolo salgado, é um prato clássico e muito apreciado no café da manhã ou na hora do lanche da tarde. 8 A COZINHA DE REGIÃO NORTE 8.1 A cozinha do Amazonas e a cozinha do Pará Para muitos historiadores, esse extremo do Brasil é considerado o berço da culinária nacional. Pode‑se ter ali uma amostra do que foi um dia a maneira como os indígenas deste País se alimentavam. Segundo Trevisani et al. (2004), a alimentação de seus habitantes baseia‑se no aproveitamento da abundância de peixes e frutos. Pouco uso se faz da agricultura, do alimento plantado e colhido, exceção feita à macaxeira (mandioca). A cozinha amazônica é repleta de nomes e sabores exóticos, típicos da região. Citemos, por exemplo, os peixes de água doce, como aruanã, matrinxã, pacu, piramutaba, piranha, pirarucu, tambaqui, tamuatá, traíra, tucunaré, surubim e aviú (pequeno crustáceo da Amazônia; é um camarãozinho encontrado na foz dos rios Tapajós e Tocantins); algumas excentricidades, como a tartaruga e a muçuã (tartaruga do baixo Amazonas, encontrada especialmente na Ilha de Marajó; sua caça é proibida pelo Ibama, e não pode ser apresentada em cardápios de restaurantes, a não ser que provenha comprovadamente de criatórios); frutas extravagantes, como o açaí, o guaraná e o cupuaçu; uma grande variedade de farinhas (a farinha é o pão do indígena; misturada ao caldo de peixe, forma o indispensável pirão), pimentas cheirosas ou fortes, e temperos verdes, como o coentro e a chicória. Se um gastrônomo amazonense tivesse a missão de preparar ou experimentar o sabor de todos os peixes existentes nos rios e lagos do Amazonas, levaria mais de três anos variando todos os dias o cardápio, e não chegaria ao fim de seu projeto. Segundo Cavalcanti (2007), só na confluência dos rios Negro e Amazonas, nas proximidades de Manaus, existem umas 1.200 espécies. 86 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 Unidade IV Louis Agassiz, cientista que por lá esteve em missão no século XIX, foi tachado de exagerado por seus colegas, acostumados à modesta fauna europeia. Mas, com o tempo, foi provado que existe por lá um número ainda maior de espécies do que o imaginado por Agassiz. Na imensidão da Amazônia, até as mais fantásticas histórias de viajantes, pescadores e cozinheiros ficam aquém da realidade. Como ninguém conseguiria elaborar um cardápio tão vasto, os amazonenses se recusam ou evitam comer os peixes lisos (ou peixes de couro). No interior ainda se abre uma exceção em favor do surubim, excelente quando seco ou assado. Mas os habitantes de Manaus só admitem peixes de escamas. São tão radicais que desprezam até o dourado, muito procurado no restante do País. Não se sabe a origem desse preconceito, diz Cavalcanti (2007), apenas que é um costume. Em Manaus, há uma grande preferência pelo matrinxã (de preço acessível), pirarucu (famoso pelo clássico pirarucu de casaca, o prato mais tradicional do estado), tucunaré e tambaqui. Quando o papa João Paulo II visitou o Brasil e passou por Manaus, o prato escolhido para homenageá‑lo foi o tambaqui com pirão de farinha‑d’água. Segundo Cavalcanti (2007), ele provou, comeu e repetiu. 8.1.1 O moquém Em muitos lugares do Amazonas e do Pará, ainda é muito comum a utilização do moquém como método de conservação dos peixes, sobretudo dos pequenos. Esses peixes são consumidos durante os intervalos do trabalho nas roças ou mesmo no café da manhã, quando não há beiju ou mandioca. A técnica de assar carne no espeto não é uma invenção moderna – é uma maneira instintiva, natural, de lógica primária. Todos os povos caçadores a conheciam. Até mesmo os neandertais espetavam carnes e as assavam ao fogo, que já sabiam acender. De acordo com Cascudo (2011), no Brasil, a solução da carne ao espeto, assada pelo calor, é decorrência do moquém, um aparato comum na parafernália doméstica do litoral atlântico, bem posterior ao espeto. Todos os cronistas, missionários e conquistadores comeram carne moqueada e gostaram. Jean de Léry, missionário do século XVI, comenta: A carne do tapirussu tem quase o mesmo gosto da do boi; os selvagens a preparam à sua moda, moqueando‑a. Consiste esse sistema, que pretendo desde já descrever, para que não fique suspenso à curiosidade do leitor, no seguinte: os americanos enterram profundamente no chão quatro forquilhas de pau, enquadradas à distância de três pés e à altura de dois pés e meio; sobre elas assentam varas com uma polegada ou dois dedos de distância uma da outra, formando uma grelha de madeira a que chamam boucan. Têm‑no todos em suas casas e nele colocam a carne cortada em pedaços, acendendo um fogo lento por baixo, com lenha seca que não faça muita fumaça, voltando a carne e revirando de quarto em quarto de hora até que esteja bem assada. Como não salgam suas viandas para guardá‑las, como nós fazemos, esse é o único meio de conservá‑Ias (1998, p. 11‑12). 87 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 GASTRONOMIA REGIONAL BRASILEIRA O moquém é, assim, um utensílio de cozinha que se destina à conservação do alimento, e não ao seu preparo para consumo imediato. Quando se diz carne de moquém, refere‑se a uma maneira de protegê‑la do apodrecimento, e não a uma forma de apresentá‑la para comer. Saiba mais Outras informações sobre as impressões que Jean de Léry levou do Brasil encontram‑se no livro: LÉRY, J. de. Viagem à terra do Brasil. São Paulo: Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, 1998. (Série Cadernos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, n. 10). Disponível em: <http://www.rbma.org. br/rbma/pdf/caderno_10.pdf>.Acesso em: 21 jun. 2017. 8.2 Os principais ingredientes da Região Norte A seguir, apresentamos uma descrição dos principais ingredientes da Região Norte: Quadro 1 – Ingredientes da Região Norte Ingrediente Descrição Abiu Fruto do tipo baga, oval. Sua casca libera um leite viscoso. Tem um sabor doce e suave e uma polpa branca ou amarelada. Açaí Fruto do tipo baga, arredondado ou oval, de cor violácea e quase negra. Muito comum em forma de sorvete e massa (polpa) congelada. Proveniente de uma palmeira delgada que chega a 25 m de altura. Bacuri Fruto do tipo baga, arredondado ou oval, casca grossa, coloração alva e quase amarela, macia e aromática. É usado no preparo de compotas, bombons, sorvetes, musses e cremes. Buriti Também conhecido como carandá, sua casca possui escamas de cor marrom. Sua polpa, por ser dura, precisa ficar de molho para amolecer. Camu‑camu Fruto do tipo baga, arredondado, de coloração avermelhada quando novo, e roxo‑escura quando maduro. Sua polpa é aquosa e de coloração esverdeada. Também conhecido como caçari. Provém de um arbusto que tem cerca de 3 m de altura. Castanha‑do‑pará Fruto do tipo pixídio (não se abre), de casca dura e espessa, chegando a pesar até 1,5 kg e a atingir 15 cm de diâmetro. Suas sementes são as castanhas. A castanheira‑do‑pará chega a até 50 m de altura. Chicória‑do‑pará Também conhecida como coentro‑brasileiro, é muito usada como tempero e em saladas. Cupuaçu Fruto do tipo baga, oval, de casca grossa e dura, com cerca de 25 cm de comprimento, revestido de um pó ferrugento. As sementes ficam envolvidas numa polpa branca e viscosa e muito aromática. Guaraná Fruto de casca dura, recoberto por uma camada parecida com a do cupuaçu. Muito utilizado em sucos e pela indústria de bebidas. Inajá A palmeira de que provém também é conhecida como coco‑inajá ou coco‑naiá. Sua polpa é utilizada no preparo de mingaus ou in natura, acompanhada de farinha de mandioca. Ingá Fruto (de até 1 m de comprimento) fibroso, mas possui polpa branca, macia e saborosa. Existem várias espécies desse fruto na Amazônia, porém só cinco são comestíveis. 88 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 Unidade IV Jambu Pode ser encontrado como agrião‑do‑pará. É indispensável no preparo de pratos clássicos da cozinha da Região Norte, como sopas e cozidos. Possui um poder anestésico temporário quando mastigado. Jerimum Também chamado de abóbora, tem uma coloração alaranjada intensa e é muito utilizado em sopas, cremes, caldos, purês e doces. Maniva São as folhas do pé de mandioca. A massa feita com essas folhas recebe o mesmo nome e deve ser cozida por pelo menos 7 dias para eliminar o ácido cianídrico. Pimenta‑de‑cheiro Com formato tipo sino e coloração verde ou amarelo‑leitosa, tem picância moderada. Pupunha Proveniente de uma palmeira de cerca de 20 m de altura. Do broto localizado na ponta, aproveita‑se o palmito, muito usado nas cozinhas por todo o Brasil, em saladas, assados, sopas, cremes e outros. Murupi É uma pimenta de aroma intenso e picância moderada. Tucumã Fruto de uma palmeira de cerca de 15 m de altura. Ovalado, tem o tamanho de um limão e a casca alaranjada. É uma oleaginosa com sabor parecido ao do damasco. Pode ser servido com pão ou tapioca. Tucupi É um caldo amarelo extraído da raiz da mandioca‑brava. A raiz é ralada e espremida; o caldo extraído, depois de separado do amido decantado, é cozido para eliminar a acidez (ácido cianídrico); acrescentam‑se temperos (alho e pimenta) e obtém‑se o produto final. Urucum Os frutos do urucuzeiro são cápsulas arredondadas, revestidas por espinhos moles, que contêm no interior muitas sementes duras cobertas por arilo vermelho (corante). Com esse corante, faz‑se o colorau (fubá tingido). Pato no tucupi INGREDIENTES 1 pato inteiro ou 2 coxas e sobrecoxas 3 dentes de alho ½ limão‑taiti 1.500 ml de tucupi 10 folhas de alfavaca 15 folhas de chicória‑do‑pará ¼ de um maço de jambu Pimenta‑de‑cheiro picada a gosto Sal a gosto MODO DE PREPARO 1. Corte o pato nas juntas ou em pedaços pequenos. 89 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 GASTRONOMIA REGIONAL BRASILEIRA 2. Tempere com alho, sal e limão. Deixe marinar por 30 minutos para pegar sabor. 3. Numa fôrma, coloque o pato com a pele para cima e asse em forno preaquecido a 170 °C, por 20 minutos. 4. Retire do forno, remova o pato da gordura que se forma na assadeira e coloque‑o numa panela com 1.200 ml de tucupi (se necessário, acrescente água até cobrir o pato). 5. Separadamente, ferva o restante do tucupi (300 ml) com a alfavaca e a chicória por 5 minutos (caso as ervas estejam frescas). 6. Quando o pato estiver cozido, acrescente o jambu, a alfavaca e a chicória. Deixe ferver por mais 3 minutos para ganhar sabor. 7. Se preferir, sirva com a pimenta‑de‑cheiro picada. 8. Esse prato é servido com arroz e farinha‑d’água. Observação Os índios da Região Norte utilizavam o caldo da mandioca‑brava, o tucupi, para cozinhar suas carnes de caça, pois sabiam que a acidez contida nele ajudava na digestão da gordura animal e amenizava alguns sabores mais fortes das carnes. Tacacá INGREDIENTES 200 ml de tucupi 1 dente de alho ½ pimenta‑de‑cheiro 3 folhas de chicória‑do‑pará 4 folhas de alfavaca‑do‑pará 4 galhinhos de jambu 90 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 Unidade IV 6 camarões médios secos ou frescos 40 g de polvilho azedo 600 ml de água (300 + 300) Sal a gosto Pimenta‑do‑reino a gosto MODO DE PREPARO 1. Numa panela, junte o tucupi, os primeiros 300 ml de água, as folhas da chicória, o alho, a pimenta‑de‑cheiro e ferva por 15 minutos. Passe numa peneira. Esse procedimento deve ser feito quando as ervas estiverem frescas. 2. Acrescente o jambu no caldo de tucupi coado, acerte o sal e reserve. 3. Dissolva o polvilho azedo em 60 ml de água. Enquanto isso leve os outros 300 ml de água ao fogo até ferver. Em seguida, despeje o polvilho diluído (slurry) aos poucos, mexendo sempre para não empelotar, até que fique um mingau transparente. Reserve. 4. Caso utilize camarões frescos, limpe‑os, tempere‑os com sal e pimenta‑do‑reino e salteie‑os em fogo alto por 3 minutos. Reserve em local aquecido. 5. Se utilizar camarão seco salgado, dessalgue‑o e reserve. 6. Monte numa cuia o tucupi quente, um pouco do mingau de goma, algumas folhas de jambu e os camarões salteados ou dessalgados. 7. Sirva imediatamente. Pavê de cupuaçu INGREDIENTES 100 g de polpa de cupuaçu 100 g de leite condensado 100 g de creme de leite UHT 91 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 GASTRONOMIA REGIONAL BRASILEIRA 100 g de biscoito maisena 30 g de castanha‑do‑pará MODO DE PREPARO 1. Num liquidificador, bata a polpa de cupuaçu, o leite condensado e o creme de leite até obter um creme homogêneo. 2. Num processador, bata os biscoitos e a metade da quantidade das castanhas‑do‑pará até obter uma farofa. 3. Numa fôrma ou taça, monte camadas alternadas de creme e biscoito. 4. Finalize com o creme e o restante da castanha‑do‑pará por cima. Reserve sob refrigeração por no mínimo 2 horas. 5. Sirva gelado. 8.3 As farinhas De todos os ingredientes brasileiros, e especificamente da Região Norte, as farinhas merecem um destaque especial por sua variedade, gêneros e subprodutos. Vejamos o glossário a seguir, baseado em Castanho (2013): • Farinha‑d’água: farinha de mandioca feita por um processo que consisteem deixar a mandioca, inteira ou em pedaços, fermentando dentro da água por vários dias, até amolecer, antes de ser processada (ralada, seca e torrada em superfície quente). • Farinha de carimã: o carimã, também chamado de mandioca mole, é a polpa da raiz da mandioca deixada de molho na água para fermentar. Com essa polpa são feitos vários preparados, incluindo a farinha de carimã, de coloração alva, fina e delicada, utilizada como ingrediente em mingaus. Muitas vezes, os colonizadores substituíam a farinha de trigo europeia por essa farinha. • Farinha de suruí: farinha de mandioca paraense, de granulação fina, cujo nome remete à etnia dos índios suruí, do grupo linguístico tupi. • Farinha de tapioca: obtida através da transformação parcial da fécula da mandioca. A fécula úmida, também chamada de goma, é esfarelada (passada na peneira), encaroçada (passada num pano fino), escaldada (aquecida em chapa quente), peneirada e, após um dia de descanso, espocada – isto é, aquecida sobre uma chapa ainda mais quente, que faz com que os grânulos se expandam, estourando como pipoca. Os grãos resultantes são esféricos e muito leves, com aparência de 92 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 Unidade IV bolinhas de isopor. Alguns produtores omitem a etapa do escaldamento, o que resulta em uma farinha um pouco mais pesada. A farinha de tapioca é utilizada no Pará para acompanhar a polpa de açaí e em diversos outros pratos. • Farinha de uarini: uma variação da farinha de tapioca. A mandioca amarela é deixada na água até amolecer, apodrecer e virar puba. Depois de espremida, a mandioca é passada na peneira em que se faz a farinha‑d’água, e deve ser seca no tacho quente até que os grãos fiquem bem secos. O nome dessa farinha deriva do lugar onde ela é feita, o município de Uarini. • Piracuí: farinha de peixe seco, feita a partir do peixe moqueado, desfiado, pilado até reduzir‑se quase a um pó e, depois, peneirado. É utilizada normalmente como mantimento de viagem. Serve para a preparação de pratos, como ensopados e bolinhos fritos. • Tapioca granulada: farinha com aparência de sagu quebrado, é também chamada de tapioca quebrada ou farinha de tapioca – no Pará, esse último termo se refere aos grânulos que parecem bolinhas de isopor. • Sagu: originalmente, as bolinhas ou pérolas de sagu são feitas do amido extraído do tronco de saguzeiro, uma palmeira asiática. Aqui no Brasil são produzidas com o amido da mandioca. O sagu assemelha‑se muito à farinha de tapioca. Lembrete De todos os ingredientes da Região Norte, as farinhas merecem um destaque especial. Elas fazem parte da alimentação diária de muitos brasileiros. Resumo Vimos nesta unidade que a cozinha do Centro‑Oeste tem forte influência indígena e dos bandeirantes. É marcada pela utilização de ingredientes, como o pequi, a guariroba e o milho. Outra riqueza da região são os rios, que fornecem diversas espécies de peixe de excelente qualidade. Também foi apresentada a influência dos costumes indígenas na Região Norte, que aparece, por exemplo, no uso da mandioca e de seus subprodutos em receitas que hoje fazem parte da alimentação do povo brasileiro. 93 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 GASTRONOMIA REGIONAL BRASILEIRA Exercícios Questão 1. (Enade 2009) As variedades de mandioca podem ser agrupadas em dois tipos: a brava venenosa, com alto teor de ácido cianídrico, e a mansa, também chamada de doce, macaxeira ou aipim. Porque Os indígenas tinham essa raiz como a base da sua alimentação e conseguiram tirar seu veneno, descascando, ralando até que virasse uma massa, para ser espremida no tipiti. Depois disso, a massa, separada do caldo venenoso, era torrada para virar a farinha de mandioca. Considerando essas frases, é correto afirmar que: A) A primeira é falsa, e a segunda é verdadeira. B) A primeira é verdadeira, e a segunda é falsa. C) As duas são falsas. D) As duas são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. E) As duas são verdadeiras, e existe relação causal da segunda com a primeira. Resposta correta: alternativa E. Análise das alternativas Justificativa geral: ambas são verdadeiras e a relação causal deve‑se realmente às características da mandioca, que, ao serem percebidas, influenciaram a forma de processamento e uso. Questão 2. (Enade 2015) O português Pero de Magalhães Gandavo relatou sobre a alimentação dos indígenas quando conquistaram o Brasil: “O que lá se come em lugar de pão é farinha de pau. Esta se faz da raiz de uma planta que se chama mandioca, a qual é como o inhame”. CASCUDO, L. C. História da alimentação no Brasil. 4. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 2011. Adaptado. Sabe‑se que, na contemporaneidade, a comida indígena segue, de modo geral, os modelos do século XVI, com o uso dos produtos da mandioca na produção de: I – pirão. 94 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 Unidade IV II – acarajé. III – tucupi. IV – tacacá. É correto apenas o que se afirma em: A) I. B) II e III. C) I, II e IV. D) I, III e IV. E) II, III e IV. Resolução desta questão na plataforma. 95 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 REFERÊNCIAS Textuais BARROS, E. O escravo e o senhor da Parnahiba. Teresina: Nova Aliança, 2016. BOSISIO, A.; CHRISTO, M. S. L.; ROCHA, T. Sabores e cores das Minas Gerais. Rio de Janeiro: Senac, 1998. BRANDÃO, D. A cozinha baiana. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, [s.d.]. CÂMARA, M. Cachaça: prazer brasileiro. Rio de Janeiro: Mauad, 2004. CARNEIRO, H. Comida e sociedade: uma história da alimentação. Rio de Janeiro: Campus, 2003. CASCUDO, L. da C. Antologia da alimentação no Brasil. 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Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2015: Tecnologia em Gastronomia. Questão 24. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/ provas/2015/18_cst_gastronomia.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2017. Unidade III – Questão 1. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2015: Tecnologia em Gastronomia. Questão 27. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/ provas/2015/18_cst_gastronomia.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2017. Unidade III – Questão 2. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2015: Tecnologia em Gastronomia. Questão 33. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/ provas/2015/18_cst_gastronomia.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2017. Unidade IV – Questão 1. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2009: Tecnologia em Gastronomia. Questão 27. Disponível em: <http://download.uol.com.br/educacao/enade2009/ TECNOLOGIA_GASTRONOMIA.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2017. Unidade IV – Questão 2. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2015: Tecnologia em Gastronomia. Questão 14. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/ provas/2015/18_cst_gastronomia.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2017. 98 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 99 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 100 Re vi sã o: R ic ar do - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 4/ 07 /1 7 Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
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