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Índice Introdução01 Glúten em foco.............................03 O que é o glúten?..........................04 Todos os trigos são iguais?................06 Trigo05 Problemas alimentares10 Alergia...................................................10 Sensibilidade........................................11 Intolerância...........................................12 Doenças relacionadas ao glúten e ao trigo 13 Doença celíaca......................................................13 Reações alérgicas..................................................13 Sensibilidade ao glúten..........................................14 Efeitos nocivos do trigo nos seres humanos........19 Diagnóstico20 Conclusões23 Tratamento26 Teste de exclusão....................................................24 Auto-teste.................................................................24 Dieta sem glúten27 Referências bibliográficas38 Cuidado com as armadilhas.......................................28 Alimentos que contêm glúten... ................................29 Alimentos permitidos (sem glúten)............................29 Passo-a-passo para uma dieta sem glúten................31 Benefícios da dieta sem glúten a longo prazo...........32 Estratégias para manutenção da dieta sem glúten...33 Contaminação cruzada...............................................35 Sites úteis.....................................................................36 Livros educativos.........................................................37 www.institutodrpablo.com Introdução Tem-se visto, nas últimas décadas, a expansão de diferentes tipos de doenças relacionadas ao consumo de glúten. Este ganhou fama de vilão com o aumento das divulgações, em programas televisivos, dos riscos da doença celíaca, que é um problema com a digestão do glúten no intestino delgado. Atualmente, muitos médicos pregam o não consumo dessa proteína proveniente do trigo quando os seus pacientes estão com algum problema crônico de saúde. Segundo a FENACELBRA – (Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil), os males do glúten afetam cerca de dois milhões de brasileiros. Afinal, se o glúten é maléfico para um grupo de pessoas, por que não para todo mundo? 02 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com GLÚTE N EM FOCO Quando se pensa em glúten, a primeira doença que vem na cabeça é a doença celíaca. Mas... é só isso? Ou será que tem mais? SIM. Há muito mais sobre o glúten (ou trigo) que a maioria da população desconhece. Uma complexa série de enfermidades resulta do consumo de trigo. Desde a doença celíaca até uma variedade de transtornos neurológicos e psiquiátricos, bem como diabetes, doenças cardíacas, artrite, urticárias e assim por diante. Tudo está muito bem documentado e será abordado nas próximas páginas deste e-book. 03 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com Em termos práticos, glúten é o nome dado às proteínas presentes no trigo, no centeio, na cevada (e seu subproduto, o malte) e na aveia. Quando adicionamos água a alguma dessas farinhas e começamos a misturar (sovar) a massa, o glúten então é formado. A função do glúten é deixar a massa mais elástica (propriedade da glutenina) e resistente (propriedade da gliadina) quando esticada, como acontece com o pão e o macarrão. O que é o Glúten? 04 Para simplificar, o glúten é uma "cola de dois componentes". SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com EXTENSIBILIDADE ELASTICIDADE Glúten (gliadina + glutenina) O trigo é a principal fonte de glúten na dieta do ocidente. A composição do trigo é principalmente de carboidratos e contém de 10 a 15% de proteínas. 80% dessas proteínas correspondem ao glúten. Por que essa planta aparentemente benigna, que sustentou gerações de seres humanos, de repente se voltou contra nós? “O pão nosso de cada dia nos dai hoje.” Se o pão é um alimento fundamental desde a época de Jesus, você me dirá: “isso não pode fazer mal!”. E eu te responderei que o trigo daquela época não se parece com o “trigo” dos dias atuais. Trigo 05 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com Não, nem todos os trigos são iguais. A ideia de que um alimento tão profundamente enraizado na civilização humana possa ser prejudicial é, no mínimo, perturbadora, pois se opõe a visões culturais arraigadas sobre o trigo e o pão. No entanto, o pão de hoje tem pouca semelhança com os pães de nossos antepassados. Desde as linhagens originais de gramíneas silvestres, colhidas pelo homem primitivo, o trigo acabou desenvolvendo mais de 25 mil variedades, praticamente todas resultantes da intervenção humana. Trigo 06 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com TODOS OS TRIGOS SÃO IGUAIS? Há aproximadamente 10.000 anos, os seres humanos primitivos suplementavam a sua atividade de caçadores-coletores com a colheita de plantas nativas, entre elas o trigo Triticum einkorn, que era moído manualmente e depois consumido como mingau. Na época de Moisés, passou a ser conhecida a espécie de trigo Triticum emmer, seguida pela espécie cultivada Triticum aestivum. O trigo mudou muito pouco, sofrendo alterações pequenas e naturais. O trigo Triticum aestivum, até a primeira metade do século XX, manteve-se praticamente o mesmo. O que significa que a farinha que a minha avó utilizava na década de 40 não era muito diferente da farinha do século XVII. Tudo isso acabou a partir da segunda metade do século XX, quando uma revolução nos métodos de hibridização transformou esse cereal. O que hoje chamamos de trigo não é a mesma coisa. O trigo mudou, mas não por meio de forças naturais, como secas ou doenças, e sim por meio da intervenção humana. Como resultado, o trigo sofreu uma transformação mais drástica para transformar-se em algo totalmente singular, quase irreconhecível quando comparado com o original, e, ainda assim, atendendo pelo mesmo nome: trigo. Trigo 07 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com O glúten de uma linhagem de trigo pode ser bem diferente, em sua estrutura, daquele de outra linhagem. As proteínas do glúten do trigo Triticum einkorn são diferentes das proteínas do glúten do trigo Triticum emmer, que por sua vez são diferentes das proteínas do glúten do Triticum aestivum. O problema principal são os grãos modificados com cruzamento genético para o aumento da produtividade (hibridização) que são consumidos atualmente. Trigo 08 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? A “DETERIORAÇÃO” DO TRIGO, NOS ÚLTIMOS 50 ANOS, TROUXE O AUMENTO DE MAIS DE 400% DE GLÚTEN NA FARINHA DE TRIGO. www.institutodrpablo.com 09 Trigo SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? Também surgiram novas proteínas que não existiam antigamente e que nossos antepassados não consumiam. Atualmente, o Triticum einkorn, o Triticum emmer e as linhagens originais de Triticum aestivum, silvestres e cultivadas, foram substituídos por milhares de descendentes modernos, criados pelo ser humano. O trigo Triticum (“anão”) de hoje é produto de cruzamentos destinados a gerar plantas mais produtivas e com determinadas características, como a resistência a doenças, à seca e ao calor. Na realidade, o trigo foi tão modificado pelo ser humano que as linhagens modernas não conseguem sobreviver sozinhas na natureza, necessitando de cuidados, como fertilização com nitratos e os defensivos agrícolas. O trigo está entre os cereais mais consumidos no planeta e também é um inegável sucesso financeiro. www.institutodrpablo.com Pequenas mudanças na estrutura das proteínas do trigo podem significar uma resposta imunológica devastadora. Problemas alimentares Há muita confusão sobre a diferença entre a alergia alimentar, a sensibilidade e a intolerância a certos alimentos. 10 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? Alergia, sensibilidade ou intolerância? ALERGIA Uma reação alérgica acontece rápido, em questão de horas ou minutos. Quando o alimento - por exemplo, amendoim ou clara de ovo - é ingerido, o sistema imunológicolibera histamina e outras substâncias, como imunoglobulina E (IgE). Desenvolve-se, no corpo, quase instantaneamente coceira ou rubor da pele, podendo haver inchaço rápido e severo, na boca e na garganta, sendo capaz de restringir a respiração. Essa condição, o choque anafilático, é potencialmente fatal e requer atenção médica de emergência. Problemas alimentares 11 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? Alergia, sensibilidade ou intolerância? SENSIBILIDADE A sensibilidade ou “alergia retardada” a um alimento (em geral, chamada erroneamente de intolerância) aparece mais devagar, portanto, levando de 45 minutos a um período de 3-4 dias para se desenvolver. Os efeitos podem variar entre inchaço ou erupção, até dor de cabeça, distensão abdominal, indigestão severa ou diarreia. O sistema imunológico reage com a produção aumentada de imunoglobulinas – IgG e IgM – e pela liberação das proteínas complementares inflamatórias. O melhor modo de detectar a sensibilidade à comida é fazer uma dieta de eliminação. Cortar alimentos específicos por pelo menos um mês, além de realizar exames de sangue para avaliar as reações do sistema imunológico. Manter um diário alimentar é útil. www.institutodrpablo.com Problemas alimentares 12SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? Alergia, sensibilidade ou intolerância? INTOLERÂNCIA AA intolerância alimentar não envolve o sistema imunológico, mas ocorre quando o sistema digestivo é incapaz de processar um tipo específico de alimento. Pode ser de origem genética (ex. celíacos) ou não genética (ex. lactose). Na intolerância à lactose, o corpo não produz suficientemente a lactase, isto é, enzima essencial à digestão da lactose – o açúcar natural do leite. Em casos de intolerância, há a manifestação de náusea ou de vômito, que se instalam gradualmente e persistem por semanas, podendo ser acompanhados de dor ou desconforto no abdome, de diarreia e prisão de ventre, de distensão abdominal, de flatulência e de outros sintomas relacionados ao trato gastrointestinal. www.institutodrpablo.com EM RESUMO Doenças relacionadas ao Glúten e ao Trigo 13 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? 1- DOENÇA CELÍACA Na doença celíaca, único exemplo aceito convencionalmente (embora muito subdiagnosticado) de doença intestinal relacionada a proteína do trigo, o glúten, especialmente a gliadina, provoca uma resposta imunológica que leva à inflamação do intestino delgado, o que causa diarreia e cólicas abdominais, desnutrição e suas consequências. 2- REAÇÕES ALÉRGICAS O glúten não é o único vilão em potencial na farinha de trigo. Além do glúten, há cerca de 20% de outras proteínas (não glúten) do trigo que incluem albuminas, prolaminas e globulinas, sendo que cada uma delas também E como se chama este quadro? SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? 3- SENSIBILIDADE AO GLUTÉN Em indivíduos suscetíveis, a exposição a essas proteínas provoca: - Asma - Erupções cutâneas (dermatite atópica e urticária) - Anafilaxia induzida por exercício, dependente do trigo (AIEDT), na qual erupções cutâneas, asma ou anafilaxia são provocadas durante algum exercício. MESMO EM PACIENTES SEM DOENÇA CELÍACA, A INGESTÃO DE GLÚTEN PODE CAUSAR SINTOMAS GASTROINTESTINAIS COMO DOR, DISTENSÃO ABDOMINAL, ALTERAÇÃO DE CONSISTÊNCIA FECAL, CANSAÇO ETC. SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com A sensibilidade ao glúten é uma doença autoimune sistêmica com manifestações diversas. 14 Cerca de 75% dos casos de sensibilidade não apresentam sintomas gastrointestinais. "1 em cada 100 pessoas tem doença celíaca. 9 em cada 100 pessoas tem sensibilidade ao glúten." A sensibilidade ao glúten corresponde a um resultado positivo para um (ou mais) teste de anticorpos indicadores da doença, mas sem sinais de inflamação intestinal observados por endoscopia e biópsia. PARA MUITAS PESSOAS, GLÚTEN NÃO É UM ALIMENTO E SIM UM VENENO QUE CAUSA INÚMERAS PATOLOGIAS! SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com 15 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com FÍGADO 16 Doença Hepática, Hepatite Crônica Ativa, Cirrose Biliar Primária e Câncer Biliar. APARELHO DIGESTIVO Refluxo Gastresofágico (RGE), Síndrome do Intestino Irritável (SII) DOENÇAS AUTOIMUNES as gliadinas do glúten do trigo possuem a singular capacidade de tornar permeável o seu intestino. QUANDO O INTESTINO ESTÁ INFLAMADO, O CORPO INTEIRO ESTÁ INFLAMADO! PELE Dermatite Herpetiforme – descrita como uma inflamação da pele semelhante ao herpes, embora não tenha nenhuma relação com o vírus do herpes, que persiste e pode acabar deixando trechos descorados e cicatrizes. As áreas afetadas com maior frequência são cotovelos, joelhos, nádegas, couro cabeludo e costas, geralmente afetando os dois lados do corpo de modo simétrico. Os intestinos não devem ser totalmente permeáveis. O processo precisa ser estritamente controlado, a fim de permitir a entrada na corrente sanguínea apenas de componentes selecionados dos sólidos e líquidos ingeridos. Então, o que acontece se vários compostos nocivos ganham acesso indevido à corrente sanguínea? Um dos efeitos indesejáveis é a autoimunidade – ou seja, a resposta imunológica corporal é ativada “por engano” e ataca órgãos do próprio corpo, como a glândula tireoide ou o tecido das articulações. Isso pode resultar em transtornos autoimunes como: NEUROLÓGICO 17 - Artrite reumatoide - Tireoidite de Hashimoto - Lúpus - Colite ulcerativa - Doença de Crohn - Síndrome do Intestino Irritável - Diabetes Insulinodependente SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com Todos eles completamente eliminados com a remoção do glúten da dieta, se este for a causa. “síndrome do glúten” Sintomas - Perda de equilíbrio e de coordenação (ataxia cerebelar) - Indisposição física (hipotonia) - Atraso no desenvolvimento da criança - Distúrbios de aprendizado - Depressão - Enxaqueca - Dor de cabeça - Encefalopatia por glúten: caracterizado por comprometimento cerebral, manifesta-se na forma de enxaquecas e sintomas semelhantes aos de derrames cerebrais, como a perda de controle sobre um braço ou uma perna, a dificuldade para falar ou dificuldades visuais, podendo ser fatal. DEFICIENCIAS NUTRICIONAIS - Esquizofrenia: é frequentemente diagnosticada em paciente com doença celíaca e a doença celíaca também é frequentemente encontrada em pacientes com esquizofrenia. Em culturas onde os grãos de glúten são raramente consumidos, a esquizofrenia é rara ou não existente. SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com A anemia por deficiência de ferro é muito comum entre os celíacos. As deficiências de vitamina B12, ácido fólico, zinco e das vitaminas lipossolúveis A, D, E e K também são comuns. 18 4- EFEITOS NOCIVOS DO TRIGO NOS SERES HUMANOS 19 Os efeitos já documentados incluem: - Estimulação do apetite (pelas subidas e descidas da glicose), que gera picos de glicose – insulina, podendo ocasionar em obesidade, diabetes, hipertensão, aumento da gordura visceral e doenças cardíacas. - Efeito viciante: a exposição do cérebro a gluteomorfinas (equivalentes às endorfinas do corpo). Por isso, às vezes, é tão difícil parar com o trigo. O famoso “acordo a noite para beliscar”. Não há dúvida: o trigo provoca dependência em algumas pessoas. - A glicação, processo metabólico que esta por trás de algumas doenças, do envelhecimento e de inflamações, devido ao carboidrato amilopectina-A do trigo, que é digerido com maior rapidez pela enzima amilase. Isso explica a maior capacidade dos produtos do trigo para aumentar a glicemia. O índice glicêmico do trigo é maior do que o do próprio açúcar. - Carga ácida no sangue, produzida pelo ácido sulfúrico do trigo que provoca o desgaste de cartilagens e ossos (osteoporoses). SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com 09 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com - Espectro autista, Transtorno de Atenção (TDA) e Hiperatividade: estudos mostraram melhoras do comportamento mental com a eliminação doglúten (acompanhada da eliminação da caseína de laticínios). É improvável que a exposição ao trigo seja a causa inicial do autismo. É muito comum pessoas que eliminaram o trigo da dieta relatarem melhora no ânimo, humor mais regular, maior capacidade de concentração e sono mais profundo, em questão de dias ou semanas. DIAGNÓSTICO LEVA-SE EM MÉDIA 11 ANOS PARA SE DIAGNOSTICAR A DOENÇA CELÍACA NOS EUA. Por que? • A doença celíaca pode ser tratada somente com uma mudança na dieta e não é fácil. 20 09 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com Não há nenhum remédio para fazer os sintomas da doença celíaca desaparecerem. • Os médicos, em geral, não têm conhecimento sobre dietas e estilo de vida, afinal esses profissionais são treinados para dar medicamentos. • Sendo a dieta a única “cura” para a doença celíaca que conhecemos, é lógico que as empresas farmacêuticas não queiram gastar tempo e dinheiro pesquisando esse tema. • O teste que tem sido utilizado como o “padrão ouro” para a doença celíaca (endoscopia digestiva alta com biopsia) não é muito sensível, ele exige que haja uma quantidade tremenda de danos nas paredes do duodeno para dar positivo. O DIAGNÓSTICO DE SENSIBILIDADE AO GLÚTEN LEVA MUITO MAIS TEMPO! “Todas as vezes que a SENSIBILIDADE AO GLÚTEN é clinicamente diagnosticada em um adulto, o paciente vem sofrendo por décadas da doença em um estágio silencioso ou latente.” NEJM, Oct 23,2003, 1673-4 21 09 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com A Doença Celíaca apresenta resultados positivos para os vários testes de detecção (anticorpos antiendomísio e/ou antitransglutaminase tecidual) e para biópsias duodenais. Além disso, a enfermidade tem predisposição genética (presença dos marcadores HLA DQ2 e HLA DQ8). A Alergia ao Trigo pode ser diagnosticada com dosagem sérica de IgE ou teste cutâneo para trigo. Os pacientes com resultados negativos devem ser diagnosticados com Sensibilidade ao Glúten não celíaca. Eles se beneficiam com uma dieta livre de glúten, mas devem ser informados de que a sensibilidade ao glúten não celíaca é uma entidade clínica reconhecida há pouco tempo, em que o curso natural e a fisiopatologia ainda não são totalmente compreendidos. 22 “Os casos de doença celíaca têm se quadruplicado nos últimos cinquenta anos, fato que, muito provavelmente é reflexo das modificações pelas quais o trigo tem passado.” 09 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com O glúten não era um problema para a maioria das pessoas, até porque sua concentração era baixa e poucos alimentos continham esse elemento. Acontece que atualmente uma infinidade de produtos contém glúten e em concentrações altíssimas. O resultado disso não poderia ser diferente: houve um aumento no número de pessoas que passaram a apresentar problemas com o glúten. Nas últimas décadas, pesquisas têm demonstrado que a absorção intestinal de substâncias desnecessárias gera alterações intestinais que podem contribuir para o aparecimento de várias patologias crônicas, como alergias, obesidade, diabetes, doenças autoimunes, depressão, doenças cardiovasculares e câncer. Isto não quer dizer que o glúten causa os mesmos danos a todos. Entretanto, sabendo que não é saudável, o ideal é que as pessoas busquem pelo menos diminuir o consumo dessa substância. O ideal é você ter a orientação de um profissional especializado. CONCLUSÕES 23 No caso de suspeita ou na presença de algum dos sintomas ou doenças citadas nas páginas anteriores, considere as possibilidades SENSIBILIDADE AO GLÚTEN 09 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com Você vai esperar o resultado dos exames ou vai fazer um: TESTE DE EXCLUSÃO: DIGESTIVO 24 Suspendendo o glúten por 30 dias, se os seus sintomas ou doença desaparecem ou diminuírem em intensidade e duração, muito provavelmente você tem sensibilidade ao glúten ou doença celíaca. AUTO-TESTE: Para sensibilidade ao glúten (celíaco ou não celíaco), identifique abaixo quais são os sintomas que se aplicam a você. Marque-os ou faça a contagem de itens selecionados e confira o resultado assim que acabar. - Desejo de comer coisas feitas com trigo - Barriga estufada / Gases - Síndrome do Intestino Irritável (períodos de diarreia alternados com intestino preso) - Refluxo ácido - Prisão de ventre - Diarreia - Falta de apetite - Problemas de peso - Anemia ferropriva - Indigestão - Náusea NEUROLÓGICO - Dores de cabeça - Enxaqueca - Problemas de memória - Confusão mental - Falta de concentração - TDAH (déficit de atenção e hiperatividade) - Dores articulares e/ou dores musculares - Ataxia (falta de equilíbrio ou coordenação motora) - Fibromialgia 09 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com SE VOCÊ MARCOU HORMONAL 25 1-3 sintomas: a sensibilidade ao glúten pode estar desempenhando algum papel em seus problemas de saúde. 4-7 sintomas: há uma possibilidade concreta de que você esteja sofrendo de sensibilidade ao glúten. 8 ou mais sintomas: a probabilidade é forte de que a sensibilidade ao glúten está tendo um efeito negativo sobre sua saúde. - Fadiga - Problemas de sono - Depressão - Ansiedade - Irritabilidade - Mudanças de humor - Problemas menstruais - Infertilidade masculina e feminina e/ou aborto - Problemas de tireoide - Osteoporose ou osteopenia (em você ou na sua família) SISTEMA IMUNOLÓGICO - Você tem infecções facilmente - Congestão nasal - Asma - Erupção cutânea - Eczema - Psoríase - Elevação das enzimas hepáticas (transaminases) - Artrite, qualquer tipo - Histórico de câncer (em você ou na sua família) - Doença autoimune, como diabetes, esclerose múltipla, lúpus (em você ou na sua família) - Doença celíaca (em você ou na sua família) TRATAMENTO 26 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? SENSIBILIDADE Só um pouquinho de glúten faz mal? Faz mal SIM. Uma dieta com 1% de glúten é igual a uma dieta com 100% de glúten. www.institutodrpablo.com Os celíacos e/ou sensíveis ao glúten enfrentam enorme dificuldade para evitar os produtos do trigo, embora possa parecer fácil fazer isso. O trigo tornou-se onipresente e muitas vezes é acrescentado a alimentos industrializados, a medicamentos e até em cosméticos. O trigo se transformou em norma, não mais uma exceção. A retirada do glúten da dieta de uma pessoa com sensibilidade ao glúten é igual ao celíaco. O tempo de suspensão do glúten no caso do celíaco é para a vida toda. Para quem tem sensibilidade ao glúten, não é diferente. 10 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com Mesmo que o glúten seja eliminado da dieta por muitos anos, a doença celíaca, ou outras formas de sensibilidade ao glúten, não tardam em voltar caso haja nova exposição. Isso significa que até mesmo uma eventual exposição acidental ao glúten terá consequências. Todavia, em alguns casos de sensibilidade ao glúten, estima-se uma média de, no mínimo, dois anos de suspensão do glúten da dieta. Esse é o tempo estimado para a diminuição dos anticorpos e recuperação da integridade do intestino. No consultório, sou testemunha de como é possível a remissão de doenças com a retirada do glúten (ou trigo) da dieta de alguns pacientes com diabetes, retocolite ulcerativa, artrite, tireoidite de Hashimoto, obesidade, “pré-diabetes” ou resistência insulínica, enxaqueca, hipertensão, síndrome do intestino irritável e síndrome nefrítica. DIETA SEM GLÚTENOs pacientes costumam entrar em pânico quandopercebem o tamanho da transformação em seus hábitos arraigados de comprar, cozinhar e comer. “Não sobrou nada para comer! Vou morrer de fome!”. Muitos também reconhecem que algumas horas sem um produto de trigo aciona a ansiedade da abstinência. Segundo a minha experiência, o método mais eficaz para eliminar o glúten da dieta é agir de modo súbito e total. 27 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? CUIDADO COM AS ARMADILHAS Você não desenvolve nenhuma deficiência nutricional quando para de consumir glúten, trigo e outros alimentos industrializados, desde que ascalorias perdidas sejam substituídas pelos alimentos corretos. Recomenda-se que sejam consumidos legumes, verduras, castanhas e sementes, assim como carnes, ovos, abacates, azeitonas e queijos, isto é, alimentos de verdade. SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com Muitos alimentos “sem glúten” são preparados substituindo-se a farinha de trigo pelo amido de milho ou de arroz e pela fécula de batata ou de tapioca (amido extraído da raiz da mandioca). Isso é perigoso para quem estiver querendo perder alguns quilos, uma vez que os alimentos “sem glúten”, embora não acionem a resposta imunológica, ainda assim acionam a resposta da glicose-insulina, que faz você ganhar peso . Alimentos “sem glúten”, portanto, não são “sem problemas”. 28 SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? ALIMENTOS QUE CONTÊM GLÚTEN SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com À exceção daqueles que contêm o rótulo “sem glúten”, quase todos os alimentos industrializados, mesmo que sem farinha, contêm glúten, porque dão sabor, cremosidade e estimulam seu apetite. O glúten também está presente em todo alimento que contém trigo, cevada, centeio e aveia (este último por contaminação cruzada). Pão integral, pão 7 grãos, pão multigrãos, pão de linhaça, pão árabe... São permitidos para uma dieta sem glúten? Não, todos têm glúten! 29 ALIMENTOS PERMITIDOS (sem glúten) CEREAIS: arroz, milho, painço e os pseudocereais quinoa, amaranto e trigo sarraceno. FARINHAS e FÉCULAS: farinha de arroz, amido de milho (tipo “maisena”), fubá, farinha de mandioca, fécula de batata, farinha de soja, polvilho, araruta, flocos de arroz e milho. MASSAS: feitas com as farinhas permitidas. VERDURAS, FRUTAS E LEGUMES: todos (crus ou cozidos). LATICÍNIOS: leite, manteiga, queijos e derivados (se não houver intolerância à lactose). GORDURAS: óleos e azeites. SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência?SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com 30 CARNES: bovina, suína, frango, peixes, ovos e frutos do mar. GRÃOS: feijão, lentilha, ervilha, grão de bico e soja. SEMENTES OLEAGINOSAS: nozes, amêndoas, amendoim, castanhas da Amazônia e de caju, avelãs, macadâmias, linhaça, gergelim, abóbora etc. PASSOS PARA UMA DIETA SEM GLUTEN : SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com 1- Prepare-se (estude, compre e se organize) para o dia em que vai excluir tudo que contém glúten de uma vez. Em geral, uma redução gradual deixa com mais “vontade”. 2- Substitua seus alimentos “preferidos” (bolachas, pão, macarrão) por sem glúten pelo menos no começo, por uns 30 dias. Depois, retire-os definitivamente da sua dieta. Lembre-se que os substitutos engordam. 3- Aumente as porções de carnes, ovos, frutas, legumes, verduras e castanhas. Com isso, irá obter as fibras, vitaminas e minerais, além de otimizar a fonte de proteínas, de gorduras e de “bons” carboidratos. Sinais de abstinência ( em geral 30% das pessoas que param com glúten ) como cansaço , irritabilidade ou confusão metal ,fome por carboidratos , em geral na grande maioria das vezes vão embora em 1 semana . 31 BENEFÍCIOS DA DIETA SEM GLÚTEN A LONGO PRAZO 18 1- Emagrecimento. Há relatos da redução de até 1,5 kg por semana. 2- Aumento da disposição física. 3- Aumento das capacidades mentais (concentração, foco e raciocínio). 4- Liberdade e uma vida mais fácil (é isso que acontece, pois você passará mais tempo sem fome com tranquilidade). 5- Regressão de doenças. SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com 32 Seguir estratégias permite a você desfrutar das riquezas culinárias e realizar atividades, como viajar e comer fora de casa, de forma segura. São sugeridos os seguintes passos: - Familiares: oriente seus familiares e amigos sobre o que é doença celíaca e sensibilidade ao glúten. Explique os cuidados da dieta e que precisará de compreensão e de ajuda. Isso facilitará a sua participação nas reuniões e confraternizações. ESTRATÉGIAS PARA MANUTENÇÃO DA DIETA SEM GLÚTEN SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com 33 TENHA CUIDADO COM FAMILIARES OU AMIGOS QUE, MESMO SABENDO DO PROBLEMA ALIMENTAR, CONTINUAM A OFERTAR “SÓ UM PEDACINHO DE PÃO”. SAIBA QUE ELES PROVAVELMENTE NÃO SE PREOCUPAM TANTO COM VOCÊ, ENTÃO SINTA-SE BEM AO IGNORÁLOS-LOS EDUCADAMENTE EM SUA VIDA. - Antes de sair de casa: faça um reconhecimento em sua cidade de estabelecimentos confiáveis que possuem alimentos ou produtos sem glúten. Ou prepare-se e leve a sua própria comida para o seu destino (por exemplo, trabalho). - Em casa: a pessoa responsável pela alimentação da família deve preparar os alimentos que contêm glúten em locais e horários diferentes do preparo de alimentos isentos de glúten. Lembre-se que sem a limpeza adequada dos utensílios utilizados para o manuseio e preparação de produtos com glúten, os alimentos sem glúten podem ser contaminados. Recomenda-se que alimentos consumidos com pães, como geleias, margarinas, maionese, entre outros, e alguns equipamentos de difícil limpeza sejam de uso exclusivo. - Em viagem: em viagens de trabalho ou de férias, faça uma pesquisa relativa a quais hotéis ou pousadas oferecem alimentação sem glúten. Se possível, fale com o chefe de cozinha ou nutricionista observando os cuidados já citados. - Comendo fora de casa: alguns restaurantes já disponibilizam cardápios sem glúten. A sugestão é que você escolha alimentos preparados de maneira simples ou frescos e evite todos os alimentos com preparações muito elaboradas; tempere a salada você mesmo com limão, pouco sal e azeite; evite alimentos fritos, pois o óleo pode ter sido utilizado para a fritura de alimentos que contêm glúten; não se esqueça que os utensílios, como a faca, os óleos de fritura e as assadeiras podem estar contaminados com glúten; evite caldo de carne e molhos que, normalmente, são engrossados com farinha de trigo. ESTRATÉGIAS PARA MANUTENÇÃO DA DIETA SEM GLÚTEN SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com 34 No Brasil temos a Lei Federal nº10.674/2003, que obriga a todos os fabricantes de alimentos industrializados e bebidas a avisarem no rótulo se o produto "Contém glúten" ou "Não contém glúten", conforme o caso. LEIA SEMPRE O RÓTULO E A LISTA DE INGREDIENTES, mesmo dos produtos conhecidos, pois os fabricantes podem mudar as informações. CONTAMINAÇÃO CRUZADA Muitos produtos alimentícios não contêm glúten em sua composição, mas, devido a uma série de fatores, acabam tendo traços de glúten. É o que chamamos de contaminação cruzada por glúten. A contaminação cruzada é uma transferência de traços ou partículas de glúten de um alimento para outro alimento, diretamente ou indiretamente, podendo ocorrer na área de manipulação de alimentos e durante o plantio, colheita, armazenamento, beneficiamento, industrialização e no transporte e comercialização desse produto. Saiba mais informações sobre a contaminação cruzada em: SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com 35 http://www.riosemgluten.com/manual_dos_celiacos_rsgluten.pdf http://www.riosemgluten.com/manual_dos_celiacos_rsgluten.pdf 36 A comunidade de celíacos oferece vários recursos para ajudar quem tem a doença. Por isso, darei algumas dicas de sites que têm receitas sem glúten gratuitamente. FENALCEBRA - RIO SEM GLUTEM Receitas sem glúten: http://www.fenacelbra.com.br/arquivos/livros_download/curs o_de_culinaria_sem_gluten_Josy_Gomez%20_2013.pdf http://www.fenacelbra.com.br/arquivos/livros_download/Cozi nhando_sem_gluten_2_Gilda_Moreira.pdf http://www.fenacelbra.com.br/arquivos/livros_download/delici as_sem_gluten_miriam_pereira.pdf https://www.riosemgluten.com.br/receitas-sem-gluten Receitas sem glúten, sem lácteos: http://www.fenacelbra.com.br/arquivos/livros_download/receita s_sem_gluten_e_sem_leite_vivi_correa.pdf SITES ÚTEIS SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com 37 LIVROS EDUCATIVOS SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com MUITO OBRIGADO! NOS ACOMPANHE NASREDES SOCIAIS @InstitutoDrPablo Todas às sexta-feiras 18h30 estamos AO VIVO na Rádio Vibe mundial no programa MEDICINA TRIDIMENSIONAL – CORPO, MENTE E ESPÍRITO. RÁDIO VIBE MUNDIAL FM 95,7 https://www.facebook.com/institutodrpablo/ https://www.instagram.com/institutodrpablo/ https://www.youtube.com/channel/UCak_PKN7eR1RBPKJgYNcnBw Referências bibliográficas SEM GLÚTEN – Moda ou Consciência? www.institutodrpablo.com 1 Tatham, A. S.; Shewry, P. R. “Allergens in Wheat and Related Cereals”. Clinical and Experimental Allergy, 2008; 38:1712-26.- 2- AmJ Gastroenterol (2011)Mar: 106(3): 500-514. 3- Lancet Neurol 2010; 9: 318–30 4- Drago, S.; El Asmar, R.; Di Pierro, M. et al. “Gliadin, Zonulin and Gut Permeability: Effects on Celiac and Nonceliac Intestinal Mucosa and Intestinal Cell Lines”. Scandinavian Journal of Gastroenterology, 2006; 41:408-19. 5- FORD Hadjivassiliou, M.; Grunewald, R. A.; Lawden, M. et al. “Headache and CNS White Matter Abnormalities Associated with Gluten Sensitivity”. Neurology, 13 fev. 2001; 56(3):385-8., 6- RONEY P.K. MEDICAL HYPOTHESIS 73: 438-40, 2009 7- BMJ VOLUME 328 21 FEBRUARY 2004 8- Barton, S. H.; Kelly, D. 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