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Cliques e Estalidos

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Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Cliques e Estalidos 
INTRODUÇÃO 
A característica semiológica básica dos cliques e 
estalidos é sua situação no ciclo cardíaco. Assim, 
podem ser classificados em diastólicos e sistólicos 
(protossistólicos e mesossistólicos). 
ESTALIDOS DIASTÓLICOS 
Podem ocorrer nas estenoses das valvas mitral e 
tricúspide e, mais raramente, na insuficiência mitral e 
na comunicação interatrial. 
ESTALIDO DE ABERTURA MITRAL 
A abertura da valva mitral ocorre após o período de 
relaxamento isovolumétrico, no início da diástole, e 
não determina qualquer ruído se a valva estiver 
normal. No entanto, na estenose mitral, em 
decorrência das modificações anatômicas e das 
alterações pressóricas, a abertura da valva mitral passa 
a provocar um ruído seco, agudo e de curta duração. 
Este costuma ser intenso, e por esse motivo pode ser 
palpável. 
 
Este é mais audível com o paciente em decúbito lateral 
esquerdo, no foco mitral e na borda esternal esquerda, 
na altura do 3o e do 4o espaço intercostal. Entretanto, 
em muitos pacientes, o estalido é audível em todo o 
precórdio. 
É o sinal mais indicativo de estenose mitral. No 
entanto, para que apareça, é necessária certa 
flexibilidade da valva. Quando existe intensa 
calcificação ou quando ocorre hipertensão pulmonar 
muito grave, o estalido de abertura mitral deixa de 
existir. 
ESTALIDO DE ABERTURA TRICÚSPIDE 
É mais audível na borda esternal esquerda e, 
ocasionalmente, na borda esternal direita. 
Em quase todos os pacientes que apresentam estenose 
tricúspide reumática, há concomitantemente estenose 
da valva mitral. Este fato dificulta o reconhecimento do 
estalido tricúspide, cujas características 
estetoacústicas são as mesmas do estalido mitral. 
Sendo que, a diferenciação entre um e outro pode ser 
feita levando em conta outros dados, como o sopro e 
o tipo de pulso venoso. 
ESTALIDOS PROTOSSISTÓLICOS 
Também são chamados de ruídos de ejeção, por 
indicarem súbita ejeção de sangue nos vasos da base. 
Sua origem é vascular e são produzidos, portanto, 
pelas vibrações da parede do vaso. Estes são ruídos de 
alta frequência, agudos e intensos, produzidos na 
artéria pulmonar e aorta. 
ESTALIDO PROTOSISTÓLICO PULMONAR 
É melhor auscultado na área pulmonar e na borda 
esternal esquerda, diferenciando-se do 
desdobramento da 1a bulha pelo seu timbre mais 
agudo. 
Este pode ser encontrado na estenose pulmonar 
moderada, dilatação idiopática da artéria pulmonar, 
comunicação interatrial e na hipertensão pulmonar 
grave. 
ESTALIDO PROTOSSISTÓLICO AÓRTICO 
É mais audível na região que vai das vizinhanças do 4º 
espaço intercostal esquerdo junto à borda esternal até 
a mitral. 
Pode ser encontrado nas lesões valvares aórticas 
(estenose e insuficiência), coarctação da aorta, 
aneurisma da aorta, dilatação aórtica de etiologia 
aterosclerótica ou hipertensiva e, em algumas 
cardiopatias congênitas cianóticas com desvio do fluxo 
sanguíneo para a aorta (tetratologia de Fallot grave e 
truncus arteriosus). 
ESTALIDOS MESOSSISTÓLICOS 
E TELESSISTÓLICOS 
O surgimento de um ruído entre a 1a e a 2a bulha, no 
intervalo sistólico, também chamado de clique 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
sistólico, merece ser analisado. Trata-se de um ruído 
cuja origem pode ser uma brida pericárdica ou o 
prolapso da valva mitral. 
Sua identificação é feita pelas suas características 
estetoacústicas: é um ruído de alta frequência, seco, 
agudo, situado no meio ou no fim da sístole, cuja 
intensidade varia nitidamente durante os movimentos 
respiratórios e com as mudanças de posição. É audível 
nas áreas mitral ou tricúspide. 
 
Obs.: Não se deve confundi-lo com o desdobramento 
da 1a bulha, com o estalido protossistólico pulmonar 
ou aórtico, nem com o atrito pericárdico.

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