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Crimes Contra a Vida: Homicídio

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Direito Penal IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 1 
 
 
 
 
 
Disposto no art. 121 do Código Penal. 
 
® Cuida do Direito a Vida, o qual é 
garantido constitucionalmente. art. 
5º, caput. 
® Trata-se de um direito absoluto; 
indisponível. 
® Direito supraestatal: aceito por todos 
e por todas as nações, imprescindível 
para a vida em sociedade. 
 
O Legislador protege a pessoa humana 
desde a sua formação. 
 
¨ Classificação dos crimes contra a 
vida: 
 
São contra a vida os delitos de: 
 
1. homicídio (CP, art. 121); 
2. participação em suicídio (art. 122); 
3. infanticídio (art. 123); e 
4. aborto (arts. 124 a 128). 
 
Quanto ao elemento subjetivo ou 
normativo, os crimes contra a vida 
podem ser: 
 
1. dolosos; 
2. culposos; e 
3. preterdolosos ou preterintencionais. 
 
¨ Competência para julgamento: 
 
Para crime de homicídio doloso: Tribunal do 
Júri, vide art. 5º, XXXVIII, alínea “A” da CF. 
 
Para crime de homicídio culposo: Justiça 
comum. Ação penal pública incondicionada 
 
 
 
 
Crime de Homicídio 
 
É crime contra a vida da pessoa, disposto no 
art. 121 do CP. 
 
Na forma Dolosa Na forma culposa 
Simples: caput. 
Privilegiado: §1º; 
Qualificado: §2º; 
Circunstanciado: § 4º, 
2ª parte, e §§ 6º e 7º. 
§ 4º, 2ª parte, e §§ 6º e 
7º. 
 
Simples: § 3º. 
Circunstanciado: 
§ 4º, I. 
Perdão judicial: 
§ 5º. 
 
 
¨ Pode ser classificado como: 
 
® Crime simples ou comum, pois pode ser 
praticado por qualquer pessoa. 
 
® Crime material, pois exige-se uma 
conduta e um resultado; 
 
® Crime de dano: efetividade de lesão, 
 
® Crime de forma livre; 
 
® Crime comissivo- regra. 
 
® Crime omissivo impróprio- exceção art. 
13, §2º do CP. 
 
® Crime instantâneo de efeito 
permanente; 
 
® Crime plurissubsistente; 
 
® Crime unisubjetivo; 
 
® Crime progressivo. 
 
Admitindo-se assim, qualquer meio de 
execução. 
Dos Crimes contra a Vida 
Direito Penal IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 2 
 
Bem jurídico protegido: a vida humana. 
 
¨ Sujeitos do delito: 
 
O tipo do homicídio não contem exigência 
de nenhuma qualidade pessoal do sujeito 
ativo ou passivo. 
 
Não é crime próprio, a exigir uma 
legitimidade ativa ou passiva especial. 
 
® Pode ser qualquer pessoa. 
 
¨ Homicídio e nexo de causalidade 
 
A responsabilidade penal por homicídio 
exige demonstração do nexo de 
causalidade entre a conduta e o resultado 
morte. 
O CP adota a teoria da equivalência dos 
antecedentes: conditio sine qua non. 
 
Disposta no art. 13, caput, 2º parte: é 
considerada causa a ação sem a qual o 
resultado não teria ocorrido. 
 
® A causa pode ser preexistente, 
concomitante ou superveniente 
relativa ou absolutamente 
independente do comportamento do 
sujeito. 
 
Tema já estudado, na parte de teoria do 
crime, nexo causal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Homicídio Doloso (simples) 
 
Art. 121, caput: Matar alguém. 
Pena: reclusão, de 6 a 20 anos. 
 
® É um crime de elevado potencial 
ofensivo. 
 
Os tipos penais são formados por um verbo 
(núcleo) e por elementares. 
 
Núcleo: MATAR 
 
Elementar: ALGUÉM 
 
O questionamento é de que a partir de qual 
momento a pessoa é considerado alguém? 
 
A partir da vida extrauterina. Vida fora do 
útero: com o início do parto e respiração 
autônoma. 
 
® O crime cometido com o feto, ainda 
no útero, é denominado aborto. 
 
® Entretanto, se a mãe mata o feto, logo 
depois que nasce, em estado 
puerperal, é denominado 
infanticídio. 
 
E se houver uma pessoa sem viabilidade de 
vida, ou seja, um idoso prestes a morrer, 
feto anencéfalo, pessoa em estado 
terminal? Ainda haverá homicídio. 
 
¨ Quanto aos elementos subjetivos: 
 
O crime de homicídio pode ocorrer por: 
 
® Dolo: dolo direto e dolo eventual. 
® Culpa: negligência, imperícia e 
imprudência. 
Direito Penal IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 3 
 
Homicídio simples pode ser considerado 
hediondo? 
 
Para ser considerado crime hediondo, deve 
estar especificado na lei n. 8072/90. 
 
Em regra, HOMICÍDIO SIMPLES não é 
hediondo. Mas, há uma única exceção: 
 
® Quando praticado em atividade 
típica de grupo de extermínio, ainda 
que por só um agente. 
® Art. 1º, I da referida lei. 
 
Exemplo: Matança generalizada de 
moradores de rua para valorização de uma 
área urbana. 
 
Importante: tal hipótese é de difícil 
configuração, pois atividade típica de grupo 
de extermínio configura qualificadora do 
motivo torpe (torando-se homicídio 
qualificado). Logo, seria um crime hediondo 
por ser qualificado. 
 
¨ É admissível tentativa? 
 
Sim, é possível. Pode ocorrer a tentativa 
branca ou incruenta, quando a vítima não é 
atingida. 
 
Ou, tentativa vermelha ou cruente, quando 
a vítima é atingida, sofre ferimentos. 
 
2. Homicídio Privilegiado 
 
Disposto no art. 121, §1º. Se o agente 
comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral, ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima, o 
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um 
terço. 
 
® Trata-se de causa de diminuição de 
pena. 
 
® Sobre a denominação: o correto seria 
homicídio doloso com causa de 
diminuição de pena. 
 
® Consequência: redução de pena, de 
1/6 a 1/3. 
 
Importante: no caput menciona a palavra 
“pode”, significando a discricionariedade 
do juiz. 
 
Entretanto, tal ideia é errada, o certo seria: 
DEVE, pois obrigatoriamente deve ocorrer a 
redução da pena. 
 
O que o juiz pode escolher é somente a 
quantidade, se será 1/6 ou 1/3. 
 
Elementos que, isoladamente, ensejam a 
diminuição da pena: 
 
1. Relevante valor social: coletividade; 
2. Relevante valor moral: particular; 
3. Sob domínio de violenta emoção, 
logo em seguida a injusta 
provocação da vítima. 
 
Quando que é esse “logo em seguida”? 
 
Há discussões na doutrina e na 
jurisprudência, não há definição clara. 
Entretanto, entende-se que é logo após a 
provocação. Ação/ reação. Algo 
instantâneo. 
 
 
 
Direito Penal IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 4 
 
¨ Caráter subjetivo: 
 
Há incomunicabilidade no concurso de 
pessoas. É de natureza SUBJETIVA. 
 
Só se aplica ao agente que se enquadra nas 
hipóteses, não transfere a outros 
participantes do crime. 
 
Exemplo: pai pede para um assassino 
profissional matar o estuprador da filha. O 
pai responde pelo crime privilegiado, já o 
autor (executor) do crime, responde pelo 
homicídio qualificado. 
 
1. Premeditação do crime afasta o 
homicídio privilegiado? 
 
Primeiro, premeditar é arquitetar, pensar, 
planejar. 
 
Logo, a resposta é: depende. 
 
Não é compatível com o homicídio 
privilegiado na hipótese de violenta 
emoção, uma vez que a resposta (ação) da 
pessoa é instantânea. 
 
Entretanto, nas outras hipóteses pode 
ocorrer a premeditação. 
 
2. Homicídio privilegiado e erro na 
execução. 
 
Pergunta-se: 
 
Se a ação é praticada sob violenta emoção, 
logo em seguida a injusta provocação da 
vítima, mas o autor erra a execução, vindo a 
atingir 3º pessoa, responde pelo homicídio 
privilegiado, simples ou qualificado? 
 
Responde por homicídio privilegiado, com 
fulcro no art. 73 do CP, que dispõe que 
quando ocorre erro na execução o agente 
responde pelo crime, como se tivesse 
acertado a pessoa que queria. 
 
3. Homicídio privilegiado é crime 
hediondo? 
 
Não é crime hediondo, pois não há amparo 
na lei nº 8.072/90. 
 
4. É possível homicídio privilegiado 
com dolo eventual? 
 
Sim, é compatível. 
 
Exemplo: Sujeito que logo depois de ser 
injustamente provocado, e reage sob 
violenta emoção, decide reagir 
agressivamente e passa a agredir o 
provocador com socos e pontapés, 
assumindo assim, o risco de matá-lo. 
 
Homicídio privilegiado X Atenuante genéricas 
 
® Privilégio utiliza somente no 
homicídio. 
® As atenuantes a qualquer crime. 
 
® No homicídio privilegiado, uma das 
hipóteses é sobre o DOMÍNIO de 
violenta emoção. 
® Já nas atenuantes genéricas, disposta 
no art. 65 do CP, dispõe que a pessoa 
estaria sob INFLUÊNCIA de violenta 
emoção. 
 
® A hipótese privilegiadaé sempre 
LOGO EM SEGUIDA (imediata) à 
provocação da vítima. 
® Na atenuante não precisa ser 
imediato. 
Direito Penal IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 5 
 
® No homicídio privilegiado ocorre 
quando houver injusta 
PROVOCAÇÃO. 
® Nas atenuantes, é suficiente ato 
injusto. 
 
Importante: se houver uma troca de palavras 
de injusta provocação, por injusta agressão, 
estará se referindo a legitima defesa. 
 
Homicídio privilegiado-qualificado 
(híbrido) é crime hediondo? 
 
O crime híbrido é quando nós temos uma 
das privilegiadoras e ao mesmo tempo uma 
das hipóteses de qualificadora. É possível?? 
 
Há duas posições acerca dessa 
possibilidade. 
 
1º posição: não é possível, pois existe uma 
certa interpretação topográfica ou 
geográfica. A figura do privilégio ocorre 
antes (§1º) e assim, não atinge o que vem 
depois (§2º). 
 
2º posição: é possível, desde que as 
qualificadoras sejam de natureza objetiva. 
® Corrente aceita. 
 
 Quais qualificadoras são de natureza 
objetiva? 
 
1. Inciso III: meios de execução; 
 
2. Inciso IV: modos de execução, com 
EXCEÇÃO da traição (é qualificadora 
de natureza subjetiva). 
 
3. Inciso VI: feminicídio. 
 
Porque é possível, esse crime híbrido? 
Porque ambos os crimes, privilegiado e 
qualificado, são de natureza distintas. 
 
Por fim, o crime híbrido NÃO é crime 
hediondo. 
 
3. Homicídio Qualificado 
 
Disposto no art. 121, §2º do CP. Existem 7 
qualificadoras. 
 
Constitui um homicídio simples + 
circunstâncias especiais. 
 
® Possui pena de reclusão, de 12 a 30 
anos. 
 
Lembrar!!! Crime qualificado é SEMPRE 
crime hediondo. 
 
¨ Qualificadoras e concurso de 
pessoas. 
 
Nos Incisos I, II, V e VII e a traição do inciso 
IV, são de natureza subjetiva. 
 
Dizem respeito ao agente e não ao fato. Não 
se comunicam aos demais coautores ou 
participantes do crime. Isto é, não é possível 
o concurso de pessoas. 
 
Já, os incisos III e IV (meios e modos de 
execução) são de natureza objetiva. 
 
Estão ligados ao fato e não ao agente, se 
comunicam aos demais coautores e 
participantes do crime, ou seja, ocorre 
quando ela é COMUNICÁVEL no concurso 
de pessoas. 
 
 
 
Direito Penal IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 6 
 
¨ Espécies de qualificadoras: 
 
Art. 121, §2º, CP: homicídio qualificado 
 
Inciso I: Mediante paga ou promessa de 
recompensa ou por outro motivo torpe. 
 
® Fórmula casuística: mediante PAGA 
ou PROMESSA de recompensa. 
 
® Fórmula genérica: por outro motivo 
torpe. 
 
Assim, torpe será todo e qualquer motivo de 
IGUAL NATUREZA do pagamento e da 
promessa de pagamento. 
® Deverá avaliar no caso concreto. 
 
Qualificadora mediante paga ou promessa 
de recompensa, possui características: 
 
1. Pode ser denominado homicídio 
mercenário ou por mandato 
remunerado; 
 
2. É de natureza subjetiva; 
 
3. É de concurso necessário: devem 
existir ao menos duas pessoas. 
 
4. Essa pena, mediante paga ou 
promessa de recompensa, só se 
aplica, somente, ao EXECUTOR do 
crime. O mandante responde por 
homicídio privilegiado. 
 
Qualificadora mediante motivo torpe: 
 
1. Motivo torpe é aquele que é 
repugnante, vil, moralmente 
reprovável. 
2. Aqui, é aplicável para ambos os 
agentes, tanto para o mandante, 
quanto para o executor. 
 
Importante: 
 
1º: vingança pode ou não ser motivo torpe, 
depende da motivação dessa vingança. 
 
2º: ciúmes não é motivo torpe. 
 
Art. 121, §2º, CP: homicídio qualificado 
 
Inciso II: Por motivo Fútil 
 
É o motivo insignificante, bobo, de pouca 
importância. 
 
® Tem que ser conhecido. 
® Revela egoísmo, mesquinhes, 
insensibilidade moral. 
® Ausência de motivo não é motivo 
fútil. 
 
Exemplo: cliente mata o dono do bar por ter 
ele lhe servido uma cerveja quente. 
 
Importante: ciúme pode ser considerado 
motivo fútil, a depender do caso concreto. 
 
® HC. 152. 548/STJ; 
® HC. 107.090/STJ: informativo 
711/2013. 
 
Para que haja a aplicação dessa 
qualificadora a futilidade deve ser 
IMEDIATA. 
 
 
 
 
 
Direito Penal IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 7 
 
Motivo Fútil X Dolo Eventual 
 
É plenamente compatível, um homicídio 
praticado por dolo eventual, havendo a 
qualificadora de motivo fútil. 
 
De acordo com o STJ: 
 
“A jurisprudência desta Corte Superior 
entende não ser incompatível a 
qualificadora do motivo fútil com o dolo 
eventual, pois o dolo do agente, direto ou 
indireto, não se confunde com o motivo que 
ensejou a conduta capaz de colocar em 
risco a vida da vítima”. 
 
REsp 1779570/ RS, julgado em 13/08/2019. 
 
Art. 121, §2º, CP: homicídio qualificado 
 
Inciso III: Com emprego de veneno, fogo, 
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar 
perigo comum. 
 
® São fórmulas casuísticas: 
 
Veneno: Venefício. substância de origem 
química ou biológica capaz de provocar a 
morte quanto introduzida no organismo 
humano. Determinada substância inócuas 
para algumas pessoas, pode ser veneno 
para outras. 
 
Asfixia: mecânica (enforcamento, 
estrangulamento, sufocação) ou tóxica (gás 
asfixiante ou inalação, confinamento); 
 
Tortura: devemos analisar pontos 
importantes acerca da tortura. 
 
Tortura é qualquer ato pelo qual a pessoa 
causa dores ou sofrimentos agúdos, físicos 
ou mentais, intencionalmente a uma pessoa. 
 
Pode ocorrer 2 situações: 
 
1. Homicídio qualificado pela tortura 
 
Com previsão legal no art. 121, §2º, III, CP, 
com pena de reclusão de 12 a 30 anos. 
 
Elemento subjetivo: dolo direto ou eventual 
em relação ao resultado morte, utilizando-se 
da tortura como meio (cruel) para alcançar o 
resultado. 
 
Exemplo: A minha intenção é MATAR a 
vítima, mas ao invés de esfaquear ela direto 
no coração, eu escolho pegar a faca e fazer 
alguns cortes no braço, até que se obtenha 
o resultado morte. 
 
Competência: Tribunal do Júri. 
 
2. Tortura qualificada pela morte: 
 
Possui previsão legal na lei n. 9.455/97, 
dispõe sobre o crime de tortura, causar 
sofrimento, sem intenção de matar. 
Art. 1º, §3º da referida lei, dispõe: se resulta 
morte, a reclusão é de 8 a 16 anos. 
 
Elemento subjetivo: crime preterdoloso. Há 
dolo na conduta antecedente (tortura) e 
culpa no resultado morte. 
 
Competência: juízo singular. 
 
® São fórmulas genéricas, que devem 
ser utilizadas as interpretações 
analógicas: 
 
Direito Penal IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 8 
 
Meio insidioso: consiste no uso de 
estratagema, de perfídia, de uma fraude 
para cometer o crime sem que a vítima 
perceba. 
 
Exemplo: retirar o óleo da direção do 
veículo para provocar um acidente fatal do 
seu proprietário. 
 
Meio cruel: Que proporciona à vítima um 
intenso e desnecessário sofrimento físico ou 
mental, quando a morte poderia ser 
realizada de forma menos dolorosa. 
 
Exemplo: matar alguém lentamente com 
inúmeros golpes de faca, com produção 
inicial dos ferimentos em região do corpo 
não letal. 
 
Meio de que possa resultar perigo comum: expõe 
não só a vítima, mas também um número 
indeterminado de pessoas a uma situação 
de probabilidade de danos. 
 
Exemplo: tiros certeiros contra a vítima que 
caminha em via de grande movimentação. 
 
Art. 121, §2º, CP: homicídio qualificado 
 
Inciso IV: à traição, de emboscada, ou 
mediante dissimulação ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossível a defesa do 
ofendido. 
 
® Fórmula casuística: 
 
Traição: Trair confiança. Pode ser física (atirar 
pelas costas) ou pode ser moral (atrair a 
vítima para um precipício). 
 
® É de natureza subjetiva. 
® É crime próprio. 
Emboscada: trata-se de tocaia. agente 
aguarda escondido, em determinado local, 
a passagem da vítima para matá-la quando 
ali passar. 
 
Dissimulação: atuação disfarçada. oculta a real 
intenção de matar. Pode ser: 
 
® Material: usa um aparato para 
disfarçar. Ex. usar farda policial. 
 
® Moral: demonstra falsa amizade ou 
simpatia pela vítima para levá-la a um 
determinado local. 
 
® Fórmula genérica: ou outro recurso 
que dificulte ou torne impossível a 
defesado ofendido. 
 
Art. 121, §2º, CP: homicídio qualificado 
 
Inciso V: Para assegurar a execução, a 
ocultação, a impunidade ou a vantagem de 
outo crime. 
 
Essa qualificadora é denominada de 
CONEXÃO. Eu pratico o homicídio porque 
há outro crime que quero praticar. 
 
Conexão teleológica: para assegurar a 
execução (finalidade) de outro crime. Não 
precisa cometer o outro crime, basta a 
intenção. 
 
Geralmente, o homicídio teleológico é 
praticado antes da prática do segundo 
crime. 
 
Conexão consequencial: para assegurar a 
ocultação, a impunidade ou a vantagem de 
outro crime. 
 
Direito Penal IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 9 
 
® O homicídio é praticado após. 
 
Importante: o latrocínio não se enquadra 
nessa hipótese. É uma exceção a essa 
qualificadora. 
 
® Tem que ter outro crime. 
 
Art. 121, §2º, CP: homicídio qualificado 
 
Feminicídio 
 
Inciso VI: Contra a mulher por razões da 
condição de sexo feminino. 
 
® Tal inciso se refere ao feminicídio. 
 
Importante: feminicídio é diferente de 
Femicídio. 
 
No FEMICÍDIO, é quando ocorre a morte da 
mulher, decorrente de qualquer motivo. Por 
exemplo, duas mulheres brigando e por 
consequência uma delas vem a falecer. 
 
No FEMINICÍDIO, ocorre o homicídio 
doloso contra a mulher por RAZÕES da 
condição de sexo feminino. 
 
® No CP, é considerada norma penal 
em branco, o qual pode ser 
preenchida pela Lei n. 13.104/2015, 
lei de feminicídio. 
 
Será considerado que há razões de 
condição de sexo feminino, quando o crime 
envolve: 
 
1. Violência doméstica e familiar; 
2. Menosprezo ou discriminação à 
condição de mulher. 
 
Importante: Quanto a violência doméstica 
familiar, há a Lei Maria da Penha. 
 
No seu art. 5º, Lei 11.340/06 dispõe que será 
considerado violência doméstica e familiar: 
 
1. No âmbito da unidade doméstica: 
convívio permanente de pessoas; 
 
2. Âmbito da família: laços naturais, 
afinidade ou vontade expressa. 
 
3. Relação intima de afeto: convívio, 
independentemente de coabitação. 
 
¨ Causa de aumento de pena: 
 
Art. 121, inciso §7º: dispõe sobre as causas 
de aumento de pena do FEMINICÍDIO. 
 
A pena é aumentada de 1/3 até a metade se 
o crime for praticado: 
 
1. Durante a gestação ou nos 3 meses 
posteriores ao parto. 
 
2. Contra pessoa menor de 14 anos ou 
maior de 60. 
 
3. Com deficiência ou portadora de 
doenças degenerativas que 
acarretem condição limitante ou de 
vulnerabilidade física ou mental; 
 
4. Na presença física ou virtual de 
descendente ou ascendente da 
vítima. 
 
5. Em descumprimento das medidas 
protetivas de urgência previstas 
nos incisos I, II e III do caput do art. 22 
da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 
2006. 
 
Direito Penal IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 10 
 
Questionamento: Caracteriza bis in idem o 
reconhecimento da qualificadora do motivo torpe 
e do feminicídio? 
 
Não. O feminicídio é uma qualificadora 
objetiva, logo pode ser combinada com 
uma qualificadora subjetiva. 
 
Informativo 625 do STJ: não caracteriza bis 
in idem o motivo torpe e a qualificadora 
feminicídio no homicídio praticado contra a 
mulher em situação de violência doméstica. 
 
Art. 121, §2º, CP: homicídio qualificado 
 
Inciso VII: Contra autoridade ou agente 
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e 
da Força Nacional de Segurança Pública, no 
exercício da função ou em decorrência dela, 
ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em 
razão dessa condição. 
 
Fala-se em HOMICÍDIO FUNCIONAL, de 
acordo com a doutrina. 
 
É o crime de homicídio praticado contra a 
autoridade ou agente de segurança, por 
razão de sua condição de autoridade ou 
agente. 
 
Exemplo: o preso mata o agente 
penitenciário, simplesmente pela função 
que desempenha. 
 
A quem se aplica: 
 
1. Art. 142 da CF: integrantes das 
Forças Armadas; 
2. Art. 144, caput, CF: Integrantes da PF, 
PRF, PFF, PC e corpos de bombeiros 
militares; 
 
3. Art. 144, §8º, CF: Guardas municipais; 
 
4. Art. 144, §10º, CF: Agentes de 
segurança viária, exemplo: Detran; 
 
5. Integrantes do sistema prisional; 
 
6. Integrantes da Força Nacional de 
Segurança Pública. 
 
Integrantes do poder judiciário e membros 
do ministério público, estão fora desse rol. 
 
Art. 121, §2º, CP: homicídio qualificado 
 
Inciso VIII: Com emprego de arma de fogo 
de uso restrito ou proibido. 
 
® Estamos diante de uma Norma Penal 
em Branco. 
® Qualificadora objetiva. 
® Crime hediondo. 
 
Homicídio doloso 
circunstanciado ou majorado. 
 
Aqui, fala das circunstâncias em que há o 
aumento de pena. 
 
Disposto no art. 121, §4º do CP: 
 
No homicídio doloso, a pena é aumentada 
de 1/3 se o crime é praticado contra: 
 
1. menor de 14 anos; 
2. maior de 60 anos. 
 
Direito Penal IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 11 
 
Importante: Pensar no tempo de crime. 
 
Exemplo, alguém quer matar uma criança. A 
pessoa dispara um tiro na criança quando 
tinha 13 anos, entretanto, ela só veio a 
morrer uns dias depois, e que, 
eventualmente, havia completado seus 14 
anos. 
 
Questiona-se: nessa situação, aplica-se ou 
não essa causa de aumento de pena? 
 
SIM, com fulcro no art. 4º do CP, que trata 
sobre a teoria da atividade: considera-se o 
crime praticado no momento da ação/ 
omissão, ainda que outro seja o momento 
do resultado. 
 
A pena é aumentada de 1/3 até a metade se 
o crime for: 
 
3. Praticado por milícia privada, sob 
pretexto de prestação de segurança, 
4. ou por grupo de extermínio 
(justiceiros). 
 
Vide §6º do art. 121 do CP. 
 
4. Homicídio Culposo 
 
Disposto no art. 121, §3º do CP. 
 
Pena de detenção, de um a 3 anos. 
 
® Estamos diante de um crime de 
médio potencial ofensivo. 
 
Culpa é elemento normativo do tipo penal. 
 
Violação do dever objetivo de cuidado, por 
imprudência, negligência, imperícia. 
 
1. Negligência: Culpa negativa. Deixar 
de fazer aquilo que a cautela 
recomendava. 
 
Exemplo: Deixar arma de fogo carregada no 
alcance de outras pessoas. 
 
2. Imprudência: culpa positiva. Pratica 
de um ato perigoso. 
 
Exemplo. Manusear uma arma de fogo 
carregada em local com grande 
movimentação de pessoas. 
 
3. Imperícia: culpa profissional. Falta de 
aptidão para o exercício de arte, 
profissão ou ofício para a qual o 
agente, em que pede autorizado a 
exercê-la não possui conhecimento 
técnicos ou práticos para tanto. 
 
Exemplo: Cirurgião plástico que mata 
paciente por falta de habilidade para 
realizar cirurgia plástica. 
 
No Homicídio Culposo não admite tentativa. 
 
¨ Causas de aumento de pena no 
homicídio culposo. 
 
® Art. 121, § 4ª, 1ª parte, do CP. 
® Índice de aumento: 1/3. 
 
São 4 hipóteses: 
 
1. Inobservância de regra técnica de 
profissão, arte ou ofício. 
 
Não tem o agente conhecimentos teóricos 
ou práticos para o exercício de arte, 
profissão ou ofício. 
 
Direito Penal IV | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 12 
 
Exemplo: Médico ortopedista que mata 
paciente ao realizar nele cirurgia cardíaca. 
Atividade profissional. 
 
Importante: é diferente de imperícia. 
 
2. Deixar de prestar imediato socorro á 
vítima. 
 
Não se aplica ao homicídio culposo na 
direção de veículo automotor. Art. 302, §1º, 
CTB. 
 
Não se aplica se era impossível ao agente 
prestar socorro. 
 
Não se aplica se a morte for evidentemente 
instantânea. 
 
3. Não procurar diminuir as 
consequências do seu ato. 
 
4. Fugir para evitar a prisão em 
flagrante. 
 
Inconstitucionalidade: ninguém está 
obrigado a produzir prova contra si mesmo. 
 
Perdão Judicial 
 
® Art. 121, § 5º, do CP. 
 
Deixar de aplicar as penas quando as 
consequências da infração atingirem o 
agente de forma tão grave que a sanção 
penal se torne desnecessária. 
 
® Direito público subjetivo do réu. 
® Ato unilateral: não precisa ser aceito 
pelo réu. 
® ação penal pública incondicionada. 
® Lei nº 9.099/95: suspensão 
condicional do processo. Pena 
mínima cominada de 1 ano de 
detenção 
 
Exemplo:mãe que ao dar ré no carro, mata 
o filho que estava atrás. 
 
1. O perdão judicia é somente possível 
no homicídio culposo. 
 
2. Natureza jurídica: Causa de extinção 
da punibilidade. art. 107, inciso IX, do 
CP. 
 
3. Análise do caso concreto. 
 
4. Cabível perdão judicial no homicídio 
culposo na direção de veículo 
automotor. 
 
Lei nº 9.099/1995: suspensão condicional 
do processo – pena mínima cominada de 1 
anos de detenção.

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