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A Contribuição da Sociologia da Educação para Compreensão da Educação

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TOZONE-REIS, Marília Freitas de Campos. A Contribuição da Sociologia da Educação
para Compreensão da Educação Escolar. UNESP. Universidade Estadual Paulista Júlio
de Mesquita Filho. Disponível em: https://acervodigital.unesp.br/handle/123456789/196.
Acessado em: 01 mar 2019
RESENHA:
O texto traz uma abordagem geral da contribuição da sociologia da educação para a
compreensão da educação escolar. Leva em conta três elementos: educação escolar e
sociedade. Depois, traz informações históricas sobre a escola pública, até chegar ao
modelo educativo que hoje conhecemos. Além disso, aborda sobre a função da escola, bem
como sua finalidade social e política de contribuir para a organização da sociedade.
A autora sustenta a tese de que a escola não tem apenas um papel de formação dos
sujeitos sociais, também é uma disseminadora de desigualdades sociais, a serviço dos
interesses do modelo de produção capitalista. Ela entende que a escola está comprometida
com a dinâmica social dominante, exercendo um papel político nesta formação, no sentido
de reprodutora de ideologias. Citando SAVIANI, Tozoni-Reis corrobora com o entendimento
de que a escola não transforma diretamente a sociedade, mas instrumentaliza os sujeitos
que, na prática social, realizam o movimento de transformação.
Objetivando sustentar a tese, a professora trata da relação entre educação, sociedade e
desigualdade social dentro do contexto histórico da educação. Com a finalidade de abordar
sobre o atual papel da escola pública no Brasil.
No ponto de vista histórico, educação é a principal responsável pela constituição e
integração do ser humano ao mundo social adulto. No decorrer dos séculos este processo
educativo passou por profundas transformações. Anteriormente, a família era a principal
instituição social responsável pela formação humana, conscientizando a pessoa a
compreensão da realidade da qual faz parte. Hoje a escola passa a ser a principal
responsável por esta tarefa. Trata-se de uma instituição moderna que ganhou destaque com
as revoluções do século XVIII (revoluções francesa e industrial), caracterizado pela
ascensão da burguesia e consolidação do modelo de produção capitalista, com a
exploração do trabalho para gerar lucro.
A autora destaca que o Brasil, embora tardiamente, também foi atingido por esta mudanças
sociais e econômicas de afirmação do capitalismo. Ela notou que para fomentar este novo
modelo econômico é necessário a escolarização da população, bem como o controle desta
população. Nesse contexto os Governos mascaram a realidade social com índices
estatísticos manipulados, voltados mais para quantidade de escolas públicas em detrimento
da qualidade do ensino.
Ademais, a burocratização da profissão de docente, por políticas públicas, tendentes a
transformar os professores e educadores em simples executores de tarefas
pré-estabelecidas, fazem com que estes profissionais percam a capacidade crítica e criativa
ao trabalharem em condições de precariedade econômica, jurídica e social.
Hoje se nota uma escola pública menos pública, ou seja, menos democrática, pois volta-se
mais para atender aos interesses dos grandes grupos políticos e econômicos hegemônicos
do que aos interesses de formação plena da população. Inúmeros fatores contribuem para
isso, como exemplo a autora cita o desinvestimento financeiro, processo de privatização do
ensino, política ineficiente de formação de professores, entre outros fatores.
A educação é caracterizada como direito social coletivo, e a escola é o seu principal
guardião, no entanto, este direito passou a ser tratado como mercadoria. Onde uma minoria
tem condições econômicas de aderir a um ensino privado de melhor qualidade. Todavia,
isso não significa que na escola privada haja garantia na qualidade na educação como
formação humana que pretendemos. Pois, seja pública ou seja privada a escola além de
transformar também reproduz as desigualdades sociais.
As principais categorias conceituais identificadas no texto foram : escola pública;
desigualdade social. Os principais interlocutores foram: Saviani; Ariès; Romanelli; Enguita.
A autora conclui que a escola pública é uma conquista que tem suas origens na Revolução
Francesa, isto é, na democratização da sociedade aristocrática e na origem da
modernização das sociedades
como capitalistas e industriais. No entanto, sua origem histórica
não a exime de problemas também historicamente incorporados.
Ela entende que a escola precisa evoluir como instituição social, não significando uma
formação vinculada ao modo de produção capitalista, que é desigual. Faz-se necessário
que a escola pública contribua na formação crítica dos sujeitos sociais, objetivando a
superação das desigualdades sociais.

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