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AIM1051 TOPICOS ESPECIAIS EM DIREITO II EAD - 202120 124079 05

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TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITOTÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO
IIII
DIREITO PROCESSUALDIREITO PROCESSUAL
CIVIL E DIREITO DOCIVIL E DIREITO DO
CONSUMIDORCONSUMIDOR
Autor: Kélvia Faria Ferreira
Revisor: Larissa Gonç alves
INICIAR
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introduçãoIntrodução
Nesta unidade, trataremos dos temas atinentes ao Direito Processual Civil e
ao Direito do Consumidor. Percorreremos as disciplinas de Processo Civil I,
II e III, revisando o conteúdo estudado durante a graduação. A revisão será
apresentada de acordo com os temas de maior recorrência nos exames da
Ordem dos Advogados do Brasil. Ao longo da unidade, você encontrará
remissões aos temas mais cobrados e indicações de leitura – especialmente
da lei seca. Passaremos pela Teoria Geral do Processo, relembrando os
métodos de solução de con�ito; os conceitos de jurisdição, ação e
processo; os pressupostos processuais; as condições da ação; além dos
princípios processuais. Em seguida, vamos nos debruçar sobre o
procedimento de conhecimento e suas fases – postulatória, ordinatória,
instrutória e decisória. Em Processo Civil II, vamos relembrar a Teoria Geral
dos Recursos e os Recursos em Espécie. Já em Processo Civil III,
analisaremos a tutela executiva, por meio da liquidação de sentença, do
cumprimento de sentença e da execução. Finalmente, estudaremos os
principais pontos atinentes ao Direito do Consumidor. Vamos perpassar
pela Teoria Geral do Direito do Consumidor, relembrando os conceitos de
consumidor e fornecedor – sujeitos da relação de consumo. Aprenderemos
os direitos básicos do consumidor. Falaremos sobre a proteção contratual e
a responsabilidade pelo fato do produto e do serviço.
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O Processo Civil é o ramo do Direito que se ocupa de estabelecer as normas
que regulamentarão o desenvolvimento dos processos judiciais nos quais
se busca a satisfação de interesse de natureza cível. Há uma ordenação
lógica de atos a serem praticados pelas partes até que se alcance o
provimento jurisdicional. Nesta seção, estudaremos os predicados básicos
que constituem a Teoria Geral do Processo, bem como o desenvolvimento
do procedimento comum, por meio do qual se leva a demanda ao
conhecimento do Estado-juiz, buscando dele um pronunciamento.
Teoria Geral do Processo
Para que o Estado-juiz possa exercer sua função de dizer o direito no caso
concreto, é necessário que se observem determinados requisitos no
momento de formulação da demanda. Analisaremos, agora, quais são os
métodos de solução de con�itos, a �m de nos debruçarmos sobre o
processo judicial – método tradicional. Veremos que há uma tríade que
compõe a Teoria Geral do Processo – jurisdição, ação e processo. Em
Processo Civil IProcesso Civil I
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seguida, abordaremos os pressupostos processuais necessários para o
regular ajuizamento e andamento da demanda, as condições da ação, bem
como os princípios aplicáveis ao processo civil.
Métodos de Solução de Con�itos
A vida em sociedade traz consigo a evidente ocorrência de con�itos. Seres
humanos, no exercício de suas atividades cotidianas, inevitavelmente, em
algum momento, terão interesses que se colocarão frente a interesses
diversos de outros seres humanos – e aqui já podemos falar do tradicional
conceito de pretensão e pretensão resistida, ou seja, alguém pretende fazer
algo que um outro alguém não gostaria que aquele �zesse.
Para resolver tais con�itos – ocasionados por pretensões opostas –, existem
vários métodos. Nesta seção, falaremos rapidamente de cada um deles,
para, ao �nal, debruçarmo-nos sobre a forma tradicional de se resolver
litígios: o processo judicial.
Em primeiro lugar, temos que saber que há, basicamente, três formas de
resolvermos litígios. São elas: a autotutela, a autocomposição e a
heterocomposição. A autocomposição divide-se em: negociação, mediação
e conciliação. Já a heterocomposição divide-se em: arbitragem e processo
judicial. Vamos relembrar cada uma delas?
Autotutela: “auto” signi�ca própria, ou seja, é a defesa feita pelo próprio
interessado. Nesse tipo de situação, a parte, em vez de buscar a tutela do
Poder Judiciário, decide praticar os atos necessários para ver seus
interesses atendidos. Um exemplo de autotutela, retratado na mídia
televisiva, é o caso do morador de um condomínio que, incomodado com o
barulho da reforma realizada por um vizinho, jogou gás de pimenta no
imóvel onde estava sendo feita a obra, a �m de fazer cessar o barulho que o
incomodava. Ele, por seus próprios meios, buscou a resolução de seu
con�ito. Mas, veja, esse é o tipo de situação, em regra, vedada pelo
ordenamento jurídico brasileiro. Se o morador estava incomodado, ele
deveria buscar os meios legais, acionando o condomínio para veri�car a
regularidade da obra e, em última instância, recorrer ao Poder Judiciário,
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certo?! No caso, além de outros crimes, como lesão corporal, o morador
pode ter praticado o delito de exercício arbitrário das próprias razões.
Portanto, não poderia ter praticado a autotutela. Há, no entanto, ocasiões
em que é possível praticar a autotutela, desde que cumpridos os requisitos
legais, a exemplo da legítima defesa e da greve. Outra hipótese de
autotutela permitida pelo nosso ordenamento jurídico é o caso do
possuidor que tem sua posse turbada ou esbulhada. Na iminência da
ocorrência de um esbulho possessório, pode o possuidor usar da força para
impedir a turbação ou esbulho – art. 1.210, § 1º, Código Civil (BRASIL, 2002).
Já na categoria autocomposição, temos os métodos de resolução de
con�itos: negociação, mediação e conciliação. Veja, “auto” signi�ca
próprio, e “composição”, nesse contexto, signi�ca acordo, pacto, transação.
Logo, na autocomposição, as partes chegam a uma solução para seu
con�ito sem que haja a necessidade de uma manifestação impositiva do
Poder Judiciário. Essa solução pode ser alcançada com ou sem auxílio de
terceiros, e é a partir daí que podemos traçar as principais distinções entre
os três tipos de métodos adequados de solução de litígios.
A negociação é o tipo mais simples dos métodos. Vejamos o que dispõe o
art. 840 do Código Civil (BRASIL, 2002, on-line): “Art. 840. É lícito aos
interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões
mútuas”. Ou seja, podem as partes envolvidas em um con�ito impedirem a
chegada deste ao Poder Judiciário ou mesmo botarem �m a processo já em
curso por meio de atos de disposição mútua – cada um aceita ceder
parcialmente ao seu interesse para alcançar-se a solução. Imagine uma
situação de terrenos vizinhos em que um dos confrontantes precisa realizar
uma obra em sua propriedade, mas, para isso, terá que passar pelo terreno
do vizinho por várias semanas, causando-lhe certo transtorno. Os
confrontantes podem, de modo consensual, acordarem que o vizinho
aceitará a passagem do outro por seu terreno, desde que respeite
determinados horários e que não haja nenhum tipo de dano. Observe que,
judicialmente, muito provavelmente o vizinho que precisa realizar a obra
conseguiria tal provimento, mas os confrontantes evitaram a demanda por
meio da negociação feita entre eles. Essa negociação também poderia
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ocorrer quando já proposta a ação, para que se evitasse o prolongamento
do feito.
A negociação como método adequado de solução de con�itos não pode ser
confundida com a negociação processual. Esta última ocorre quando as
partes negociam a forma como serão conduzidas determinadas partes do
processo – art. 190 e 191, Código de Processo Civil (BRASIL, 2015). Por
exemplo: abrem mão da intimação pessoal de certos atos ou de prazos
dilatórios. Lembrando que não são todos os atos processuais que podem
ser negociados.
A mediação, por sua vez, é o método adequado de resolução de con�itos
em que há a participação de um terceiro, ou seja, uma pessoa não
interessada na causa que vai auxiliar as partes em con�ito a tentarem
encontrar uma solução para o impasse. O mediador não apresenta
possíveis soluções, mas apenas facilita o diálogo. A �nalidade de sua
atuação é possibilitar que as partes encontrem sozinhas a melhor saída
para o caso. Já na conciliação, o terceiro imparcial – o conciliador – pode
apontar possíveis saídas para resolver a questão.
As duas principais diferenças entre a mediação e a conciliação estão no fato
de que, na mediação, geralmente há relação anterior entre as partes, por
exemplo, nos casos envolvendo família. É, especialmente, em virtude dessa
relação prévia entre as partes que o mediador não aponta soluções. Ele
apenas facilita o diálogo entre pessoas que já se conhecem e já possuem
algum tipo de relacionamento prévio. Já na conciliação, normalmente, não
se envolvem questões afetivas ou familiares, sendo, por isso, permitido ao
conciliador apresentar possíveis soluções.
Por outro lado, temos os métodos heterocompositivos de solução de
litígios. Nesses, não são as partes que encontrarão sozinhas a saída para
suas diferenças, mas um terceiro decidirá impositivamente. Na arbitragem,
tem-se a eleição de um juízo arbitral, ou seja, uma pessoa, ou um corpo de
pessoas, com aptidão para decidir a demanda de modo coercitivo. Logo, a
decisão do juízo arbitral vincula as partes e deve ser cumprida
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obrigatoriamente. Por �m, temos as decisões judiciais, que são o recurso
mais conhecido de solução de litígios, por meio do qual transferimos ao
Estado-juiz o poder-dever de dizer o direito no caso concreto.
Jurisdição, Ação e Processo
O conceito apresentado acima é um dos conceitos primordiais para
entendermos a Teoria Geral do Processo, pois se trata do conceito de
jurisdição. Em regra, apenas o Estado, por meio do Poder Judiciário, pode
dizer o direito, solucionando con�itos de interesse, a�nal, “é mediante o
poder jurisdicional que o Estado, aplicando a lei ao caso concreto, poderá
a�rmar quem tem o direito, solucionando e pondo �m à lide” (SALES, 2018,
p. 4).
Você se lembra do que é l ide? Lide é o nome que se dá para o con�ito de
interesses que ocasiona a atuação estatal. Há lide quando há uma
pretensão (um bem da vida que uma pessoa deseja ou algo que a pessoa
quer fazer ou deixar de fazer) e essa pretensão encontra resistência de outra
pessoa, ou seja, é uma pretensão resistida. Por isso, diz-se que “lide é o
con�ito de interesse quali�cado por uma pretensão resistida” (SALES, 2018,
p. 4).
Então, já sabemos que, ocorrendo uma lide – con�ito de interesses
quali�cado por uma pretensão resistida –, a parte que sofre a resistência
pode buscar a tutela jurisdicional para dirimir/solucionar a questão. Isso
porque a jurisdição é o poder-dever do Estado, exercido por meio do Poder
Judiciário, de dizer o direito no caso concreto.
Mas como a parte interessada busca esse pronunciamento judicial? Por
meio do direito de ação. Ação “é o poder de dar início a um processo, e dele
participar, com o intuito de obter do Poder Judiciário uma resposta ao pleito
formulado” (GONÇALVES, 2020, p. 103). Então, é por meio do direito de ação
que aquele que tem uma pretensão resistida chama o Judiciário a se
manifestar.
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A esta altura, você já deve imaginar que o instrumento usado para acionar o
Poder Judiciário é o processo judicial . É por meio do processo que o
interessado exerce seu direito de ação, pedindo que o Estado se manifeste e
resolva a demanda, paci�cando, assim, a sociedade. Processo, então, é o
meio/instrumento utilizado para se buscar um bem da vida. “O processo
judicial é nada mais do que uma sucessão de atos, concatenados e
ordenados de maneira lógica, para atingir o resultado �nal” (SALES, 2018, p.
3).
Estamos, pois, diante da tríade clássica que compõe os elementos
essenciais do Direito Processual Civil: jurisdição, ação e processo. Note que
esses três elementos se relacionam e são interdependentes. Nas palavras
de Gonçalves (2020, p. 158):
Com a evolução da sociedade, a solução dos con�itos tornou-se
atributo de um dos poderes do Estado, a jurisdição tem de ser
acionada pelo prejudicado por meio da ação. Assim que proposta,
o adversário do autor será convocado para manifestar-se,
podendo opor-se à pretensão inicial. E, como tudo visa o
provimento jurisdicional, forma-se um processo, em que, durante
algum tempo, os três personagens – autor, juiz e réu – se
relacionarão, de acordo com um roteiro previamente estabelecido
por lei, que se denomina procedimento. Eis, em suma, o
mecanismo estrutural do processo civil.
Portanto, apenas é possível a efetiva paci�cação social porque o Estado
possui o monopólio de poder dizer o direito e às pessoas é possível buscar
essa tutela por meio do direito de ação, corpori�cado na �gura do processo
judicial.
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Passaremos a analisar determinados requisitos intrínsecos a cada um
desses elementos, tais como os pressupostos processuais – relacionados
ao elemento processo – e as condições da ação – relacionadas ao elemento
ação.
Pressupostos Processuais
Os pressupostos processuais e as condições da ação devem ser analisados
antes de se analisar o mérito da demanda. São matérias de ordem pública,
ou seja, devem ser conhecidas de ofício pelo juiz. Apenas não é possível a
análise de ofício dos pressupostos processuais e das condições da ação de
ofício em sede de recurso especial e recurso extraordinário, quando é
necessário o prequestionamento.
saibamaisSaiba mais
Atenção! Não deixe de ler o Título I do Livro
II do CPC/2015 (art. 16 a 20) que trata dos
temas jurisdição e ação. Lembre-se de que
o estudo para a primeira fase da OAB
requer muita leitura da lei seca! Dedique-se
também ao estudo das regras de
competência, estampadas nos art. 21 a 69
do CPC/2015. Acesse o Código de Processo
Civil para fazer a leitura dos artigos
indicados.
ACESSAR
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
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Tradicionalmente, os pressupostos processuais são divididos em
pressupostos de existência e pressupostos de validade. A seguir,
apresentamos esquematicamente os pressupostos:
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Figura 1.1: Pressupostos processuais
Fonte: Elaborada pela autora.
#PraCegoVer: a Figura 1.1 apresenta um �uxograma dos pressupostos
processuais. O �uxo está representado em retângulos. O retângulo mais alto do
�uxo representa os pressupostos processuais. Dele, saem duas linhas, uma
para a direita e outra para a esquerda. Na esquerda, há um segundo retângulo,
em um patamar abaixo do primeiro, no qual está escrito “Deexistência''. Desse
retângulo, saem mais duas linhas, apontando para dois novos retângulos um
patamar abaixo. No retângulo mais à esquerda, está o requisito “Investidura”.
Desse retângulo, sai mais uma seta que aponta para mais um retângulo, um
patamar abaixo, no qual está escrito “Juiz investido de jurisdição (aprovado em
concurso, nomeado e empossado)”. No retângulo à direita, está escrito
“Demanda regularmente formulada”. Desse retângulo, sai mais uma seta,
apontando para um retângulo um patamar abaixo, no qual está escrito “partes;
pedido; causa de pedir; apresentada ao juízo, atendendo aos requisitos legais
(art. 319, CPC)”. Voltando ao primeiro retângulo – dos pressupostos processuais
–, temos uma seta para a direita, apontando para um retângulo, no qual está
escrito “De validade”. Desse retângulo, saem cinco setas, apontando para cinco
retângulos, todos um patamar abaixo. No primeiro, da esquerda para a direita,
está escrito “Competência material”. No segundo, está escrito “Imparcialidade
do juiz”. No terceiro, está escrito “Capacidade das partes”. Desse terceiro
retângulo, sai uma seta, apontando para um novo retângulo um patamar
abaixo, no qual está escrito “de direito (nascimento com vida); de fato (poder
estar em juízo); postulatória (advogado)”. Voltando ao patamar acima, no quarto
retângulo, está escrito “Inexistência de fatos extintivos da relação jurídica
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Dessa forma, para que o processo se desenvolva corretamente, é necessária
a existência de um juiz devidamente investido de jurisdição, e a demanda
deve ser formulada corretamente, com a indicação das partes, da causa de
pedir e do pedido, bem como atendendo aos requisitos do art. 319 do CPC
(BRASIL, 2015). Para que esse processo seja válido, o juiz precisa ter
competência material para julgar a causa e ser imparcial. Além disso, as
partes precisam possuir capacidade de direito e de fato e estarem
devidamente assistidas por um advogado. Não podem estar presentes os
pressupostos negativos – perempção, litispendência e convenção de
arbitragem. Por �m, é preciso respeitar as formalidades do processo.
Condições da Ação
O exercício do direito de ação não é livre de condicionamentos. Para exercê-
lo, devem ser respeitadas, além dos pressupostos processuais, as
condições da ação. De acordo com o art. 17 do CPC, “para postular em juízo
é necessário ter interesse e legitimidade” (BRASIL, 2015, on-line). São essas
as duas condições da ação.
No regramento anterior – CPC de 1973 –, tínhamos três condições da ação.
Além das duas que permanecem, também era considerada condição da
ação a possibilidade jurídica do pedido (art. 267, VI do CPC/1973). Seguindo
o entendimento doutrinário mais atual, o Código de 2015 teve por bem
eliminar a possibilidade jurídica do pedido da categoria condições da ação.
Há quem entenda que, com essa mudança, a possibilidade jurídica passa a
fazer parte do interesse. O que faz sentido, já que não se pode considerar
como justo interesse a ação que pede coisa impossível juridicamente.
processual”. Desse retângulo, sai uma seta que aponta para um outro
retângulo, um patamar abaixo, no qual está escrito “PRESSUPOSTOS
NEGATIVOS: perempção, litispendência, convenção de arbitragem”. Por �m, no
quinto retângulo do patamar superior, está escrito “Respeito às formalidades do
processo”.
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A respeito da legitimidade, deve-se observar o art. 18 (BRASIL, 2015, on-
line), que assim dispõe:
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio,
salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo
único. Havendo substituição processual, o substituído poderá
intervir como assistente litisconsorcial.
O artigo transcrito traz a regra, bem como a exceção. Em regra, apenas
possui legitimidade para ir a juízo o detentor do direito. Não pode um
terceiro propor, na condição de autor, demanda que verse sobre direito de
outrem. Trata-se da legitimidade exclusiva.
Além desta, temos também a legitimidade concorrente, que são os casos
de litisconsórcio. Isto é, existe mais de uma pessoa detentora do direito, e
todas elas possuem, igualmente, o direito de ir a juízo.
Por �m, tem-se a ideia de legitimidade extraordinária, que é a exceção
mencionada pelo art. 18, que são aquelas situações nas quais o
ordenamento jurídico autoriza que um terceiro vá a juízo, em nome próprio,
pleitear direito alheio, agindo assim como substituto processual.
Atenção! Não confunda legitimidade extraordinária com representação.
Quando um incapaz vai a juízo, ele é representado ou assistido por seus
tutores/curadores. Esse não é um caso de legitimidade extraordinária. Isso
porque o tutor/curador não pleiteia em nome próprio direito alheio. O pleito
é feito em nome do incapaz, o qual é representado/assistido.
Já quanto ao interesse, podemos dizer que este se traduz no binômio
necessidade-adequação. Ou seja, o ajuizamento da demanda deve ser
necessário para que se alcance o �m almejado pelo autor. Por outro lado, a
ação proposta deve ser adequada. Por exemplo, não há interesse de agir
quando o autor propõe ação para cobrança de dívida não vencida, eis que
ainda não exigível. Também carecerá de interesse o autor que propuser
ação sem aptidão para alcançar a �nalidade pretendida, como, por
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exemplo, a impetração de um habeas corpus para a cobrança de dívida, já
que o remédio constitucional apenas possui aptidão para assegurar o
direito de ir e vir.
Nas palavras de Gonçalves (2020, p. 169):
O interesse de agir exige o preenchimento do binômio:
necessidade e adequação. É preciso que a pretensão só possa ser
alcançada por meio do aforamento da demanda e que esta seja
adequada para a postulação formulada.
Portanto, para que o direito de ação possa ser exercido, é necessário que a
parte autora demonstre ter interesse e legitimidade, ou seja, que demonstre
ser a titular do direito pleiteado, bem como que demonstre a necessidade
daquela medida para se alcançar o bem da vida pretendido. Deve, ainda,
adotar a medida adequada à causa.
Princípios do Processo Civil
Os princípios possuem grande importância em nosso ordenamento jurídico,
haja vista adotarmos como orientação �losó�ca o pós-positivismo jurídico e
como concepção interpretativa o neoconstitucionalismo. Essas duas
diretrizes orientam o respeito aos princípios, por meio do reconhecimento
destes como normas jurídicas cogentes, sendo, portanto, de observância
obrigatória, da mesma forma que as regras.
Dessa forma, é essencial conhecermos quais são os princípios que regem o
Direito Processual Civil. Podemos dividi-los em princípios gerais
constitucionais e princípios infraconstitucionais – dispostos no CPC, em
legislação extravagante ou de reconhecimento doutrinário e jurisprudencial.
É importante ressaltar que o processo civil veio sofrendo um processo de
constitucionalização desde o pós-Segunda Guerra, o que foi positivado no
Código de 2015, já em seu artigo 1º, que assim dispõe: “Art. 1º O processo
civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as
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normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República
Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código” (BRASIL,
2015, on-line).
Logo, o próprio CPC é claro ao declarar a subordinação das normas
processuais ao disposto na Constituição. Dessa forma, não se pode
negligenciar o que nossa Carta Magna dispõee que se aplica ao direito
processual.
Podemos listar como princípios constitucionais diretamente ligados ao
processo civil os seguintes:
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Princípio
Dispositivo
constitucional
Conceito
Devido
processo legal
Art. 5º, LIV
Obrigatoriedade de que haja
um processo que respeite as
normas antes de se privar
alguém de seus bens ou de sua
liberdade. Possui duas
vertentes: formal e substancial.
O devido processo legal formal
obriga que se respeitem as
normas procedimentais de
condução dos atos processuais.
Já o devido processo legal
substancial impõe limites ao
Estado, subordinando sua
atuação aos predicados de um
Estado Democrático de Direito.
Acesso à
Justiça
Art. 5º, XXXV
(no CPC: art.
3º, caput)
Assegura que todos aqueles
que entenderem necessário
possam buscar o Poder
Judiciário e obter dele uma
resposta à sua demanda. Pode
ocorrer de essa resposta não
ser de mérito, caso não
cumpridos os requisitos
necessários. Mas o direito de ir
a juízo está assegurado. Traduz
o direito de ação. Também
conhecido como princípio da
inafastabilidade da jurisdição.
Contraditório Art. 5º, LV (no Garante que o demandado seja
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CPC: art. 9º) cienti�cado da pretensão
contra ele oposta e, mais que
isso, assegura que ele tenha a
possibilidade de apresentar
defesa. É obrigação do juiz ouvir
as partes e deixar que uma se
manifeste a respeito do
alegado pela outra.
Duração
razoável do
processo
Art. 5º, LXXVIII
(no CPC: art.
4º)
Necessidade de que o Poder
Judiciário pro�ra decisão em
tempo razoável. As partes não
podem �car sem uma resposta
às suas demandas por tempo
inde�nido. O CPC/2015 inclui na
duração razoável do processo a
atividade satisfativa, ou seja,
não basta a decisão judicial,
mas o seu efetivo cumprimento
em prazo razoável.
Isonomia
Art. 5º, caput e
inciso I (no
CPC: art. 7º)
Paridade de tratamento entre
as partes, sem favorecimentos.
A igualdade que se busca não é
apenas a formal, mas a
material. O princípio deve
orientar a atuação do Poder
Legislativo, bem como do Poder
Judiciário.
Imparcialidade
do juiz
Art. 5º, XXXVII
e LIII
Devem ser respeitadas as
regras de competência, de
modo que as partes não
poderão escolher o juiz que
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decidirá a causa. É vedada,
ainda, a criação de tribunais de
exceção, ou seja, criados após a
prática do ato.
Duplo grau de
jurisdição
-
Trata-se de princípio implícito
decorrente da própria lógica
constitucional que, ao
estabelecer a estrutura do
Poder Judiciário, com sua
divisão em instâncias, faz
pressupor o direito de recurso.
Assim, em regra, as decisões
proferidas pelos órgãos
inferiores podem ser revistas
pelos superiores. Mas é
importante observar que há
diversas exceções a essa regra.
Publicidade
dos atos
processuais
Art. 5º, LX e
art. 93, X (no
CPC: art. 11,
caput)
Sendo públicos os atos
processuais, pode a sociedade
exercer o controle sobre a
atuação do Poder Judiciário.
Todavia, há determinadas
situações em que a publicidade
seria prejudicial às partes ou ao
próprio interesse público, o que
justi�ca a exceção à regra,
determinando-se o sigilo.
Motivação das
decisões
judiciais
Art. 93, IX (no
CPC: art. 489,
§1º)
Também é mecanismo de
controle da atuação judicial. Ao
decidir, o magistrado precisa
explicitar claramente por que
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Quadro 1.1: Princípios constitucionais aplicáveis ao processo civil
Fonte: Elaborado pela autora.
#PraCegoVer: o Quadro 1.1 apresenta o resumo das principais
características dos princípios constitucionais aplicáveis ao processo
civil. O quadro está dividido em 3 colunas e 10 linhas. Seguindo as
colunas, da esquerda para a direita, temos, na primeira linha, os itens
“Princípio”, “Dispositivo constitucional” e “Conceito”. Na segunda linha,
na coluna Princípio, está “Devido Processo Legal”; na coluna Dispositivo
constitucional, “Art. 5º, LIV”, e, na coluna Conceito, “Obrigatoriedade de
que haja um processo que respeite as normas antes de se privar
alguém de seus bens ou de sua liberdade. Possui duas vertentes:
formal e substancial. O devido processo legal formal obriga que se
respeitem as normas procedimentais de condução dos atos
processuais. Já o devido processo legal substancial impõe limites ao
Estado, subordinando sua atuação aos predicados de um Estado
Democrático de Direito”. Na terceira linha, está o princípio do “Acesso à
Justiça”, na coluna Dispositivo constitucional, está “Art. 5º, XXXV (no
CPC: art. 3º, caput)”, e, na coluna Conceito, está “Assegura que todos
aqueles que entenderem necessário possam buscar o Poder Judiciário
e obter dele uma resposta à sua demanda. Pode ocorrer de essa
resposta não ser de mérito, caso não cumpridos os requisitos
necessários. Mas o direito de ir a juízo está assegurado. Traduz o
direito de ação. Também conhecido como princípio da inafastabilidade
da jurisdição”. Na quarta linha, o princípio é o do “Contraditório”; o
dispositivo constitucional é “Art. 5º, LV (no CPC: art. 9º)”, e o conceito
“Garante que o demandado seja cienti�cado da pretensão contra ele
oposta e, mais que isso, assegura que ele tenha a possibilidade de
decidiu desta ou daquela forma
para que as partes possam
conhecer do seu entendimento
e, caso entendam necessário,
opor sua irresignação.
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apresentar defesa. É obrigação do juiz ouvir as partes e deixar que uma
se manifeste a respeito do alegado pela outra. Na quinta linha, está o
princípio da “Duração razoável do processo”. Na coluna Dispositivo
constitucional, está “Art. 5º, LXXVIII (no CPC: art. 4º)”, e o conceito é o
seguinte: “Necessidade de que o Poder Judiciário pro�ra decisão em
tempo razoável. As partes não podem �car sem uma resposta às suas
demandas por tempo inde�nido. O CPC/2015 inclui na duração
razoável do processo a atividade satisfativa, ou seja, não basta a
decisão judicial, mas o seu efetivo cumprimento em prazo razoável”.
Na sexta linha, está o princípio da “Isonomia”, cujo dispositivo
constitucional correspondente é o “Art. 5º, caput e inciso I (no CPC: art.
7º)”, e o conceito é: “Paridade de tratamento entre as partes, sem
favorecimentos. A igualdade que se busca não é apenas a formal, mas
a material. O princípio deve orientar a atuação do Poder Legislativo,
bem como do Poder Judiciário”. Na sétima linha, está o princípio da
“Imparcialidade do juiz”, o dispositivo constitucional é o “Art. 5º, XXXVII
e LIII”, e o conceito é: “Devem ser respeitadas as regras de
competência, de modo que as partes não poderão escolher o juiz que
decidirá a causa. É vedada, ainda, a criação de tribunais de exceção, ou
seja, criados após a prática do ato”. Na oitava linha, está o princípio do
“Duplo grau de jurisdição”, na coluna Dispositivo constitucional, está
um traço, pois não há dispositivo constitucional correspondente, na
coluna Conceito, está: “Trata-se de princípio implícito decorrente da
própria lógica constitucional que, ao estabelecer a estrutura do Poder
Judiciário, com sua divisão em instâncias, faz pressupor o direito de
recurso. Assim, em regra, as decisões proferidas pelos órgãos
inferiores podem ser revistas pelos superiores. Mas é importante
observar que há diversas exceções a essa regra”. Na nona linha, está o
princípio da “Publicidade dos atos processuais”, cujo dispositivo
constitucional correspondente é o “Art.5º, LX e art. 93, X (no CPC: art.
11, caput)”, o conceito é: “Sendo públicos os atos processuais, pode a
sociedade exercer o controle sobre a atuação do Poder Judiciário.
Todavia, há determinadas situações em que a publicidade seria
prejudicial às partes ou ao próprio interesse público, o que justi�ca a
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exceção à regra, determinando-se o sigilo”. Por �m, na décima linha,
está o princípio da “Motivação das decisões judiciais”, no dispositivo
constitucional, está o “Art. 93, IX (no CPC: art. 489, § 1º)”, e, no conceito,
está: “Também é mecanismo de controle da atuação judicial. Ao
decidir, o magistrado precisa explicitar claramente por que decidiu
desta ou daquela forma para que as partes possam conhecer do seu
entendimento e, caso entendam necessário, opor sua irresignação”.
Por sua vez, temos outros princípios que estão positivados no Código de
Processo Civil. São eles:
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Quadro 1.2: Princípios legais aplicáveis ao processo civil
Fonte: Elaborado pela autora.
#PraCegoVer: o Quadro 1.2 apresenta o resumo das principais
características dos princípios legais aplicáveis ao processo civil. O
quadro está dividido em 3 colunas e 5 linhas. Seguindo as colunas, da
esquerda para a direita, temos, na primeira linha, os itens “Princípio”,
Princípio
Dispositivo
legal
Conceito
Princípio
dispositivo
Art. 2º
Tem estrita ligação com o princípio da
inércia. Cabe à parte decidir se irá
propor a demanda, quando e quais
os termos do pedido.
Princípio do
impulso
o�cial
Art. 2º
A jurisdição é inerte quanto ao início
da ação. Todavia, uma vez proposta a
demanda, ela se desenvolve por
impulso o�cial, ou seja, cabe ao
magistrado tomar as medidas
necessárias para o regular
andamento do feito.
Princípio da
boa-fé
Art. 5º
Todos que participam do processo
devem agir de modo probo e íntegro,
com respeito e lealdade.
Princípio da
cooperação
Art. 6º
Dever de todos os participantes do
processo. Todos devem cooperar
para que se alcance a resolução da
demanda em tempo razoável,
evitando pedidos protelatórios.
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“Dispositivo legal” e “Conceito”. Na segunda linha, na coluna Princípio,
está “Princípio dispositivo”; na coluna Dispositivo legal, está “Art. 2º”, na
coluna Conceito: “Tem estrita ligação com o princípio da inércia. Cabe à
parte decidir se irá propor a demanda, quando e quais os termos do
pedido”. Na terceira linha, está o “Princípio do impulso o�cial”, na
coluna Dispositivo legal, está “Art. 2º”, e, na coluna Conceito, está: “A
jurisdição é inerte quanto ao início da ação. Todavia, uma vez proposta
a demanda, ela se desenvolve por impulso o�cial, ou seja, cabe ao
magistrado tomar as medidas necessárias para o regular andamento
do feito”. Na quarta linha, o princípio é o da “boa-fé”; o dispositivo legal
é “Art. 5º”, e o conceito: “Todos que participam do processo devem agir
de modo probo e íntegro, com respeito e lealdade”. Na quinta linha,
está o “Princípio da cooperação”, na coluna Dispositivo legal, está “Art.
6º”, e o conceito é o seguinte: “Dever de todos os participantes do
processo. Todos devem cooperar para que se alcance a resolução da
demanda em tempo razoável, evitando pedidos protelatórios”.
Lembre-se, os princípios são de observância obrigatória na atual sistemática
constitucional e processual. Para além de funcionarem como postulados
interpretativos, possuem cogência e aplicabilidade imediata no processo
civil.
Processo de Conhecimento
O CPC enuncia um número considerável de procedimentos especiais. Tais
procedimentos apresentam peculiaridades que os distinguem entre si e
também os distinguem do procedimento comum. O procedimento comum
é a regra geral do CPC. Quase sempre, os procedimentos especiais adaptam
algumas partes do procedimento comum para atender às necessidades
decorrentes do direito subjetivo que é tutelado por aquele procedimento.
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Muito embora o procedimento comum seja o que se aplica via de regra, os
casos de sua aplicação são encontrados por exclusão: não havendo
nenhum procedimento especial para aquela situação, usa-se o
procedimento comum. Mas, ainda que haja procedimento especial, o
procedimento comum tem aplicação subsidiária, conforme dispõe o art. 318
do CPC (BRASIL, 2015, on-line):
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum,
salvo disposição em contrário deste Código ou de lei. Parágrafo
único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos
demais procedimentos especiais e ao processo de execução.
O procedimento comum possui quatro fases. São elas: fase postulatória;
fase ordinatória; fase instrutória e fase decisória. O regular andamento do
feito segue esse caminho até a decisão que, preferencialmente, resolverá o
mérito da demanda. A primeira fase representa o momento de
apresentação da demanda ao Estado-juiz e a formação da relação jurídico-
processual. Nela, o autor propõe a demanda e o réu é chamado a se
defender. Na segunda fase, o juiz, em regra, saneia o feito e conduz o
processo para a terceira fase, mas os rumos do processo dependerão da
apresentação ou não de resposta do réu. Na terceira fase, são produzidas as
provas necessárias para que se tenha uma decisão de mérito. Por �m, na
quarta fase, o juiz decide a demanda de�nitivamente.
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Vejamos algumas peculiaridades de cada uma das fases.
Fase Postulatória
É o momento no qual tem início a demanda e se forma, em regra, a
triangulação da relação processual: Estado-juiz, autor e réu. Nessa fase, o
autor apresenta sua pretensão ao Estado-juiz e o réu é chamado a exercer
seu direito de defesa.
A. Petição inicial
Já vimos que o exercício do direito de ação se manifesta por meio da
propositura de um processo judicial. O início desse processo ocorre com a
interposição da petição inicial pela parte autora. É nessa peça que o autor
reflitaRe�ita
Fique atento! O procedimento
comum é um dos temas de maior
recorrência no Exame da Ordem. É
muito importante conhecer o
caminho que o processo conduzido
pelo procedimento comum segue,
bem como suas normas. Não
esqueça de ler a lei seca para se
acostumar com a redação legislativa.
O procedimento comum está
descrito a partir do art. 319 do
CPC/2015.
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deduzirá todos os fatos e argumentos jurídicos que considera aptos a
assegurar sua pretensão.
Segundo Gonçalves (2020, p. 460), a petição inicial:
É o ato que dá início ao processo, e de�ne os contornos subjetivo e
objetivo da lide, dos quais o juiz não poderá desbordar. É por
meio dela que será possível apurar os elementos identi�cadores
da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir.
O CPC (BRASIL, 2015) enumera uma série de requisitos cujo cumprimento é
necessário para que se considere a demanda devidamente ajuizada. A
ausência deles, em regra, pode ocasionar o indeferimento da petição inicial.
Todavia, tendo em vista a instrumentalidade do processo e a busca pela
tutela satisfativa, pode ser que o magistrado determine a emenda da inicial.
Vejamos, a seguir, quais são esses requisitos, de acordo com o CPC/2015.
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Requisitos da petição inicial: art. 319 e 320, CPC
O juízo a que é dirigida
É o endereçamento da petição.
Como uma carta, a petição
inicial deve apontar a quem ela
se dirige, de acordo com as
regras de competência
estabelecidas pelo ordenamento
jurídico.
Os nomes, os prenomes, o
estado civil, a existência de
união estável, a pro�ssão, o
número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas ou
no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o
domicílio e a residência do autor
e do réu
É a quali�cação das partes. Os
dados previstos no Código visam
permitir a perfeita
individualização das partes,
evitando-se problemas com
homônimos, por exemplo. Além
disso, viabilizam a citação do
réu. Todavia, caso a parte
autora, justi�cadamente, não
tenha acesso ou não possa
identi�car com precisão a parte
ré, isso não ocasionará o
indeferimento da inicial, sendo
possível a citação por edital ou a
tomada de outras providências
necessárias à perfeita
individualização da parte ré.
O fato e os fundamentos
jurídicos do pedido
É a causa de pedir. É a perfeita
aplicação do brocardo jurídico
“Dá-me os fatos que te darei o
direito”. O juiz está vinculado ao
caso narrado na inicial. Seu
provimento deve considerar a
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situação fática trazida à sua
apreciação. Também deve o
autor apontar o fundamento
jurídico, demonstrando que a lei
acolhe sua pretensão. Todavia,
não há obrigação de apontar o
dispositivo legal, pois o juiz
conhece o direito (juris novit
curia).
O pedido com as suas
especi�cações
O pedido, junto com as partes e
a causa de pedir, forma a tríade
dos elementos da ação. Sem ele,
não há como o Estado-juiz
pronunciar-se. Ele deve ser
claro, apontando se a pretensão
é condenatória, declaratória ou
constitutiva, bem como qual o
bem da vida que se busca com a
demanda. O pronunciamento
judicial está vinculado ao pedido
(lembrar das sentenças infra,
ultra e extra petita). Deve haver
clara correlação entre a causa
de pedir e o pedido.
O valor da causa Toda causa deve ter um valor, o
qual deve re�etir, em regra, o
proveito econômico que se
pretende com a demanda. Mas,
ainda que não seja possível
veri�car um conteúdo
econômico auferível de
imediato, a causa precisa ter um
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valor. É o que dispõe o art. 291
do CPC. O valor da causa é de
grande importância para
determinar: a competência (é
um dos critérios de
determinação de competência);
o procedimento (especialmente
para determinar a possibilidade
de se demandar nos juizados
especiais); as custas processuais;
os recursos em execução �scal.
O art. 292 traz critérios que
auxiliam na �xação do valor da
causa.
As provas com que o autor
pretende demonstrar a verdade
dos fatos alegados
O apontamento das provas que
se pretende produzir é um dos
requisitos da inicial que se pode
�exibilizar. Caso o autor aponte,
por exemplo, que pretende tão
somente produzir prova
documental, não estará
impedido de requerer, no
momento oportuno, outras
provas. Isso porque entende-se
que, no decorrer da demanda,
pode surgir a necessidade de
outras provas para a perfeita
elucidação dos fatos. Como o
objetivo máximo do processo é a
tutela satisfativa, relativiza-se
esse critério.
A opção do autor pela realização No procedimento comum,
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ou não de audiência de
conciliação ou de mediação
obrigatoriamente, o juiz deve
designar audiência de tentativa
de conciliação. Caso o autor
entenda que esta não é viável,
pode assim se manifestar na
inicial. Mas a audiência apenas
deixará de ser realizada com a
concordância da parte ré.
A petição inicial será instruída
com os documentos
indispensáveis à propositura da
ação.
A depender da natureza da
causa e do bem da vida que se
busca, certos documentos são
indispensáveis. Por exemplo, na
ação de divórcio, é fundamental
juntar a certidão de casamento.
É indispensável, também, a
juntada da procuração e do
comprovante de recolhimento
de custas (quando não houver
pedido de justiça gratuita). O art.
435 autoriza a juntada de
documentos a qualquer
momento, mas é preciso que
estes sejam “destinados a fazer
prova de fatos ocorridos depois
dos articulados ou para
contrapô-los aos que foram
produzidos nos autos” (BRASIL,
2015, on-line). É possível também
a juntada posterior de
documentos, caso a parte prove
que os documentos se tornaram
acessíveis, conhecidos ou
disponíveis após a propositura
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Quadro 1.3: Requisitos da petição inicial
Fonte: Elaborado pela autora.
#PraCegoVer: o Quadro 1.3 traz os requisitos da petição inicial, de
acordo com os art. 319 e 320 do CPC. O quadro está dividido em 2
colunas e 9 linhas. Seguindo as colunas, da esquerda para a direita,
temos, na primeira linha, o nome do quadro. A partir da segunda linha,
temos, na coluna da esquerda, o requisito legal e, na coluna da direita,
a descrição deste. Na segunda linha, na primeira coluna, está escrito “O
juízo a que é dirigida”, e, na segunda coluna, está escrito “É o
endereçamento da petição. Como uma carta, a petição inicial deve
apontar a quem ela se dirige, de acordo com as regras de competência
estabelecidas pelo ordenamento jurídico”. Na terceira linha, na
primeira coluna, está escrito “Os nomes, os prenomes, o estado civil, a
existência de união estável, a pro�ssão, o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do
réu”, e, na segunda coluna, está: “É a quali�cação das partes. Os
dados previstos no Código visam permitir a perfeita individualização
das partes, evitando-se problemas com homônimos, por exemplo.
Além disso, viabilizam a citação do réu. Todavia, caso a parte autora,
justi�cadamente, não tenha acesso ou não possa identi�car com
precisão a parte ré, isso não ocasionará o indeferimento da inicial,
sendo possível a citação por edital ou a tomada de outras providências
necessárias à perfeita individualização da parte ré”. Na quarta linha,
temos, na primeira coluna, “O fato e os fundamentos jurídicos do
pedido", e, na segunda, “É a causa de pedir. É a perfeita aplicação do
brocardo jurídico ‘Dá-me os fatos que te darei o direito’. O juiz está
vinculado ao caso narrado na inicial. Seu provimento deve considerar a
situação fática trazida à sua apreciação. Também deve o autor apontar
o fundamento jurídico, demonstrando que a lei acolhe sua pretensão.
da demanda (parágrafo único do
art. 435).
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Todavia, não há obrigação de apontar o dispositivo legal, pois o juiz
conhece o direito (juris novit curia)”. Na quinta linha, na primeira coluna,
está “O pedido com as suas especi�cações”, e, na segunda, “O pedido,
junto com as partes e a causa de pedir, forma a tríade dos elementos
da ação. Sem ele, não há como o Estado-juiz pronunciar-se. Ele deve
ser claro, apontando se a pretensão é condenatória, declaratória ou
constitutiva, bem como qual o bem da vida que se busca com a
demanda. O pronunciamento judicial está vinculado ao pedido
(lembrar das sentenças infra, ultra e extra petita). Deve haver clara
correlação entre a causa de pedir e o pedido”. Na sexta linha, na
primeira coluna, está “O valor da causa”, e, na segunda, está “Toda
causa deve ter um valor, o qual deve re�etir, em regra, o proveito
econômico que se pretende com a demanda. Mas, aindaque não seja
possível veri�car um conteúdo econômico auferível de imediato, a
causa precisa ter um valor. É o que dispõe o art. 291 do CPC. O valor
da causa é de grande importância para determinar: a competência (é
um dos critérios de determinação de competência); o procedimento
(especialmente para determinar a possibilidade de se demandar nos
juizados especiais); as custas processuais; os recursos em execução
�scal. O art. 292 traz critérios que auxiliam na �xação do valor da
causa”. Na sétima linha, na primeira coluna, temos “As provas com que
o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados”, e, na
segunda coluna, “O apontamento das provas que se pretende produzir
é um dos requisitos da inicial que se pode �exibilizar. Caso o autor
aponte, por exemplo, que pretende tão somente produzir prova
documental, não estará impedido de requerer, no momento oportuno,
outras provas. Isso porque entende-se que, no decorrer da demanda,
pode surgir a necessidade de outras provas para a perfeita elucidação
dos fatos. Como o objetivo máximo do processo é a tutela satisfativa,
relativiza-se esse critério”. Na oitava linha, na primeira coluna, está “A
opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou
de mediação”, e, na segunda coluna, está “No procedimento comum,
obrigatoriamente, o juiz deve designar audiência de tentativa de
conciliação. Caso o autor entenda que esta não é viável, pode assim se
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manifestar na inicial. Mas a audiência apenas deixará de ser realizada
com a concordância da parte ré”. Por �m, na nona linha, temos, na
primeira coluna, “A petição inicial será instruída com os documentos
indispensáveis à propositura da ação”, e, na segunda coluna, “A
depender da natureza da causa e do bem da vida que se busca, certos
documentos são indispensáveis. Por exemplo, na ação de divórcio, é
fundamental juntar a certidão de casamento. São indispensáveis,
também, a juntada da procuração e do comprovante de recolhimento
de custas (quando não houver pedido de justiça gratuita). O art. 435
autoriza a juntada de documentos a qualquer momento, mas é preciso
que estes sejam ‘destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois
dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos
autos’ (BRASIL, 2015, on-line). É possível também a juntada posterior de
documentos, caso a parte prove que os documentos se tornaram
acessíveis, conhecidos ou disponíveis após a propositura da demanda
(parágrafo único do art. 435)”.
B. Resposta do réu
Em respeito ao princípio do contraditório, ninguém pode ser demandado e
ter um provimento judicial contra si sem que lhe seja oportunizada a
defesa. Nesse sentido, o réu é chamado a se manifestar sobre os termos da
demanda, momento no qual se completa a relação jurídica processual, o
que ocorre por meio da citação.
Citado, o réu pode apresentar contestação e reconvenção. Pode, ainda,
requerer a intervenção de terceiros (denunciação da lide ou chamamento ao
processo). Tem ele o prazo de 15 dias para apresentar sua defesa (art. 335,
CPC), prazo este cujo início da contagem se dá à luz do art. 231 (BRASIL,
2015). Vejamos algumas particularidades sobre a contestação e a
reconvenção.
Contestação (art. 335 a 342, CPC/2015): segundo Gonçalves (2020, p. 478),
ao apresentar a contestação, o réu:
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[...] formula a pretensão de ver o pedido inicial desacolhido, no
todo ou em parte, apresentando os argumentos e fundamentos
que servirão para convencer o juiz. Daí que a pretensão contida
na contestação é sempre declaratória negativa, de que o juiz
declare que o autor não tem razão, desacolhendo o pedido.
A contestação obedece ao princípio da eventualidade, ou seja, todas as
teses defensivas são concentradas na peça contestatória, ainda que
contraditórias (se uma não for acolhida, o juiz pode acolher a outra. Além
disso, o réu pode defender-se processualmente (apresentando preliminares
– art. 337 do CPC) ou defender-se do mérito da demanda – argumentando,
portanto, que o autor não possui o direito que alega ter.
É possível resumir os principais aspectos da contestação da seguinte forma:
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CONTESTAÇÃO
Características Prazo Conteúdo
Peça de defesa por
excelência, deve
veicular toda a
defesa do réu. É a
peça que se
contrapõe à petição
inicial, servindo para
que o réu resista à
pretensão do autor.
Pelo princípio da
eventualidade, todas
as defesas, ainda
que não compatíveis
entre si, devem
�gurar na
contestação.
No procedimento
comum, a
contestação deve
ser apresentada no
prazo de quinze
dias. Se o réu for
Ministério Público,
Fazenda Pública,
Defensoria Pública
ou litisconsortes
com advogados
diferentes, de
escritórios distintos,
não sendo o
processo digital, o
prazo será em
dobro.
Deve conter as
defesas processuais
(preliminares que,
em regra, poderiam
ser conhecidas de
ofício, exceto a
incompetência
relativa e o
compromisso
arbitral). E também
as defesas
substanciais ou de
mérito, que se
classi�cam em
diretas ou indiretas.
As diretas são
aquelas que negam
os fatos em que se
baseia o pedido do
autor; e as indiretas
são aquelas que,
conquanto não
negando os fatos,
apresentam outros
impeditivos,
extintivos ou
modi�cativos do
direito do autor.
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Quadro 1.4: Contestação
Fonte: Gonçalves (2020, p. 484).
#PraCegoVer: o Quadro 1.4 é denominado “Contestação”. O quadro
está dividido em 3 colunas e 3 linhas. Seguindo as colunas, da
esquerda para a direita, temos, na primeira linha, o nome do quadro.
Na segunda linha, temos, na primeira coluna, Características, na
segunda, Prazo, e, na terceira, Conteúdo. Na terceira linha, na coluna
Características, está escrito: “Peça de defesa por excelência, deve
veicular toda a defesa do réu. É a peça que se contrapõe à petição
inicial, servindo para que o réu resista à pretensão do autor. Pelo
princípio da eventualidade, todas as defesas, ainda que não
compatíveis entre si, devem �gurar na contestação”. Na coluna Prazo,
está escrito: “No procedimento comum, a contestação deve ser
apresentada no prazo de quinze dias. Se o réu for Ministério Público,
Fazenda Pública, Defensoria Pública ou litisconsortes com advogados
diferentes, de escritórios distintos, não sendo o processo digital, o
prazo será em dobro”. E, na coluna Conteúdo, está escrito: “Deve conter
as defesas processuais (preliminares que, em regra, poderiam ser
conhecidas de ofício, exceto a incompetência relativa e o compromisso
arbitral). E também as defesas substanciais ou de mérito, que se
classi�cam em diretas ou indiretas. As diretas são aquelas que negam
os fatos em que se baseia o pedido do autor; e as indiretas são aquelas
que, conquanto não negando os fatos, apresentam outros impeditivos,
extintivos ou modi�cativos do direito do autor”.
Reconvenção (art. 343, CPC/2015): é uma nova ação proposta em face do
autor da ação inicial. Embora sejam julgadas juntas, caso o autor desista da
ação ou ocorra alguma causa extintiva que obste a análise de mérito da
demanda principal, a reconvenção não será extinta. A reconvenção deve ser
apresentada junto com a contestação, sob pena de ocorrência da preclusão
consumativa. Na lógica do CPC/2015, contestação e reconvenção devem ser
direito do autor.
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apresentadas em peça única. Devehaver relação entre a demanda principal
e a reconvenção – requisito da conexidade.
Não cabe reconvenção, portanto, apenas para que o réu postule a
improcedência do pedido inicial, uma vez que isso não exige ação
autônoma, bastando a contestação. A reconvenção pressupõe que
o réu queira algo mais do autor, que não se satisfaça com a mera
improcedência, e queira formular pretensões em face dele
(GONÇALVES, 2020, p. 485).
Há, ainda, a possibilidade de apresentação de intervenção de terceiros pelo
réu neste momento, como a denunciação da lide e o chamamento ao
processo.
Fase Ordinatória (art. 347 a 353)
Findo o prazo para contestação, os autos serão conclusos ao juiz para que
este decida qual caminho o processo seguirá. Por óbvio, a decisão judicial
dependerá do ocorrido na fase postulatória, ou seja, dependerá da
apresentação ou não de contestação e de reconvenção, pois poderá ocorrer
a aplicação dos efeitos da revelia, caso não haja manifestação do
demandado no prazo a ele concedido.
Em caso de revelia, ou seja, a não apresentação de resposta no prazo, o juiz
pode ou não aplicar os efeitos da revelia. A regra é pela aplicação, conforme
art. 344 (BRASIL, 2015). Todavia, o art. 345 (BRASIL, 2015) traz as exceções,
nas quais a revelia não acarretará a presunção de veracidade dos fatos
alegados na inicial. Ocorrendo essa presunção, o juiz julgará
antecipadamente o mérito da demanda, já que não haverá a necessidade de
produção de provas. Não se aplicando os efeitos da revelia, o juiz saneia o
feito e passa à fase instrutória.
Na fase ordinatória, pode o juiz conceder ao autor a possibilidade de
apresentar réplica. A réplica é uma nova oportunidade para que o autor se
manifeste quanto aos termos da contestação e tem lugar quando o réu
alega fatos impeditivos, modi�cativos ou extintivos do direito do autor, bem
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como preliminares de mérito. A réplica existe em respeito ao princípio do
contraditório.
É também nessa fase que o juiz determina a correção de eventuais vícios
sanáveis ou irregularidades do processo. O juiz, ainda, concede às partes a
oportunidade de especi�carem as provas que pretendem produzir, já que,
nesse momento, já se têm perfeitamente delimitados os contornos da
demanda, sendo o momento adequado para que se observe quais são as
provas adequadas à solução da lide.
É possível, ainda, que ocorra o julgamento antecipado da lide, ou seja, sem
que se adentre na fase probatória. Ele ocorrerá caso o juiz entenda a
desnecessidade de produção de outras provas para a solução da demanda
ou quando o juiz entender ser caso de extinção do processo, acolhendo
alguma preliminar apresentada pela parte ré.
Fase Instrutória (art. 369 a 484)
Na fase instrutória, as partes buscarão meios de demonstrar cabalmente a
verdade dos fatos. Lembrando que apenas precisam ser provados os fatos
controvertidos, ou seja, aqueles nos quais há discordância das partes. Caso
haja algum fato alegado pela parte autora e não contestado pela parte ré,
será ele considerado fato incontroverso, presumindo-se verdadeiro. O art.
374 (BRASIL, 2015) enumera os fatos que independem de prova.
A produção de provas deve ser adequada à comprovação dos fatos, o juiz
deve indeferir as provas protelatórias e aquelas que considerar
desnecessárias à formação de sua convicção. O CPC (BRASIL, 2015) enumera
quais são as provas tipi�cadas legalmente, mas não há impedimento para
que se recorra a outras formas probatórias, desde que não proibidas pelo
direito.
Fase Decisória (art. 485 a 508)
Todo o curso do processo é conduzido para que se chegue à fase decisória,
na qual o Estado-juiz dará a sua manifestação acolhendo ou negando os
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pedidos formulados na inicial. Muito embora sejam proferidas diversas
decisões no decorrer da demanda, a decisão que põe �m à fase cognitiva
do processo de conhecimento é, por excelência, a sentença, conforme
dispõe o art. 203, §1º do CPC (BRASIL, 2015).
A sentença possui uma estrutura que deve ser obedecida para que o
pronunciamento judicial efetivamente atenda à sua �nalidade. Para isso,
deve apresentar, em primeiro lugar, o relatório da demanda. Nesse
relatório, o juiz identi�ca as partes, o pedido e as alegações emanadas em
sede de contestação e resume os principais acontecimentos no curso
processual – decisões interlocutórias, provas produzidas etc.
Após relatar os fatos, o juiz fundamentará sua decisão, por meio da
motivação da sentença. A necessidade de motivação das decisões judiciais
é mandamento constitucional, traduzido em princípio do processo civil,
conforme visto. As partes precisam entender quais foram as razões que
levaram o Estado-juiz a se manifestar de determinada forma para que, em
caso de irresignação, possam motivar seus eventuais recursos. A
fundamentação não pode se resumir à paráfrase ou à transcrição de
dispositivos legais ou julgados, devendo o magistrado fazer a devida
correlação destes com a demanda em análise.
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Por �m, o juiz decide a demanda no dispositivo da sentença. É neste
momento que ele julga os pedidos procedentes, parcialmente procedentes,
improcedentes ou extingue o feito sem resolução de mérito. O dispositivo
deve ter relação com a motivação, pois é decorrente dela. Lembre-se de que
apenas o dispositivo da sentença faz coisa julgada.
Conhecimento
Teste seus Conhecimentos 
(Atividade não pontuada) 
O arquiteto Fernando ajuizou ação exclusivamente em face de Daniela, sua
cliente, buscando a cobrança de valores que não teriam sido pagos no âmbito de
um contrato de reforma de apartamento. Daniela, devidamente citada, deixou de
oferecer contestação, mas, em litisconsórcio com seu marido José, apresentou
reconvenção em peça autônoma, buscando indenização por danos morais em
face de Fernando e sua empresa, sob o argumento de que estes, após a
conclusão das obras de reforma, expuseram, em site próprio, fotos do interior do
imóvel dos reconvintes sem que tivessem autorização para tanto. Diante dessa
situação hipotética, assinale a a�rmativa correta.
(Ano: 2020. Banca: FGV. Órgão: OAB. Prova: FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem
Uni�cado XXXI - Primeira Fase)
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a) Como Daniela deixou de contestar a ação, ela e seu marido não
poderiam ter apresentado reconvenção, devendo ter ajuizado ação
autônoma para buscar a indenização pretendida.
b) A reconvenção deverá ser processada, a despeito de Daniela não ter
contestado a ação originária, na medida em que o réu pode propor
reconvenção independentemente de oferecer contestação.
c) A reconvenção não poderá ser processada, na medida em que não é
lícito a Daniela propor reconvenção em litisconsórcio com seu marido, que
é um terceiro que não faz parte da ação originária.
d) A reconvenção não poderá ser processada, na medida em que não é
lícito a Daniela incluir no polo passivo da reconvenção a empresa de
Fernando, que é um terceiro que não faz parte da ação originária.
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Até agora, vimoscomo se desenvolve o processo até o pronunciamento
judicial que coloca �m à fase cognitiva. Por meio da sentença, o juiz resolve
a demanda, apontando quem tem o direito – autor ou réu – ou a extingue
sem analisar o mérito de acordo com as hipóteses legais.
Certamente, a parte que restar vencida no feito �cará irresignada com a
decisão. Pode acontecer de a parte entender que, de fato, a decisão judicial
está correta, mas, via de regra, a parte tem a intenção de buscar a reforma
da decisão. Ademais, é pací�co que o magistrado também pode falhar na
prestação da tutela jurisdicional, sendo possível que sua decisão não esteja
de acordo com o que a parte entende ser o adequado. Sendo assim, há toda
uma estrutura recursal, por meio da qual a parte insatisfeita com o
provimento judicial busca a reforma da decisão. Veremos, agora, as
principais características dos recursos, bem como quais são as hipóteses de
cabimento de cada um deles.
Processo Civil IIProcesso Civil II
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Teoria Geral dos Recursos
De acordo com a doutrina:
Recursos são os remédios processuais de que se podem valer as
partes, o Ministério Público e eventuais terceiros prejudicados
para submeter uma decisão judicial a nova apreciação, em regra
por um órgão diferente daquele que a proferiu, e que têm por
�nalidade modi�car, invalidar, esclarecer ou complementar a
decisão (GONÇALVES, 2020, p. 956).
Os recursos ocorrem dentro da mesma relação jurídica, ou seja, entre as
mesmas partes da demanda. Assim, se o recurso for apresentado pelo
autor, o recorrido será o réu e vice-versa. Eles têm o condão de atrasar a
preclusão e evitar a coisa julgada, ou seja, se a parte recorreu de uma
decisão, não se pode considerar preclusa sua possibilidade de praticar atos
que dependam da decisão do recurso. Da mesma forma, enquanto
pendente recurso, não se opera a coisa julgada. Tais efeitos se aplicam
ainda que ao recurso não tenha sido atribuído efeito suspensivo.
Por efeito suspensivo entende-se a suspensão do andamento processual
comum para que se aguarde a decisão recursal. Nem todos os recursos
possuem efeito suspensivo. O efeito aplicável a todos os recursos é o efeito
devolutivo, que signi�ca a devolução da análise da demanda para o Poder
Judiciário.
É possível apresentar recursos para corrigir erros materiais ou erros
formais. Quando a parte entende que o julgador deixou de observar regras
processuais cogentes, alegará o error in procedendo, que, caso seja acolhido,
ocasionará a anulação da decisão, com a consequente devolução para o
próprio juízo de origem para que proceda à correção. Já nos casos em que o
juízo tenha proferido uma decisão considerada materialmente incorreta,
será alegado o error in judicando. Nesse caso, a decisão será reformada,
sendo outra proferida em seu lugar que a substituirá. Quem profere essa
nova decisão é o órgão revisor, também chamado de órgão ad quem.
10/10/2021 18:06 Ead.br
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Chama-se a quo o órgão que proferiu a decisão recorrida e ad quem o órgão
que julgará o recurso. Na lógica do CPC/1973, o órgão a quo realizava juízo
de admissibilidade recursal. Isto é, analisava se o recurso preenchia todos
os requisitos necessários para que o órgão ad quem pudesse apreciar o
pedido recursal. Mas, ao chegar no órgão ad quem, era feito outro juízo de
admissibilidade – o que acarretava ainda mais atraso na análise das
demandas e um retrabalho totalmente desnecessário. Tendo isto em mente,
o CPC/2015 aboliu esse juízo de admissibilidade feito pelo órgão a quo, o
qual passa a ser feito apenas pelo órgão ad quem. Mantém-se, todavia, a
interposição perante o órgão a quo – exceção feita ao agravo de
instrumento. Nesse sentido, o recurso é apresentado ao órgão a quo cuja
função, agora, restringe-se a remeter o feito para apreciação do órgão ad
quem, sem a necessidade de fazer juízo de admissibilidade recursal.
Outra característica dos recursos é a impossibilidade de a parte inovar no
pedido. O recurso tem a �nalidade de reapreciar a demanda tal qual foi
proposta, não se pode trazer matérias não apreciadas pelo juízo originário
ou apresentar novos elementos de prova que poderiam ter sido
considerados na fase cognitiva. As exceções �cam por conta do art. 493 e do
art. 1.014 do CPC (BRASIL, 2015) e das questões de ordem pública, as quais
podem ser conhecidas de ofício e em qualquer grau de jurisdição.
Por �m, ressalte-se que, ao decidir, o órgão ad quem pode conhecer ou não
do recurso, dar provimento ou não. O recurso é conhecido quando
preenche todos os requisitos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade. A
contrario sensu, não é conhecido o recurso que deixa de cumprir algum
requisito necessário. Dar provimento ou não ao recurso signi�ca concordar
ou não com as razões trazidas pelo recorrente. É dado provimento ao
recurso quando o órgão ad quem concorda com o recorrente e procede à
reforma da decisão originária. Por outro lado, não é dado provimento ao
recurso quando o órgão ad quem mantém a decisão originária, discordando,
portanto, do recorrente.
10/10/2021 18:06 Ead.br
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Recursos em Espécie
A seguir, apresentamos, resumidamente, as espécies de recursos dispostos
no Código de Processo Civil (BRASIL, 2015), bem como os respectivos
dispositivos legais que regulamentam cada um. Não deixe de ler
atentamente a lei seca indicada no quadro!
10/10/2021 18:06 Ead.br
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Recursos em espécie
Recurso Legislação
Hipóteses de
cabimento
Apelação Art. 1.009 a 1.014
Contra sentença e
contra decisão da qual
não caiba agravo de
instrumento. A
apelação devolve ao
tribunal a
possibilidade de
reanalisar o mérito da
demanda, inclusive a
valoração de provas.
Em regra, possui
efeito suspensivo; as
exceções estão no art.
1.012, § 1º.
Agravo de
instrumento
Art. 1.015 a 1.020 Contra decisões
interlocutórias, mas
apenas aquelas que
possuem aptidão de
causar grave prejuízo
a uma das partes ou
ao próprio andamento
do processo. A regra é
a irrecorribilidade das
decisões
interlocutórias em
separado. O art. 1.015
enumera as decisões
10/10/2021 18:06 Ead.br
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enumera as decisões
agraváveis. No agravo
de instrumento, o
processo não sobe
para o tribunal e, em
regra, não há efeito
suspensivo.
Agravo interno Art. 1.021
Contra decisões
monocráticas do
relator que podem ser
de cunho processual
ou material. O agravo
interno visa levar a
decisão ao órgão
colegiado.
Embargos de
declaração
Art. 1.022 a 1.026
Contra qualquer
decisão judicial para
sanar omissão,
obscuridade,
contradição ou corrigir
erro material. É o
único recurso que é
analisado pelo próprio
magistrado/órgão
prolator da decisão.
Não busca inovar, mas
tão somente
esclarecer a decisão.
Sendo assim, não
cabem embargos de
declaração contra
despachos, pois não
têm cunho decisório.
10/10/2021 18:06 Ead.br
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Recurso ordinário Art. 1.027 e 1.028 Contra decisões de
competência
originária dos
tribunais. É dirigido ao
STJ ou STF. Tem
similaridade com a
apelação, pois devolve
a análise do mérito ao
órgão superior. Assim,
se a ação é de
competência
originária do TJ ou TRF,
apresenta-se recurso
ordinário perante o TJ.
Se de competência
originária do STJ,
apresenta-se recurso
ordinário perante o
STF.
Recurso especial Art. 1.029 a 1.041
Contradecisões que
contrariem a
legislação federal. Não
permite a
reapreciação de
provas, seu objetivo é
fazer com que haja
uma interpretação
uniforme da legislação
federal em âmbito
nacional.
Recurso Art. 1.029 a 1.041 Contra decisões que
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Quadro 1.5: Recursos em espécie
Fonte: Elaborado pela autora.
#PraCegoVer: o Quadro 1.5 é denominado “Recursos em espécie”. O
quadro está dividido em 3 colunas e 10 linhas. Seguindo as colunas, da
esquerda para a direita, temos, na primeira linha, o nome do quadro.
Na segunda linha, temos, na primeira coluna, “Recurso”, na segunda,
“Legislação”, e, na terceira, “Hipótese de cabimento”. Na terceira linha,
na coluna Recurso, está escrito: “Apelação”. Na coluna Legislação, está
escrito: “Art. 1.009 a 1.014”. E, na coluna Hipóteses de cabimento, está
escrito: “Contra sentença e contra decisão da qual não caiba agravo de
instrumento. A apelação devolve ao tribunal a possibilidade de
reanalisar o mérito da demanda, inclusive a valoração de provas. Em
extraordinário contrariem a
Constituição Federal.
Não permite a
reapreciação de
provas, seu objetivo é
fazer com que haja
uma interpretação
uniforme da
Constituição em
âmbito nacional.
Embargos de
divergência em RE e
REsp
Art. 1.043 e 1.044
Contra acórdão de
órgão fracionário do
STJ ou STF. O objetivo
é evitar contradições
entre o
posicionamento das
turmas/seções dos
órgãos superiores,
uniformizando, assim,
a jurisprudência.
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regra, possui efeito suspensivo; as exceções estão no art. 1.012, § 1º”.
Na quarta linha, na coluna Recurso, está escrito: “Agravo de
instrumento”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.015 a 1.020”. E
na coluna Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra decisões
interlocutórias, mas apenas aquelas que possuem aptidão de causar
grave prejuízo a uma das partes ou ao próprio andamento do processo.
A regra é a irrecorribilidade das decisões interlocutórias em separado.
O art. 1.015 enumera as decisões agraváveis. No agravo de
instrumento, o processo não sobe para o tribunal e, em regra, não há
efeito suspensivo”. Na quinta linha, na coluna Recurso, está escrito:
“Agravo interno”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.021”. E na
coluna Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra decisões
monocráticas do relator que podem ser de cunho processual ou
material. O agravo interno visa levar a decisão ao órgão colegiado”. Na
sexta linha, na coluna Recurso, está escrito: “Embargos de declaração”.
Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.022 a 1.026”. E na coluna
Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra qualquer decisão judicial
para sanar omissão, obscuridade, contradição ou corrigir erro material.
É o único recurso que é analisado pelo próprio magistrado/órgão
prolator da decisão. Não busca inovar, mas tão somente esclarecer a
decisão. Sendo assim, não cabem embargos de declaração contra
despachos, pois não têm cunho decisório. Na sétima linha, na coluna
Recurso, está escrito: “Recurso ordinário”. Na coluna Legislação, está
escrito: “Art. 1.027 e 1.028”. E na coluna Hipóteses de cabimento, está
escrito: “Contra decisões de competência originária dos tribunais. É
dirigido ao STJ ou STF. Tem similaridade com a apelação, pois devolve a
análise do mérito ao órgão superior. Assim, se a ação é de
competência originária do TJ ou TRF, apresenta-se recurso ordinário
perante o TJ. Se de competência originária do STJ, apresenta-se recurso
ordinário perante o STF”. Na oitava linha, na coluna Recurso, está
escrito: “Recurso especial”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art.
1.029 a 1.041”. E na coluna Hipóteses de cabimento, está escrito:
“Contra decisões que contrariem a legislação federal. Não permite a
reapreciação de provas, seu objetivo é fazer com que haja uma
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interpretação uniforme da legislação federal em âmbito nacional”. Na
nona linha, na coluna Recurso, está escrito: “Recurso extraordinário”.
Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.029 a 1.041”. E na coluna
Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra decisões que contrariem
a Constituição Federal. Não permite a reapreciação de provas, seu
objetivo é fazer com que haja uma interpretação uniforme da
Constituição em âmbito nacional”. Por �m, na décima linha, na coluna
Recurso, está escrito: “Embargos de divergência em RE e REsp”. Na
coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.043 e 1.044”. E na coluna
Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra acórdão de órgão
fracionário do STJ ou STF. O objetivo é evitar contradições entre o
posicionamento das turmas/seções dos órgãos superiores,
uniformizando, assim, a jurisprudência”.
Observamos, assim, que nosso ordenamento prevê um robusto sistema
recursal, a �m de que a parte tenha todas as oportunidades de expressar
sua insatisfação com a decisão jurisdicional. Mas o uso do sistema recursal
não pode ser usado como forma de procrastinar a incidência da tutela
jurisdicional. Lembre-se de que todos os participantes do processo devem
cooperar para que o Estado-juiz possa conceder a tutela satisfativa em
tempo razoável.
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Conforme estudamos nos princípios processuais, a �nalidade máxima do
processo é a entrega, em prazo razoável, da tutela jurisdicional – inclusive a
satisfativa. Por tutela satisfativa quer-se dizer a entrega do bem da vida
pleiteado, cujo direito a ele foi reconhecido pelo Poder Judiciário ou em
decorrência de título ao qual a lei atribui e�cácia executiva. A satisfação
buscada pode consistir na entrega de coisa, na obrigação de fazer ou não
fazer ou para pagamento de quantia certa.
Para se pleitear a execução, é necessário que o interessado possua título.
O título traduz obrigação líquida, certa e exigível e pode ser de natureza
judicial ou extrajudicial .
Processo Civil IIIProcesso Civil III
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Figura 1.3: Processo de execução
Fonte: Elaborada pela autora.
#PraCegoVer: a imagem apresenta a Figura 1.3, denominada “Processo de
execução”. Trata-se de �uxograma na vertical. Na primeira linha, de cima para
baixo, está escrito “Processo de execução”, dentro de um retângulo. Desse
retângulo, saem duas linhas, uma para a direita e uma para a esquerda. Na
linha da esquerda, estão as informações a respeito da execução de título
judicial. No primeiro retângulo, está escrito: “Título judicial”. No retângulo
abaixo dele, está escrito: “Cumprimento de sentença (mesmo processo)”. Abaixo
deste, há um retângulo com as seguintes informações: “- Fase do processo
(processo sincrético); - Não há citação do réu, pois ele já foi citado
anteriormente”. Desse retângulo, saem mais dois. No primeiro, está escrito:
“Provisório (tutela provisória ou pendente trânsito em julgado) = exige caução”.
Já no segundo, está escrito: “De�nitivo (decisão transitada em julgado)”. Na
linha da direita, estão as informações a respeito da execução de título
extrajudicial. No primeiro retângulo, está escrito: “Título extrajudicial”. No
retângulo abaixo dele, está escrito: “Processo de execução (processo novo)”.
Abaixo deste, há um retângulo com as seguintes informações: “- Necessária a
citação do réu; - Dispensa a fase de conhecimento, pois o título possui e�cácia
executiva”. Desse retângulo, sai mais um, no qual está escrito: “Execução
de�nitiva”.
10/10/2021

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