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10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_1… 1/82 TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITOTÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO IIII DIREITO PROCESSUALDIREITO PROCESSUAL CIVIL E DIREITO DOCIVIL E DIREITO DO CONSUMIDORCONSUMIDOR Autor: Kélvia Faria Ferreira Revisor: Larissa Gonç alves INICIAR 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_1… 2/82 introduçãoIntrodução Nesta unidade, trataremos dos temas atinentes ao Direito Processual Civil e ao Direito do Consumidor. Percorreremos as disciplinas de Processo Civil I, II e III, revisando o conteúdo estudado durante a graduação. A revisão será apresentada de acordo com os temas de maior recorrência nos exames da Ordem dos Advogados do Brasil. Ao longo da unidade, você encontrará remissões aos temas mais cobrados e indicações de leitura – especialmente da lei seca. Passaremos pela Teoria Geral do Processo, relembrando os métodos de solução de con�ito; os conceitos de jurisdição, ação e processo; os pressupostos processuais; as condições da ação; além dos princípios processuais. Em seguida, vamos nos debruçar sobre o procedimento de conhecimento e suas fases – postulatória, ordinatória, instrutória e decisória. Em Processo Civil II, vamos relembrar a Teoria Geral dos Recursos e os Recursos em Espécie. Já em Processo Civil III, analisaremos a tutela executiva, por meio da liquidação de sentença, do cumprimento de sentença e da execução. Finalmente, estudaremos os principais pontos atinentes ao Direito do Consumidor. Vamos perpassar pela Teoria Geral do Direito do Consumidor, relembrando os conceitos de consumidor e fornecedor – sujeitos da relação de consumo. Aprenderemos os direitos básicos do consumidor. Falaremos sobre a proteção contratual e a responsabilidade pelo fato do produto e do serviço. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_1… 3/82 O Processo Civil é o ramo do Direito que se ocupa de estabelecer as normas que regulamentarão o desenvolvimento dos processos judiciais nos quais se busca a satisfação de interesse de natureza cível. Há uma ordenação lógica de atos a serem praticados pelas partes até que se alcance o provimento jurisdicional. Nesta seção, estudaremos os predicados básicos que constituem a Teoria Geral do Processo, bem como o desenvolvimento do procedimento comum, por meio do qual se leva a demanda ao conhecimento do Estado-juiz, buscando dele um pronunciamento. Teoria Geral do Processo Para que o Estado-juiz possa exercer sua função de dizer o direito no caso concreto, é necessário que se observem determinados requisitos no momento de formulação da demanda. Analisaremos, agora, quais são os métodos de solução de con�itos, a �m de nos debruçarmos sobre o processo judicial – método tradicional. Veremos que há uma tríade que compõe a Teoria Geral do Processo – jurisdição, ação e processo. Em Processo Civil IProcesso Civil I 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_1… 4/82 seguida, abordaremos os pressupostos processuais necessários para o regular ajuizamento e andamento da demanda, as condições da ação, bem como os princípios aplicáveis ao processo civil. Métodos de Solução de Con�itos A vida em sociedade traz consigo a evidente ocorrência de con�itos. Seres humanos, no exercício de suas atividades cotidianas, inevitavelmente, em algum momento, terão interesses que se colocarão frente a interesses diversos de outros seres humanos – e aqui já podemos falar do tradicional conceito de pretensão e pretensão resistida, ou seja, alguém pretende fazer algo que um outro alguém não gostaria que aquele �zesse. Para resolver tais con�itos – ocasionados por pretensões opostas –, existem vários métodos. Nesta seção, falaremos rapidamente de cada um deles, para, ao �nal, debruçarmo-nos sobre a forma tradicional de se resolver litígios: o processo judicial. Em primeiro lugar, temos que saber que há, basicamente, três formas de resolvermos litígios. São elas: a autotutela, a autocomposição e a heterocomposição. A autocomposição divide-se em: negociação, mediação e conciliação. Já a heterocomposição divide-se em: arbitragem e processo judicial. Vamos relembrar cada uma delas? Autotutela: “auto” signi�ca própria, ou seja, é a defesa feita pelo próprio interessado. Nesse tipo de situação, a parte, em vez de buscar a tutela do Poder Judiciário, decide praticar os atos necessários para ver seus interesses atendidos. Um exemplo de autotutela, retratado na mídia televisiva, é o caso do morador de um condomínio que, incomodado com o barulho da reforma realizada por um vizinho, jogou gás de pimenta no imóvel onde estava sendo feita a obra, a �m de fazer cessar o barulho que o incomodava. Ele, por seus próprios meios, buscou a resolução de seu con�ito. Mas, veja, esse é o tipo de situação, em regra, vedada pelo ordenamento jurídico brasileiro. Se o morador estava incomodado, ele deveria buscar os meios legais, acionando o condomínio para veri�car a regularidade da obra e, em última instância, recorrer ao Poder Judiciário, 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_1… 5/82 certo?! No caso, além de outros crimes, como lesão corporal, o morador pode ter praticado o delito de exercício arbitrário das próprias razões. Portanto, não poderia ter praticado a autotutela. Há, no entanto, ocasiões em que é possível praticar a autotutela, desde que cumpridos os requisitos legais, a exemplo da legítima defesa e da greve. Outra hipótese de autotutela permitida pelo nosso ordenamento jurídico é o caso do possuidor que tem sua posse turbada ou esbulhada. Na iminência da ocorrência de um esbulho possessório, pode o possuidor usar da força para impedir a turbação ou esbulho – art. 1.210, § 1º, Código Civil (BRASIL, 2002). Já na categoria autocomposição, temos os métodos de resolução de con�itos: negociação, mediação e conciliação. Veja, “auto” signi�ca próprio, e “composição”, nesse contexto, signi�ca acordo, pacto, transação. Logo, na autocomposição, as partes chegam a uma solução para seu con�ito sem que haja a necessidade de uma manifestação impositiva do Poder Judiciário. Essa solução pode ser alcançada com ou sem auxílio de terceiros, e é a partir daí que podemos traçar as principais distinções entre os três tipos de métodos adequados de solução de litígios. A negociação é o tipo mais simples dos métodos. Vejamos o que dispõe o art. 840 do Código Civil (BRASIL, 2002, on-line): “Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas”. Ou seja, podem as partes envolvidas em um con�ito impedirem a chegada deste ao Poder Judiciário ou mesmo botarem �m a processo já em curso por meio de atos de disposição mútua – cada um aceita ceder parcialmente ao seu interesse para alcançar-se a solução. Imagine uma situação de terrenos vizinhos em que um dos confrontantes precisa realizar uma obra em sua propriedade, mas, para isso, terá que passar pelo terreno do vizinho por várias semanas, causando-lhe certo transtorno. Os confrontantes podem, de modo consensual, acordarem que o vizinho aceitará a passagem do outro por seu terreno, desde que respeite determinados horários e que não haja nenhum tipo de dano. Observe que, judicialmente, muito provavelmente o vizinho que precisa realizar a obra conseguiria tal provimento, mas os confrontantes evitaram a demanda por meio da negociação feita entre eles. Essa negociação também poderia 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_1…6/82 ocorrer quando já proposta a ação, para que se evitasse o prolongamento do feito. A negociação como método adequado de solução de con�itos não pode ser confundida com a negociação processual. Esta última ocorre quando as partes negociam a forma como serão conduzidas determinadas partes do processo – art. 190 e 191, Código de Processo Civil (BRASIL, 2015). Por exemplo: abrem mão da intimação pessoal de certos atos ou de prazos dilatórios. Lembrando que não são todos os atos processuais que podem ser negociados. A mediação, por sua vez, é o método adequado de resolução de con�itos em que há a participação de um terceiro, ou seja, uma pessoa não interessada na causa que vai auxiliar as partes em con�ito a tentarem encontrar uma solução para o impasse. O mediador não apresenta possíveis soluções, mas apenas facilita o diálogo. A �nalidade de sua atuação é possibilitar que as partes encontrem sozinhas a melhor saída para o caso. Já na conciliação, o terceiro imparcial – o conciliador – pode apontar possíveis saídas para resolver a questão. As duas principais diferenças entre a mediação e a conciliação estão no fato de que, na mediação, geralmente há relação anterior entre as partes, por exemplo, nos casos envolvendo família. É, especialmente, em virtude dessa relação prévia entre as partes que o mediador não aponta soluções. Ele apenas facilita o diálogo entre pessoas que já se conhecem e já possuem algum tipo de relacionamento prévio. Já na conciliação, normalmente, não se envolvem questões afetivas ou familiares, sendo, por isso, permitido ao conciliador apresentar possíveis soluções. Por outro lado, temos os métodos heterocompositivos de solução de litígios. Nesses, não são as partes que encontrarão sozinhas a saída para suas diferenças, mas um terceiro decidirá impositivamente. Na arbitragem, tem-se a eleição de um juízo arbitral, ou seja, uma pessoa, ou um corpo de pessoas, com aptidão para decidir a demanda de modo coercitivo. Logo, a decisão do juízo arbitral vincula as partes e deve ser cumprida 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_1… 7/82 obrigatoriamente. Por �m, temos as decisões judiciais, que são o recurso mais conhecido de solução de litígios, por meio do qual transferimos ao Estado-juiz o poder-dever de dizer o direito no caso concreto. Jurisdição, Ação e Processo O conceito apresentado acima é um dos conceitos primordiais para entendermos a Teoria Geral do Processo, pois se trata do conceito de jurisdição. Em regra, apenas o Estado, por meio do Poder Judiciário, pode dizer o direito, solucionando con�itos de interesse, a�nal, “é mediante o poder jurisdicional que o Estado, aplicando a lei ao caso concreto, poderá a�rmar quem tem o direito, solucionando e pondo �m à lide” (SALES, 2018, p. 4). Você se lembra do que é l ide? Lide é o nome que se dá para o con�ito de interesses que ocasiona a atuação estatal. Há lide quando há uma pretensão (um bem da vida que uma pessoa deseja ou algo que a pessoa quer fazer ou deixar de fazer) e essa pretensão encontra resistência de outra pessoa, ou seja, é uma pretensão resistida. Por isso, diz-se que “lide é o con�ito de interesse quali�cado por uma pretensão resistida” (SALES, 2018, p. 4). Então, já sabemos que, ocorrendo uma lide – con�ito de interesses quali�cado por uma pretensão resistida –, a parte que sofre a resistência pode buscar a tutela jurisdicional para dirimir/solucionar a questão. Isso porque a jurisdição é o poder-dever do Estado, exercido por meio do Poder Judiciário, de dizer o direito no caso concreto. Mas como a parte interessada busca esse pronunciamento judicial? Por meio do direito de ação. Ação “é o poder de dar início a um processo, e dele participar, com o intuito de obter do Poder Judiciário uma resposta ao pleito formulado” (GONÇALVES, 2020, p. 103). Então, é por meio do direito de ação que aquele que tem uma pretensão resistida chama o Judiciário a se manifestar. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_1… 8/82 A esta altura, você já deve imaginar que o instrumento usado para acionar o Poder Judiciário é o processo judicial . É por meio do processo que o interessado exerce seu direito de ação, pedindo que o Estado se manifeste e resolva a demanda, paci�cando, assim, a sociedade. Processo, então, é o meio/instrumento utilizado para se buscar um bem da vida. “O processo judicial é nada mais do que uma sucessão de atos, concatenados e ordenados de maneira lógica, para atingir o resultado �nal” (SALES, 2018, p. 3). Estamos, pois, diante da tríade clássica que compõe os elementos essenciais do Direito Processual Civil: jurisdição, ação e processo. Note que esses três elementos se relacionam e são interdependentes. Nas palavras de Gonçalves (2020, p. 158): Com a evolução da sociedade, a solução dos con�itos tornou-se atributo de um dos poderes do Estado, a jurisdição tem de ser acionada pelo prejudicado por meio da ação. Assim que proposta, o adversário do autor será convocado para manifestar-se, podendo opor-se à pretensão inicial. E, como tudo visa o provimento jurisdicional, forma-se um processo, em que, durante algum tempo, os três personagens – autor, juiz e réu – se relacionarão, de acordo com um roteiro previamente estabelecido por lei, que se denomina procedimento. Eis, em suma, o mecanismo estrutural do processo civil. Portanto, apenas é possível a efetiva paci�cação social porque o Estado possui o monopólio de poder dizer o direito e às pessoas é possível buscar essa tutela por meio do direito de ação, corpori�cado na �gura do processo judicial. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_1… 9/82 Passaremos a analisar determinados requisitos intrínsecos a cada um desses elementos, tais como os pressupostos processuais – relacionados ao elemento processo – e as condições da ação – relacionadas ao elemento ação. Pressupostos Processuais Os pressupostos processuais e as condições da ação devem ser analisados antes de se analisar o mérito da demanda. São matérias de ordem pública, ou seja, devem ser conhecidas de ofício pelo juiz. Apenas não é possível a análise de ofício dos pressupostos processuais e das condições da ação de ofício em sede de recurso especial e recurso extraordinário, quando é necessário o prequestionamento. saibamaisSaiba mais Atenção! Não deixe de ler o Título I do Livro II do CPC/2015 (art. 16 a 20) que trata dos temas jurisdição e ação. Lembre-se de que o estudo para a primeira fase da OAB requer muita leitura da lei seca! Dedique-se também ao estudo das regras de competência, estampadas nos art. 21 a 69 do CPC/2015. Acesse o Código de Processo Civil para fazer a leitura dos artigos indicados. ACESSAR http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 10/82 Tradicionalmente, os pressupostos processuais são divididos em pressupostos de existência e pressupostos de validade. A seguir, apresentamos esquematicamente os pressupostos: 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 11/82 Figura 1.1: Pressupostos processuais Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a Figura 1.1 apresenta um �uxograma dos pressupostos processuais. O �uxo está representado em retângulos. O retângulo mais alto do �uxo representa os pressupostos processuais. Dele, saem duas linhas, uma para a direita e outra para a esquerda. Na esquerda, há um segundo retângulo, em um patamar abaixo do primeiro, no qual está escrito “Deexistência''. Desse retângulo, saem mais duas linhas, apontando para dois novos retângulos um patamar abaixo. No retângulo mais à esquerda, está o requisito “Investidura”. Desse retângulo, sai mais uma seta que aponta para mais um retângulo, um patamar abaixo, no qual está escrito “Juiz investido de jurisdição (aprovado em concurso, nomeado e empossado)”. No retângulo à direita, está escrito “Demanda regularmente formulada”. Desse retângulo, sai mais uma seta, apontando para um retângulo um patamar abaixo, no qual está escrito “partes; pedido; causa de pedir; apresentada ao juízo, atendendo aos requisitos legais (art. 319, CPC)”. Voltando ao primeiro retângulo – dos pressupostos processuais –, temos uma seta para a direita, apontando para um retângulo, no qual está escrito “De validade”. Desse retângulo, saem cinco setas, apontando para cinco retângulos, todos um patamar abaixo. No primeiro, da esquerda para a direita, está escrito “Competência material”. No segundo, está escrito “Imparcialidade do juiz”. No terceiro, está escrito “Capacidade das partes”. Desse terceiro retângulo, sai uma seta, apontando para um novo retângulo um patamar abaixo, no qual está escrito “de direito (nascimento com vida); de fato (poder estar em juízo); postulatória (advogado)”. Voltando ao patamar acima, no quarto retângulo, está escrito “Inexistência de fatos extintivos da relação jurídica 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 12/82 Dessa forma, para que o processo se desenvolva corretamente, é necessária a existência de um juiz devidamente investido de jurisdição, e a demanda deve ser formulada corretamente, com a indicação das partes, da causa de pedir e do pedido, bem como atendendo aos requisitos do art. 319 do CPC (BRASIL, 2015). Para que esse processo seja válido, o juiz precisa ter competência material para julgar a causa e ser imparcial. Além disso, as partes precisam possuir capacidade de direito e de fato e estarem devidamente assistidas por um advogado. Não podem estar presentes os pressupostos negativos – perempção, litispendência e convenção de arbitragem. Por �m, é preciso respeitar as formalidades do processo. Condições da Ação O exercício do direito de ação não é livre de condicionamentos. Para exercê- lo, devem ser respeitadas, além dos pressupostos processuais, as condições da ação. De acordo com o art. 17 do CPC, “para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade” (BRASIL, 2015, on-line). São essas as duas condições da ação. No regramento anterior – CPC de 1973 –, tínhamos três condições da ação. Além das duas que permanecem, também era considerada condição da ação a possibilidade jurídica do pedido (art. 267, VI do CPC/1973). Seguindo o entendimento doutrinário mais atual, o Código de 2015 teve por bem eliminar a possibilidade jurídica do pedido da categoria condições da ação. Há quem entenda que, com essa mudança, a possibilidade jurídica passa a fazer parte do interesse. O que faz sentido, já que não se pode considerar como justo interesse a ação que pede coisa impossível juridicamente. processual”. Desse retângulo, sai uma seta que aponta para um outro retângulo, um patamar abaixo, no qual está escrito “PRESSUPOSTOS NEGATIVOS: perempção, litispendência, convenção de arbitragem”. Por �m, no quinto retângulo do patamar superior, está escrito “Respeito às formalidades do processo”. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 13/82 A respeito da legitimidade, deve-se observar o art. 18 (BRASIL, 2015, on- line), que assim dispõe: Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. O artigo transcrito traz a regra, bem como a exceção. Em regra, apenas possui legitimidade para ir a juízo o detentor do direito. Não pode um terceiro propor, na condição de autor, demanda que verse sobre direito de outrem. Trata-se da legitimidade exclusiva. Além desta, temos também a legitimidade concorrente, que são os casos de litisconsórcio. Isto é, existe mais de uma pessoa detentora do direito, e todas elas possuem, igualmente, o direito de ir a juízo. Por �m, tem-se a ideia de legitimidade extraordinária, que é a exceção mencionada pelo art. 18, que são aquelas situações nas quais o ordenamento jurídico autoriza que um terceiro vá a juízo, em nome próprio, pleitear direito alheio, agindo assim como substituto processual. Atenção! Não confunda legitimidade extraordinária com representação. Quando um incapaz vai a juízo, ele é representado ou assistido por seus tutores/curadores. Esse não é um caso de legitimidade extraordinária. Isso porque o tutor/curador não pleiteia em nome próprio direito alheio. O pleito é feito em nome do incapaz, o qual é representado/assistido. Já quanto ao interesse, podemos dizer que este se traduz no binômio necessidade-adequação. Ou seja, o ajuizamento da demanda deve ser necessário para que se alcance o �m almejado pelo autor. Por outro lado, a ação proposta deve ser adequada. Por exemplo, não há interesse de agir quando o autor propõe ação para cobrança de dívida não vencida, eis que ainda não exigível. Também carecerá de interesse o autor que propuser ação sem aptidão para alcançar a �nalidade pretendida, como, por 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 14/82 exemplo, a impetração de um habeas corpus para a cobrança de dívida, já que o remédio constitucional apenas possui aptidão para assegurar o direito de ir e vir. Nas palavras de Gonçalves (2020, p. 169): O interesse de agir exige o preenchimento do binômio: necessidade e adequação. É preciso que a pretensão só possa ser alcançada por meio do aforamento da demanda e que esta seja adequada para a postulação formulada. Portanto, para que o direito de ação possa ser exercido, é necessário que a parte autora demonstre ter interesse e legitimidade, ou seja, que demonstre ser a titular do direito pleiteado, bem como que demonstre a necessidade daquela medida para se alcançar o bem da vida pretendido. Deve, ainda, adotar a medida adequada à causa. Princípios do Processo Civil Os princípios possuem grande importância em nosso ordenamento jurídico, haja vista adotarmos como orientação �losó�ca o pós-positivismo jurídico e como concepção interpretativa o neoconstitucionalismo. Essas duas diretrizes orientam o respeito aos princípios, por meio do reconhecimento destes como normas jurídicas cogentes, sendo, portanto, de observância obrigatória, da mesma forma que as regras. Dessa forma, é essencial conhecermos quais são os princípios que regem o Direito Processual Civil. Podemos dividi-los em princípios gerais constitucionais e princípios infraconstitucionais – dispostos no CPC, em legislação extravagante ou de reconhecimento doutrinário e jurisprudencial. É importante ressaltar que o processo civil veio sofrendo um processo de constitucionalização desde o pós-Segunda Guerra, o que foi positivado no Código de 2015, já em seu artigo 1º, que assim dispõe: “Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 15/82 normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código” (BRASIL, 2015, on-line). Logo, o próprio CPC é claro ao declarar a subordinação das normas processuais ao disposto na Constituição. Dessa forma, não se pode negligenciar o que nossa Carta Magna dispõee que se aplica ao direito processual. Podemos listar como princípios constitucionais diretamente ligados ao processo civil os seguintes: 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 16/82 Princípio Dispositivo constitucional Conceito Devido processo legal Art. 5º, LIV Obrigatoriedade de que haja um processo que respeite as normas antes de se privar alguém de seus bens ou de sua liberdade. Possui duas vertentes: formal e substancial. O devido processo legal formal obriga que se respeitem as normas procedimentais de condução dos atos processuais. Já o devido processo legal substancial impõe limites ao Estado, subordinando sua atuação aos predicados de um Estado Democrático de Direito. Acesso à Justiça Art. 5º, XXXV (no CPC: art. 3º, caput) Assegura que todos aqueles que entenderem necessário possam buscar o Poder Judiciário e obter dele uma resposta à sua demanda. Pode ocorrer de essa resposta não ser de mérito, caso não cumpridos os requisitos necessários. Mas o direito de ir a juízo está assegurado. Traduz o direito de ação. Também conhecido como princípio da inafastabilidade da jurisdição. Contraditório Art. 5º, LV (no Garante que o demandado seja 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 17/82 CPC: art. 9º) cienti�cado da pretensão contra ele oposta e, mais que isso, assegura que ele tenha a possibilidade de apresentar defesa. É obrigação do juiz ouvir as partes e deixar que uma se manifeste a respeito do alegado pela outra. Duração razoável do processo Art. 5º, LXXVIII (no CPC: art. 4º) Necessidade de que o Poder Judiciário pro�ra decisão em tempo razoável. As partes não podem �car sem uma resposta às suas demandas por tempo inde�nido. O CPC/2015 inclui na duração razoável do processo a atividade satisfativa, ou seja, não basta a decisão judicial, mas o seu efetivo cumprimento em prazo razoável. Isonomia Art. 5º, caput e inciso I (no CPC: art. 7º) Paridade de tratamento entre as partes, sem favorecimentos. A igualdade que se busca não é apenas a formal, mas a material. O princípio deve orientar a atuação do Poder Legislativo, bem como do Poder Judiciário. Imparcialidade do juiz Art. 5º, XXXVII e LIII Devem ser respeitadas as regras de competência, de modo que as partes não poderão escolher o juiz que 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 18/82 decidirá a causa. É vedada, ainda, a criação de tribunais de exceção, ou seja, criados após a prática do ato. Duplo grau de jurisdição - Trata-se de princípio implícito decorrente da própria lógica constitucional que, ao estabelecer a estrutura do Poder Judiciário, com sua divisão em instâncias, faz pressupor o direito de recurso. Assim, em regra, as decisões proferidas pelos órgãos inferiores podem ser revistas pelos superiores. Mas é importante observar que há diversas exceções a essa regra. Publicidade dos atos processuais Art. 5º, LX e art. 93, X (no CPC: art. 11, caput) Sendo públicos os atos processuais, pode a sociedade exercer o controle sobre a atuação do Poder Judiciário. Todavia, há determinadas situações em que a publicidade seria prejudicial às partes ou ao próprio interesse público, o que justi�ca a exceção à regra, determinando-se o sigilo. Motivação das decisões judiciais Art. 93, IX (no CPC: art. 489, §1º) Também é mecanismo de controle da atuação judicial. Ao decidir, o magistrado precisa explicitar claramente por que 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 19/82 Quadro 1.1: Princípios constitucionais aplicáveis ao processo civil Fonte: Elaborado pela autora. #PraCegoVer: o Quadro 1.1 apresenta o resumo das principais características dos princípios constitucionais aplicáveis ao processo civil. O quadro está dividido em 3 colunas e 10 linhas. Seguindo as colunas, da esquerda para a direita, temos, na primeira linha, os itens “Princípio”, “Dispositivo constitucional” e “Conceito”. Na segunda linha, na coluna Princípio, está “Devido Processo Legal”; na coluna Dispositivo constitucional, “Art. 5º, LIV”, e, na coluna Conceito, “Obrigatoriedade de que haja um processo que respeite as normas antes de se privar alguém de seus bens ou de sua liberdade. Possui duas vertentes: formal e substancial. O devido processo legal formal obriga que se respeitem as normas procedimentais de condução dos atos processuais. Já o devido processo legal substancial impõe limites ao Estado, subordinando sua atuação aos predicados de um Estado Democrático de Direito”. Na terceira linha, está o princípio do “Acesso à Justiça”, na coluna Dispositivo constitucional, está “Art. 5º, XXXV (no CPC: art. 3º, caput)”, e, na coluna Conceito, está “Assegura que todos aqueles que entenderem necessário possam buscar o Poder Judiciário e obter dele uma resposta à sua demanda. Pode ocorrer de essa resposta não ser de mérito, caso não cumpridos os requisitos necessários. Mas o direito de ir a juízo está assegurado. Traduz o direito de ação. Também conhecido como princípio da inafastabilidade da jurisdição”. Na quarta linha, o princípio é o do “Contraditório”; o dispositivo constitucional é “Art. 5º, LV (no CPC: art. 9º)”, e o conceito “Garante que o demandado seja cienti�cado da pretensão contra ele oposta e, mais que isso, assegura que ele tenha a possibilidade de decidiu desta ou daquela forma para que as partes possam conhecer do seu entendimento e, caso entendam necessário, opor sua irresignação. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 20/82 apresentar defesa. É obrigação do juiz ouvir as partes e deixar que uma se manifeste a respeito do alegado pela outra. Na quinta linha, está o princípio da “Duração razoável do processo”. Na coluna Dispositivo constitucional, está “Art. 5º, LXXVIII (no CPC: art. 4º)”, e o conceito é o seguinte: “Necessidade de que o Poder Judiciário pro�ra decisão em tempo razoável. As partes não podem �car sem uma resposta às suas demandas por tempo inde�nido. O CPC/2015 inclui na duração razoável do processo a atividade satisfativa, ou seja, não basta a decisão judicial, mas o seu efetivo cumprimento em prazo razoável”. Na sexta linha, está o princípio da “Isonomia”, cujo dispositivo constitucional correspondente é o “Art. 5º, caput e inciso I (no CPC: art. 7º)”, e o conceito é: “Paridade de tratamento entre as partes, sem favorecimentos. A igualdade que se busca não é apenas a formal, mas a material. O princípio deve orientar a atuação do Poder Legislativo, bem como do Poder Judiciário”. Na sétima linha, está o princípio da “Imparcialidade do juiz”, o dispositivo constitucional é o “Art. 5º, XXXVII e LIII”, e o conceito é: “Devem ser respeitadas as regras de competência, de modo que as partes não poderão escolher o juiz que decidirá a causa. É vedada, ainda, a criação de tribunais de exceção, ou seja, criados após a prática do ato”. Na oitava linha, está o princípio do “Duplo grau de jurisdição”, na coluna Dispositivo constitucional, está um traço, pois não há dispositivo constitucional correspondente, na coluna Conceito, está: “Trata-se de princípio implícito decorrente da própria lógica constitucional que, ao estabelecer a estrutura do Poder Judiciário, com sua divisão em instâncias, faz pressupor o direito de recurso. Assim, em regra, as decisões proferidas pelos órgãos inferiores podem ser revistas pelos superiores. Mas é importante observar que há diversas exceções a essa regra”. Na nona linha, está o princípio da “Publicidade dos atos processuais”, cujo dispositivo constitucional correspondente é o “Art.5º, LX e art. 93, X (no CPC: art. 11, caput)”, o conceito é: “Sendo públicos os atos processuais, pode a sociedade exercer o controle sobre a atuação do Poder Judiciário. Todavia, há determinadas situações em que a publicidade seria prejudicial às partes ou ao próprio interesse público, o que justi�ca a 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 21/82 exceção à regra, determinando-se o sigilo”. Por �m, na décima linha, está o princípio da “Motivação das decisões judiciais”, no dispositivo constitucional, está o “Art. 93, IX (no CPC: art. 489, § 1º)”, e, no conceito, está: “Também é mecanismo de controle da atuação judicial. Ao decidir, o magistrado precisa explicitar claramente por que decidiu desta ou daquela forma para que as partes possam conhecer do seu entendimento e, caso entendam necessário, opor sua irresignação”. Por sua vez, temos outros princípios que estão positivados no Código de Processo Civil. São eles: 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 22/82 Quadro 1.2: Princípios legais aplicáveis ao processo civil Fonte: Elaborado pela autora. #PraCegoVer: o Quadro 1.2 apresenta o resumo das principais características dos princípios legais aplicáveis ao processo civil. O quadro está dividido em 3 colunas e 5 linhas. Seguindo as colunas, da esquerda para a direita, temos, na primeira linha, os itens “Princípio”, Princípio Dispositivo legal Conceito Princípio dispositivo Art. 2º Tem estrita ligação com o princípio da inércia. Cabe à parte decidir se irá propor a demanda, quando e quais os termos do pedido. Princípio do impulso o�cial Art. 2º A jurisdição é inerte quanto ao início da ação. Todavia, uma vez proposta a demanda, ela se desenvolve por impulso o�cial, ou seja, cabe ao magistrado tomar as medidas necessárias para o regular andamento do feito. Princípio da boa-fé Art. 5º Todos que participam do processo devem agir de modo probo e íntegro, com respeito e lealdade. Princípio da cooperação Art. 6º Dever de todos os participantes do processo. Todos devem cooperar para que se alcance a resolução da demanda em tempo razoável, evitando pedidos protelatórios. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 23/82 “Dispositivo legal” e “Conceito”. Na segunda linha, na coluna Princípio, está “Princípio dispositivo”; na coluna Dispositivo legal, está “Art. 2º”, na coluna Conceito: “Tem estrita ligação com o princípio da inércia. Cabe à parte decidir se irá propor a demanda, quando e quais os termos do pedido”. Na terceira linha, está o “Princípio do impulso o�cial”, na coluna Dispositivo legal, está “Art. 2º”, e, na coluna Conceito, está: “A jurisdição é inerte quanto ao início da ação. Todavia, uma vez proposta a demanda, ela se desenvolve por impulso o�cial, ou seja, cabe ao magistrado tomar as medidas necessárias para o regular andamento do feito”. Na quarta linha, o princípio é o da “boa-fé”; o dispositivo legal é “Art. 5º”, e o conceito: “Todos que participam do processo devem agir de modo probo e íntegro, com respeito e lealdade”. Na quinta linha, está o “Princípio da cooperação”, na coluna Dispositivo legal, está “Art. 6º”, e o conceito é o seguinte: “Dever de todos os participantes do processo. Todos devem cooperar para que se alcance a resolução da demanda em tempo razoável, evitando pedidos protelatórios”. Lembre-se, os princípios são de observância obrigatória na atual sistemática constitucional e processual. Para além de funcionarem como postulados interpretativos, possuem cogência e aplicabilidade imediata no processo civil. Processo de Conhecimento O CPC enuncia um número considerável de procedimentos especiais. Tais procedimentos apresentam peculiaridades que os distinguem entre si e também os distinguem do procedimento comum. O procedimento comum é a regra geral do CPC. Quase sempre, os procedimentos especiais adaptam algumas partes do procedimento comum para atender às necessidades decorrentes do direito subjetivo que é tutelado por aquele procedimento. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 24/82 Muito embora o procedimento comum seja o que se aplica via de regra, os casos de sua aplicação são encontrados por exclusão: não havendo nenhum procedimento especial para aquela situação, usa-se o procedimento comum. Mas, ainda que haja procedimento especial, o procedimento comum tem aplicação subsidiária, conforme dispõe o art. 318 do CPC (BRASIL, 2015, on-line): Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei. Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução. O procedimento comum possui quatro fases. São elas: fase postulatória; fase ordinatória; fase instrutória e fase decisória. O regular andamento do feito segue esse caminho até a decisão que, preferencialmente, resolverá o mérito da demanda. A primeira fase representa o momento de apresentação da demanda ao Estado-juiz e a formação da relação jurídico- processual. Nela, o autor propõe a demanda e o réu é chamado a se defender. Na segunda fase, o juiz, em regra, saneia o feito e conduz o processo para a terceira fase, mas os rumos do processo dependerão da apresentação ou não de resposta do réu. Na terceira fase, são produzidas as provas necessárias para que se tenha uma decisão de mérito. Por �m, na quarta fase, o juiz decide a demanda de�nitivamente. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 25/82 Vejamos algumas peculiaridades de cada uma das fases. Fase Postulatória É o momento no qual tem início a demanda e se forma, em regra, a triangulação da relação processual: Estado-juiz, autor e réu. Nessa fase, o autor apresenta sua pretensão ao Estado-juiz e o réu é chamado a exercer seu direito de defesa. A. Petição inicial Já vimos que o exercício do direito de ação se manifesta por meio da propositura de um processo judicial. O início desse processo ocorre com a interposição da petição inicial pela parte autora. É nessa peça que o autor reflitaRe�ita Fique atento! O procedimento comum é um dos temas de maior recorrência no Exame da Ordem. É muito importante conhecer o caminho que o processo conduzido pelo procedimento comum segue, bem como suas normas. Não esqueça de ler a lei seca para se acostumar com a redação legislativa. O procedimento comum está descrito a partir do art. 319 do CPC/2015. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 26/82 deduzirá todos os fatos e argumentos jurídicos que considera aptos a assegurar sua pretensão. Segundo Gonçalves (2020, p. 460), a petição inicial: É o ato que dá início ao processo, e de�ne os contornos subjetivo e objetivo da lide, dos quais o juiz não poderá desbordar. É por meio dela que será possível apurar os elementos identi�cadores da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir. O CPC (BRASIL, 2015) enumera uma série de requisitos cujo cumprimento é necessário para que se considere a demanda devidamente ajuizada. A ausência deles, em regra, pode ocasionar o indeferimento da petição inicial. Todavia, tendo em vista a instrumentalidade do processo e a busca pela tutela satisfativa, pode ser que o magistrado determine a emenda da inicial. Vejamos, a seguir, quais são esses requisitos, de acordo com o CPC/2015. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_…27/82 Requisitos da petição inicial: art. 319 e 320, CPC O juízo a que é dirigida É o endereçamento da petição. Como uma carta, a petição inicial deve apontar a quem ela se dirige, de acordo com as regras de competência estabelecidas pelo ordenamento jurídico. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a pro�ssão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu É a quali�cação das partes. Os dados previstos no Código visam permitir a perfeita individualização das partes, evitando-se problemas com homônimos, por exemplo. Além disso, viabilizam a citação do réu. Todavia, caso a parte autora, justi�cadamente, não tenha acesso ou não possa identi�car com precisão a parte ré, isso não ocasionará o indeferimento da inicial, sendo possível a citação por edital ou a tomada de outras providências necessárias à perfeita individualização da parte ré. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido É a causa de pedir. É a perfeita aplicação do brocardo jurídico “Dá-me os fatos que te darei o direito”. O juiz está vinculado ao caso narrado na inicial. Seu provimento deve considerar a 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 28/82 situação fática trazida à sua apreciação. Também deve o autor apontar o fundamento jurídico, demonstrando que a lei acolhe sua pretensão. Todavia, não há obrigação de apontar o dispositivo legal, pois o juiz conhece o direito (juris novit curia). O pedido com as suas especi�cações O pedido, junto com as partes e a causa de pedir, forma a tríade dos elementos da ação. Sem ele, não há como o Estado-juiz pronunciar-se. Ele deve ser claro, apontando se a pretensão é condenatória, declaratória ou constitutiva, bem como qual o bem da vida que se busca com a demanda. O pronunciamento judicial está vinculado ao pedido (lembrar das sentenças infra, ultra e extra petita). Deve haver clara correlação entre a causa de pedir e o pedido. O valor da causa Toda causa deve ter um valor, o qual deve re�etir, em regra, o proveito econômico que se pretende com a demanda. Mas, ainda que não seja possível veri�car um conteúdo econômico auferível de imediato, a causa precisa ter um 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 29/82 valor. É o que dispõe o art. 291 do CPC. O valor da causa é de grande importância para determinar: a competência (é um dos critérios de determinação de competência); o procedimento (especialmente para determinar a possibilidade de se demandar nos juizados especiais); as custas processuais; os recursos em execução �scal. O art. 292 traz critérios que auxiliam na �xação do valor da causa. As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados O apontamento das provas que se pretende produzir é um dos requisitos da inicial que se pode �exibilizar. Caso o autor aponte, por exemplo, que pretende tão somente produzir prova documental, não estará impedido de requerer, no momento oportuno, outras provas. Isso porque entende-se que, no decorrer da demanda, pode surgir a necessidade de outras provas para a perfeita elucidação dos fatos. Como o objetivo máximo do processo é a tutela satisfativa, relativiza-se esse critério. A opção do autor pela realização No procedimento comum, 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 30/82 ou não de audiência de conciliação ou de mediação obrigatoriamente, o juiz deve designar audiência de tentativa de conciliação. Caso o autor entenda que esta não é viável, pode assim se manifestar na inicial. Mas a audiência apenas deixará de ser realizada com a concordância da parte ré. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. A depender da natureza da causa e do bem da vida que se busca, certos documentos são indispensáveis. Por exemplo, na ação de divórcio, é fundamental juntar a certidão de casamento. É indispensável, também, a juntada da procuração e do comprovante de recolhimento de custas (quando não houver pedido de justiça gratuita). O art. 435 autoriza a juntada de documentos a qualquer momento, mas é preciso que estes sejam “destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos” (BRASIL, 2015, on-line). É possível também a juntada posterior de documentos, caso a parte prove que os documentos se tornaram acessíveis, conhecidos ou disponíveis após a propositura 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 31/82 Quadro 1.3: Requisitos da petição inicial Fonte: Elaborado pela autora. #PraCegoVer: o Quadro 1.3 traz os requisitos da petição inicial, de acordo com os art. 319 e 320 do CPC. O quadro está dividido em 2 colunas e 9 linhas. Seguindo as colunas, da esquerda para a direita, temos, na primeira linha, o nome do quadro. A partir da segunda linha, temos, na coluna da esquerda, o requisito legal e, na coluna da direita, a descrição deste. Na segunda linha, na primeira coluna, está escrito “O juízo a que é dirigida”, e, na segunda coluna, está escrito “É o endereçamento da petição. Como uma carta, a petição inicial deve apontar a quem ela se dirige, de acordo com as regras de competência estabelecidas pelo ordenamento jurídico”. Na terceira linha, na primeira coluna, está escrito “Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a pro�ssão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu”, e, na segunda coluna, está: “É a quali�cação das partes. Os dados previstos no Código visam permitir a perfeita individualização das partes, evitando-se problemas com homônimos, por exemplo. Além disso, viabilizam a citação do réu. Todavia, caso a parte autora, justi�cadamente, não tenha acesso ou não possa identi�car com precisão a parte ré, isso não ocasionará o indeferimento da inicial, sendo possível a citação por edital ou a tomada de outras providências necessárias à perfeita individualização da parte ré”. Na quarta linha, temos, na primeira coluna, “O fato e os fundamentos jurídicos do pedido", e, na segunda, “É a causa de pedir. É a perfeita aplicação do brocardo jurídico ‘Dá-me os fatos que te darei o direito’. O juiz está vinculado ao caso narrado na inicial. Seu provimento deve considerar a situação fática trazida à sua apreciação. Também deve o autor apontar o fundamento jurídico, demonstrando que a lei acolhe sua pretensão. da demanda (parágrafo único do art. 435). 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 32/82 Todavia, não há obrigação de apontar o dispositivo legal, pois o juiz conhece o direito (juris novit curia)”. Na quinta linha, na primeira coluna, está “O pedido com as suas especi�cações”, e, na segunda, “O pedido, junto com as partes e a causa de pedir, forma a tríade dos elementos da ação. Sem ele, não há como o Estado-juiz pronunciar-se. Ele deve ser claro, apontando se a pretensão é condenatória, declaratória ou constitutiva, bem como qual o bem da vida que se busca com a demanda. O pronunciamento judicial está vinculado ao pedido (lembrar das sentenças infra, ultra e extra petita). Deve haver clara correlação entre a causa de pedir e o pedido”. Na sexta linha, na primeira coluna, está “O valor da causa”, e, na segunda, está “Toda causa deve ter um valor, o qual deve re�etir, em regra, o proveito econômico que se pretende com a demanda. Mas, aindaque não seja possível veri�car um conteúdo econômico auferível de imediato, a causa precisa ter um valor. É o que dispõe o art. 291 do CPC. O valor da causa é de grande importância para determinar: a competência (é um dos critérios de determinação de competência); o procedimento (especialmente para determinar a possibilidade de se demandar nos juizados especiais); as custas processuais; os recursos em execução �scal. O art. 292 traz critérios que auxiliam na �xação do valor da causa”. Na sétima linha, na primeira coluna, temos “As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados”, e, na segunda coluna, “O apontamento das provas que se pretende produzir é um dos requisitos da inicial que se pode �exibilizar. Caso o autor aponte, por exemplo, que pretende tão somente produzir prova documental, não estará impedido de requerer, no momento oportuno, outras provas. Isso porque entende-se que, no decorrer da demanda, pode surgir a necessidade de outras provas para a perfeita elucidação dos fatos. Como o objetivo máximo do processo é a tutela satisfativa, relativiza-se esse critério”. Na oitava linha, na primeira coluna, está “A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação”, e, na segunda coluna, está “No procedimento comum, obrigatoriamente, o juiz deve designar audiência de tentativa de conciliação. Caso o autor entenda que esta não é viável, pode assim se 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 33/82 manifestar na inicial. Mas a audiência apenas deixará de ser realizada com a concordância da parte ré”. Por �m, na nona linha, temos, na primeira coluna, “A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação”, e, na segunda coluna, “A depender da natureza da causa e do bem da vida que se busca, certos documentos são indispensáveis. Por exemplo, na ação de divórcio, é fundamental juntar a certidão de casamento. São indispensáveis, também, a juntada da procuração e do comprovante de recolhimento de custas (quando não houver pedido de justiça gratuita). O art. 435 autoriza a juntada de documentos a qualquer momento, mas é preciso que estes sejam ‘destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos’ (BRASIL, 2015, on-line). É possível também a juntada posterior de documentos, caso a parte prove que os documentos se tornaram acessíveis, conhecidos ou disponíveis após a propositura da demanda (parágrafo único do art. 435)”. B. Resposta do réu Em respeito ao princípio do contraditório, ninguém pode ser demandado e ter um provimento judicial contra si sem que lhe seja oportunizada a defesa. Nesse sentido, o réu é chamado a se manifestar sobre os termos da demanda, momento no qual se completa a relação jurídica processual, o que ocorre por meio da citação. Citado, o réu pode apresentar contestação e reconvenção. Pode, ainda, requerer a intervenção de terceiros (denunciação da lide ou chamamento ao processo). Tem ele o prazo de 15 dias para apresentar sua defesa (art. 335, CPC), prazo este cujo início da contagem se dá à luz do art. 231 (BRASIL, 2015). Vejamos algumas particularidades sobre a contestação e a reconvenção. Contestação (art. 335 a 342, CPC/2015): segundo Gonçalves (2020, p. 478), ao apresentar a contestação, o réu: 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 34/82 [...] formula a pretensão de ver o pedido inicial desacolhido, no todo ou em parte, apresentando os argumentos e fundamentos que servirão para convencer o juiz. Daí que a pretensão contida na contestação é sempre declaratória negativa, de que o juiz declare que o autor não tem razão, desacolhendo o pedido. A contestação obedece ao princípio da eventualidade, ou seja, todas as teses defensivas são concentradas na peça contestatória, ainda que contraditórias (se uma não for acolhida, o juiz pode acolher a outra. Além disso, o réu pode defender-se processualmente (apresentando preliminares – art. 337 do CPC) ou defender-se do mérito da demanda – argumentando, portanto, que o autor não possui o direito que alega ter. É possível resumir os principais aspectos da contestação da seguinte forma: 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 35/82 CONTESTAÇÃO Características Prazo Conteúdo Peça de defesa por excelência, deve veicular toda a defesa do réu. É a peça que se contrapõe à petição inicial, servindo para que o réu resista à pretensão do autor. Pelo princípio da eventualidade, todas as defesas, ainda que não compatíveis entre si, devem �gurar na contestação. No procedimento comum, a contestação deve ser apresentada no prazo de quinze dias. Se o réu for Ministério Público, Fazenda Pública, Defensoria Pública ou litisconsortes com advogados diferentes, de escritórios distintos, não sendo o processo digital, o prazo será em dobro. Deve conter as defesas processuais (preliminares que, em regra, poderiam ser conhecidas de ofício, exceto a incompetência relativa e o compromisso arbitral). E também as defesas substanciais ou de mérito, que se classi�cam em diretas ou indiretas. As diretas são aquelas que negam os fatos em que se baseia o pedido do autor; e as indiretas são aquelas que, conquanto não negando os fatos, apresentam outros impeditivos, extintivos ou modi�cativos do direito do autor. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 36/82 Quadro 1.4: Contestação Fonte: Gonçalves (2020, p. 484). #PraCegoVer: o Quadro 1.4 é denominado “Contestação”. O quadro está dividido em 3 colunas e 3 linhas. Seguindo as colunas, da esquerda para a direita, temos, na primeira linha, o nome do quadro. Na segunda linha, temos, na primeira coluna, Características, na segunda, Prazo, e, na terceira, Conteúdo. Na terceira linha, na coluna Características, está escrito: “Peça de defesa por excelência, deve veicular toda a defesa do réu. É a peça que se contrapõe à petição inicial, servindo para que o réu resista à pretensão do autor. Pelo princípio da eventualidade, todas as defesas, ainda que não compatíveis entre si, devem �gurar na contestação”. Na coluna Prazo, está escrito: “No procedimento comum, a contestação deve ser apresentada no prazo de quinze dias. Se o réu for Ministério Público, Fazenda Pública, Defensoria Pública ou litisconsortes com advogados diferentes, de escritórios distintos, não sendo o processo digital, o prazo será em dobro”. E, na coluna Conteúdo, está escrito: “Deve conter as defesas processuais (preliminares que, em regra, poderiam ser conhecidas de ofício, exceto a incompetência relativa e o compromisso arbitral). E também as defesas substanciais ou de mérito, que se classi�cam em diretas ou indiretas. As diretas são aquelas que negam os fatos em que se baseia o pedido do autor; e as indiretas são aquelas que, conquanto não negando os fatos, apresentam outros impeditivos, extintivos ou modi�cativos do direito do autor”. Reconvenção (art. 343, CPC/2015): é uma nova ação proposta em face do autor da ação inicial. Embora sejam julgadas juntas, caso o autor desista da ação ou ocorra alguma causa extintiva que obste a análise de mérito da demanda principal, a reconvenção não será extinta. A reconvenção deve ser apresentada junto com a contestação, sob pena de ocorrência da preclusão consumativa. Na lógica do CPC/2015, contestação e reconvenção devem ser direito do autor. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 37/82 apresentadas em peça única. Devehaver relação entre a demanda principal e a reconvenção – requisito da conexidade. Não cabe reconvenção, portanto, apenas para que o réu postule a improcedência do pedido inicial, uma vez que isso não exige ação autônoma, bastando a contestação. A reconvenção pressupõe que o réu queira algo mais do autor, que não se satisfaça com a mera improcedência, e queira formular pretensões em face dele (GONÇALVES, 2020, p. 485). Há, ainda, a possibilidade de apresentação de intervenção de terceiros pelo réu neste momento, como a denunciação da lide e o chamamento ao processo. Fase Ordinatória (art. 347 a 353) Findo o prazo para contestação, os autos serão conclusos ao juiz para que este decida qual caminho o processo seguirá. Por óbvio, a decisão judicial dependerá do ocorrido na fase postulatória, ou seja, dependerá da apresentação ou não de contestação e de reconvenção, pois poderá ocorrer a aplicação dos efeitos da revelia, caso não haja manifestação do demandado no prazo a ele concedido. Em caso de revelia, ou seja, a não apresentação de resposta no prazo, o juiz pode ou não aplicar os efeitos da revelia. A regra é pela aplicação, conforme art. 344 (BRASIL, 2015). Todavia, o art. 345 (BRASIL, 2015) traz as exceções, nas quais a revelia não acarretará a presunção de veracidade dos fatos alegados na inicial. Ocorrendo essa presunção, o juiz julgará antecipadamente o mérito da demanda, já que não haverá a necessidade de produção de provas. Não se aplicando os efeitos da revelia, o juiz saneia o feito e passa à fase instrutória. Na fase ordinatória, pode o juiz conceder ao autor a possibilidade de apresentar réplica. A réplica é uma nova oportunidade para que o autor se manifeste quanto aos termos da contestação e tem lugar quando o réu alega fatos impeditivos, modi�cativos ou extintivos do direito do autor, bem 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 38/82 como preliminares de mérito. A réplica existe em respeito ao princípio do contraditório. É também nessa fase que o juiz determina a correção de eventuais vícios sanáveis ou irregularidades do processo. O juiz, ainda, concede às partes a oportunidade de especi�carem as provas que pretendem produzir, já que, nesse momento, já se têm perfeitamente delimitados os contornos da demanda, sendo o momento adequado para que se observe quais são as provas adequadas à solução da lide. É possível, ainda, que ocorra o julgamento antecipado da lide, ou seja, sem que se adentre na fase probatória. Ele ocorrerá caso o juiz entenda a desnecessidade de produção de outras provas para a solução da demanda ou quando o juiz entender ser caso de extinção do processo, acolhendo alguma preliminar apresentada pela parte ré. Fase Instrutória (art. 369 a 484) Na fase instrutória, as partes buscarão meios de demonstrar cabalmente a verdade dos fatos. Lembrando que apenas precisam ser provados os fatos controvertidos, ou seja, aqueles nos quais há discordância das partes. Caso haja algum fato alegado pela parte autora e não contestado pela parte ré, será ele considerado fato incontroverso, presumindo-se verdadeiro. O art. 374 (BRASIL, 2015) enumera os fatos que independem de prova. A produção de provas deve ser adequada à comprovação dos fatos, o juiz deve indeferir as provas protelatórias e aquelas que considerar desnecessárias à formação de sua convicção. O CPC (BRASIL, 2015) enumera quais são as provas tipi�cadas legalmente, mas não há impedimento para que se recorra a outras formas probatórias, desde que não proibidas pelo direito. Fase Decisória (art. 485 a 508) Todo o curso do processo é conduzido para que se chegue à fase decisória, na qual o Estado-juiz dará a sua manifestação acolhendo ou negando os 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 39/82 pedidos formulados na inicial. Muito embora sejam proferidas diversas decisões no decorrer da demanda, a decisão que põe �m à fase cognitiva do processo de conhecimento é, por excelência, a sentença, conforme dispõe o art. 203, §1º do CPC (BRASIL, 2015). A sentença possui uma estrutura que deve ser obedecida para que o pronunciamento judicial efetivamente atenda à sua �nalidade. Para isso, deve apresentar, em primeiro lugar, o relatório da demanda. Nesse relatório, o juiz identi�ca as partes, o pedido e as alegações emanadas em sede de contestação e resume os principais acontecimentos no curso processual – decisões interlocutórias, provas produzidas etc. Após relatar os fatos, o juiz fundamentará sua decisão, por meio da motivação da sentença. A necessidade de motivação das decisões judiciais é mandamento constitucional, traduzido em princípio do processo civil, conforme visto. As partes precisam entender quais foram as razões que levaram o Estado-juiz a se manifestar de determinada forma para que, em caso de irresignação, possam motivar seus eventuais recursos. A fundamentação não pode se resumir à paráfrase ou à transcrição de dispositivos legais ou julgados, devendo o magistrado fazer a devida correlação destes com a demanda em análise. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 40/82 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 41/82 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 42/82 Por �m, o juiz decide a demanda no dispositivo da sentença. É neste momento que ele julga os pedidos procedentes, parcialmente procedentes, improcedentes ou extingue o feito sem resolução de mérito. O dispositivo deve ter relação com a motivação, pois é decorrente dela. Lembre-se de que apenas o dispositivo da sentença faz coisa julgada. Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) O arquiteto Fernando ajuizou ação exclusivamente em face de Daniela, sua cliente, buscando a cobrança de valores que não teriam sido pagos no âmbito de um contrato de reforma de apartamento. Daniela, devidamente citada, deixou de oferecer contestação, mas, em litisconsórcio com seu marido José, apresentou reconvenção em peça autônoma, buscando indenização por danos morais em face de Fernando e sua empresa, sob o argumento de que estes, após a conclusão das obras de reforma, expuseram, em site próprio, fotos do interior do imóvel dos reconvintes sem que tivessem autorização para tanto. Diante dessa situação hipotética, assinale a a�rmativa correta. (Ano: 2020. Banca: FGV. Órgão: OAB. Prova: FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Uni�cado XXXI - Primeira Fase) 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 43/82 a) Como Daniela deixou de contestar a ação, ela e seu marido não poderiam ter apresentado reconvenção, devendo ter ajuizado ação autônoma para buscar a indenização pretendida. b) A reconvenção deverá ser processada, a despeito de Daniela não ter contestado a ação originária, na medida em que o réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. c) A reconvenção não poderá ser processada, na medida em que não é lícito a Daniela propor reconvenção em litisconsórcio com seu marido, que é um terceiro que não faz parte da ação originária. d) A reconvenção não poderá ser processada, na medida em que não é lícito a Daniela incluir no polo passivo da reconvenção a empresa de Fernando, que é um terceiro que não faz parte da ação originária. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 44/82 Até agora, vimoscomo se desenvolve o processo até o pronunciamento judicial que coloca �m à fase cognitiva. Por meio da sentença, o juiz resolve a demanda, apontando quem tem o direito – autor ou réu – ou a extingue sem analisar o mérito de acordo com as hipóteses legais. Certamente, a parte que restar vencida no feito �cará irresignada com a decisão. Pode acontecer de a parte entender que, de fato, a decisão judicial está correta, mas, via de regra, a parte tem a intenção de buscar a reforma da decisão. Ademais, é pací�co que o magistrado também pode falhar na prestação da tutela jurisdicional, sendo possível que sua decisão não esteja de acordo com o que a parte entende ser o adequado. Sendo assim, há toda uma estrutura recursal, por meio da qual a parte insatisfeita com o provimento judicial busca a reforma da decisão. Veremos, agora, as principais características dos recursos, bem como quais são as hipóteses de cabimento de cada um deles. Processo Civil IIProcesso Civil II 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 45/82 Teoria Geral dos Recursos De acordo com a doutrina: Recursos são os remédios processuais de que se podem valer as partes, o Ministério Público e eventuais terceiros prejudicados para submeter uma decisão judicial a nova apreciação, em regra por um órgão diferente daquele que a proferiu, e que têm por �nalidade modi�car, invalidar, esclarecer ou complementar a decisão (GONÇALVES, 2020, p. 956). Os recursos ocorrem dentro da mesma relação jurídica, ou seja, entre as mesmas partes da demanda. Assim, se o recurso for apresentado pelo autor, o recorrido será o réu e vice-versa. Eles têm o condão de atrasar a preclusão e evitar a coisa julgada, ou seja, se a parte recorreu de uma decisão, não se pode considerar preclusa sua possibilidade de praticar atos que dependam da decisão do recurso. Da mesma forma, enquanto pendente recurso, não se opera a coisa julgada. Tais efeitos se aplicam ainda que ao recurso não tenha sido atribuído efeito suspensivo. Por efeito suspensivo entende-se a suspensão do andamento processual comum para que se aguarde a decisão recursal. Nem todos os recursos possuem efeito suspensivo. O efeito aplicável a todos os recursos é o efeito devolutivo, que signi�ca a devolução da análise da demanda para o Poder Judiciário. É possível apresentar recursos para corrigir erros materiais ou erros formais. Quando a parte entende que o julgador deixou de observar regras processuais cogentes, alegará o error in procedendo, que, caso seja acolhido, ocasionará a anulação da decisão, com a consequente devolução para o próprio juízo de origem para que proceda à correção. Já nos casos em que o juízo tenha proferido uma decisão considerada materialmente incorreta, será alegado o error in judicando. Nesse caso, a decisão será reformada, sendo outra proferida em seu lugar que a substituirá. Quem profere essa nova decisão é o órgão revisor, também chamado de órgão ad quem. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 46/82 Chama-se a quo o órgão que proferiu a decisão recorrida e ad quem o órgão que julgará o recurso. Na lógica do CPC/1973, o órgão a quo realizava juízo de admissibilidade recursal. Isto é, analisava se o recurso preenchia todos os requisitos necessários para que o órgão ad quem pudesse apreciar o pedido recursal. Mas, ao chegar no órgão ad quem, era feito outro juízo de admissibilidade – o que acarretava ainda mais atraso na análise das demandas e um retrabalho totalmente desnecessário. Tendo isto em mente, o CPC/2015 aboliu esse juízo de admissibilidade feito pelo órgão a quo, o qual passa a ser feito apenas pelo órgão ad quem. Mantém-se, todavia, a interposição perante o órgão a quo – exceção feita ao agravo de instrumento. Nesse sentido, o recurso é apresentado ao órgão a quo cuja função, agora, restringe-se a remeter o feito para apreciação do órgão ad quem, sem a necessidade de fazer juízo de admissibilidade recursal. Outra característica dos recursos é a impossibilidade de a parte inovar no pedido. O recurso tem a �nalidade de reapreciar a demanda tal qual foi proposta, não se pode trazer matérias não apreciadas pelo juízo originário ou apresentar novos elementos de prova que poderiam ter sido considerados na fase cognitiva. As exceções �cam por conta do art. 493 e do art. 1.014 do CPC (BRASIL, 2015) e das questões de ordem pública, as quais podem ser conhecidas de ofício e em qualquer grau de jurisdição. Por �m, ressalte-se que, ao decidir, o órgão ad quem pode conhecer ou não do recurso, dar provimento ou não. O recurso é conhecido quando preenche todos os requisitos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade. A contrario sensu, não é conhecido o recurso que deixa de cumprir algum requisito necessário. Dar provimento ou não ao recurso signi�ca concordar ou não com as razões trazidas pelo recorrente. É dado provimento ao recurso quando o órgão ad quem concorda com o recorrente e procede à reforma da decisão originária. Por outro lado, não é dado provimento ao recurso quando o órgão ad quem mantém a decisão originária, discordando, portanto, do recorrente. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 47/82 Recursos em Espécie A seguir, apresentamos, resumidamente, as espécies de recursos dispostos no Código de Processo Civil (BRASIL, 2015), bem como os respectivos dispositivos legais que regulamentam cada um. Não deixe de ler atentamente a lei seca indicada no quadro! 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 48/82 Recursos em espécie Recurso Legislação Hipóteses de cabimento Apelação Art. 1.009 a 1.014 Contra sentença e contra decisão da qual não caiba agravo de instrumento. A apelação devolve ao tribunal a possibilidade de reanalisar o mérito da demanda, inclusive a valoração de provas. Em regra, possui efeito suspensivo; as exceções estão no art. 1.012, § 1º. Agravo de instrumento Art. 1.015 a 1.020 Contra decisões interlocutórias, mas apenas aquelas que possuem aptidão de causar grave prejuízo a uma das partes ou ao próprio andamento do processo. A regra é a irrecorribilidade das decisões interlocutórias em separado. O art. 1.015 enumera as decisões 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 49/82 enumera as decisões agraváveis. No agravo de instrumento, o processo não sobe para o tribunal e, em regra, não há efeito suspensivo. Agravo interno Art. 1.021 Contra decisões monocráticas do relator que podem ser de cunho processual ou material. O agravo interno visa levar a decisão ao órgão colegiado. Embargos de declaração Art. 1.022 a 1.026 Contra qualquer decisão judicial para sanar omissão, obscuridade, contradição ou corrigir erro material. É o único recurso que é analisado pelo próprio magistrado/órgão prolator da decisão. Não busca inovar, mas tão somente esclarecer a decisão. Sendo assim, não cabem embargos de declaração contra despachos, pois não têm cunho decisório. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 50/82 Recurso ordinário Art. 1.027 e 1.028 Contra decisões de competência originária dos tribunais. É dirigido ao STJ ou STF. Tem similaridade com a apelação, pois devolve a análise do mérito ao órgão superior. Assim, se a ação é de competência originária do TJ ou TRF, apresenta-se recurso ordinário perante o TJ. Se de competência originária do STJ, apresenta-se recurso ordinário perante o STF. Recurso especial Art. 1.029 a 1.041 Contradecisões que contrariem a legislação federal. Não permite a reapreciação de provas, seu objetivo é fazer com que haja uma interpretação uniforme da legislação federal em âmbito nacional. Recurso Art. 1.029 a 1.041 Contra decisões que 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 51/82 Quadro 1.5: Recursos em espécie Fonte: Elaborado pela autora. #PraCegoVer: o Quadro 1.5 é denominado “Recursos em espécie”. O quadro está dividido em 3 colunas e 10 linhas. Seguindo as colunas, da esquerda para a direita, temos, na primeira linha, o nome do quadro. Na segunda linha, temos, na primeira coluna, “Recurso”, na segunda, “Legislação”, e, na terceira, “Hipótese de cabimento”. Na terceira linha, na coluna Recurso, está escrito: “Apelação”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.009 a 1.014”. E, na coluna Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra sentença e contra decisão da qual não caiba agravo de instrumento. A apelação devolve ao tribunal a possibilidade de reanalisar o mérito da demanda, inclusive a valoração de provas. Em extraordinário contrariem a Constituição Federal. Não permite a reapreciação de provas, seu objetivo é fazer com que haja uma interpretação uniforme da Constituição em âmbito nacional. Embargos de divergência em RE e REsp Art. 1.043 e 1.044 Contra acórdão de órgão fracionário do STJ ou STF. O objetivo é evitar contradições entre o posicionamento das turmas/seções dos órgãos superiores, uniformizando, assim, a jurisprudência. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 52/82 regra, possui efeito suspensivo; as exceções estão no art. 1.012, § 1º”. Na quarta linha, na coluna Recurso, está escrito: “Agravo de instrumento”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.015 a 1.020”. E na coluna Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra decisões interlocutórias, mas apenas aquelas que possuem aptidão de causar grave prejuízo a uma das partes ou ao próprio andamento do processo. A regra é a irrecorribilidade das decisões interlocutórias em separado. O art. 1.015 enumera as decisões agraváveis. No agravo de instrumento, o processo não sobe para o tribunal e, em regra, não há efeito suspensivo”. Na quinta linha, na coluna Recurso, está escrito: “Agravo interno”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.021”. E na coluna Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra decisões monocráticas do relator que podem ser de cunho processual ou material. O agravo interno visa levar a decisão ao órgão colegiado”. Na sexta linha, na coluna Recurso, está escrito: “Embargos de declaração”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.022 a 1.026”. E na coluna Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra qualquer decisão judicial para sanar omissão, obscuridade, contradição ou corrigir erro material. É o único recurso que é analisado pelo próprio magistrado/órgão prolator da decisão. Não busca inovar, mas tão somente esclarecer a decisão. Sendo assim, não cabem embargos de declaração contra despachos, pois não têm cunho decisório. Na sétima linha, na coluna Recurso, está escrito: “Recurso ordinário”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.027 e 1.028”. E na coluna Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra decisões de competência originária dos tribunais. É dirigido ao STJ ou STF. Tem similaridade com a apelação, pois devolve a análise do mérito ao órgão superior. Assim, se a ação é de competência originária do TJ ou TRF, apresenta-se recurso ordinário perante o TJ. Se de competência originária do STJ, apresenta-se recurso ordinário perante o STF”. Na oitava linha, na coluna Recurso, está escrito: “Recurso especial”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.029 a 1.041”. E na coluna Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra decisões que contrariem a legislação federal. Não permite a reapreciação de provas, seu objetivo é fazer com que haja uma 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 53/82 interpretação uniforme da legislação federal em âmbito nacional”. Na nona linha, na coluna Recurso, está escrito: “Recurso extraordinário”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.029 a 1.041”. E na coluna Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra decisões que contrariem a Constituição Federal. Não permite a reapreciação de provas, seu objetivo é fazer com que haja uma interpretação uniforme da Constituição em âmbito nacional”. Por �m, na décima linha, na coluna Recurso, está escrito: “Embargos de divergência em RE e REsp”. Na coluna Legislação, está escrito: “Art. 1.043 e 1.044”. E na coluna Hipóteses de cabimento, está escrito: “Contra acórdão de órgão fracionário do STJ ou STF. O objetivo é evitar contradições entre o posicionamento das turmas/seções dos órgãos superiores, uniformizando, assim, a jurisprudência”. Observamos, assim, que nosso ordenamento prevê um robusto sistema recursal, a �m de que a parte tenha todas as oportunidades de expressar sua insatisfação com a decisão jurisdicional. Mas o uso do sistema recursal não pode ser usado como forma de procrastinar a incidência da tutela jurisdicional. Lembre-se de que todos os participantes do processo devem cooperar para que o Estado-juiz possa conceder a tutela satisfativa em tempo razoável. 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 54/82 Conforme estudamos nos princípios processuais, a �nalidade máxima do processo é a entrega, em prazo razoável, da tutela jurisdicional – inclusive a satisfativa. Por tutela satisfativa quer-se dizer a entrega do bem da vida pleiteado, cujo direito a ele foi reconhecido pelo Poder Judiciário ou em decorrência de título ao qual a lei atribui e�cácia executiva. A satisfação buscada pode consistir na entrega de coisa, na obrigação de fazer ou não fazer ou para pagamento de quantia certa. Para se pleitear a execução, é necessário que o interessado possua título. O título traduz obrigação líquida, certa e exigível e pode ser de natureza judicial ou extrajudicial . Processo Civil IIIProcesso Civil III 10/10/2021 18:06 Ead.br https://uniritter.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_766738_… 55/82 Figura 1.3: Processo de execução Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a imagem apresenta a Figura 1.3, denominada “Processo de execução”. Trata-se de �uxograma na vertical. Na primeira linha, de cima para baixo, está escrito “Processo de execução”, dentro de um retângulo. Desse retângulo, saem duas linhas, uma para a direita e uma para a esquerda. Na linha da esquerda, estão as informações a respeito da execução de título judicial. No primeiro retângulo, está escrito: “Título judicial”. No retângulo abaixo dele, está escrito: “Cumprimento de sentença (mesmo processo)”. Abaixo deste, há um retângulo com as seguintes informações: “- Fase do processo (processo sincrético); - Não há citação do réu, pois ele já foi citado anteriormente”. Desse retângulo, saem mais dois. No primeiro, está escrito: “Provisório (tutela provisória ou pendente trânsito em julgado) = exige caução”. Já no segundo, está escrito: “De�nitivo (decisão transitada em julgado)”. Na linha da direita, estão as informações a respeito da execução de título extrajudicial. No primeiro retângulo, está escrito: “Título extrajudicial”. No retângulo abaixo dele, está escrito: “Processo de execução (processo novo)”. Abaixo deste, há um retângulo com as seguintes informações: “- Necessária a citação do réu; - Dispensa a fase de conhecimento, pois o título possui e�cácia executiva”. Desse retângulo, sai mais um, no qual está escrito: “Execução de�nitiva”. 10/10/2021
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