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desenvolvimento gradativo dos estudantes no processo de ela- boração de seus textos levando em conta as condições de produ- ção de textos: ⓿ o quê? (tema/assunto); ⓿ por quê/para quê? (intenção comunicativa/finalidade); ⓿ para quem? (público-alvo/destinatário); ⓿ circunstância comunicativa em que o texto se insere (uma pa- lestra, um jornal falado, etc.); ⓿ como? (escolhas de linguagem e de recursos estilísticos ade- quados aos propósitos de quem produz, considerando-se aqui a adequação da linguagem às intenções e ao gênero a ser de- senvolvido; uso de variedade linguística adequada ao contex- to, intenções e público-alvo); ⓿ suporte utilizado (caderno, livro, jornal, mural, computador/ internet, site, etc.). Além dos aspectos acima, na avaliação dos textos produzidos também são critérios a serem considerados, de acordo com as ha- bilidades desenvolvidas no ano em curso: ⓿ domínio do sistema de escrita/convenções de escrita/ortografia; ⓿ uso de notações léxicas para atribuir sentidos ao texto; ⓿ emprego de recursos coesivos na organização dos textos; ⓿ manutenção da unidade e coerência textual; ⓿ emprego de regras e normas de usos da língua adequadas a determinados gêneros e situações sociais, inclusive os mais formais. Vale ressaltar que o estudante deve, paulatinamente, se apro- priar desses critérios e compreendê-los para fazer a autoavalia- ção dos textos produzidos. É importante lembrar que, para que o estudante produza tex- tos com autonomia crescente, faz-se necessário dar a ele condi- ções para criar um repertório de textos, de formas de expressão e de formas de organização composicional por meio de leituras diversificadas e sistematicamente desenvolvidas. Avaliação e atividades de retextualização ou de reescrita do texto As atividades de transposição de um texto de um formato para outro ou de uma linguagem para outra ou, ainda, para outras for- mas de organização podem ser denominadas de retextualização19. Segundo Marcuschi (2007), o termo retextualização foi empre- gado pela primeira vez por Neusa Travaglia em 1993 para referir-se à tradução de uma língua para outra. O autor afirma ainda que igualmente podem ser empregados os termos refação e reescrita. As atividades de retextualização e/ou reescrita podem constituir, além de momentos de sistematização e de reflexão sobre os gêne- ros, momentos de avaliação das condições de usos, de adequações e de manejo da língua tanto falada quanto escrita pelo estudante. 19 “Atividades de retextualização são rotinas usuais altamente automatizadas, mas não mecânicas, que se apresentam como ações aparentemente não problemáticas, já que lidamos com elas o tempo todo nas sucessivas reformulações dos mesmos textos numa intrincada variação de registros, gêneros textuais, níveis linguísticos e estilos. Toda vez que repetimos ou relatamos o que alguém disse, até mesmo quando produzimos as supostas citações ipsis verbis, estamos transformando, refor- mulando, recriando e modificando uma fala em outra. […] É fácil imaginar vários eventos linguísticos quase corriqueiros em que atividades de retextualização, reformulação, reescrita e transformação de textos es- tão envolvidas. Por exemplo: (1) a secretária que anota informações orais do(a) chefe e com elas redige uma carta; (2) o(a) secretário(a) de uma reunião de condomínio (ou qualquer outra) encarregado(a) de elaborar a ata da reunião, passando para a escrita um resumo do que foi dito; (3) uma pessoa contando à outra o que acabou de ler no jornal ou na revista; (4) uma pessoa contando à outra o filme que viu no dia anterior ou o último capítulo da novela ou as fofocas da vizinhança; (5) alguém escrevendo uma carta relatando o que ouviu no dia anterior; (6) o(a) aluno(a) que faz anotações escritas da exposição do(a) professor(a); (7) o(a) juiz(a) ou o(a) delegado(a) que dita para o(a) escrevente a forma final de um depoimento e assim por diante. Na realidade, nossa produção linguística diária, se analisada com cuidado, pode ser tida como um encadeamento de reformulações, tal o imbricamento dos jogos linguísticos praticados nessa interdiscursividade e intertextualidade” (MARCUSCHI, 2007, p. 46-49). Acrescente-se ainda que, segundo Marcuschi (2007), essas ati- vidades podem ser representadas por reordenação ou reelabo- ração de linguagem dos textos lidos com propósitos específicos, como: parodiar, parafrasear, transpor da linguagem formal para a informal, transpor da língua falada para a língua escrita ou vice- -versa, alterar propósitos de comunicação empregando a altera- ção do gênero textual. Autoavaliação A autoavaliação é um momento fundamental para que o estu- dante desenvolva a capacidade de refletir sobre seu próprio de- sempenho – seus avanços e suas dificuldades. Nesta coleção, ao final de cada unidade, há o quadro Auto- avaliação. Nesse quadro nomeia-se o que foi objeto de estudo e desenvolvimento de atividades para que o estudante reflita e retome conceitos, avaliando seu desempenho. Avaliação e descritores Em algumas questões e/ou atividades propostas na coleção, há indicação de habilidades que se alinham aos descritores pro- postos pela Matriz de Referência da Prova Brasil. Esses descritores associam conteúdos curriculares e habilidades a serem desenvol- vidas pelo estudante, em diferentes momentos do processo e em ordem crescente de aprofundamento e de ampliação. Os quadros a seguir podem auxiliar na construção de critérios de avaliação em Língua Portuguesa. Tópico I: Procedimentos de leitura Descritores 8º-/9º- anos Localizar informações explícitas em um texto. D1 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. D3 Inferir uma informação implícita em um texto. D4 Identificar o tema de um texto. D6 Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato. D14 Tópico II: Implicações do suporte, do gênero e/ ou do enunciador na compreensão do texto Descritores 8º-/9º- anos Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto, etc.). D5 Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. D12 XXIX II-LVI_Telaris6_LP_MPU_PG_PNLD24.indd 29II-LVI_Telaris6_LP_MPU_PG_PNLD24.indd 29 29/07/2022 12:4029/07/2022 12:40 Tópico III: Relações entre textos Descritores 8º-/9º- anos Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido. D20 Reconhecer opiniões distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tempo. D21 Tópico IV: Coerência e coesão no processamento do texto Descritores 8º-/9º- anos Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continui- dade de um texto. D2 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa. D10 Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto. D11 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc. D15 Identificar a tese de um texto. D7 Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la. D8 Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto. D9 Tópico V: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido Descritores 8º-/9º- anos Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. D16 Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontua- ção e de outras notações. D17 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão. D18 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos D19 Tópico VI: Variação linguística Descritores 8º-/9º- anos Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. D13 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Plano de Desenvolvimentoda Educação: Prova Brasil – Ensino Fundamental: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília, DF: 2008. p. 22-23. Organização e estrutura da coleção e dos volumes Organização didática da coleção Como já foi reiterado, a coleção organiza-se com base em gêneros textuais. A seleção dos gêneros propostos para estudo combinou critérios que levaram em consideração: ⓿ campos de atuação em que as práticas de linguagem se rea- lizam (BRASIL, 2018, p. 82): artístico-literário, jornalístico/midi- ático, das práticas de estudo e pesquisa, de atuação na vida pública e da vida cotidiana20; ⓿ circulação social dos gêneros – literários, de imprensa, publici- tários, de divulgação científica –, dimensão que se associa aos campos de atuação; ⓿ capacidades de linguagem que constituem as práticas de usos da linguagem e que distribuem os gêneros por cinco domí- nios: o narrar, o relatar, o expor, o argumentar e o instruir (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004, p. VII). É importante ressaltar que, no âmbito dos gêneros literários, em todos os volumes da coleção há o estudo do poema, ou dos recursos poéticos, incluindo-se nesse âmbito a letra de canção. Os gêneros textuais selecionados ao longo da coleção obe- decem a uma gradação de gêneros de menor complexidade de estrutura e de linguagem para gêneros com níveis de maior com- plexidade, mesmo que pertençam a um mesmo domínio. Um dos critérios para a organização dos gêneros foi o desen- volvimento em espiral com a finalidade de sistematizar e apro- fundar esse conteúdo. Assim, há um aumento gradativo na com- plexidade dos textos apresentados. A seguir, apresenta-se um quadro com exemplo de gradação: 20 Considera-se que o campo de atuação da vida cotidiana perpassa os outros campos em várias circunstâncias; por esse motivo, mesmo sendo proposto pela BNCC apenas para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais, foi levado em consideração na organização desta obra. Há gêneros textuais que se concre- tizam na vida cotidiana sistematicamente, como os relatos pessoais, os bilhetes, as mensagens instantâneas, etc. Gradação Menor complexidade Maior complexidade 6º- ano 7º- ano 8º- ano 9º- ano Conto popular História de Trancoso, Joel Rufino dos Santos Conto maravilhoso Como os campos, Marina Colasanti Narrativa mítica Dédalo e Ícaro Romance Capítulos do romance As aventuras de Ngunga, de Pepetela Artigo de opinião É hora de me virar sozinho?, Rosely Sayão – sobre a passagem para o mundo adulto Artigo de opinião A mania nacional de transgressão leve, Michael Kepp – sobre atitudes impróprias em sociedade Artigo de opinião Eu sou “normal”, Adélia Chagas – sobre comportamento de adoles- centes Artigo de opinião Celebridades descelebradas, Luli Rad- fahrer – sobre comportamentos influenciados pela mídia XXX II-LVI_Telaris6_LP_MPU_PG_PNLD24.indd 30II-LVI_Telaris6_LP_MPU_PG_PNLD24.indd 30 29/07/2022 12:4029/07/2022 12:40