(D.I-13)Em Direito do Trabalho, o exercício de funções específicas, em jornadas de trabalho de profissões reconhecidas pelo legislador como especia...

Com base nas informações fornecidas, Maria das Dores e José da Silva trabalham em um banco. Maria exerce a função de caixa executiva e cumpre uma jornada de oito horas diárias, recebendo uma gratificação de função de 1/3 sobre seu salário. José da Silva é o chefe de Maria e tem mais cinco funcionários sob seu comando. Ele também cumpre uma jornada de oito horas diárias e recebe uma gratificação de função de 1/3 de seu salário. Para verificar se as jornadas diárias e semanais de Maria e José estão em conformidade com a legislação vigente, é necessário consultar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A CLT estabelece limites de jornada de trabalho e regras específicas para profissões consideradas especiais. No caso de Maria, que exerce a função de caixa executiva, é importante verificar se essa função é considerada especial pela legislação trabalhista. Caso seja, é necessário verificar se a jornada de oito horas diárias está dentro dos limites estabelecidos para essa profissão. Já no caso de José da Silva, como chefe de Maria, é importante verificar se a sua função também é considerada especial e se a jornada de oito horas diárias está de acordo com as regras aplicáveis. Para uma análise mais precisa e fundamentada, é recomendado consultar um advogado especialista em Direito do Trabalho, que poderá avaliar detalhadamente a situação e fornecer orientações específicas com base na legislação vigente.

Padrão de resposta esperado

A jornada correta de Maria é de seis horas diárias. A função de caixa executivo não se enquadra nas exceções do artigo 224, § 2º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), quais sejam: função de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que desempenhe outros cargos de confiança, a despeito de receber gratificação de 1/3 (um terço) do salário do cargo efetivo. Cumpre ressaltar, ainda, que a Súmula 102, VI, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), destaca: "O caixa bancário, ainda que caixa executivo, não exerce cargo de confiança. Se perceber gratificação igual ou superior a um terço do salário do posto efetivo, essa remunera apenas a maior responsabilidade do cargo, e não as duas horas extraordinárias além da sexta".

No caso de José da Silva, a jornada correta é de oito horas diárias. A função de chefia se enquadra nas exceções do artigo 224, § 2º, da CLT. É oportuno mencionar o contido na Súmula 102, II e IV, do TST, que destaca: "II — O bancário que exerce a função a que se refere o § 2º do art. 224 da CLT e recebe gratificação não inferior a um terço de seu salário já tem remuneradas as duas horas extraordinárias excedentes de seis" e "IV — O bancário sujeito à regra do art. 224, § 2º, da CLT cumpre jornada de trabalho de 8 (oito) horas, sendo extraordinárias as trabalhadas além da oitava".

No que diz respeito a Maria das Dores, a jornada semanal será de 30 horas semanais, haja vista o sábado, para o bancário, ser considerado dia útil não trabalhado. Em conformidade com o disposto na CLT, caput do artigo 224: "A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana".

A jornada semanal de José da Silva será de 40 horas semanais, considerando, também, que o sábado é dia útil não trabalhado. Haja vista se enquadrar na exceção contida no artigo 224, § 2º — tudo em harmonia com o artigo 225 da CLT, que prevê: "A duração normal de trabalho dos bancários poderá ser excepcionalmente prorrogada até 8 (oito) horas diárias, não excedendo de 40 (quarenta) horas semanais, observados os preceitos gerais sobre a duração do trabalho".

Por outro lado, a Súmula 102, IV, do TST dispõe: "O bancário sujeito à regra do art. 224, § 2º, da CLT cumpre jornada de trabalho de 8 (oito) horas, sendo extraordinárias as trabalhadas além da oitava".