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Sites de apostas abrem mercado de bilhões para fintechs                                 Alavancadas pelo Pix, plataformas devem transacionar R$ 84 ...

Sites de apostas abrem mercado de bilhões para fintechs

                                Alavancadas pelo Pix, plataformas devem transacionar R$ 84 bilhões neste ano

                                                   Por André Ítalo Rocha – 27 nov. 2022

Quem assistiu à partida entre Flamengo e Bragantino, pela série A do Brasileirão, na semana passada, não passou ileso aos anúncios de pelo menos seis sites de apostas esportivas durante a transmissão: Betano, Bet Nacional, 1Xbet, Mr. Jack Bet, PixBet e Pari Match – seja nas placas de publicidade luminosa na lateral, em tapetes estendidos ao lado das traves ou nas próprias camisas dos clubes. Isso sem contar nas que anunciaram no intervalo do jogo, como a SportingBet.

Se a profusão de nomes nesse mercado chama atenção para uma demanda em alta entre os fãs de esportes e até despertou os políticos para a possibilidade de uma regulação, há outro segmento que tem se beneficiado desse “boom” de maneira mais discreta: os bancos e as fintechs que fazem a ponte para que os sites tenham o Pix como ferramenta para receber as apostas e pagar os prêmios.

Antes de o Pix existir, os sites de apostas – praticamente todos com sede no exterior – ficavam restritos aos cartões de crédito, que frequentemente tinham os pagamentos cancelados porque as operadoras consideravam as transações suspeitas. Outra alternativa era fazer uma transferência internacional por conta corrente, cuja aprovação poderia levar horas. O trâmite é tão lento que era comum o usuário desistir de apostar, já que as partidas têm data e hora para acontecer.

"O mercado de sites de apostas cresceu cinco vezes ao longo dos últimos quatro anos no Brasil e o Pix é o principal responsável por isso", afirma André Gelfi, presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), associação que reúne 13 sites que operam no Brasil.

A estimativa do IBJR é que o mercado brasileiro some R$5,8 bilhões em faturamento em 2023, com R$84 bilhões em movimentação de apostas, valor próximo do que a PagSeguro, por exemplo, transaciona em pagamentos em um trimestre. Segundo Gelfi, mais de 90% do que se movimenta hoje é feito via Pix. Não por acaso, tem site que põe o Pix no nome, como a PixBet.

Para disponibilizar o Pix aos sites de apostas, os bancos e as fintechs cobram uma comissão, que pode variar conforme o porte do cliente e o volume transacionado. A Pay4Fun, por exemplo, uma instituição de pagamentos focada em atender clientes do mercado de entretenimento, trabalha no Brasil com alguns dos principais players globais, como Bet365 e Betano, e cobra taxas que variam de 2% a 4% para os depósitos dos usuários e de 1,5% a 3% para o resgate dos prêmios. Só no ano passado, a companhia registrou 4,95 milhões de transações com Pix.

(...)

Se o Brasil avançar na regulação dos sites – um debate impulsionado pelos esquemas de manipulação envolvendo jogadores –, é possível que uma parte desse mercado de pagamentos não consiga mais operar. Uma das discussões em Brasília envolve a exigência de que as instituições tenham algum tipo de autorização do Banco Central para atuar. "Isso traria segurança para o mercado e deixaria os sites mais confortáveis porque o BC seria um selo de qualidade", afirma Gelfi, do IBJR.

Marcello Reis, chefe da área comercial da Anspacepay, acredita que a regulação seria bem-vinda porque a experiência mundial mostra que regras bem definidas ampliam a demanda, ao deixar a clientela mais segura para fazer apostas. "Isso pode garantir o crescimento do mercado nos próximos anos", avalia.

Disponível em . Acesso em 28 jun. 2023 (com adaptações).

 

Com base na leitura, avalie as afirmativas.

I. A regulação dos sites de apostas vem sendo cogitada como uma forma de impedir esquemas de manipulação envolvendo jogadores.

II. Os bancos e as fintechs que fazem a ponte para que os sites tenham o Pix têm se beneficiado com o crescimento do mercado de apostas no Brasil, que, segundo estimativas, deve movimentar R$ 84 bilhões em 2023.

III. Antes de o Pix existir, era impossível realizar apostas on-line, pois os sites têm sede no exterior e não aceitam transações em reais.

É correto o que se afirma em

a.I, II e III.

b.I, apenas.

c.I e II, apenas.

d.II e III, apenas.

e.II, apenas.


Respostas

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A alternativa correta é a letra c) I e II, apenas. I. A regulação dos sites de apostas vem sendo cogitada como uma forma de impedir esquemas de manipulação envolvendo jogadores. II. Os bancos e as fintechs que fazem a ponte para que os sites tenham o Pix têm se beneficiado com o crescimento do mercado de apostas no Brasil, que, segundo estimativas, deve movimentar R$ 84 bilhões em 2023. A afirmativa III está incorreta, pois antes do Pix existir, era possível realizar apostas on-line, mas os sites de apostas ficavam restritos aos cartões de crédito ou transferência internacional por conta corrente.

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