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SOCIALIZAÇÃO, INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL E EDUCACIONAL DOS SURDOS (Fúlvia Leandro) A pesquisadora Fúlvia Leandro em seu trabalho intitulado S...

SOCIALIZAÇÃO, INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL E EDUCACIONAL DOS SURDOS (Fúlvia Leandro) A pesquisadora Fúlvia Leandro em seu trabalho intitulado Socialização, inclusão e exclusão social e educacional dos surdos (2017) discorre sobre a distância entre as leis instituídas para socialização e inclusão de pessoas portadoras de deficiência e a realidade que os mesmos enfrentam. De acordo com a Constituição Federal de 1988, é responsabilidade do Estado ofertar a educação e o trabalho em igualdade de acesso e permanência para todas as pessoas, sendo esse um direito de todo cidadão, independentemente de origem, sexo, raça, cor, faixa etária, reprovando qualquer forma de preconceito e discriminação, favorecendo assim, o bem comum a todos. Na prática, porém, embora existam leis que favoreçam a inclusão efetiva, os surdos também encontram dificuldades na inserção no mercado trabalho, seja pela ausência de oportunidades ou mesmo por receio de não corresponderem às expectativas do mercado. Observa-se também que a precarização do desemprego não é um problema vivenciado apenas pelos surdos ou por pessoas com deficiência, trata-se na verdade de um problema estrutural. O desemprego é uma crise que atualmente o mundo todo vivencia é um problema de ordem estrutural no âmbito do trabalho e tem rebatimento ainda maior para as pessoas surdas e/ou com deficiências (LEANDRO, 2017, p. 74). O art. 1º e 170º da Constituição Federal de 1988 postula que as empresas devem zelar pelo respeito ao princípio constitucional do valor social do trabalho e da livre iniciativa para que se efetive a cidadania plena e a dignidade do trabalhador com ou sem deficiência. A contratação de pessoas com deficiência deveria ser concebida como a contratação de uma pessoa adequada aos diversos cargos possíveis dentro da empresa. Tal obrigatoriedade fez com que as empresas respeitassem a lei com o intuito de não serem multadas, porém sem conhecimentos das especificidades e adequações necessárias a esses sujeitos. Ao contrário disso, as empresas contratam os indivíduos surdos e/ou com deficiência apenas para cumprir a lei e não receber multas. Na maioria das vezes, os contratados são submetidos a cargos com baixos salários e serviços braçais que não exigem muita qualificação e nem muito raciocínio. Muitos surdos encontram dificuldades de conseguir um emprego e também por receio de perder o benefício, já que o valor também complementa a renda familiar, optaram por não trabalhar formalmente. Todos recebem um benefício do governo no valor de um salário mínimo, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social, Lei n°8.742 de 1993 (BRASIL, 1993). É um benefício que pertence à Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e contempla pessoas com deficiência e idosos com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, que não possuem meios de manutenção (LEANDRO, 2017, p. 76). Atualmente, os surdos, amparados pelo Decreto 5.626/2005 (BRASIL, 2005), contam com o direito a uma educação bilíngue, que advoga pela Libras como a primeira língua do surdo e a Língua Portuguesa como a sua segunda língua, na modalidade escrita ou oral. Figueiredo (2010) observa que a língua de sinais para o surdo constitui não só um fator linguístico, mas também um fator de fortalecimento de identidade e da cultura surda. Neste sentido, o contato com seus pares e o uso da língua possibilita ao surdo se constituir enquanto sujeito, e permite o “vir a ser através de sua identidade cultural e social e de linguagem” (Figueiredo, 2010, p. 23). De modo geral, os surdos que aprendem a língua de sinais têm maior possibilidades de estabelecer laços sociais. Isto significa que a língua de sinais trouxe, entre tantas coisas, autonomia para participarem com mais efetividade na sociedade. PARA DISCUSSÃO: O texto Socialização, inclusão e exclusão social e educacional dos surdos (2017) aponta alguns problemas de inclusão social que os surdos vivenciam nos mais diferentes contextos sociais. Aponte pontos positivos e pontos negativos evidenciados no texto, bem como na campanha publicitária.

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O texto de Fúlvia Leandro aborda a distância entre as leis instituídas para a inclusão de pessoas com deficiência e a realidade que os surdos enfrentam. Entre os pontos positivos, destaca-se o direito à educação bilíngue, que reconhece a Libras como primeira língua do surdo e a Língua Portuguesa como segunda língua. Isso permite que os surdos se constituam enquanto sujeitos e estabeleçam laços sociais, o que traz mais autonomia para participarem com mais efetividade na sociedade. Por outro lado, o texto aponta que as empresas contratam pessoas com deficiência apenas para cumprir a lei e não recebem multas, sem conhecimento das especificidades e adequações necessárias a esses sujeitos. Além disso, muitos surdos encontram dificuldades para conseguir um emprego e optam por não trabalhar formalmente, recebendo o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que complementa a renda familiar. Isso mostra que ainda há muitas barreiras para a inclusão social e educacional dos surdos.

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