A opção do sistema penal brasileiro em relação ao criminoso é retirá-lo do convívio social, aplicando-lhe uma pena privativa de liberdade, como reg...

A opção do sistema penal brasileiro em relação ao criminoso é retirá-lo do convívio social, aplicando-lhe uma pena privativa de liberdade, como regra.“[...] O cárcere [...] adquiriu no curso do tempo o caráter de penitência e de pena propriamente dita (ad poenam), com o propósito de castigo (retribuição), exploração, moralização, exemplaridade (exemplificação, intimidação), incapacitação (inabilitação) ou reabilitação (readaptação, reeducação ou ressocialização, batizadas como teorias “re”) [...]”. 

LEAL, C. B. Execução penal na América Latina à luz dos direitos humanos: viagem pelos caminhos da dor. Curitiba: Juruá, 2010. p. 80. 

Para o Estado e considerando o ponto de vista econômico, quais as conveniências da privação da liberdade de um condenado, dentre as alternativas abaixo? 

a. A pessoa improdutiva deve ser sistematicamente retirada do convívio social, pois evita a necessidade de pagamentos assistenciais, sendo o período de cumprimento de pena útil exclusivamente à consecução desta finalidade.

b. A pena, enquanto efeito pedagógico aplicado ao condenado, visa puni-lo pelo ilícito cometido, de modo que o período privado da liberdade seja útil à reflexão sobre o mal causado e o instigue a não reincidir. 

c. A recuperação laborativa é prioritária no sistema prisional brasileiro e razão considerada no momento de aplicação da pena privativa de liberdade, ainda que haja dúvida sobre o crime cometido, o que se justifica pelo modelo neoliberal da economia brasileira.

d. A prisão da pessoa sem ocupação lícita retira da sociedade aquele que não produz riqueza, ao tempo em que revela um período útil para prepará-lo para ser inserido/reinserido no mercado de trabalho quando voltar ao convívio social.

e. A reinserção social e a recuperação laborativa não integram objetivos da política prisional brasileira, diante da não utilização do viés econômico no cumprimento da pena.