“[...] O corpo também está diretamente mergulhado num campo político; as relações de poder têm alcance imediato sobre ele; elas o investem, o marca...

“[...] O corpo também está diretamente mergulhado num campo político; as relações de poder têm alcance imediato sobre ele; elas o investem, o marcam, o dirigem, o suplicam, sujeitam-no a trabalhos, obrigam-no a cerimônias, exigem-lhe sinais. Este investimento político do corpo está ligado, segundo relações complexas e recíprocas, à sua utilização econômica [...].” 

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Rio de Janeiro: Vozes, 2011. p. 28. 

O sistema econômico adotado em um Estado revela o modo de implantação de políticas públicas de variada ordem. Nesse sentido, é possível correlacionar economia e política carcerária? 

a. A pequena quantidade de presos pertencentes a altas classes sociais pode ser explicada por meio do sistema econômico adotado em um país, caso em que o cidadão pobre e não produtivo representará a maioria da população carcerária com outros grupos de minorias. 

b. A educação e a igualdade de oportunidades, notadamente à obtenção de cargos perante autoridades policiais e de julgamento, não é fator relevante à modificação da política de encarceramento de pessoas pobres e integrantes de outros grupos de minorias. 

c. A cultura de não punição a criminosos de classes altas não é fator que influência a presença majoritária presença de detentos pobres no sistema penitenciário de um país, pois não há relação entre as práticas comuns da sociedade e os crimes descritos pela legislação e os crimes cometidos no processo de interação social.

d. Não se constata, perante a história recente do Estado brasileiro, nenhuma atuação jurisdicional voltada à prisão de pessoas pertencentes a altas classes sociais, o que comprova que o Estado brasileiro não altera sua política de não punição a pessoas que não integrem classes sociais desfavorecidas.

e. O sistema econômico não pode ser apontado como fator de explicação à maioria da população carcerária de um país, pois não há fator de relação entre o modelo econômico e os crimes descritos pela legislação e praticados no processo de interação social.