Leia os textos a seguir e responda ao que se pede. TEXTO I Não valia a pena esperar, ninguém viria que nos segurasse a cabeça e nos pegasse nas mãos, estávamos sós e essa solidão éramos nós; e era indiferente sabê-lo ou não, ou gritar (ou acreditar), porque ninguém ouvia: o grito era a própria indiferença. Presente, apenas presente; a memória, presente, a esperança, presente. E, no entanto, houvera um tempo em que tínhamos sido talvez felizes, quando não nos dizia respeito a felicidade, e em que tínhamos estado perto de alguma coisa maior que nós ou do nosso exato tamanho. Como um animal devorando-se por dentro a si mesmo, consumira-se, porém, o pouco que nos pertencera, os dias e as noites, a certeza e o deslumbramento, a cerejeira e a palavra "cerejeira" ainda em carne na jovem boca. (...) Manuel António Pina. O grito (excerto). In: Todas as palavras - poesia reunida 1974-2011. Lisboa: Assírio & Alvim, 2012. TEXTO II ‘O Grito’ de Edvard Munch, da angústia à arte MUNCH, Edvard. O grito (1893). Disponível em: https://ceugaleria.com.br/galeria/wp-content/uploads/2024/02/o-grito-de-edvard-munch-da-angustia-a-arte.jpg. Acesso em: 28 de set. de 2024. A partir da leitura comparativa entre o poema e a pintura, produzidos em contextos distintos (séc. XIX e séc. XXI), assinale a alternativa correta: Questão 1Resposta a. Ambos os textos detalham a crise dos sujeitos frente aos horrores da guerra e dos conflitos das primeiras décadas do séc. XX no Brasil. b. Os textos I e II sugerem o desencanto do eu-lírico e da personagem diante dos conflitos sócio-históricos internalizados por esses indivíduos em suas vivências. c. No texto II, há uma aparente perseguição à personagem, no centro da tela, o que o faz emitir um grito de horror e de pânico diante da situação enfrentada. d. No texto I, a linguagem não verbal é predominante, e a linguagem verbal surge para evidenciar as imagens conflitantes e absurdas para a experiência humana.